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[RP Fechada - "Flashback"] Dear Diary
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Dear Diary
RPfechada, que começará com o post de Syndor. Participam Syndor. A história se passa em Yi Ti, porém está sendo contada por Syndor lá de Bravos.
- Uma mensagem do narrador que não narra essa aventura:
- Histórias. Podem ser verdade, podem ser mentira. Afinal de contas, quem confiaria num Homem Sem Rosto? Imagine o leitor que nem eu, que acompanho as aventuras do nosso herói, sei se posso confiar no que Syndor escreve a seguir. Boa sorte.
Syndor
Homem Sem Rosto
Histórias. Podem ser verdade, podem ser mentira. Afinal de contas, quem confiaria num Homem Sem Rosto? Imagine o leitor que nem eu, que acompanho as aventuras do nosso herói, sei se posso confiar no que Syndor escreve a seguir. Boa sorte.
O Alquimista
Pensei muito se deveria contar às folhas maltratadas de um livro que nunca mais seria aberto as aventuras e bizarrices que já vi nesse mundo. O primeiro impasse foi a questão das letras. Aprendi a ler e escrever há tanto tempo que agora a tinta parece tremer em insegurança – um tremor físico e mental. Bastou, porém, a invenção de uma desculpa; para os que reclamam de minhas palavras: é um estilo literal – se é que isso existe. E claro, vale lembrar que ninguém irá abrir esse livro (na realidade, foi isso que realmente me livrou do primeiro impasse). O segundo foi a ideia de criar algo. Sei muito bem como matar, exterminar, fazer sumir; não fazer existir. Oh, uma ideia me vem à mente. Vou contar-lhes a história de quando conheci o homem que me mostrou a arte da criação, o Alquimista!
Tudo se passou em Yi Ti, terra tão distante de Bravos. Lá estava para conhecer e prestar homenagens a uma das muitas faces de meu Senhor, a do Leão da Noite. Como se sucedeu toda a viagem e o meu contato com um dos rostos da morte não é importante no momento. Enquanto arranjava provisões para o retorno a Bravos, num comércio de uma cidadela qualquer, vi, no meio daquela multidão característica, um ser encapuzado.
Ele posicionou-se ao meu lado. À nossa frente uma barraca de utensílios feitos em metal. Eu escolhia alguma pequena faca da qual faria bom uso em refeições da viagem. O dono da barraca – um ser simpático de longos cabelos negros e olhos azuis brilhantes – oferecia uma infinidade de produtos. Desde os mais inofensivos, como colheres, até os mais sanguinários, como adagas com evidentes marcas de vidas anteriores.
Não pude evitar, olhei para o lado. Debaixo daquele capuz, olhos pequenos e quase cerrados, um bigode fino e longo, lábios estreitos. Sua feição me era inédita. Tudo bem, eu devia ter puros vinte e dois anos na época, mas ainda assim, ele era peculiar. Podia ser o olhar. Havia algum quê de... Loucura?
O homem pegou uma adaga. Até aí, normal. O que impressionou foi o estado do metal. Todo enferrujado, fino, e evidentemente de péssima qualidade. Analisou-o bem e sorriu. Pensei que devolveria aquilo, mas, pelo contrário, retirou do bolso uma pequena moeda de bronze e jogou-a para o vendedor. Eu já não entendia mais nada. Ele usaria aquilo, por acaso, para matar alguém de tétano?
Imprudente, inconsequente – comecei a seguir o homem. Paguei pela faquinha que me pareceu mais simpática e virei para a multidão. Mesmo naquele formigueiro de cabeças humanas, o odor daquele que eu viria a conhecer como O Alquimista era perceptível de longe, deixava um rastro no ar.
De repente, ele entrou num beco. Graças às construções, uma penumbra escondia o homem como a noite esconde (ou tenta esconder) os pecados. Mas, como vocês bem sabem, olhos treinados podem ver na penumbra tanto quanto podem ver os pecados (Ok, farei menos comparações malucas).
