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[Quest OP] Pray

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[Quest OP] Pray Empty [Quest OP] Pray

Mensagem por Amora Lannister Sex Ago 26, 2016 5:26 pm

◖Pray◗


Com a imigração de vários Sarcedotes Vermelhos para a capital, a fé dos sete perde sua força. Ainda mais agora, com o ataque de um dragão, a destruição do septo e a prisão da rainha. Tempos negros se apoderam de Porto Real, que agora está mais suja do que nunca.

Septã Roslin ainda está em Porto Real, cuidando dos poucos servos dos sete que ainda restam. Mas quando você é uma pessoa que praticamente passa despercebida, você acaba ouvindo boatos e notícias que não deveriam chegar até você.

Um de seus fiéis amigos acaba de lhe contar que um grupo de extremistas, servos de R'Hllor, planeiam atacar um septão que acabou de chegar na cidade e, depois disso, a própria Roslin será o alvo.


๑ ๑ ๑

+ Quero que narre detalhadamente o momento em que a notícia chega em seus ouvidos, como reagirá ao problema e como tenciona por um fim no mesmo. Lembre-se que imaginação também é um ponto de avaliação e que quantos mais detalhes você der, quanto mais situações criar, melhor será sua recompensa.

+ Estamos durante o pôr-do-sol e está abafado. Nuvens negras aparecem no horizonte, vindas do Norte, dando indícios de uma grande tempestade para mais tarde.

+ Esta é uma quest one post de dificuldade média, apenas para Septã Roslin

+ Mínimo de 20 linhas, use e abuse da criatividade

+ Não use templates muito pequenos nem cores cegantes

+ Prazo de postagem: 15 Dias

+ Assim que postar na quest avise por MP

+ Escreva com calma e boa sorte!
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[Quest OP] Pray Empty Re: [Quest OP] Pray

Mensagem por Septã Roslin Sáb Set 10, 2016 12:07 pm

{
Pray for your life
}

O Pecado da Septã


O fogo da vela tremia, ameaçando extinguir-se. O coração da Septã apertou, tomando aquilo como um sinal, mas logo sentiu o aperto diminuir. A chama permanecia acesa. Levou uma mão ao coração, como se o pudesse agarrar, e inspirou fundo. Era um sinal dos deuses. Irônico, porque ela acendera aquela vela devido às preocupações que a consumiam, relativas à fé vermelha… fé esta que adorava o fogo. E ali estava ela, a acender uma vela, a rezar silenciosamente para que não se extinguisse.

A estátua do Estranho não tinha rosto, tampouco tinha velas acesas à sua frente. Com exceção daquela que acabara de acender, tinha mais duas a brilhar, iluminando a pedra cinzenta de que era feita a estátua. Parecia uma combinação de diferentes animais. Uma abominação. Eram raras as ocasiões em que a Septã se via em frente àquela estátua, a acender uma vela na sua homenagem. Mas sentia a obrigação de o fazer. Pedia ao Estranho que a deixasse em paz, só por agora.

Um dia o Estranho deixaria de lhe ser estranho. Um dia conheceria os seus braços e envolver-se-ia no seu abraço. Um dia dar-lhe-ia a mão, deixando que a levasse com ele e ela — pois o Estranho não é nenhum, mas é ambos —, para fora do mundo dos mortais. Um dia. Não hoje, nem amanhã.

Ela já não era uma mulher sem fé, aterrorizada pela ideia de uma morte iminente. Ergueu-se e, sem voltar a olhar para a estátua do deus da morte e do desconhecido, deu uns passos para o lado, observando os olhos enrugados da Velha. Acendeu mais uma vela e pediu-lhe que a guiasse, que lhe desse a sabedoria que precisaria para ultrapassar aquela fase difícil.

Um tempo considerável depois, a Septã saía do pequeno Septo. Uma mera substituição à grandeza do Grande Septo de Baelor, que ardera durante a desgraça. Ela devia admitir que gostava de ver o empenho do Rei Baelor e a sua fé incomparável relativamente aos restantes Reis, mas ter um grande e luxuoso Septo não era uma prioridade para ela. Era apenas mais uma forma para que os ricos pudessem mostrar o seu poder sobre os mais pobres, aqueles que jamais teriam a oportunidade de alcançar o mesmo patamar. E no entanto, ali estava ela, na grande capital do reino, uma moça da origem mais comum que se podia imaginar, a conhecer o Alto Septão.

