[RP - Fechada] Baby on its way

Uma forte dor atingia minhas costas sempre que eu tentava me movimentar afinal minha barriga estava exorbitantemente grande e o peso da mesma era um grande incômodo, sendo que por esse motivo o meistre de Winterfell tinha até me aconselhado a ficar de repouso absoluto esperando que chegasse o momento de ter o bebê. Eu por outro lado não via aquilo com bons olhos, pois queria caminhar pela fortaleza e sentir-me novamente em casa assim como apreciar um pouco do clima gélido nortenho. Então naquela manhã mesmo com toda a dificuldade que o peso de minha enorme barriga trazia e a lentidão que gastava ao fazer uma caminhada, eu tinha decidido ir para o bosque sagrado fazer algumas preces para os deuses antigos. E fora com esse objetivo que deixei meus aposentos e tomei a direção da saída e posteriormente da entrada do bosque, claro que acompanha de uma serva e do cão de caça que Eragon tinha deixado fazendo minha proteção. – Honestamente, você não precisa ficar me seguindo para todo lugar, Aizen. Bufei exasperada, revirando os olhos para o homem que fazia questão de me acompanhar de perto.  – Aqui e minha casa. Ele por sua vez apenas retrucou que estava cumprindo ordens e continuou a me acompanhar, ou melhor, me seguir.

No bosque sagrado eu parei próxima a árvore represeiro e fechei meus olhos, iniciando minhas preces para os deuses antigos, pedindo-lhes que protegessem Eragon naquela sua estadia em Porto Real e também que protegessem minha família e a dele naqueles tempos de guerra que estavam por vir. Ficando em silêncio em seguida enquanto uma forte brisa circulava pelo local, uma brisa que aceitei como uma resposta dos deuses.  – Obrigada. Sussurrei com um sorriso, abrindo os olhos e observando o local. Que não tinha mudado muito desde a última vez que estive nele, lembrando-me do meu casamento com Eragon que fora exatamente naquele ponto diante da árvore represeiro e um pouco tempo antes a forma que conversamos naquela noite, quando fui avisada oficialmente sobre nosso compromisso. Suspirei pausadamente, com a lembrança de como o empurrei no lago naquela noite.

Ele nem mesmo ficou bravo, mas tinha pegado um forte resfriado. Eu ainda me perguntava como depois de tudo que aprontei com ele para por fim naquele compromisso, ele ainda conseguiu me amar, mas eu sabia, Eragon era um homem especial, na verdade sempre foi. Voltei novamente a fazer algumas preces, quando uma forte contração atingiu meu ventre me fazendo soltar um gritinho e pousar a mão sobre o mesmo.  – Deuses! Suspirei, quase cedendo sobre o chão, pois uma nova onda de contrações sucessivas logo me acometeram, significando que o bebê estava chegando. Porém antes que eu pudesse raciocinar direito sobre o que fazer para voltar para meus aposentos, Aizen já tinha pegado em seus braços e me levado rapidamente de volta à fortaleza.  – Diga a meu pai e minha mãe que o bebê está vindo, chegou a hora... Gritei para a serva por cima do ombro, soltando um novo grito com a próxima contração que veio mais forte que as anteriores. Pelos deuses! Suspirava rapidamente quase ficando sem fôlego enquanto Aizen me levava para o quarto.

– Seu príncipe me pagará por não estar aqui nesse momento! Envie um corvo para ele o mais rápido possível... Gritei com os dentes cerrados, completamente dominada pelas dores que cada contração traziam. Suspirando e me contraindo em seus braços por todo o caminho, uma vez no quarto, ele me pousou sobre a cama e eu agarrei os lençóis com força em ambos os dedos tentando suportar as dores sem deixar nenhuma lágrima me escapar. Entretanto não conseguindo conter os gritos que cada dor proporcionava, o bebê estava vindo...