Sabia bem, porém, que entrar no beco não era uma boa ideia. Correria o risco de ser percebido antes da hora. Por sorte – ou não, afinal, quando se tratando daquele homem, tudo poderia ter sido arquitetado pelo próprio –, numa das construções que limitavam o beco, havia uma escada externa que levaria até a cobertura. Dali conseguiria ver o homem. Assim o fiz. E ao olhar para baixo, onde só imperava a escuridão, uma das imagens mais belas surgiu.
Sequer sei se conseguirei passar em palavras a sequência que vi. Inicialmente as mãos do homem começaram a brilhar. Não num brilho escancarado, mas sutil, suficiente para confortar os olhos, não os maltratar. A luminescência passou das mãos para algumas linhas na capa e no capuz, como se fossem ondas de energia. Num súbito, as luzes se apagaram e tudo o que restou para minha visão era a fraca silhueta do encapuzado. Essa silhueta foi tornando-se cada vez mais delimitada e detalhada. De início, pensei que eram meus olhos se esforçando para ver além do que já tinha reconhecido. Só alguns segundos depois ficou evidente que um novo brilho começava a surgir. Dessa vez, não estava em suas mãos nem em sua capa. Era algum objeto que segurava. Forcei os olhos para identificar tal objeto e... A adaga! Sim, era aquela adaga toda maltratada da barraca. Já me imaginava como um tolo: “Uma adaga mágica, óbvio! Como não pensei nisso antes?” Chega! Não podia ficar me distraindo com pensamentos inúteis, era preciso ver qual o efeito da tal magia. A luz que a adaga emanava era esverdeada e tomava um tom amarelado no fio da lâmina. Algo curioso: apenas a parte com metal parecia brilhar, o couro mantinha-se normal, se é que posso falar isso de qualquer coisa dali. Pouco a pouco o amarelo foi tomando toda a lâmina. Enquanto tudo isso acontecia, o homem não movia um fio de cabelo, estava ali, ereto, imerso no oculto.
Enfim, a luz se apagou quando a cor amarela exterminou o esverdeado. E assim ele voltou a andar, em direção à outra entrada do beco. Acompanhei-o nos passos, porém do outro lado não havia escada alguma. No momento, o que eu viria a fazer pareceu-me uma boa ideia, mas agora, muito tempo depois (é o famigerado Hindsight is 20/20), admito que me desesperei. Pois saibam, eu pulei lá de cima. Não eram mais do que 4 metros, mas foi o suficiente para perder a noção de espaço e chegar ao chão com o rosto batendo na parede.
Ali, com a bochecha sangrando, vi o homem – o claro do dia já extinguia parte da penumbra do beco (estávamos quase na rua) – e duas coisas me chamaram a atenção. A primeira, claro, a adaga. Nem sabia dizer se era a mesma adaga. Agora o metal era todo elaborado e bem delineado, em tons de ônix. A segunda, os olhos do encapuzado. Antes pareciam loucos, no entanto, não era loucura, era saber. Muitas são as confusões feitas entre o louco e o sábio. Eu, por acaso, já fui chamado inúmeras vezes de sábio.
– Quem é você? – indaguei, estupefato.
Tudo se passou em Yi Ti, terra tão distante de Bravos. Lá estava para conhecer e prestar homenagens a uma das muitas faces de meu Senhor, a do Leão da Noite. Como se sucedeu toda a viagem e o meu contato com um dos rostos da morte não é importante no momento. Enquanto arranjava provisões para o retorno a Bravos, num comércio de uma cidadela qualquer, vi, no meio daquela multidão característica, um ser encapuzado.
Ele posicionou-se ao meu lado. À nossa frente uma barraca de utensílios feitos em metal. Eu escolhia alguma pequena faca da qual faria bom uso em refeições da viagem. O dono da barraca – um ser simpático de longos cabelos negros e olhos azuis brilhantes – oferecia uma infinidade de produtos. Desde os mais inofensivos, como colheres, até os mais sanguinários, como adagas com evidentes marcas de vidas anteriores.
Não pude evitar, olhei para o lado. Debaixo daquele capuz, olhos pequenos e quase cerrados, um bigode fino e longo, lábios estreitos. Sua feição me era inédita. Tudo bem, eu devia ter puros vinte e dois anos na época, mas ainda assim, ele era peculiar. Podia ser o olhar. Havia algum quê de... Loucura?