Mas Porto Real não era um mar de rosas, era precisamente o oposto. Ali a sua vida estava ameaçada. Ela julgara que se saísse da Campina antes que a fé vermelha se alastrasse até Vilavelha, e tentasse combater isto em Porto Real, ela conseguiria impor o respeito que os Sete mereciam, mas os sacerdotes vermelhos já estavam na cidade, uma verdadeira praga. Tratando-os como uma praga, a Septã tinha toda a intenção de os esmagar.

As íris cristalinas subiram até ao céu, um gradiente de negro, mais acentuado a norte. Durante o cair da noite, a tempestade chegaria decerto a Porto Real. A Septã teria de estar preparada, pois a sua tormenta atacaria quando as estrelas adornassem o céu.

Não era suposto ser assim, ela não devia saber que seria atacada. Contudo, ontem fora visitada por um amigo que fizera naquela maldita cidade, que lhe contara o plano da praga vermelha. Recordou as suas palavras com um suspiro nos lábios. — Septã, você ajudou-me enquanto muitos me ignoraram, deixando-me para trás como se tivesse sido morto durante o fogo. Suponho que lhe devo a minha vida, não é? Pois pretendo sanar a minha dívida. Chegou aos meus ouvidos que um grupo de extremistas, sacerdotes de R’hllor, pretende atacar um dos Septões que chegaram à cidade, o Septão Beric. Você será provavelmente a próxima. Penso que atacarão amanhã. Esteja atenta, não confie nas sombras. — Ela acenara com a cabeça, olhando nos seus olhos cor de amêndoa. — Não tem nenhuma dívida comigo. Eu vivo para servir em nome dos Sete, o que me leva a ajudar todos os que merecem. Hoje você provou que é merecedor. Agradeço pelas suas informações. Certificar-me-ei de que não são dadas em vão. Sete bênçãos, meu amigo. — Logo que ela vira o novo problema nas suas mãos, começara a pensar no que faria.

A sua primeira reação foi avisar o Septão do perigo que corria. Septão Beric não era um alvo por acaso. Estava há pouco tempo na cidade, mas provara o seu valor e a sua fé. Se também ela era um alvo, então estava a fazer o seu trabalho. Como tal, os Sete davam-lhe aquela vantagem, de saber dos planos dos seus inimigos.

O Septão não duvidou da sua palavra, mas isso não seria o suficiente para manter-se seguro. A morena andara de um lado para o outro à frente do homem da fé, tentando pensar em como ia conseguir defender-se. Ia precisar da força em combate do Guerreiro, sem dúvida, mas onde a ia encontrar? Septões não seriam a melhor escolha. Os mantos amarelos também não os iam proteger. Ainda assim, ela precisava de reunir homens religiosos que pudessem a ajudar.

A violência raramente era a solução para um problema, mas a Septã temia que aquele caso ia ser uma exceção. Eram fanáticos, um acordo com palavras amistosas estava fora de questão. Também não queria descer ao mesmo nível que os fanáticos, nem começar uma guerra militar. Roslin ainda tinha esperanças de conseguir impor a ordem recorrendo ao poderio do Rei, fazendo-o ver como a fé devia ser valorizada. Não era a única com aquela missão, caso contrário, era mais provável fracassar. Não, ela tinha o apoio daqueles que ainda viam os Sete como os únicos e verdadeiros deuses. Tal como Septão Beric.

Não podia dizer o mesmo do Alto Septão, porém. Um homem de vícios mundanos. A serva dos Sete não demorara muito para perceber o porquê da fé não ter o reconhecimento que devia. Mas não era seu o trabalho de julgar, isso cabia apenas ao Pai. Contudo, ela tinha toda a intenção de usar as fraquezas daquele falso religioso contra ele, e não estava sozinha.

Ouvia os seus próprios passos à medida que deambulava sem destino. De alguma forma, viu-se perante uma loja sinistra, perfumada por um estranho odor desconhecido à morena, mas era tão doce que a deixava enjoada. Uma mão desceu até à barriga, apertando com força, tentando conter as contrações que nela sentia. Uma loja de venenos. Péssima reputação. Não era a primeira vez que via naquele lugar uma outra solução para o problema. Mas sentia-se perversa por sequer ponderar venenos como uma opção. Estaria ela a duvidar da força do Guerreiro? Se assim fosse, ela estava em verdadeiros sarilhos.

