[RP Fechada 18+] Poisonous Woman

Terminei de me arrumar em meu quarto. Olhei-me no espelho posicionado ali, percebendo que estava conseguindo esconder o cansaço de ter dormido bem menos durante a madrugada. Porém havia sido necessário, era importante para dar prosseguimento a minha missão ali.


Pela primeira vez desde que me tornara servo de Mérope, utilizava minha roupa de assassino. Acordei duas horas antes do amanhecer. Precisava começar a conhecer detalhes que jamais descobriria através de conversas com os herdeiros de meus alvos. Não adiantaria de nada saber a rotina deles sem ter como me infiltrar de alguma forma para envenená-los. Kahlen havia me dado uma informação valiosa, precisava confirmá-la também para não haver risco de uma simples criança me atrapalhar.

Sai discretamente de meu quarto, fechando a porta, trancando-a e guardando a chave dentro de minhas vestes. Completamente negra e feita para ser silenciosa, me ajudava a ser furtivo. Ouvi o som de dois guardas se aproximando e me camuflei nas sombras, me recostando em uma parede, observando-os passar pelo corredor. Estavam despertos, provavelmente haviam acabado de começar o turno deles. Assim que sumiram ao virar em uma esquina, comecei a caminhar abaixado.

Sempre que fazia isso sentia-me bem. Andar nas sombras sem ser visto por ninguém, enquanto a maior parte das pessoas estava dormindo, Minhas únicas companheiras naquele momento eram as estrelas e a Lua que brilhavam no manto noturno. Meus passos eram cautelosos e lentos, estava levemente curvado, cada movimento era feito de modo a não fazer nenhum barulho.

Finalmente cheguei em meu destino. O corredor de acesso ao quarto do Lord Lefford e sua esposa. Não era louco de chegar mais perto do que estava agora, seus guardas com certeza guardavam a porta. Não os via de onde eu estava escondido, afinal meu objetivo ali era outro. Estava chegando a alvorada, quando Kahlen me dissera que os pais dela acordavam e tomavam sempre um copo de água cada um. Queria ver quem trazia essa água e seguir para ver aonde os copos seriam retornados. Esperei pacientemente, sempre alerta.

Meia hora depois, os primeiros raios de sol começaram a iluminar o castelo. Ouvi passos subirem as escadas e olhei naquela direção, vendo uma serva carregando dois copos com água. Sorri malicioso com aquela visão. Sendo uma mulher, dava a mim várias possibilidades, embora possivelmente ela nem saberia no dia que estava carregando a morte de seus amos. Acompanhei com o olhar ela caminhando até onde não mais a via. Minutos depois voltou com os copos vazios, descendo as escadas.

Esperei dez segundos depois dela passar e fui atrás, continuando a me camuflar no escuro. Agora haviam menos sombras, em vista do alvorecer, entretanto as que existiam, provocadas pelas colunas, eram longas e perfeitas. Logo a observei entrar na cozinha do castelo e voltei a sorrir, tomando meu caminho de volta para meu quarto.

Habilidade Treinada:

Balancei a cabeça para limpar meus pensamentos. Embora estivesse feliz com a confirmação, o que fizera de madrugada devia sumir de minha expressão. Agora era Cedric, o servo que cuidava do bem-estar da nobre. No dia anterior Mérope havia deixado combinado de que deveria a encontrar em sua estufa. Estava bastante curioso quanto a isso, não sabia quais tipos de plantas guardava ali. Podia inclusive ser útil caso precisasse fazer algo especial.

Sai do quarto, descendo as escadas e acenando sorrindo para os guardas ao passar por eles, murmurando um cumprimento após uma leve inclinação. A imagem de humildade era muito importante. Desci mais até chegar no nível do solo, caminhando então até a construção que crescia conforme me aproximava. Olhei os dois guardas posicionados na porta, que olharam para mim e me deixaram passar. Ter passe livre para entrar nos locais era ótimo.

A estufa era bastante grande. Várias plantas que eu nunca tinha visto antes, estavam ali cultivadas e visivelmente classificadas. Ouvi imediatamente o som de Mérope mexendo em alguma coisa e resolvi que deveria continuar com o papel de servo humilde. Caminhei naquela direção, olhando ao redor com uma expressão que mostrava estar fantasiado com tudo aquilo. Passei de onde ela estava, ficando agora de costas para a nobre e chamando-a enquanto continuava a andar:

- Milady Mérope...?

