[Quest narrada] Dangerous Journey

Metallica

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Myr fora sua última parada em meio ao caminho longo que seus pés iriam percorrer. Não sabia exatamente para onde ir, apenas seguia, sem planejar, esperando que o seu deus designasse as oferendas. Era apenas uma ferramente para um entidade de várias faces, de várias estórias e que definhava o fim de cada humano, animal ou planta: a morte.

Chegara no quarto que estava hospedada após percorrer a imensa cidade conhecida pelos habilidosos artesões, néctar verde e vidro. Treinara o idioma próprio da região, aprendendo seus costumes e vícios. Mas, Apokálypsis não era estúpida, notara que fora seguida, aquilo significava uma coisa: mais um nome seria incluído na lista.

Sobre a cama, as íris esmeraldinas captaram um bilhete, os nós dos dedos acariciaram a folha áspera, passando as orbes da esquerda para a direita, lendo mentalmente cada palavra escrita a mão:

“Está é uma carta confidencial, peço que após a leitura da mesma queime-a.
Venho por meio desta, contratar seus serviços como seguidora do Deus de Muitas Faces.
Conheço seus trabalhos, e tenho certeza de que és capacitada para tal serviço.
Em dois dias o atual governante Lord Helrond Uller partida rumo a Pentos para uma reunião.
Deixo em suas mãos a vida do homem, e que seu Deus aceite o sacrifício.
É claro, não esquecerei de recompensá-la devidamente por seus serviços.
Sua recompensa estará neste mesmo local assim que a morte do “merdinha” chegar a meus ouvidos.
No dia em questão esteja atrás da casa mais próxima a entrada da cidade, receberá suas instruções.
Sem mais delongas... Anônimo.“

Lord Helrond Uller, era este o tributo. Colocou uma mecha castanha atrás da orelha, levando com a mão livre o papel na vela ao lado da cama, queimando a ponta. As orbes refletiam o fogo se alastrar por todo o papel — quase aproximando do indicador e polegar —, porém a assassina fora mais rápida, jogando o resquício de cinzas em chamas sobre uma vasilha de metal ao lado. A mulher deitara na cama, fitando o teto desgastado, passando o plano que se delineava em sua mente até pegar no sono.



O dia descrito no bilhete chegara, trazendo consigo a missão difícil de ceifar a vida de um homem de posses e que provavelmente levaria soldados para sua própria proteção. Sabia do risco que corria ao aceitar tal trabalho, mas não podia de forma alguma negar um sacrifício.

A túnica marrom cobria-lhe o rosto, deixando amostra somente os olhos verdes da assassina. Guardava em torno da coxa enfaixada pelo couro a adaga que era perfeita para ataques furtivos. Os calçados de couro param sobre o ponto de encontro, com cuidado e desconfiança, olhando para ambos os lados, prevenindo-se de uma suposta emboscada. Como o perímetro estava seguro aproxima-se de uma pilha sobre o chão. Conforme se deslocava pôde deslumbrar a vestimenta típica de um guarda, escudo e lança. O homem era esperto e pensara em tudo com o maior cuidado possível, constatou ao pegar o outro bilhete. Ergueu o queixo e lá a sua frente a montaria estava preparada, dois guardas e um cavalo no meio selado sem nenhum cavaleiro sobre ele.

Rapidamente colocou os apetrechos, ajustando o elmo sobre a cabeça e enfim, montando o animal, segurando firme com os nós dos dedos a rédea, batendo nos flancos do animal que começara a se movimentar. Ficou interessada no quanto aqueles homens ao seu lado foram pagos para calarem a boca a respeito da espiã que se infiltrará entre aqueles que fariam a segurança do lord. Não tardou para estar diante dos três personagens restantes, sendo dois meros coadjuvantes enquanto no meio estava o protagonista: baixo, jovem, muito jovem, e sabia utilizar palavras em meio as promessas como forma de ameaça; concluíra por fim que se tratava de um antagonista, uma escória que merecia o presente mais puro de todos.

Fingiu um mero desconforto como os demais, apertando a lança com sutiliza. Todos acenaram positivamente, começando a trotar pela estrada rumo a Pentos. O clima abafado fazia algumas gotículas de suor descerem da testa até o queixo, entretanto, os olhos de Apokálypsis estudara as costas do garoto adolescente a sua frente. O coro seguiu até que os animais ficarem exaustos. — Vamos parar por aqui. — a voz do lord chamara a atenção dos cinco aguardas, incluindo a si mesma. escutara do seu flanco direito um murmuro de “até que enfim”, e entendia que eles estavam exaustos, indiretamente aquilo facilitaria seu trabalho.

Desmontara o cavalo, escutando com atenção Helrond trocando algumas palavras com Swan, o mais alto dos quatro. Turnos, teriam turnos. Era sádico Uller pedir proteção quando seu algoz estava bem ao seu lado, fingindo protegê-lo enquanto lentamente prepara a armadilha. Sem dizer uma única palavra o garoto de cabelos negros a indicara para ficar no primeiro turno com ele. Perfeito. — Você prende os cavalos. — Assentiu, tomando as rédeas, prendendo-as em torno da arvore com firmeza. Do lado direito os três — que descansariam primeiro — preparavam o pequeno acampamento, coletando alguns galhos pra a fogueira. Seus dedos seguraram a lança com força, fitando o garoto de costas, poderia atingi-lo ali mesmo, mas chamaria atenção, além de ser impulsivo, se cansaria rapidamente ao lutar com os demais. Esperaria o guarda que faria o turno com a mulher disfarçada ficar cansado, assim como Helrond para finalmente entregá-lo aos braços do Deus da morte.