[RP Fechada] A game of shadows

A GAME OF SHADOWS

Esta é uma RP FECHADA e conta com a participação de Hades Waynwood, Holland Royce e Cyrenna Arryn. Se passa na sala do trono do Ninho da Águia em mais uma manhã fria.  

Waynwood
 

Os anos não haviam deixado o outrora Protetor do Leste mais conformado. Damon estava mais tranquilo, e passava seus dias em profundo deleite na companhia do filho mais novo. Mas Cyrenna sabia que seu coração não conseguia perdoá-la. Não importava. Pelo menos não por hora. Ela precisava de perdão tanto quanto precisava da morte. Ela impunha sua presença ao marido, insistia em visitá-lo todos os dias, e isso aos poucos ia surtindo efeito. Agora, ela tinha problemas maiores em suas mãos. Seus aliados começavam a cantar sobre uma revolta na Campina, uma carta não menos confortante chegara de Porto Real, assinada pela mulher que tomara o lugar de Zakintia de Asshai. Suas palavras eram como poeira para Cyrenna, mas a Lady não as deixaria sem resposta.

Após o desjejum, convocou o legítimo senhor de Pedrarruna, Holland Royce, seu conselheiro e cavaleiro fiel, para uma reunião breve na sala do trono. A leoa segurava a carta com cuidado, examinando suas palavras. Cada uma delas estava carregada de um veneno característico. Uma mescla de preocupação e gentileza que Cyrenna vira muito em sua estadia em Porto Real. Elas resvalavam nos olhos de Cyrenna como fumaça no vidro, e voltavam na forma de um ódio poderoso. O que pretendiam? Que poderiam querer ao desestabilizar a vida e o governo da leoa?

Dominada por uma sensação medonha, Cyrenna seguiu em direção ao reunião. Mal teve tempo de cumprimentar Holland, e Sor Hades entrava na sala, com seu comportamento habitual. Cyrenna ergueu os olhos para ele e lhe deu um pequeno aceno de cabeça. Naquela sala estava duas das três pessoas que conheciam seu segredo. Até onde ela assumia. Mas pelo visto, a Mestre dos Sussurros havia tido acesso a informação mais sigilosa do Vale. Como? Difícil dizer. Cyrenna confiava em Waynwood, Royce e na jovem Cersei Baratheon. Sabia que nenhum deles a denunciaria. Laços mais poderosos que o simples interesse os unia como um só, mesmo que agora o paradeiro de Cersei fosse desconhecido.

As palavras de Hades fizeram Cyrenna suspirar. Não era novidade a existência de pretensões absurdas da irmã mais nova de Colin Arryn. Ela queria o que por direito era de outro sangue, e isso não chegava a enfurecer Cyrenna, apenas a deixava intrigada. Era certo que possuía muitos inimigos no Vale, não era tola a ponto de assumir que era amada pelas casas de Vila Gaivota ou qualquer outra parte. - Isso é interessante, Hades. Mesmo sendo uma Tarth de Lugar Nenhum, ela ainda tenta se impor no Vale de Arryn. Suas fontes são confiáveis? Se forem, tem minha permissão para redobrar a guarda e expedir o seguinte decreto. - Disse ela, se adiantando até a enorme mesa de carvalho branco, que outrora servira como conselho de guerra para nomes como Jon Arryn e Robert Baratheon.

Pegou pergaminho novo, pena e tinta, e começou a escrever com paciência, tomada por uma serenidade estranha. "Desde dia em diante, em virtude do tumulto que cerca o reino, a chegada de qualquer visitante nas Terras de Arryn deverá ser comunicada imediatamente a Lady Regente do Ninho da Águia e sua Guardiã. Qualquer das casas amigas, que se furtar ao estabelecido, será considerada traidora e punida segundo a justiça da Rainha. " Quando terminou, assinou o fim da página e a marcou com o selo Arryn.