Pelos deuses antigos! Cada contração trazia consigo uma dor demasiadamente forte e insuportável, como se meu quadril estivesse sendo quebrado ou perfurado por uma lâmina em fogo. Suspiros profundos e acelerados e gritos desesperados escapavam de meus lábios entreabertos, nunca tinha imaginado que um parto poderia ser tão doloroso. Lágrimas inundavam meus olhos enquanto minhas mãos permaneciam presas contra o tecido dos lençóis.- Maldito seja Eragon por não estar aqui nesse momento! Gritava entre uma contração e outra, tendo as vestes rapidamente trocadas pelas servas por uma camisola branca comprida. Elas tentavam me acalmar enquanto lágrimas escorriam por minha face e eu continuava praguejando sobre o príncipe, na verdade estava com medo por ele não estar ao meu lado naquele momento tão difícil. Sua presença me dava forças e no momento que eu mais precisava dele, ele não estava presente, por fim tinha de ser forte afinal nosso bebê estava a caminho... Também suficiente para suportar tamanhas dores. - Eu nunca mais vou ter filhos! Nunca mais! Fechei os olhos suspirando de forma acelerada, sendo acometida por uma série de contrações seguidas...

Uma das servas limpava as gotículas de suor com um pano úmido quando minha melhor amiga entrou no local. - Alona... Que bom que está aqui... Deixei um pequeno sorriso surgir, porém tendo o mesmo interrompido por novos gritos devido as incessantes dores. - Esse dragãozinho vai me levar à loucura mesmo antes de nascer... Disse para minha amiga, observando ela tomar as rédeas de toda a situação. Sabia que Alona tinha um dom para medicina. Mas ela já tinha feito um parto antes? Que se dane! Não vou esperar um meistre idiota chegar enquanto sofro as malditas dores. - Sim minha amiga chegou... Se esse meistre não vier logo, faça esse maldito parto você Alona..... Suspirei contraindo os lábios com um semblante angustiada ainda completamente tomada pelas dores. Feliz por minha melhor amiga estar presente nesse momento para me ajudar, mas furiosa por Eragon não ter cumprindo sua promessa de estar também em minha companhia. - Nunca mais quero ficar grávida! Lembre-me de tomar aquele maldito chá sempre que o príncipe vier com suas... Tive a fala cortada por outro gritinho de desespero, começando a me contorcer sobre a cama e afundando os dedos com mais força nos lençóis. Observando quando uma das servas entrou com algumas coisas e entregou a Alona e posteriormente me sentando com ajuda da mesma, estranhando o fato do meistre de Winterfell ainda não estar presente no local. - Onde está o maldito meistre? Droga! Preciso de algo para morder... Nesse momento me imaginei mordendo o ponto mais sensível do corpo de Eragon, arrancando um pedaço com os dentes. Um sorriso maligno cintilou em meus lábios, contudo fora rapidamente substituído por novos gritos e suspiros de desespero.

Poucos momentos passaram até que Alona me mandou dar uma golada no recipiente qual segurava. Coisa que eu rapidamente fiz, bebendo um pouco, mas fazendo uma careta por causa do gosto estranho que o liquido possuía. Continuando a me contorcer sobre a cama e a gritar devido às dores. - Onde está minha mãe? E meu pai? Nesse momento pude ver lorde Stark entrar no quarto e caminhar até a cama, beijando minha testa e me fazendo deixar escapar novas lágrimas. - Papai... Naquele momento o liquido me dado por Alona parecia ter começado a fazer efeito, pois de alguma forma as dores tinha amenizado apesar de não cessarem por completo. - Onde está o meistre? Perguntei olhando para o meu pai e para minha amiga, observando lorde Stark deixar o quarto e Alona dobrar as mangas de seu vestido. O bebê estava a caminho...

Pelos Deuses Antigos! Nunca pensei que ter um bebê seria algo tão complicado e doloroso, e sinceramente esperava não ter mais nenhum filho após esse, Eragon que me perdoasse. Mas eu não seria capaz de suportar dores assim novamente, tão fortes que pareciam estar me rasgando por dentro. Por sorte a minha melhor amiga, estava presente me ajudando e recitando uma canção que me deixou visivelmente mais calma, entretanto o bebê não parecia estar nada calmo e cada contração só demonstrava o quão ansioso ele estava para vir a esse mundo. Respirei fundo contendo alguns pequenos gritos e olhei para Alona, falando com a voz entrecortada. - Faça minha amiga... Faça! Não estou suportando mais... Me contorci toda sobre a cama enquanto lágrimas começavam a banhar minha face, posteriormente erguendo os joelhos com ajuda das servas e ficando em uma posição um tanto exposta.