O homem pegou uma adaga. Até aí, normal. O que impressionou foi o estado do metal. Todo enferrujado, fino, e evidentemente de péssima qualidade. Analisou-o bem e sorriu. Pensei que devolveria aquilo, mas, pelo contrário, retirou do bolso uma pequena moeda de bronze e jogou-a para o vendedor. Eu já não entendia mais nada. Ele usaria aquilo, por acaso, para matar alguém de tétano?
Imprudente, inconsequente – comecei a seguir o homem. Paguei pela faquinha que me pareceu mais simpática e virei para a multidão. Mesmo naquele formigueiro de cabeças humanas, o odor daquele que eu viria a conhecer como O Alquimista era perceptível de longe, deixava um rastro no ar.
De repente, ele entrou num beco. Graças às construções, uma penumbra escondia o homem como a noite esconde (ou tenta esconder) os pecados. Mas, como vocês bem sabem, olhos treinados podem ver na penumbra tanto quanto podem ver os pecados (Ok, farei menos comparações malucas).
Sabia bem, porém, que entrar no beco não era uma boa ideia. Correria o risco de ser percebido antes da hora. Por sorte – ou não, afinal, quando se tratando daquele homem, tudo poderia ter sido arquitetado pelo próprio –, numa das construções que limitavam o beco, havia uma escada externa que levaria até a cobertura. Dali conseguiria ver o homem. Assim o fiz. E ao olhar para baixo, onde só imperava a escuridão, uma das imagens mais belas surgiu.
Sequer sei se conseguirei passar em palavras a sequência que vi. Inicialmente as mãos do homem começaram a brilhar. Não num brilho escancarado, mas sutil, suficiente para confortar os olhos, não os maltratar. A luminescência passou das mãos para algumas linhas na capa e no capuz, como se fossem ondas de energia. Num súbito, as luzes se apagaram e tudo o que restou para minha visão era a fraca silhueta do encapuzado. Essa silhueta foi tornando-se cada vez mais delimitada e detalhada. De início, pensei que eram meus olhos se esforçando para ver além do que já tinha reconhecido. Só alguns segundos depois ficou evidente que um novo brilho começava a surgir. Dessa vez, não estava em suas mãos nem em sua capa. Era algum objeto que segurava. Forcei os olhos para identificar tal objeto e... A adaga! Sim, era aquela adaga toda maltratada da barraca. Já me imaginava como um tolo: “Uma adaga mágica, óbvio! Como não pensei nisso antes?” Chega! Não podia ficar me distraindo com pensamentos inúteis, era preciso ver qual o efeito da tal magia. A luz que a adaga emanava era esverdeada e tomava um tom amarelado no fio da lâmina. Algo curioso: apenas a parte com metal parecia brilhar, o couro mantinha-se normal, se é que posso falar isso de qualquer coisa dali. Pouco a pouco o amarelo foi tomando toda a lâmina. Enquanto tudo isso acontecia, o homem não movia um fio de cabelo, estava ali, ereto, imerso no oculto.
Enfim, a luz se apagou quando a cor amarela exterminou o esverdeado. E assim ele voltou a andar, em direção à outra entrada do beco. Acompanhei-o nos passos, porém do outro lado não havia escada alguma. No momento, o que eu viria a fazer pareceu-me uma boa ideia, mas agora, muito tempo depois (é o famigerado Hindsight is 20/20), admito que me desesperei. Pois saibam, eu pulei lá de cima. Não eram mais do que 4 metros, mas foi o suficiente para perder a noção de espaço e chegar ao chão com o rosto batendo na parede.
Ali, com a bochecha sangrando, vi o homem – o claro do dia já extinguia parte da penumbra do beco (estávamos quase na rua) – e duas coisas me chamaram a atenção. A primeira, claro, a adaga. Nem sabia dizer se era a mesma adaga. Agora o metal era todo elaborado e bem delineado, em tons de ônix. A segunda, os olhos do encapuzado. Antes pareciam loucos, no entanto, não era loucura, era saber. Muitas são as confusões feitas entre o louco e o sábio. Eu, por acaso, já fui chamado inúmeras vezes de sábio.
