[Quest Narrada] Names

Como de costume, os ventos não pareciam trazer bons presságios. Aquela brisa da manhã que tocava o rosto da moça parecia até irritar a sua marca no rosto, que a privava de ter um nome, de ter respeito. A proporcionava apenas os olhares maldosos desde os 5 ou 6 anos. A vida de Lairell de Volantis se limitava às crenças em que não tinha fé, aos líderes a que não se reverenciava. O dinheiro sempre foi o guia de suas atitudes tomadas. Como uma verdadeira mercenária, mesmo por mais nova que fosse, sabia escolher bem os seus trabalhos, fossem de roubos, assassinatos ou qualquer outro dever sujo que rendesse ouro.

O dia amanhecia sem nenhuma nuvem no céu. O tempo não era dos mais quentes, mas a maresia trazia das águas o calor que a terra não conseguia manter durante a noite. O sol já estava praticamente todo acima do horizonte. Não se ouvia pássaros naquela região, talvez fosse a poluição sonora que crentes e comerciantes faziam, um tentando se sobressair sobre o outro.

Acordara numa pequena estalagem a qual tinha, sorrateiramente, invadido para que pudesse descansar por uma noite, até porque no dia seguinte iria sair a procura de um novo trabalho. Lairell mantinha em mente sempre uma imagem, e para alcançá-la, tinha de sobreviver, custe o que custasse. Ao sair da estalagem sem ser percebida, acabou por dar-se num beco pouco iluminado. Havia um pequeno panfleto, um nome estava escrito nele. Gilliard Hutt, visto em Volantis. E abaixo do nome: "Recompensa: Indefinida". Aquele era um nome que chamava atenção da moça, principalmente o sobrenome do sujeito. Hutt. Ela se lembrava muito bem... Era o mesmo nome de seu ex-proprietário, aquele que lhe proporcionara todo o inferno que era a sua realidade. O ódio parecia aflorar em sua pele.

O intrigante era: Lairell não sabia que o seu ex-senhor tinha algum descendente. E também, não sabia sequer quem era esse sujeito a ser procurado em Volantis. Pelos seus conhecimentos como mercenária, sabia que devia ser alguém, no mínimo, importante, até porque uma recompensa indefinida não atraía qualquer mercenário, apenas aqueles ousados o suficiente e, muitas vezes, os melhores. Lairell retirou o papel da parede em que estava preso e saiu do beco. Sentiu o sol bater em seu rosto. Seus ruivos cabelos se iluminaram, suas pálpebras cerraram-se momentaneamente, para que pudesse se adaptar à claridade.

Deu alguns passos para a rua. Ela estava movimentada. Tantas pessoas falavam que os barulhos transformavam-se em ruídos. Mas algo lhe chamou a atenção. Um homem parecia perguntar, desesperadamente, para diversas pessoas na rua, parando-as. Ele tinha pequenas lágrimas em seu rosto. Lairell então sentiu um frio em todo o seu corpo, ao ter a impressão que nos lábios do tal homem soava, mais alto que todos os sons de Volantis: "Laurell".


+ Ao final dos posts, você deve lançar 1d20

+ Esta é uma quest narrada de dificuldade média para Lairell de Volantis.

+ Você tem pleno controle de seus movimentos e atitudes. Pode ir para qualquer lado, fazer o que quiser. A aventura segue de acordo com as suas decisões e claro, do mundo que a rodeia. Fique atenta.

+ No mínimo 1 post a cada 4 dias

+ Não use templates muito pequenos nem cores cegantes.

+ Assim que postar, avise por MP.

+ Making your own decisions, making your own luck.

No meio da multidão, o avançar de Lairell não chamava muita atenção. A mercenária percebia o homem a quem encurralava. Tinha cabelos em tons de roxo. Seus olhos eram negros, como nunca visto antes. Sentia no seu respirar um hálito acre, como o de alguém que viajara de longe e há tempos não bebia algo forte para disfarçar. Os olhos do homem estavam na mesma altura dos de Lairell. As lágrimas escorriam em seu rosto. A sua visão estava turva, mas quando conseguiu focar em Lairell, ouvi-a se apresentando como a tal Laurell. A testa do homem se franziu, como se não estivesse entendo o que acontecia ali.

Num movimento um bocado previsível e lento, ele apoiou sua mão sobre o tronco de Lairell e afastou-a de seu pescoço, como numa tentativa de evitar qualquer violência. Ao manter uma distância de alguns palmos da mercenária, passou o braço no rosto, para secar as lágrimas que percorriam um caminho em seu rosto. Colocou sua mão no pescoço, aliviando a pressão que sentira antes com a abordagem nem um pouco gentil da moça.

- Está maluca, moça? Eu nem te conheço...

Pareceu tentar analisar Lairell. Suas vestimentas, seu cabelo, seu olhar. Ela não era uma mulher como tantas em Volantis. Foi então que notou uma marca no rosto da mulher e deu um pequeno passo para trás, porém sendo travado pela parede.

- Eu estou procurando a minha mulher... Brigamos há 3 dias, ela saiu de casa e não voltou até agora... Não quero mal à ninguém... - dizia, em tom de alguém que se sentia ameaçado.

Era possível perceber que o homem estava na defensiva. Parecia ter os seus 40 e poucos anos. Sua barba poderia fazer com que aparentasse um tanto mais velho, mas nada além do que a dor da vida lhe trouxe ao corpo. Pouco a pouco o corpo do homem foi se descolando da parede a que se apoiava. Olhava para os lados, como se pensasse em fugir ou algo parecido.

- Há alguém procurando você também?

Essa frase parecia um tanto quanto suspeita. Era sabido por todos em Volantis que muitos eram os grupos que sequestravam pessoas das mais diversas em busca de trabalhadores, uma espécie de simpatizantes ao trabalho escravo. E por algum motivo, eles marcavam algumas pessoas, como se aquelas fossem escolhidas para serem aprisionadas. De um jeito ou de outro, o homem parecia ter associado a marca no rosto de Lairell com aquela onda de sequestros. E por acaso, era esse o medo dele, que sua mulher tivesse sido levada. A mercenária parecia entender aquilo, apenas no olhar dele.


+ Você acaba de perceber que a tal Laurell não é a sua irmã, afinal de contas, o marido da tal Laurell mostrou nenhuma impressão de familiarização.

+ Making your own decisions, making your own luck.