- Céus! Como um simples movimento poderia ocasionar uma dor tão grande? Simplesmente estava dominada pelas dores incessantes e queria acabar logo com isso. - Me de qualquer coisa, por favor. Choraminguei para Alona, ficando um pouco envergonhada com a percepção de quão exposta estava intimamente a sua frente, porém naquele momento não tínhamos tempo a perder com coisas fúteis e sim trazer logo esse bebê para o mundo e me livrar dessas dores. Alona me tocou como se estivesse checando algo e logo em seguida me trouxe novamente algo para beber, um chá. - Faço qualquer coisa... Só me ajude com isso! Respondi entre gemidos e suspiros, bebendo o chá em uma golada rápida, porém cuidadosa para não me queimar e joguei o recipiente qual estava o liquido de lado. Sendo novamente acometida por dores, desta vez mais fortes que as anteriores, ficando nervosa e com respiração acelerada enquanto mais lágrimas escorriam por minha face. - Pelos deuses! Gritei alto, observando uma das servas enxugar as gotículas de suor que surgiam em minha testa e colocava um tecido sobre minha boca para eu morder. Fazendo como me fora dito e o mordendo, começando a por força e empurrar como fora instruído por Alona, respirando, pondo força e empurrando, e assim sucessivamente.

Mordendo o tecido entre os dentes com ainda mais força para abafar os gritos que aqueles movimentos me traziam, continuando a respirar e empurrar, escutando quando Alona falou sobre um sangramento e como aquilo era um bom sinal. Animando-me um pouco com a perspectiva de que tudo isso poderia estar próximo de acabar e que em breve eu estaria com meu bebê em meus braços, continuando a fazer força e empurrar enquanto sentia a mão de Alona pousada suavemente sobre meu ventre. - Ah... Sibilei por entre os dentes, puxando o lençol com força entre os dedos e mordendo com ainda mais força o outro tecido entre meus dentes, sentindo uma forte dor que nem em mil eternidades eu seria capaz de suportar novamente, e continuando a empurrar com força, sentindo me abrir toda e o bebê começar a sair pouco a pouco, continuando a empurrar pelo que pareceu ser uma eternidade. Gritando alto e tendo esse mesmo grito abafado pelo tecido e fechando os olhos, sentindo enquanto uma brisa gélida invadia o quarto... Estava um pouco apavorada sem Eragon... Droga! Ele me paga! Gritei mais uma vez pondo mais força para empurrar o bebê para fora.

Sentindo o liquido escorrer pela cama e escutando Alona pedir para eu continuar pondo força e empurrar, e assim o fazendo, naquele momento minha face estava tomada por uma mescla de lágrimas e suor e meu semblante era de alguém tomada por um forte desespero, mas eu continuava pondo força e empurrando. Pensando comigo mesma em como era forte, como sempre fui forte, meu pai e minha mãe diziam isso, e meu príncipe também, tomando uma respiração profunda eu cuspi o tecido sobre minha boca para o lado e mordi o lábio fortemente, esboçando um grito tão alto que escapou por entre os dentes. O bebê está vindo! Mais rápido! Essas palavras vagavam em minha mente, nem sabia mais se alguém tinha dito ou não, só continuei pondo força e empurrando e em momentos depois o choro de um pequeno bebê tomava conta do local.

Um bebê de pele pálida e madeixas avermelhadas...

O esforço e a dor para trazer aquela pequena vida para o mundo foram imensuráveis, mas agora que a observava nos braços de minha grande amiga Alona, sabia que faria tudo novamente caso fosse necessário. Tinha lágrimas nos olhos quando Alona a trouxe para que eu a pegasse em meus braços pela primeira vez, ela era tão pequenina e delicada. - Ela e tão linda. Rocei a ponta do dedo indicador suavemente sobre sua bochecha, acariciando-a enquanto lágrimas de felicidade escorriam por minha face. Naquele momento, de fato, eu me sentia a mulher mais feliz do mundo, só precisava do meu príncipe para complementar, entretanto sabia que era impossível que ele retornasse para junto de mim agora. Pois Eragon estava em Porto Real na companhia de seu irmão o rei, porém pensando nele não pude deixar de sentir uma grande angústia no meio peito como um pressentimento estranho de que não voltaríamos a nos ver tão cedo. Consequentemente a isso mais lágrimas começaram a cair...

