Fucking Princess

Zhalla observou com curiosidade a costa em que o barco onde estava se aproximava. Pentos, era uma cidade comum, com homens comuns, vivendo suas vidas comuns, mas o que diferenciava a cidade das outras? A pergunta tão óbvia era claramente respondida quando se olhava a maior das construções. Pentos era o lar de príncipes e  de um enorme dragão. Sim! Zhalla ouvira as histórias sobre o grande dragão negro que era pertencente no presente momento à princesa de Pentos, Visenya Blackfyre. Seu olhar encontrou-se com o de seu irmão mais velho, Malthar parecia tenso em retornar a cidade, motivo que ela saberia quando estivesse na presença da mulher com a qual o irmão se apaixonara nos seus tempos de exílio.

Os homens que vieram recebe-los no porto eram tão brancos quanto as nuvens que pintavam os céus pela manhã, eles estranharam também a cor da pele da princesa, mas não tanto quanto observaram a roupa que ela vestia, um fino e delicado vestido de seda em tons rosado, transparente e que deixava boa parte da pele negra de Zhalla a mostra e uma capa de penas tão coloridas quanto o arco íris, é claro que ela havia tomado o cuidado de cobrir sua parte íntima depois que soube que nas cidades livres a exposição do corpo nu perante a realeza era visto com maus olhos, o que ela achou ser uma grande besteira, os deuses se agradavam com o corpo nu, a beleza deveria ser cultuada. Malthar estava vestido com um homem de Pentos e ela franziu o nariz ao ver aquela cena, mas decidiu não se pronunciar sobre as vestimentas do irmão na frente dos estrangeiros.

O caminho da costa até o castelo não era longe, porém ir dentro de um espaço tão pequeno e sufocante tornou o que era para ser um curto período em algo que parecia a eternidade. Zhalla não saberia dizer o que a transportava, parecia uma cesta só que maior e mais decorada, em Koj eles se locomoviam a cavalos, Koj tinha os mais variados garanhões selvagens e que ofereciam aos ilhéus um transporte rápido e menos desconfortável. Apesar das queixas de Zhalla, Malthar parecia tranquilo e até habituado, ela começou a se perguntar quantas vezes ele já havia viajado naquela “cesta”.

Finalmente chegaram ao destino, após muito sacolejo e reclamações. O lugar era enorme e belo, aos olhos da princesa, um homem com vestes engraçadas veio ao encontro dos príncipes e os guiou pelo átrio que formava a entrada do castelo, os levando em direção a uma sala lindamente decorada com tapeçarias e no recinto havia uma bela mulher. A julgar pela reação instantânea de seu irmão, Zhalla logo percebeu que se tratava da grande paixão dele e reprimiu um sorrisinho debochado enquanto o fitava. Um homem levantou-se e começou a apresentar os dois irmãos, a princesa de Koj fez uma careta quase imperceptível e se virou para a nobre que estava no salão. Visenya era tão bela quanto o pôr do sol, sua pele alva parecia reluzir com o sol que estava por entre as persianas que cobriam as janelas e logo viu o por que do irmão se apaixonar pela princesa de Pentos.

- É um prazer para nós que esteja nos recebendo em seu lar, Visenya. - Zhala começou a se pronunciar após o silêncio repentino de Malthar, não usou o título de princesa, não era necessário. - Fiquei feliz e um tanto surpresa ao ver que havia respondido meu corvo tão rapidamente para  que finalmente pudêssemos marcar este encontro. – Zhalla se pronunciou perante ao término da fala da princesa, seu sotaque era tão óbvio quanto o desejo no olhar de Malthar, diferente das cidades livres e afins, as ilhas de verão possuíam uma língua própria e mesmo possuindo sabedoria mediante aos seus anos de estudo, Zhalla ainda deixava escapar o sotaque de origem, coisa que para ela não se tratava de gafe e sim de orgulho. Acompanhando seu irmão, ela sentou-se onde a princesa havia apontado ficando defronte a ela e serviu-se de vinho tal como seu irmão. O vinho era doce e tinha um cheiro incomum, o cálice era claramente de ouro e era adornado com vários detalhes. Seu olhar seguiu o da princesa enquanto ela comentava sobre a realeza das ilhas de verão e logo viu onde foi repousado, bebericou o vinho escondendo o riso e aguardou seu irmão se pronunciar, temendo que ele tivesse perdido a fala diante de Visenya.