“Não. O Guerreiro é forte”, disse a si mesma, continuando a caminhar. “Mas eu não fui afortunada com a sua força. Eu posso evitar uma luta, que levará à morte de homens fiéis, se usar algum veneno.” Parou. O confronto interior não tinha um fim.

Mas quando deu por si, o odor enjoativo estava mais intenso. Tinha entrado na loja, porém, continuava parada, com a porta atrás de si. Um pequeno e lúgubre espaço, todas as mesas e prateleiras estavam repletas de frascos, cujos conteúdos variavam de cor, por vezes dando a impressão de um arco-íris.

Engoliu em seco, arrastando um pé para a frente. Atrás do balcão uma mulher velha — bem mais velha que a Septã — tamborilava com as suas grandes unhas pela madeira gasta, formando uma melodia que quebrava o silêncio. Os seus olhos negros deslizaram até Roslin. Acabando de a analisar — durante breves momentos, em que a Septã sentia que era engolida inteira —, a vendedora exibiu os seus dentes amarelos, enquanto mais rugas se formavam nos cantos dos lábios.

Uma Septã? — Parecia incrédula. A mulher da fé resolveu tomar isso como um elogio. Não tinha venenos em boa consideração, sentia-se aliviada por saber que os servos dos Sete não eram clientes usuais ali. — Não consigo me lembrar da última vez que vi uma aqui. Como posso ajudar, serva de deuses? — A Septã ainda olhava para os lados. Só então se aproximou mais da velha mulher, os olhos de um azul-marinho fitando os negros à sua frente. — Não venho de consciência leve aqui, mas precisarei dos seus serviços, minha senhora. Eu procuro algum veneno que me permita lidar com uma praga… Definitivamente. Como deve calcular, eu não tenho dinheiro para um dos seus venenos mais caros, nem estou interessada em tanto. Apenas quero algo que faça o trabalho.— Podia não dominar a arte dos venenos, mas sabia que os mais caros eram indetetáveis e, muitas vezes, incuráveis. Ela teria, no entanto, de se contentar com um que apenas matasse, e orar aos deuses para que não fosse descoberta. Se não resultasse, então ela estava mesmo errada em chegar ao ponto de usar venenos.

O sorriso amarelo voltou a aparecer. Roslin tentou ignorar o arrepio que percorria a sua espinha. Que mulher estranha. Queria sair dali o mais rápido possível. Só esperava não ter sido vista por ninguém, a entrar na loja. — Sei bem como a ajudar, Septã. — Foi até uma mesa, a sua mão vagueando sobre os frascos num ziguezague, até agarrar num deles. — Doce sono. Bastarão três pitadas para não voltar a acordar. — A garra da vendedora deslizava pelo vidro, o movimento semelhante ao de esmagar um pequeno inseto, embora o material fosse resistente o suficiente para não quebrar. Então depositou-o nas mãos da morena, sem indícios de o querer tomar de volta para si. — Serão dois dragões de ouro. — Examinou a sua bolsa de couro, já bem usada, encontrando apenas três moedas douradas, as três cabeças do dragão cuidadosamente moldadas na superfície de cada uma.

Mas ela passara grande parte da sua vida sem sequer uma moeda de ouro, então não sentiu quaisquer remorsos ao entregar o dinheiro à vendedora. Guardou o recipiente do veneno e saiu da loja.

De volta ao quarto que partilhava sem problemas com outras Septãs — pois a luxúria era um pecado —, removeu as suas vestes atuais. Não podia simplesmente entregar o veneno às mãos dos fanáticos, ela precisaria de se disfarçar para conseguir envenenar a praga, o máximo deles que conseguisse. Não estaria, contudo, sozinha. Ela reunira aqueles que ainda eram fiéis à única verdadeira fé, alguns deles ela convertera durante a sua ajuda aos feridos. Um grupo que recorreria a armas se fosse necessário. Mas se assim fosse, também os fiéis corriam perigo de vida. Então, conseguir envenenar o líder dos malditos era o seu plano inicial. Septão Beric estava incluído no grupo, o que o deixava mais seguro. Andavam em conjunto neste momento, graças às ordens que a Septã lhes dera. Não o faziam com demasiada regularidade, para que os falsos devotos não se apercebessem da proteção de Beric, mas tentavam permanecer disfarçados, e o Septão passava mais tempo que o normal no Septo, pois era lá que o grupo podia estar perfeitamente disfarçado — eram apenas homens religiosos, a prestar orações aos deuses. Quando estava fora do Septo, os fiéis permaneciam próximos dele, mas não demasiado.