Mas um sorriso amplo e puro também cintilou em meus lábios com a visão da pequena menina em meus braços, não demorando muito para notar a entrada de minha mãe no quarto. Imponente como sempre, lady Lena Stark aproximou-se de mim, sentando-se a meu lado. - E uma menina, mamãe. Murmurei para a senhora de Winterfell, ainda com um sorriso titubeando sobre os lábios. Lembrando-me que certa vez eu e Eragon tínhamos discutido sobre qual nome daríamos ao nossa filho (a) e agora eu sabia exatamente qual, uma homenagem a um de meus antepassados. - Ela se chamará Lyanna, Lyanna Targaryen... Olhei para Alona buscando um assentimento e posteriormente para minha mãe, focando em seguida minha atenção na bebê, continuando a acariciar seu rostinho. Estava tão feliz naquele momento, tão realizada por ser mãe, que sentia que nada poderia roubar minha felicidade, mas estava errada...

Minha respiração estava acelerada e entre minhas pernas meu sangue não parava de escorrer, os lençóis estavam tomados por sua coloração vermelha . - Alona... Chamei minha amiga que já parecia ter notado o que estava acontecendo. Não demorando muito para eu começar a perder minhas forças, observando as servas correrem assustadas para pegarem toalhas e minha mãe com um semblante surpreso e também assustado. - Mamãe, pegue-a. Entreguei a pequena Lyanna para minha mãe e esbocei um suspiro exausto, fechando os olhos novamente enquanto novas lágrimas tornava a cair e a umedecer minhas bochechas já pálidas. Pois eu sabia, sabia que um sangramento poderia significar meu fim caso não fosse parado, e eu não queria deixar esse mundo sem ver minha bebê dar seus primeiros passos, crescer, ser educada e torna-se uma linda mulher. Mas naquele momento uma certeza parecia ser certa, seria impossível que eu presenciasse isso tudo.

Alona corria preocupada pegando coisas para tentar conter o sangramento, dando-me um liquido estranho para que eu bebesse, contudo nada parecia surtir efeito e eu só sentia cada vez mais minhas forças se esvaírem junto com o sangue que me escapava do corpo. Olhei para minha amiga e meneei a cabeça levemente. - Alona... Estendi-lhe a mão sentindo que até minha voz poderia esvair-se a qualquer momento, quando ela a tomou e aproximou-se de mim, eu a encarei por alguns segundos com um sorriso. - Obrigada por ter me ajudado, mas eu gostaria de te pedir mais uma coisa... Olhei para a bebê com o rosto já banhado de lágrimas intermináveis. - Cuide de Lyanna... Crie ela e eduque-a como se fosse sua... Ela precisará de uma mãe... Olhei para a minha própria mãe segundos depois. - Sei que faria tudo isso por ela mamãe, mas você tem de ajudar lorde Stark a governar o norte... Forcei um sorriso. - Agora deixe-me segura-la mais um pouco... Peguei a bebê novamente, encarando-a e imaginando como ela seria linda e destemida quando crescesse, assim como eu tinha sido. - Você será muito parecida comigo e com seu pai... Tenho certeza... Eragon veio a minha mente naquele instante e tudo que vivemos e construímos desde que ficamos noivos naquela sua visita a Winterfell, quando eu ainda era uma rebelde jovem Stark que se negava a casar com um homem mais velho. Claro que continuo uma jovem, mas não tão rebelde assim. - Por favor, chame Robb, Alyssa e Arthor. Disse para Alona que rapidamente instruiu a uma das servas, para chamar meus irmãos, continuando a acariciar minha bebê em meus últimos momentos com ela.

Eu sabia que não tinha mais salvação, que mesmo que o sangramento fosse contido, jamais seria parado. Sabia disso, tinha ciência de que não escaparia, era meu fim. Porém parece que tinha ganhado um pouco de tempo para me despedir das pessoas que eu amava, os deuses antigos pareciam ter piedade de seus filhos, um sorriso fraco surgiu em meus lábios, enquanto lágrimas e mais lágrimas continuavam a rolar por minha face. O desespero de Alona era aparente, mas tinha de confortar minha amiga, pois não havia mais nada que ela pudesse fazer, além disso, eu já estava em paz com meu destino tinha de demonstrar a eles para que não sofressem muito com minha partida. - Você já fez muito minha amiga... Sussurrei para ela, encarando sua face e me lembrando de todas as aventuras que partilhamos juntas. Alona era quatro anos mais velha que eu, mesmo assim quando nos conhecemos foi amor à primeira vista e eu a considerava uma irmã mais velha, também a melhor amiga que poderia ter tido nessa vida. - Sou grata por tudo que fez por mim hoje e por ser minha amiga, minha irmã. Estiquei minha mão fracamente para ela, afagando a sua carinhosamente.