Chamar a herdeira Lefford de milady era uma mentira deslavada. Ela era tudo, menos uma lady casta. Ainda assim era um tratamento que um servo daria, especialmente tímido como Cedric era. Além disso, me lembrava que no quarto dela havia a provocado com sucesso chamando-a assim mesmo após mandar que eu parasse. Esperei que viesse até mim ou me chamasse, sem dar sinais de que já sabia onde estava.

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- Oh, Cedric! - Virei-me para ela, como se também tivesse tomado um susto. Notei sua mão em seu peito, de fato tinha assustado ela sem querer. Minha sorte é de que era uma nobre com senso de humor. - Venha, preciso de sua ajuda.

Assenti imediatamente ao me chamar e me direcionei a mesa. Fiquei curioso ao perceber os ingredientes ali dispostos. Dentro do mortar havia hortelã, flor de Tanásia, absinto, mel e poejo. Ver aquilo em cima da mesa me levou a uma lembrança do passado distante em Qarth. Da primeira vez que havia feito um veneno na Casa dos Homens Pesarosos. Havia feito Sonodoce, que ficava na página seguinte a que ensinava a fazer Chá de Lua. Fizera muito mais vezes a primeira, mas lembrava-me como fazer a mistura abortiva.

- Sabe alguma coisa sobre plantas?

Sua voz me trouxe de meu devaneio além de acender um alerta em minha mente. Tinha um conhecimento extenso sobre venenos, mas não podia revelá-lo a Mérope. A forma como eu deveria demonstrar experiência deveria ser muito cautelosa. Foi então que me lembrei de ter a história de ter sido servo em outro castelo antes. No qual ganhara toda a desenvoltura que tivera com a Lefford no quarto dela, e poderia ter aprendido sobre plantas. Mas definitivamente não muito. Respondi, como se estivesse encabulado:

- Sei... um pouco, milady... do outro castelo...

Era importante aparentar não gostar de falar da servidão anterior, para que não acabasse tendo que aprofundar demais a história. Mérope era educada, não me forçaria a ficar falando disso. Até porque precisava de minha ajuda no momento. Ouvi-a pedir:

- Pode me alcançar a flor de Tanásia?

Percebi os passos que estava seguindo. Eram os passos corretos. Amassava cada um dos ingredientes para os misturar nas quantidades certas depois. A receita era falsamente fácil de fazer. A combinação perfeita demandava experiência. O que diferencia um Chá de Lua que sempre funciona de um que provoca efeitos colaterais e nem sempre anula a gravidez estava nisso. Excesso de mel poderia cortar um pouco do efeito, assim como de absinto. Muito poejo ou tanásia podia causar consequências com gravidade média. Pouco deles causariam a ineficácia.

Peguei a flor que a nobre me pediu e entreguei com uma leve reverência. Olhando para as mãos dela fazendo o trabalho, percebia que definitivamente não era a primeira vez que trabalhava com isso. Havia habilidade ali. Percebi que precisava mostrar que de fato conhecia um pouco para que pudesse me dar crédito e ainda assim não chegar nem perto de desconfiar do nível de conhecimento que eu tinha.

- Flor de Tanásia... poejo... mel... está fazendo chá de Lua, milady? - O tom possuía curiosidade. Tive a ideia de então demonstrar que já ouvira falar de outros venenos ao continuar, de forma inocente: - Não precisava ir uns botões de rosa, valeriana e cascas de salgueiro junto...?

Ao mesmo tempo, fazia um teste. Se ela conhecesse como fazer sonodoce, reconheceria os ingredientes e entenderia o que o seu servo ingênuo se referia. O processo de preparo era bastante similar, simplesmente macerar, misturar e guardar em um frasco. Uma pessoa com pouca experiência naturalmente poderia se confundir. Esperei sua resposta, em minha postura indicando que estava pronto para ajudá-la mais se necessário.

Habilidade Treinada:

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Tinha arriscado um pouco mostrando conhecimento básico de venenos para Mérope. Confiava naquele momento em minha habilidade em enganá-la por não estar esperando uma mentira vinda de mim. Entretanto a vi estreitar os olhos, o que indicava que refletia sobre minha resposta, antes de responder que estava de fato fazendo chá de lua. Descobriria o que exatamente a lady estava pensando em suas próximas ações, especialmente após eu sugerir ingredientes errados. De fato, parou de preparar quando disse-os.