O dó era visível nos seus olhos quando observou o pendente ao seu pescoço, a estrela de sete pontas. Os dedos alvos elevavam o adorno ao nível do seu queixo. Já não usava o seu traje de Septã, este fora substituído por um vestido que deixava que ela fosse facilmente confundida por uma serviçal. Soltara o cabelo, deixando os seus caracóis livres. Não era comum que o fizesse, pelo que contribuiria para o seu disfarce. Seria mais difícil reconhecê-la. Restava apenas o pendente. Era o último resquício da sua identidade. Não o deixaria para trás, jamais. Mas não o podia deixar em plena visão. Escondeu-o debaixo do vestido, sendo assolada por um alívio imediato, pois sentia ainda mais que o normal a estrela, pressionada contra o seu corpo, perto do seu coração. Os deuses estavam ainda mais perto.

Descobrira que o grupo de fanáticos tinha um acampamento fora da cidade e era lá que passavam as noites, além de o usarem para tentar converter todos os que vinham a Porto Real. Nem queria imaginar o tipo de atrocidades que eram cometidas no local. Porém, não era lá que iria. O líder dos homens vermelhos frequentava uma estalagem na cidade — a Mestra dos Sussurros podia ser uma deles, mas ela não era a única que sabia o que se passava em Porto Real — e era lá que a morena atacaria. Tentaria se assemelhar a uma das empregadas, cuidando da bebida do seu alvo. A oportunidade perfeita. A Septã não queria acreditar que uma alma pudesse ficar demasiado longe para ser alcançada pelos deuses, mas aqueles fanáticos eram exatamente o tipo de pessoa que a deixava com dúvidas.

Uma mão esfregava na outra, a morena tentava aquecer-se com aquela fricção. Subitamente, sentira uma descida na temperatura. Pretendia encontrar Beric perto da estalagem, mas não demasiado. Dera um resumo dos seus planos a ele antes de se vestir. Um suspiro de alívio escapou dos seus lábios ao ver que já estava à sua espera.

Sete bênçãos, Septão. — Cumprimentou, não olhando mais de um segundo para ele. Os seus olhos estavam agora focados no grupo atrás dele. Dezasseis homens. Era muito suspeito, mas deviam estar unidos naquele momento. Era a primeira vez que estavam assim, todos os fiéis juntos. Preferia ter de lidar com as perguntas que lhes dirigiam por haver um grupo assim de homens da fé do que com o corpo de um daqueles homens empenhados. — Sabem porque estamos aqui. Do outro lado daquelas paredes, está o inimigo. O Septão Beric seria o primeiro alvo, mas ele não seria o único. Não o podemos permitir. Eu decidi usar um método que não trará perdas para nós, caso suceda. Eu irei envenenar o seu líder. Desconfio que ele sairá em breve, para se reunir com o resto do grupo, e tentar executar o seu plano malévolo. Precisarei de todos vocês por perto, porque posso ser descoberta. Algum tempo depois de entrar, um grupo de dois de vocês deve também entrar e sentar-se numa das mesas, observando-me de forma sorrateira, se eu precisar de ajuda. Quando eu fizer isto, por muito que me custe ter de entregar uma vida ao Estranho, como se o meu trabalho fosse o de julgar, quando na verdade isto cabe apenas ao Pai… Rezo para que seja essa a sua vontade. Eu voltarei aqui. Tenho esperanças de que, sem o seu líder, o grupo desista, mas em caso contrário, temos de estar unidos. Pois unidos somos mais fortes. Unidos conseguimos derrota-los. Não podemos remover esta praga dos Sete Reinos se não estivermos unidos. — Inspirou fundo, baixando a cabeça. — Sete bênçãos. — Todos falavam em uníssono. Satisfeita, a Septã não conseguiu evitar o sorriso que se alastrava pelo seu rosto ebúrneo.