– Quem é você? – indaguei, estupefato.
- Habilidade Treinada:
- Magia e Oculto
- O que pode ser útil de ser dito:
- Primeiramente, esse é um texto escrito pelo Syndor, ou seja, as dúvidas apresentadas são as do personagem, como ele achando que a adaga era mágica, quando era apenas um Alquimista transformando um metal no outro. Em segundo, escrevi esse post num tom de "faz de conta". Na verdade, isso se dá em poucos momentos, como em "Agora o metal era todo elaborado e bem delineado", por tanto, não precisa estranhar. Acho que é isso, obrigado por ler, avaliador querido (tô puxando saco mesmo, 1bj)
1014 words for GD&TOP
XIII
Última edição por Syndor em Sáb Nov 19, 2016 4:18 pm, editado 2 vez(es)
Syndor
Homem Sem Rosto
Avaliação de treino de habilidade
SYNDOR
SYNDOR
Um treino com uma criatividade incrível! Realmente gostei de como fez esse treino, a condução e escrita do mesmo. Com palavras leves o que tornou toda a leitura agradável, deixando o leitor com curiosidade dos fatos que se seguiriam. Achei o template um tanto estreito demais, dificultando um pouco a estética e assim a leitura.
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
0 % de experiência por ter a habilidade no nível 1
+ 7% de experiência pelo dote inicial
Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)
Total (100/100)
+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
0 % de experiência por ter a habilidade no nível 1
+ 7% de experiência pelo dote inicial
Recompensas
+ 137 pontos de experiência em Magia e Oculto
Imagem :
Mensagens : 233
Nome do jogador : Leimann
Dragões de ouro : 00
Veados de prata : 00
Estrelas de cobre : 00
Idade : 00
Salário extra : 0%
The Maiden Made of Light
Deuses
Histórias. Podem ser verdade, podem ser mentira. Afinal de contas, quem confiaria num Homem Sem Rosto? Imagine o leitor que nem eu, que acompanho as aventuras do nosso herói, sei se posso confiar no que Syndor escreve a seguir. Boa sorte.
O Alquimista
Curiosa a forma como nossa mente funciona. Existem coisas que eu gostaria tanto de esquecer e por mais que eu tente, elas não deixam a minha memória. Há, entretanto, momentos que eu gostaria de lembrar, ter ciência, mas parecem fugir à minha capacidade. Um desses momentos foi logo após eu interceptar o Alquimista. Lembra-se? Pulei à sua frente e perguntei quem era. Tinha acabado de vê-lo transformar uma adaga toda destruída em uma muito bem trabalhada. Pois, o que aconteceu depois disso eu não sei.
Sei que tudo apagou. Quando acordei, estava num local escuro, o chão e as paredes eram feitos de tijolos e nestes as correntes que prendiam minhas mãos e meus pés tilintavam melancolicamente. Minha cabeça estava pesada e a noção de tempo já não era uma de suas habilidades. Tanto podia ser dia como podia ser noite, afinal, só havia uma fraca vela no fim daquele cômodo em que eu estava preso. A luminosidade oscilava.
Reparei a forma como estava preso. Os braços paralelos à parede em que eu apoiava o corpo. As pernas estavam abertas num ângulo quase desconfortável e as correntes não permitiam movimentos maiores. Por um momento temi pelo que tinha acontecido comigo enquanto estava apagado. Ali, de pernas abertas? Era de se assustar, mas nada ocorreu e mesmo se tivesse ocorrido eu não iria lhe contar, fique tranquilo.
De repente, uma porta se abre. Sequer sabia que havia ali uma porta e dela saía o homem responsável por tudo aquilo. Seus olhos estreitos depararam-se com os meus. Tentava imaginar o que se passava na mente dele. Poderia ser alguma espécie de masoquista e gostava de ver pessoas sofrendo em cômodos escuros como aqueles, sim, mas não me parecia, afinal, não havia ninguém além de mim naquela sala, nenhum outro preso. Antes mesmo que pudesse imaginar outra hipótese, ouvi sua voz.
