[RP ABERTA] Preparando

A ilha dos Ursos estava tumultuosa aquele dia, algo andava fora dos eixos. Um homem descansava debaixo de umas árvores daquele bosque gelado, a temperatura certamente não era das mais agradáveis, qualquer grau abaixo de 25 já era frio para aquele rapaz. A fogueira a seu lado estava em brasas quase apagadas, as cinzas voavam, a brisa do vento batia em seu rosto, congelando-o ainda mais a ponto de acordar por conta dos calafrios. "Preciso fazer algo para me esquentar" Pensou. Atritava as mãos próxima a fogueira improvisada que fizera, afim de esquentá-las, assoprava com o ar quente que saía da boca e esfregava-as novamente, até que esquentassem. Tão logo o homem se levantara, ajeitou as coisas que trouxe para meditar por seus deuses, era hora de voltar para a casa, eis que ouve um grito retumbante, como um bramir feroz de um Urso. O homem se assustou, seus ouvidos e olhos ficaram alertas, o que poderia ser? Não saberia até averiguar.

O homem correu através dos pinheiros, do jeito que estava ao acordar, apenas com uma calça e a espada na bainha pendurava a cintura. Assim que chegou ao local de onde acreditou ter escutado o grito, se esgueirou por entre as árvores, na tentativa de fazer pouco barulho, ele viu três homens, dois aparentemente armados, um estava no chão caído, o outro ajoelhado com a espada em mãos. Parecia uma luta injusta, dois contra um e aquele homem, de cabelos negros, parecia já tê-lo visto em algum lugar. "Um lorde..." O rapaz correu, saindo por entre as árvores, suas fortes pernas se impulsionavam, usando cada parte dos seus músculos inferiores, o homem era forte e musculoso, antes que o assaltante armado com o pedaço de madeira pudesse vê-lo, já estava a saltar com ambos os braços abertos, se jogando com toda a força empurrando com os ombros, abraçando-o numa espécie de abraço de Urso, acabaram por cair ao chão dois metros a frente.

O homem, forte e alto, aquele porte físico não era comum por aquelas terras, músculos bem trabalhados, uma pele queimada pelo sol ardente, cor de ébano escuro como a noite, ossos firmes e resistentes, não parecia temer mal algum. Que tipo de herói era aquele? Com certeza não era Westerosi, de algum lugar de Essos talvez. O homem, até então desconhecido, desferiu um soco com os pesados punhos direto no rosto do assaltante, quebrando-lhe alguns dentes da boca, o nariz do ladrão sangrava com o golpe, e o homem semi-nu perguntava:

- Quem são vocês e o que fazem aqui a tratar com este homem? Bando de covardes...    

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O brutamontes se questionava se estava a fazer o correto, não conhecia aqueles homens e arriscar-se assim de um maneira tão impensada era quase como um suicídio. O seu sangue fervia rapidamente, seu coração estava acelerado, a adrenalina tomava conta de seu corpo, brigava apenas por brigar em sua terra natal, mas ali, em Westeros não podia apenas arrumar confusão e deixar que se resolvam tudo na pancada. Contudo, o homem se distraiu na tentativa de olhar para trás, onde estava o Lorde Mormont, assim fora pego por uma cabeçada no queixo que o desnorteou, fazendo-o cair para o lado, levando as duas mãos ao rosto para abafar a dor. O assaltante era grande, assim como ele, e também forte, o homem esbanjava vigor quando se levantara do golpe, estava pensativo embora elétrico, seu corpo não estava preparado para um combate, havia acabado de acordar, ainda se adaptava ao terreno.

Correu como um louco, o assaltante, na fúria para matar o rapaz negro, desferiu um golpe na vertical com o porrete, elevando o braço até o alto e trazendo ele em velocidade para baixo, queria acertá-lo com o prego e menos provável aconteceu. O rapaz se protegia do golpe, segurando a madeira um pouco acima de onde o ladrão segurava, porém com muita força travando o movimento do bandido. O prego parava a poucos centímetros da cabeça dele, ainda que sem feri-lo tinha de tomar cuidado. Apertou com força o porrete, empurrando para cima e para baixo, o assaltante não largava o aparato, parecia que não largava o osso, isso fez o corpo dele se projetar para frente involuntariamente como se estivesse sido puxado, o brutamontes segurou em seu pescoço e deu-lhe também uma cabeçada, como forma de revide. Aqui se faz, aqui se paga, já dizia o ditado. O negro arremessou o porrete para longe, indo parar para dentro dos arbustos, o ladrão estava desarmado e com uma feição temerosa, estava sentindo medo e o rosto do  desconhecido de Outro Continente o fitava com olhos de predador. Caminhou com passos leves e pesados, desferiu uma cotovelada de baixo para cima, projetando todo o tronco para impulsionar na força. Acabou por atingir o bandido no queixo que se desequilibrou em demasia, depressa o homem o golpeava com outro soco no rosto com a mão esquerda e mais um nas costelas com a mão direita.

O bandido já se entortava todo de dor, com o nariz sangrando ainda mais dessa vez. O rapaz de cabelos raspados sacava a espada, o tilintar do metal anunciava que era chegada a hora da morte daquele ladrão que já se mantinha ajoelhado, com a mão direita o homem já se encaminhava com a guarda e postura de um combatente, prestes a atingi-lo, quando então uma voz cortou o ar quebrando o clima pesado da luta.  — Não mate este, por favor. - O coração do homem parou, tinha se assustado com a abordagem inesperada - Aliás, sou muito grato por sua ajuda. Gostaria de saber o nome de quem me salvou. - Virou o rosto para o senhor da ilha dos Ursos, ainda sem conhece-lo, balançou a cabeça positivamente, ainda assim com a espada em punho já que não se podia confiar em qualquer um por ali.

- Sou Sahar, de Pentos. Ouvi um grito vindo dessa região, quando cheguei encontrei-o nesta situação. E você, quem é?

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