O tempo para as suas orações acabara. Agora era o momento para a ação. Entrou na estalagem, os seus olhos rapidamente varrendo o lugar. Avistou o líder num canto, um homem ruivo de vestes rubras, que parecia ter a mesma idade que ela. Era inconfundível. Aqueles homens tinham uma obsessão à cor vermelha. Inclusive, alguns deles mudavam a cor do cabelo, usando técnicas de um outro continente distante. Pelo menos era isso que os rumores diziam.

Se olhasse para ela com atenção, ele devia reconhecê-la, afinal, era o próximo alvo na sua lista diabólica. Roslin devia agora difundir-se, para parecer uma das servas. Caminhou até ao balcão, observando o ambiente à sua volta. As empregadas pareciam estar ocupadas, o que era bom. Podia tentar furtar uma das canecas que levavam entre os braços, feitas de um metal sem brilho. Primeiro, porém, devia parecer uma. Era a primeira vez que ela fazia algo assim, tentar impersonar alguém, então o seu plano não era tão elaborado quanto podia ser. A qualquer altura, o estalajadeiro podia suspeitar dela, ou qualquer uma das empregadas. Mas ela era uma Septã a tentar matar alguém, não uma assassina especializada.

Deseja mais alguma coisa, meu bom senhor? — Dirigia-se a um homem de um grupo que se sentava relativamente perto do homem vermelho. Acompanhando as suas palavras vinha um sorriso. — Já tenho a minha bebida, sua puta, quando quiser outra, podes ter a certeza de que gritarei por outra. — Resmungou em resposta. Não deixou que a sua falta de educação tirasse o sorriso que usava. Ficou satisfeita ao ouvir quem a chamava. A praga. — Eu quero outra bebida! — Dizia, exibindo perfeitos dentes brancos. Mas não foi o seu sorriso a chamar a atenção da mulher da fé, e sim os seus olhos. Vermelhos como sangue. — Mais vinho dornês para mim. — Continuou, e a Septã dirigiu o seu sorriso na direção dele, mas não por muito tempo. Voltou para trás, chocando propositadamente contra uma das servas, que levava umas seis canecas, pressionadas contra o peito. Durante o embate, tirou uma das canecas dos seus braços, e continuou a andar em frente, pousando-a numa mesa vazia ao canto.

Tentou controlar a sua respiração, agora anormalmente acelerada. Inspirou e expirou. Estava inclinada sobre a caneca, o que protegia-o de olhares curiosos. Procurou o veneno que mantinha escondido no vestido, logo depositando quatro pitadas dentro do recipiente metálico. Estas difundiram-se no líquido sem alterar a sua cor, como se nada tivesse acontecido, e logo a Septã girou, de volta à mesa da praga. Não, ela não se esquecera que a mulher da loja de venenos lhe dissera que três bastariam.

Um pecado. Era o que estava prestes a fazer. “Pai, Mãe, Guerreiro, Ferreiro, Donzela, Velha, Estranho”, a sua voz ressoava na sua mente, agora desconcertantemente fleumática. Invocar todos os deuses lembrava-a do mau período que passara antes de ser uma Septã, da forma como quase morrera, da forma como cada dia invocou um deus diferente, rogando pela sua bênção. Da forma como foi salva. Seria esta a razão? Ou estaria ela a desiludir os deuses? “Perdoem o meu pecado. O que quer que aconteça a seguir, seja o que os Sete quiserem. Tudo o faço, faço pela esperança de restaurar a glória que vos é devida, meus deuses.”

O permanente sorriso na cara do homem vermelho perturbava-a. Entregou-lhe a caneca. — Aí tem o seu vinho dornês! — Exclamou, deixando-se ficar por um momento, mas logo se lembrou que não podia. Tinha de sair dali. — Um pouco mais claro que o outro, não acha? Não importa. — Inclinou a caneca, vertendo o conteúdo para a boca de imediato. Os seus olhos brilharam quando voltou a olhar para a morena. — O sabor é o mesmo… quase. Consigo ver que este é melhor. Diga-me, você é uma mulher religiosa? — Ela acenou. Talvez não fosse a decisão acertada, mas não se dignava a renegar o seu amor aos deuses, nem mesmo a um homem de uma falsa religião prestes a morrer. — Não me diga, da… fé… dos Sete? — Voltou a acenar. Não podia negar o nervosismo que agora sentia, mas não podia sair já. — Devo dizer que o poder do verdadeiro deus, o Senhor da Luz, é infinitamente maior. Ele protege os seus. Ao contrário de alguns outros deuses, cujos sacerdotes são tão frágeis quanto vidro. — Levantou-se, o que fez a Septã dar um passo para trás. — Eu acredito em bruxaria, não acredito num deus que favorece os seus servidores ao invés dos outros. — A sua voz parecia enojada agora.