– Quem é você?
– Acho que você me deve a resposta dessa mesma pergunta, meu senhor.
Talvez não tivesse sido a melhor ideia dizer aquilo, eu estava acorrentado no final das contas. Pensei que veria alguma reação nos olhos do homem, porém nada apareceu. Ele apenas continuou me encarando, parado, como se não tivesse ouvido o que eu tinha dito.
– Meu senhor, poderia me livrar dessas correntes? Estão me machucando.
E estavam mesmo. Nunca gostei de ser acorrentado. Certa vez, quase fui vendido como escravo, acredita? Mas essa história fica pra depois. Voltando ao Alquimista, ele não parecia se incomodar com o que eu falava ou com o fato de eu não ter respondido à sua pergunta. A primeira reação dele foi de alguns passos até a mesa em que se apoiava a única fonte de luz do local. Pensei que pudesse apagá-la, já até tinha ouvido falar de tipos de tortura em que deixam o sujeito no escuro total. Mas não foi isso que ele fez. Da mesa, pegou um frasco e a vela e, com pequenos passos muito silenciosos – fato que eu estranhei um bocado –, começou a se aproximar de mim.
Como eu estava sentado, meus olhos acompanhavam num movimento ascendente a aproximação do homem. De onde estava, não conseguia ver o que tinha no tal frasco. Quando chegou bem perto de mim, acocorou-se e me encarou. As formas de seu rosto ficavam mais assustadoras com aquela luz que o atingia de baixo para cima. Os olhos pareciam mais profundos do que eram à luz do dia. Tentei ser simpático, portanto, dei um sorriso.
– Você não precisa me manter assim, meu senhor.
Ele olhou para as próprias mãos, mais diretamente para o conteúdo do frasco. Nele um líquido verde quase brilhante estava contido. O que era aquilo, alguma espécie de elixir? Um veneno me parecia menos improvável. E ainda sim improvável. Se ele pretendesse me matar, por que o faria com veneno, se estava livre para passar uma faca em minha garganta? Bom, não sei.
– Meu povo chama isto de “A Substância”. Os outros chamam de fogovivo. Já ouviu falar?
Já tinha ouvido sim, mas fiz que não com a cabeça, queria ver aonde ele iria com aquela conversa.
– Um líquido extremamente instável que quando em chamas nunca se apaga até consumir tudo ao seu redor. Dizem que reis do Continente do Oeste utilizam dessa substância para queimar seus inimigos. Já foi utilizado em guerras. Ah... Sim... Guerras marítimas. Isto incendeia inclusive na água, na pedra, em qualqu - interrompi-o em desespero
– Meu nome é Syndor
– Já é tarde, “Syndor”, você teve a chance de responder a isso antes. Agora...
Ele colocou a vela no chão e iluminou os tijolos. Eram de uma cor branca e sobre eles, numa única linha verde, eu estava rodeado. Senti meu corpo encolher-se, como se tentasse – involuntariamente – se afastar daquela ameaça. Sequer sabia se aquilo era mesmo fogovivo, afinal, já não teria incendiado, já que era tão instável?
– Não se preocupe, acabei de fazê-la, ou seja, não vai se incendiar a esmo. Porém, acho que não devia estar aproximando tanto esta vela, não é? Creio que você não queimaria imediatamente, pois, até onde me parece, você não chegou a tocá-la, mas iria assar quando as chamas o encurralassem. Eu nunca vi isso acontecer, admito...
Concluía ali que ele era mesmo maluco. E o pior, eu iria morrer se não conseguisse contornar sua loucura. Ainda se tivesse uma mariola para entregar-lhe, mas não, era preciso ver o que ele queria. Vi o seu levantar e foi até a mesa retornar o frasco e a vela. Suspirei, em alívio.
– Ora, se eu fosse você não ficava respirando assim tão pesadamente perto da substância, hein? Ela vai se tornando mais e mais instável com o passar do tempo. Aliás, só está nesse estado graças aos meus tijolos – bateu o pé no chão – Agora, me responda, Syndor, o que você estava fazendo ao me seguir?