- Ah, é? - Vi-a se aproximar de mim e não recuei. Cedric jamais recuaria quando sua ama andasse em sua direção. Mas não segurei um suspiro longo ao sentir seu corpo contra o meu, enquanto perguntava: - Sabe um pouco sobre plantas, não é mesmo?

O toque me lembrava o dia em que tínhamos ido para a banheira dela, em seu quarto. Meu corpo imediatamente reagiu, o membro enrijecendo, indicando o quanto estava desejoso por algo do tipo. Percebei-a erguer o olhar para mim e imediatamente notei que deveria tomar cuidado com minha expressão o máximo possível.

- Parece que seus antigos senhores sabiam como preparar sonodoce. - Quando disse o nome do veneno, retribui com um olhar confuso, como se não soubesse do que se tratava. Então ela sabia sobre venenos, isso era interessante. - Há muitas maneiras de se usar, se for feito corretamente.

Senti suas mãos em meu peito me empurrando e logo senti a mesa em meu quadril. Sabia o que estava fazendo naquele momento. Estava me dominando, me colocando em uma posição onde nem que eu quisesse poderia escapar. Atrás de mim estava a sólida bancada, na minha frente a atraente Lefford. Senti seus dedos deslizarem para baixo em minha blusa, insinuantes, enquanto dizia:

- Pode ser usado para acalmar e até para aliviar alguns tremores. - Seu rosto estava muito próximo do meu. Deixei transparecer o quanto estava me controlando para não beijá-la naquele momento. Inflaria seu ego perceber o quanto tinha controle sobre o desejo de seu servo, o que deixaria-a ainda mais cega para quando eu mentisse. - Sempre achei a Valeriana interessante. A valeriana é um sonífero tão potente que em grandes quantidades e combinada com os ingredientes certos... - Senti seus lábios roçarem nos meus com o sussurro seguinte: - Seria a sua última vez.

Soltei um suspiro com a maciez deles. De fato, me provocava cada vez mais. Era praticamente impossível resistir a Mérope, cada detalhe de seu corpo me atraía. Entretanto me forcei a me concentrar no que estava tentando fazer com isso. Extrair informações de mim, provavelmente tentar medir exatamente quanto eu sabia, não suspeitando de meu disfarce.

- Entre uma dose e outra, pode ser que você tenha o pior sono ou... Parece que você já sabe do que estou falando.

Dentro de sua sedução, com certeza havia entregue em minha expressão que sabia sobre sonodoce. Me surpreendi ao sentí-la puxar minha blusa e me beijar. Retribui o beijo, fechando os olhos para sentí-lo melhor, até que a nobre o terminou. Recuperando minha recuperação, respondi, escondendo minha mentira no fato de parecer estar desconcertado pelo que fazia comigo:

- Lembro de me falarem... sobre algo do tipo... Estavam preparando para dar a uma menina que havia sido encontrada ferida e precisava adormecer... Me disseram para jamais tomar o conteúdo do frasco mais de uma ou duas doses, caso contrário poderia nunca mais acordar. Mas nunca me disseram que o nome era sonodoce...

Olhei para ela mostrando o quanto desejava outro beijo, ou algo mais. Tinha acendido em mim meu desejo, mas usava isso também para aparentar não estar pensando no que falava, o que daria crédito e faria-a acreditar com mais facilidade.

- Sempre fui de aprender rápido o que me ensinam... se quiser me ensinar a fazer algo, posso vir aqui fazer para poupar o seu tempo.

A primeira parte não era uma mentira, embora estivesse falando como se não soubesse preparar venenos. A segunda era para reforçar minha pró-atividade em serví-la. O propósito geral era que pensasse nessa minha proposta. Se aceitasse, mostraria ainda mais a mim o quanto sabia sobre o assunto, o que era realmente o que eu queria. Conseguir as informações utilizando-me de mentira era uma forma bastante eficaz quando não se é esperado que eu esteja fazendo isso. Mantinha presente em meu olhar para ela o desejo que sentia, deixando-o vacilar para o pequeno decote que sua roupa possuía antes de olhar novamente para seus olhos, encabulado por ter vacilado.

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