Um deus que prova o seu poder e a sua existência através daqueles que lhe são mais fiéis. Quanto tempo acha que demoraria para o veneno surtir efeito? — Olhou-o de olhos esbugalhados — Como assim? — Perguntou, engasgando-se nas próprias palavras. Fora um erro. Não devia ter atacado. Devia apenas se ter defendido, mas como podia ela ignorar aquela ameaça que apenas crescia mais e mais?

O Senhor da Luz protege-me, Septã, de formas que nunca será capaz de imaginar. — A praga vermelha deu mais um passo em frente, agora agarrando o pendente ao seu pescoço, que logo saiu do vestido, revelando a estrela de sete pontas. Roslin pensou ter ouvido alguém a falar na sua direção, mas podia simplesmente ter imaginado a voz. O ar faltou-lhe por breves momentos, mas logo o homem largou-a. — Esta é uma guerra que não pode ganhar. — Murmurou antes de sair. A Septã levou a mão ao pescoço e saiu sem olhar para trás.

Não o afetou! — Gritou para os fiéis. — Ele bebeu todo o vinho, mas nada lhe aconteceu. Eu tinha ouvido rumores sobre isto, mas nunca pensei… — Não tinha mais dúvidas, além de adoradores de um falso deus, aquela praga envolvia-se em bruxaria. Ela estava certa em tentar envenenar aquele homem, pois descobrira mais sobre os seus inimigos. Bruxaria não seria tolerada pelos deuses.

Mas agora não tinha a sua vantagem anterior. Suspirou à medida que voltava ao Septo. Não sabia quando iam agora atacar. Tinha de estar preparada.


Um Vislumbre dos Sete Infernos


Todas as Septãs dormiam, mas Roslin estava ajoelhada junto à cama. Uma vela estava acesa à sua frente, a sua luz tremendo à medida que a mulher respirava. — Meus deuses, perdoem a minha ousadia esta noite. Sei que pequei ao pensar em tirar uma vida. Sei que não é meu dever determinar quem vive ou quem morre. Mas peço apenas o vosso perdão. — As íris azuis da morena brilhavam perante a luz dourada, a única que mantinha as sombras afastadas. — Não me arrependo do que fiz, pois permitiu que eu visse a verdade por trás destes homens com quem estou a lidar. Não tolerarei a sua bruxaria. Defenderei a minha fé até ao fim dos meus dias. Sei que isto não acabou, longe disso. Posso apenas ter agravado a situação. — Não importava. Ela tinha esperanças de que ia superar aquilo. Ainda sentia a presença dos deuses nela. Ainda tinha alguma da misericórdia da Mãe em si. Afinal, ela escolhera matar apenas um dos fanáticos, tentando fazer com que os outros desistissem do seu plano malévolo. Ainda tinha a sabedoria da Velha, ou pelo menos alguma, apesar de não ter visto uma solução além da morte. — Mas para esta próxima vez, eu não os tentarei matar. Desta vez, eu tentarei apenas aprisiona-los, eu espero dar ao Pai a oportunidade de os julgar a todos, pois apenas Ele consegue a verdadeira justiça. Estou preparada para mais um ataque.

Inclinando-se para a frente, separou os seus lábios para soprar em direção à vela, que logo se extinguiu, deixando-a sozinha com as sombras. Não por muito tempo, porém, pois logo se deitou na cama e se juntou aos deuses nos seus sonhos.