Tive de pensar muito bem na resposta que daria ali. Você já deve ter percebido que aquele homem não deixaria nenhuma outra resposta debochada sair da minha boca, porém o Syndor daquela época não era tão perspicaz quanto você.
– Queria um beijo, o que acha que poderia ser? - fiz um biquinho ainda, que idiotice.
O rosto do homem contorceu-se. Não em raiva, não em falta de paciência. Apenas em decepção. Pegou a vela novamente e a trouxe para perto de mim. Começou a torná-la. A chama mantinha-se na vertical, enquanto todo o resto ficava cada vez mais próximo da horizontal. A cera derretida e fervente, inclusive.
– Perdão, meu senhor, eu estava curioso. Vi-o comprando a adaga e estranhei, principalmente quando vi o seu olhar, consegue entender? – notei que o movimento de sua mão tinha parado – E depois que o vi no beco transformando aquela adaga, tive de interceptá-lo. - nunca tinha falado tão rápido em minha vida, esse tal de desespero...
Aquela história fazia sentido? Eu achei que sim, por um momento. Breve momento, pois foi só até o homem torcer a boca e soltar a vela sobre a mancha verde que me envolvia. Pois é, isso aconteceu.
Sei que tudo apagou. Quando acordei, estava num local escuro, o chão e as paredes eram feitos de tijolos e nestes as correntes que prendiam minhas mãos e meus pés tilintavam melancolicamente. Minha cabeça estava pesada e a noção de tempo já não era uma de suas habilidades. Tanto podia ser dia como podia ser noite, afinal, só havia uma fraca vela no fim daquele cômodo em que eu estava preso. A luminosidade oscilava.
Reparei a forma como estava preso. Os braços paralelos à parede em que eu apoiava o corpo. As pernas estavam abertas num ângulo quase desconfortável e as correntes não permitiam movimentos maiores. Por um momento temi pelo que tinha acontecido comigo enquanto estava apagado. Ali, de pernas abertas? Era de se assustar, mas nada ocorreu e mesmo se tivesse ocorrido eu não iria lhe contar, fique tranquilo.
De repente, uma porta se abre. Sequer sabia que havia ali uma porta e dela saía o homem responsável por tudo aquilo. Seus olhos estreitos depararam-se com os meus. Tentava imaginar o que se passava na mente dele. Poderia ser alguma espécie de masoquista e gostava de ver pessoas sofrendo em cômodos escuros como aqueles, sim, mas não me parecia, afinal, não havia ninguém além de mim naquela sala, nenhum outro preso. Antes mesmo que pudesse imaginar outra hipótese, ouvi sua voz.
– Quem é você?
– Acho que você me deve a resposta dessa mesma pergunta, meu senhor.
Talvez não tivesse sido a melhor ideia dizer aquilo, eu estava acorrentado no final das contas. Pensei que veria alguma reação nos olhos do homem, porém nada apareceu. Ele apenas continuou me encarando, parado, como se não tivesse ouvido o que eu tinha dito.
– Meu senhor, poderia me livrar dessas correntes? Estão me machucando.
E estavam mesmo. Nunca gostei de ser acorrentado. Certa vez, quase fui vendido como escravo, acredita? Mas essa história fica pra depois. Voltando ao Alquimista, ele não parecia se incomodar com o que eu falava ou com o fato de eu não ter respondido à sua pergunta. A primeira reação dele foi de alguns passos até a mesa em que se apoiava a única fonte de luz do local. Pensei que pudesse apagá-la, já até tinha ouvido falar de tipos de tortura em que deixam o sujeito no escuro total. Mas não foi isso que ele fez. Da mesa, pegou um frasco e a vela e, com pequenos passos muito silenciosos – fato que eu estranhei um bocado –, começou a se aproximar de mim.
Como eu estava sentado, meus olhos acompanhavam num movimento ascendente a aproximação do homem. De onde estava, não conseguia ver o que tinha no tal frasco. Quando chegou bem perto de mim, acocorou-se e me encarou. As formas de seu rosto ficavam mais assustadoras com aquela luz que o atingia de baixo para cima. Os olhos pareciam mais profundos do que eram à luz do dia. Tentei ser simpático, portanto, dei um sorriso.