- Isso é um passo sutil. Quero nos prevenir e fazer com que os ratos se condenem, mas é claro que tentarão se camuflar como puderem. - Começou. - Acabo de enviar um corvo ao Lar do Coração, Sor Hades. Minha primeira oferta de paz a Lord Colin e sua esposa. Logo devo receber Elyria Arryn para uma reunião amigável. Dentre todos, Colin e a jovem ursa são os únicos a quem uma possível revolta seguiria. Não tenho interesse no conflito. Temos problemas maiores. Rosalie Tarth é problema das Terras da Tempestade e de Peter Baratheon. Mas por via das dúvidas, se certo o que se diz, quero que cada Lord vassalo saiba das consequências de se apoiar uma mulher de sobrenome estrangeiro que deixou o Vale há anos, e que agora quer passar por cima dos direitos de meus filhos, de minhas cunhadas, de Lord Colin e dos filhos desse. - Diz a mulher, com um tom arrogante mas ligeiramente divertido. - Os que forem sãos, enxergaram o disparate e conservarão suas cabeças acima do pescoço. - Diz, afastando o papel até o canto da mesa, na direção de Hades.

- Outro assunto nos trouxe aqui hoje. Recebi uma carta, como Holland já sabe, da nova Mestre dos Sussurros em Porto Real. - Começa. - O conteúdo é inquietante, e motivou o meu convite a Lady Elyria. Mas há mais em suas palavras, e acho por bem compartilha-la com os que me são fiéis. - Declara, puxando para si outro papel. Esse com aspecto diferente, mais escuro e pesado. Começou a ler em tom moderado, para que apenas os cavaleiros pudessem ouvir.
“Lady Cyrenna Arryn,

Meu coração queima de pesar por ter de lhe enviar notícias ruins em uma época tão sofrida não a apenas para você, como para todo o Vale de Arryn. A morte de lorde Damon realmente chocou a todos nós, e eu desejaria de toda a minha alma poder dizer que as palavras que escrevo são unicamente para enviar os sentimentos da rainha a você e aos seus. Mas, infelizmente, preciso informar à nova Guardiã do Leste a respeito do mal que se aproxima de sua família, e que planeja fazer sangrar não apenas o Vale, mas cada ponto de Westeros. É em nome da paz que compartilho com você o futuro que o senhor das chamas me mostrou, assim como as informações que meus muitos amigos sofreram para conseguir.

Quando senti a minha consciência fluir até as chamas de R’hllor, eu soube imediatamente onde estava, mesmo que nunca antes houvesse pisado na sede dos Tollet. O que vi ali atormenta todos os meus sonhos, e continuará presente nestes durante muito tempo. Eu não sabia sequer se estavam vivos ou mortos, se eram humanos ou não. Apenas os vi, movendo-se com selvageria e uma sede de sangue que nunca antes presenciei em toda a minha existência. Eles assassinavam sem qualquer sinal de remorso ou hesitação, ceifavam uma a uma a vida de todos ali. O lorde enfermo e seus guardas sequer tiveram tempo para reagir, e nem mesmo os servos foram poupados. Quando a noite encerrou-se no Vale Cinzento, não havia um Tollet ou servo da família ainda a respirar.

Queria que minha visão tivesse se encerrado por aí, mas infelizmente não foi assim. Vindas de Pedrarruna, quem quer que estivesse fazendo aquilo não parou com os Royce os Tollet. Me vi em outros dois castelos, vendo o massacre sangrento e sem piedade de outras duas famílias. Coldwater e Shett poderiam estar extintos naquele momento, embora eu não os tenha visto morrer. De qualquer maneira, na melhor possível das hipóteses, suas casas foram tomadas assim como aconteceu antes com Pedrarruna. E os responsáveis por isso continuavam em sua marcha de destruição. Infelizmente, quando esta carta lhe for entregue, já terá sido tarde demais para os Tollet, os Coldwater e os Shett de Torre das Gaivotas, mas ainda há o que ser feito.

Mando esta carta na intenção de informá-la dos perigos que cercam a todos, na esperança de que possa contê-los antes que todo o Vale sangre de maneira irreparável. Como se não bastassem as visões que o meu senhor me mostrou, recebo também informações de que há vassalos insatisfeitos no Vale. Alguns clamam que uma Lannister jamais deveria chegar ao controle do Leste depois da morte de Jon Arryn, outros declaram-se insatisfeitos. Ainda não há qualquer início de rebelião nem movimento pronto contra você, mas recomendo que tome cuidado com os Breakstone, os Egen e os Baelish dos Dedos. Recomendo também que tome cuidado dobrado com as pessoas que afasta de si.