Acordava com uma dor nas costas. Resmungou para si mesma, imediatamente saindo da cama e vestindo-se. Sentia-se inquieta. Seria hoje que os homens vermelhos atacariam, ou amanhã? Ou depois? Não podia saber. Mas estava certa de que o ataque viria. Era melhor não ajudar feridos por um tempo, até a situação estar resolvida. Não queria ter de pedir aos fiéis para ir com ela, além de que se o fizesse, teria de os separar, deixando-os mais fracos. Mas o ataque podia não vir para ela. Podiam decidir atacar algum outro Septão. Elevou as mãos, massageando as têmporas. A dor passava agora para a sua cabeça. Ainda não sabia se tinha tomado a decisão acertada ontem.

Passara a manhã em orações pelo Septo, que estava razoavelmente vazio, apenas a deixando mais preocupada. Talvez o Grande Septo de Baelor tivesse mais visitantes. A sua ruína não podia ser favorável à fé. “Porquê o Septo, outra vez…”, suspirou. A segunda vez em menos de cem anos. Estaria o dragão selvagem ligado àqueles homens, que tanto adoravam o fogo? Tinha demasiadas dúvidas. Mas à tarde, decidiu ir para a rua, com Septão Beric, pregando numa praça movimentada.

Estamos em tempos de miséria, meus senhores e minhas senhoras! O ataque do dragão selvagem devastou a cidade. Afetou todo o reino. Não é momento para ignorar os deuses, é momento para lhes prestar tributo, pois apenas assim os satisfazemos! Não é demasiado tarde para ninguém, a Mãe é misericordiosa! Os homens vermelhos não passam de bruxos, e bruxaria deve ser condenada. Todos nós somos iguais aos olhos dos deuses. — Esforçava-se para fazer a sua voz alcançar o máximo de pessoas possível. Sentia conforto no pendente da estrela de sete pontas, que balouçava com cada movimento seu. Estava agora visível a todos, como devia estar. Com as suas palavras, tentava expor toda a fé e admiração que sentia pelos Sete, afinal, a sua vida não teria sentido sem os deuses. Não teria sequer uma vida, pois já estaria morta. “Os Sete salvaram-me, devo-lhes tudo o que tenho”, não havia um dia em que ela não pensasse isso.

Olhava de um lado para o outro, tentando fazer com que a olhassem, com que prestassem atenção às suas palavras. Teve o vislumbre de olhos vermelhos e por momentos não conseguiu falar mais. Levou a mão ao pendente. — Sete bênçãos, que os Sete estejam convosco. — Acabou por dizer, logo se afastando. Os fiéis estavam entre a multidão. Estaria segura. Ainda assim sentia dificuldade em respirar, tentava inspirar fundo e expirar fundo, mas já levava a mão ao peito, com dificuldades num movimento tão simples, como se os seus órgãos se recusassem a funcionar. Reconheceria aquele par de olhos em qualquer lugar. Era o homem vermelho.

Septão Beric seguiu atrás dela. Também os fiéis iriam segui-los, embora discretamente. Devia ela ir para o Septo, para que se pudessem reunir, ou para algum lugar mais isolado e esperar que o homem vermelho viesse até ela? Teria de avisar os fiéis primeiro, o que não seria fácil. Reconhecia-os a todos, então, foi dando palavras a fiéis e aos não fiéis, como se apenas estivesse a distribuir palavras dos deuses mais uma vez. Aos fiéis, no entanto, dizia que iria ficar num canto isolado, então não a deviam seguir até lá, mas deviam se manter perto. Ela seria como isca.

O fluxo de pessoas era cada vez maior, até se tornar inexistente. A Septã estava de costas para qualquer possível ameaça. À sua frente, havia apenas a muralha de pedra da cidade, alguns edifícios de lado, mas ninguém à vista. O silêncio predominava no lugar, para qualquer um que porventura lá fosse, mas não para a Septã. As batidas do seu coração eram o único som que ouvia, mas estavam tão intensas, que quando um novo som surgiu, esta não o ouviu.

Passos. Primeiro veio o líder. A morena não se virou por ouvi-lo, mas por sentir algo errado. A penumbra predominava naquele lugar, mas os seus olhos vermelhos brilhavam ainda mais. Porém, ele não estava sozinho. Toda a praga estava ali, aqueles homens fanáticos. Sacudiu os ombros, pronta para que algum atacasse. — Como eu disse. O Senhor da Luz vai ser adorado em todo o continente. Não pode ganhar esta guerra. Os servos do Grande Outro devem ser eliminados. — A sua voz estava mais séria agora. — Servos de falsos deuses arderão nos Sete Infernos. Não devia ter vindo para o nosso continente, homem vermelho. As suas bruxarias não o salvarão. — Gritou. Não para o homem vermelho, agora falava para os fiéis, para que viessem ter com ela. O homem vermelho avançou sobre ela, que recuou o máximo para trás, até sentir a pedra da muralha atrás de si, e esforçou-se para tirar rapidamente a pequena adaga que trazia consigo da sua bota. Apontou-a para ele, pronta para o atacar, embora a sua posição fosse desleixada. Não tinha qualquer experiência em combate, nem ambicionava ter.