– Você não precisa me manter assim, meu senhor.
Ele olhou para as próprias mãos, mais diretamente para o conteúdo do frasco. Nele um líquido verde quase brilhante estava contido. O que era aquilo, alguma espécie de elixir? Um veneno me parecia menos improvável. E ainda sim improvável. Se ele pretendesse me matar, por que o faria com veneno, se estava livre para passar uma faca em minha garganta? Bom, não sei.
– Meu povo chama isto de “A Substância”. Os outros chamam de fogovivo. Já ouviu falar?
Já tinha ouvido sim, mas fiz que não com a cabeça, queria ver aonde ele iria com aquela conversa.
– Um líquido extremamente instável que quando em chamas nunca se apaga até consumir tudo ao seu redor. Dizem que reis do Continente do Oeste utilizam dessa substância para queimar seus inimigos. Já foi utilizado em guerras. Ah... Sim... Guerras marítimas. Isto incendeia inclusive na água, na pedra, em qualqu - interrompi-o em desespero
– Meu nome é Syndor
– Já é tarde, “Syndor”, você teve a chance de responder a isso antes. Agora...
Ele colocou a vela no chão e iluminou os tijolos. Eram de uma cor branca e sobre eles, numa única linha verde, eu estava rodeado. Senti meu corpo encolher-se, como se tentasse – involuntariamente – se afastar daquela ameaça. Sequer sabia se aquilo era mesmo fogovivo, afinal, já não teria incendiado, já que era tão instável?
– Não se preocupe, acabei de fazê-la, ou seja, não vai se incendiar a esmo. Porém, acho que não devia estar aproximando tanto esta vela, não é? Creio que você não queimaria imediatamente, pois, até onde me parece, você não chegou a tocá-la, mas iria assar quando as chamas o encurralassem. Eu nunca vi isso acontecer, admito...
Concluía ali que ele era mesmo maluco. E o pior, eu iria morrer se não conseguisse contornar sua loucura. Ainda se tivesse uma mariola para entregar-lhe, mas não, era preciso ver o que ele queria. Vi o seu levantar e foi até a mesa retornar o frasco e a vela. Suspirei, em alívio.
– Ora, se eu fosse você não ficava respirando assim tão pesadamente perto da substância, hein? Ela vai se tornando mais e mais instável com o passar do tempo. Aliás, só está nesse estado graças aos meus tijolos – bateu o pé no chão – Agora, me responda, Syndor, o que você estava fazendo ao me seguir?
Tive de pensar muito bem na resposta que daria ali. Você já deve ter percebido que aquele homem não deixaria nenhuma outra resposta debochada sair da minha boca, porém o Syndor daquela época não era tão perspicaz quanto você.
– Queria um beijo, o que acha que poderia ser? - fiz um biquinho ainda, que idiotice.
O rosto do homem contorceu-se. Não em raiva, não em falta de paciência. Apenas em decepção. Pegou a vela novamente e a trouxe para perto de mim. Começou a torná-la. A chama mantinha-se na vertical, enquanto todo o resto ficava cada vez mais próximo da horizontal. A cera derretida e fervente, inclusive.
– Perdão, meu senhor, eu estava curioso. Vi-o comprando a adaga e estranhei, principalmente quando vi o seu olhar, consegue entender? – notei que o movimento de sua mão tinha parado – E depois que o vi no beco transformando aquela adaga, tive de interceptá-lo. - nunca tinha falado tão rápido em minha vida, esse tal de desespero...
Aquela história fazia sentido? Eu achei que sim, por um momento. Breve momento, pois foi só até o homem torcer a boca e soltar a vela sobre a mancha verde que me envolvia. Pois é, isso aconteceu.
- Habilidade Treinada:
- Magia e Oculto
- O que pode ser útil de ser dito:
- Syndor começou a aprender sobre o fogovivo, ou seja, Magia (ou quase)
1185 words for GD&TOP
XIII
Syndor
Homem Sem Rosto