Sempre fui uma jovem saudável e me perder assim tão nova e em meu primeiro parto, seria duro para eles aceitar, contudo com o tempo eles se conformariam e apenas a saudade e os bons momentos habitariam em suas mentes e corações. Minha vida continuava esvaindo-se como poeira ao vento, não demorando muito para que as vozes de meus familiares começassem a ficar distantes, eu por outro lado começava a fazer preces silenciosas para os deuses antigos para que me permitissem um pouco mais de tempo, precisava despedir-me de meus irmãos e de meu pai. Entretanto o que permeava sobre minha mente era a imagem do meu príncipe, poucas pessoas no mundo tinha o privilégio de encontrar um amor verdadeiro em meio a um casamento político, mas eu tinha encontrado, tinha sido privilegiada por ter me casado com Eragon e o amado com todas as minhas forças. - Digam a Eragon que eu o amo... Sussurrei baixinho, minha voz estava por um fio. - Que eu o amo... Repeti fechando os olhos com rios de lágrimas sobre minhas bochechas, que com certeza estavam mais vermelhas que pimenta naquele momento.

- Robb... Esbocei um pequeno sorriso para o meu querido irmão mais velho, observando suas belas feições e seus característicos e rebeldes cabelos negros. - Eles vão crescer juntos sim... Espero que visite sua sobrinha e conte historias a ela, que a veja crescer e se tornar uma mulher inteligente e destemida... Veja ela torna-se tão bondosa e gentil quanto seu pai, Robb, por favor, peça a Eragon que deixe o bebê com Alona. Apertei sua mão levemente. - Ela precisará de alguém para ver como mãe e eu sinto muito, sinto muito, por não poder ver nossos filhos crescer e estar te apoiando quando o seu nascer... Robb sempre foi um grande irmão para mim, lembro-me de como tentava me proteger das broncas que levava pelas travessuras que eu aprontava, como tentou argumentar para me salvar do casamento arranjado. Meu justo e corajoso irmão, que um dia seria um dos melhores senhores do norte já existentes, ele parecia jovem e perdido agora, mas tinha certeza que seria um grande homem e um lorde maior ainda. Logo uma jovem de madeixas negras e pele pálida entrou no quarto, seus olhos mostravam sua angústia e tristeza. - Alyssa! Olhei para minha linda e jovem irmã, observando-a sentar-se a meu lado, tomando minha outra mão entre as suas.

- Não chore minha irmã, eu estou em paz... Por favor. Sorri fracamente para ela. - Não vou estar presente para ver o futuro que te espera, mas tenho certeza que será um dos mais felizes... Continue sempre a mimar Arthor. Ri um pouco. - Seja uma grande mulher Alyssa, apaixone-se, case e tenha filhos... Olhei para Arthor que também entrara no local. - E você pestinha... Mais lágrimas inundaram meus olhos. - Mostre a todos o Stark que é... Mostre a todos como será corajoso, inteligente e destemido. Ele veio e me abraçou e por um momento minhas lágrimas se dissiparam, felicidade poderia renascer em meio à tristeza e eu estava feliz que meu último momento nesse mundo fosse na companhia de todos que amava, falo todos, pois meu coração estava com meu príncipe dragão e estaria para sempre.

- Papai e mamãe, vocês foram os melhores pais que eu poderia ter tido, desculpe se não fui uma boa filha... Amo vocês. Olhei para eles com um sorriso amplo de felicidade. - Todos vocês! Alona entregou-me minha menininha e eu a observei por um breve momento, olhando com alegria quando ela abriu seus olhinhos me encarando, ela tinha os olhos violeta e a pele leitosa de Eragon. Mas no brilho daqueles olhos pude perceber a energia de sua mãe e a gentileza e bondade de seu pai, Lyanna seria uma verdadeira personificação Stark e Targaryen. - Você vai enlouquecer todos... Plantei um beijinho em sua face e com a linda visão da mesma, fechei os olhos. A última coisa que pude escutar foi o sopro do vento anunciando que o inverno estava chegando, e meu último sopro de vida esvaindo-se por completo, a escuridão havia abraçado-me como uma ama de leite quando acolhe o bebê qual amamenta. Hoje estaria na presença dos deuses antigos.