Mas o homem não pareceu surpreendido, limitando-se a agarrar o braço direito da Septã com ambas as mãos e subindo até à sua mão, apertando com tanta força que ela teve de largar a adaga. Não conseguiu sequer apontá-la na direção dele, pois ele virara o seu braço com a sua força, claramente superior à da mulher religiosa, de forma a que a adaga ficasse apontada para a própria Septã, impedindo-a de usar a arma. Roslin não conseguiu se aperceber na altura, mas os fiéis já lutavam com os homens vermelhos, razão pela qual ela apenas tinha um oponente, mas um que era muito mais forte.

Vendo-o avançar de novo na sua direção, a Septã tentou lhe dar uma cotovelada na cara, a meio de um grito. Conseguiu acertar nele, mas nem por isso este desistiu. O homem pegou na adaga no chão e com o outro braço tentou empurra-la contra a muralha, de forma a mantê-la imóvel. O seu braço estava no seu pescoço, fazendo com que esta se elevasse um pouco do chão, enquanto o outro braço se preparava para a esfaquear. Os seus pés tentavam procurar apoio no chão, movendo-se sem parar. Engoliu em seco. Quando piscou os seus olhos — agora esbugalhados —, teve dificuldade em os abrir novamente, mas de alguma forma, conseguiu. Tinha medo, mas logo pensou que podia ser agora que via os Sete. Estariam eles satisfeitos com tudo o que ela fizera na sua vida?

Mas algo aconteceu antes, e sangue fluiu da sua boca. Com um movimento que se pareceu com o de tossir, algum desse sangue voou para a cara de Roslin, que fechou de imediato os olhos. Uma espada era visível na sua barriga, ainda que estivesse totalmente escarlate. Como as suas vestes. Deslizou para o lado, afastando-se do corpo do homem. Um dos fiéis tirou a espada ensanguentada, acenando com a cabeça para ela. Tinham conseguido. — Que os Sete o abençoem. Você salvou a minha vida. — Inclinou a sua cabeça em um sinal de respeito. O líder estava morto, mas não era assim para todos. Alguns dos homens ainda se moviam. Ainda bem. Teriam um julgamento, o Pai decidiria o que lhes aconteceria. Observou os fiéis caídos, fechando os olhos de cada um deles e murmurando algumas palavras para eles. Tinham dado a sua vida enquanto defendiam a sua fé. Não podia haver melhor morte. Estava certa de que o Estranho os receberia com carinho, mesmo sabendo muito pouco dele, sabia isso.

Logo a Septã caminhava de volta para o Septo, as íris azuis fixas no pendente que sempre trazia consigo. Estava manchado de sangue.


FIM:

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[Quest OP] Pray Empty Re: [Quest OP] Pray

Mensagem por The Black Goat of Qohor Ter Out 11, 2016 7:46 pm

Avaliação de quest OP

Septã Roslin

Que texto absurdamente longo incrível, Roslin! Apesar do tamanho da narração, ela conseguiu me prender do início ao fim, de um modo extremamente envolvente. Você soube narrar os sentimentos da personagem com maestria, tornando o texto mais real e ainda melhor, além de dominar a escrita, já que não notei muitos - apenas um ou dois - erros ortográficos ou de qualquer outro tipo, não vendo assim qualquer necessidade de descontar algum ponto. Meus parabéns pela excelente narração!


Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)

Total (100/100)


+ 110% nos pontos de fama por estar no nível 0 de fama

Venenos
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
- 10% de experiência por ter a habilidade ao nível 3

Atuação
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
+ 10% de experiência por ter a habilidade ao nível 0

Argumentação
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
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Magia e Oculto
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
+ 10% de experiência por ter a habilidade ao nível 0

Recompensas
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