Novamente, eu sinto em ter de lhe trazer notícias tão ruins enquanto ainda está de luto. Que o Senhor das Chamas console a você a todos que sentirão falta de Damon Arryn, e que ele dê a vocês força para se sobressair dos desafios que virão em seu tempo como Guardiã do Leste. Pelo bem de todos os Sete Reinos, desejo que seja capaz de manter a paz em seus domínios, pois a noite é escura, e cheia de horrores.

Layna, Mestre dos Sussurros.”

- Obviamente, isso está repleto de interesses que não dizem respeito ao Vale ou a nós. Breakstone e Egen estão sobre vigilância há meses. Assim como todas as casas que me hostilizaram no princípio de minha regência. Quero que um destacamento eficiente vá até os Tollet, Coldwater e Shett. Se esse mal do qual ela fala está avançando, essa é uma oportunidade de contê-lo e nos fortalecermos. Cada alma viva dessas localidades deve conhecer a piedade de Cyrenna Arryn, fui clara? Fortifiquem as casas que não foram atacadas e isolem aquelas que padeceram, mas garanta que os sobreviventes se estabeleçam com dignidade. Shett e Coldwater terão nossos apoio e evitaremos mais perdas. - Anuncia. - Agora, precisamos descobrir oque diabos é isso. Uma sombra? Uma lenda nortista desabando sobre nós? Precisamos de luz. Logo Elyria Arryn subirá ao Ninho e conto com ela para obter mais informações sobre isso. - Disse a mulher, demonstrando inquietude pela primeira vez naquele dia. A confusão e a incerteza eram seus piores inimigos. Seja lá o que fosse aquela força estranha, ela precisava de um nome e um rosto, para que ambos fossem varridos da face da Terra.

HABILIDADE:

A interrupção do Meistre fez Cyrenna torcer o nariz, mas a mulher não disse nada. Capturou a mensagem com viva curiosidade, ao saber que a mesma vinha de Ponta Tempestade. Nada poderia ter com os Baratheon além do poderoso laço que a ligava a Cersei, logo, ficou inquieta. O conteúdo não a deixou desapontada, tratava-se de uma das filhas mais novas, Argella, ou simplesmente Ella. Cyrenna pareceu distante por um momento, e logo tomou uma decisão. Não poderia contar aos Baratheon algo sobre o paradeiro de Cersei pois a última notícia sobre ela era imprecisa. Ao mesmo tempo, não nutria simpatia e nem acreditava que devesse algo ao restante da prole de Arandora.

Mas, ainda assim, com todos os problemas que se abatiam sobre o Vale, tinha de assumir que o lugar era perigoso demais para Orys. Para todos os efeitos o menino era só mais um bastardo do Norte, sem pai ou mãe. Ninguém precisava saber que se tratava do herdeiro não legitimado de Winterfell, e Cyrenna cuidaria para que permanecesse assim, até que fosse interessante para ela revelar tal coisa ou que Cersei o quisesse fazer. Mas agora, diante do perigo, ideal era afastar o afilhado do Ninho, e a tia seria o caminho pra isso.

Cyrenna deu as costas aos cavaleiros momentaneamente, e se apressou para responder a mensagem da pequena Baratheon. Suas palavras foram cordiais e sucintas, explicando todo o necessário, e fazendo um alerta a parte. Queria que os Baratheon soubessem da insubordinação Tarth, queria que estivessem tão atentos quanto ela a movimentação de seus vassalos. Quando terminou, a selou com cuidado e entregou ao Meistre, que sai em disparada para enviá-la. Tudo seria arranjado ainda naquela tarde. Quando a noite caísse, se despediria de mais uma pessoa amada.

Voltou então o olhar aos seus convidados. - Um presente para nós, senhores. Acabo de reportar aos Baratheon minha preocupação com a sobrinha de meu falecido marido. Como eu disse, os Tarth são problema de Peter e sua família, mas não devemos nos furtar do prazer da intriga. Vejamos que efeitos conseguimos. - Diz a mulher, suspirando com o peito pesado. Sentia como se a leoa adormecida ali estivesse finalmente mostrando sinais de cansaço. Não sabia ao certo o motivo, mas precisava repousar, porém, ainda não era o momento.

HABILIDADE: