[rp fechada] Search for Justice

Search for Justice

A RP irá começar com o post de AZURA DENETH. Esta é uma RP FECHADA, então conta apenas com a participação de Azura Deneth e Visenya Blackfyre. Estamos em Pentos, a manhã está a começar. O tempo estava ameno, com uma leve brisa gélida.

Search for Justice

A tarde já estava a começar quando Azura desocupou sua casa em Vila Tabueira, Dorne, para ir em direção a Porto Real, pensando em se alistar ao Exército do rei Daemon Targaryen. O árduo calor fez com que ela parasse de andar por um tempo, e sentasse em uma grande rocha para descansar um pouco. “Está mais quente do que os dias usuais.” Ela pensou. Já estava habituada com os rotineiros dias abrasadores de Dorne, mas o atual estava mais que os corriqueiros. Azura limpou sua testa suada com um pequeno pano, e decidiu continuar a jornada.
Alguns minutos depois ela deparou com um homem, aparentemente um pouco mais velho do que ela, que andava de mãos dadas com uma menininha saltitante. Logo constatou que o homem era pai da menina, pelo jeito que ambos tratavam-se.  
- Quando eu crescer eu quero pescar peixes gigantes iguais aos que você pesca, papai! – a menina disse, com entusiasmo. Mas Azura não pôde ouvir a resposta do pai, visto que já tinham a ultrapassado. Sem depreender, a cavaleira tinha interrompido sua caminhada para mirar a conversa dos dois que passaram por ela.  Drasticamente, ela entrou em prantos. Recordou-se de seu pai, que tinha sido assassinado injustamente e ninguém pareceu incomodar-se naquela época. Lembrou-se do cuidado de que ele tinha com ela, sua aptidão para fazê-la sentir conforto e sustentação. Ela já estava de joelhos com suas lágrimas quentes escorrendo pela sua face quando, de modo repentino, sua tristeza foi trocada por raiva. O homem ou mulher que abateu o seu querido pai ainda estava à solta. Azura tornou-se de pé, e voltou a Vila Tabueira. “Não deixarei que ele ou ela saia impune de tamanha injustiça.” Ela pensou, enquanto secava suas lágrimas e andava duramente em direção ao porto. “Voltarei a Essos, de onde eu e meu pai viemos, e vou começar a investigar quem poderia ter executado essa exorbitante tragédia.” Ela compreendia que precisava pormenorizar a situação antes de buscar por suspeitos. Afinal, nunca iria suceder sua procura se averiguasse em toda Westeros. Sua melhor chance era procurando na cidade natal de seu pai, Pentos, e sondasse por conhecidos do mesmo. E de repente, a oportunidade de trabalho para o rei lhe pareceu irrisória, se considerada ao tamanho de sua vontade por justiça.
Duas horas depois Azura já havia embarcado em um barco em direção a Pentos. Um antigo amigo de seu pai costumava navegar no Mar Estreito, então ele dispôs-se para auxiliá-la.
No alvorecer da manhã seguinte, eles chegaram a Baía de Pentos. Mesmo o dia estando ainda despertando, diversas pessoas já se encontravam no local, e muitos comerciantes armando barracas. As torres de tijolos quadrados, ordinárias naquele lugar, eram inéditas aos olhos da cavaleira. Ela despediu-se do amigo de seu pai e pôs-se em direção às torres, com o olhar determinado de quem não se renderia levianamente.
 

Visenya Blackfyre

Com: Azura Deneth; Words: 1196; Local: Pentos

A Princesa de Pentos caminhava pelas ruas tranquilamente, os longos cabelos negros estavam parcialmente presos ao alto, a mecha branca destacava-se com facilidade em meios aos cabelos muito negros.  Ela sabia que as pessoas a observavam, não só por ser quem era, mas sua aparência era deveras peculiar e não somente isso, Visenya tinha o caminhar de uma verdadeira rainha, imponente e elegante.  Seus olhos intensamente azuis vagueavam pela rua, observando os semblantes de algumas pessoas que abriam caminho para que ela passasse, não era somente sua presença que causava tal reação, mas com certeza os dois homens que a acompanhavam fariam qualquer um abrir passagem para ela. Ainda que fosse início da manhã, o dia já estava quente e abafado, iria aproveitar a manhã livre para caminhar pelo comércio e sem que sua mãe soubesse, ia de encontro a um de seus informantes que havia acabado de chegar de Volantis. Poderia ter pedido a ele que fosse a seu encontro em sua casa, mas não queria arriscar que sua mãe o visse, convenientemente havia sido dispensada por seu tutor naquele dia, assim teria oportunidade de resolver assuntos que estavam pendentes.

Pela primeira vez em sua vida, Visenya via seus planos e desejos tomarem forma, aquilo que tanto ansiava já não se mostrava como uma utopia. Com os movimentos certos, ela poderia derrubar o império dos dragões e tomar tudo aquilo que pertence por direito a ela e a sua família. Um sorriso singelo tomou seus lábios, algo que somente aqueles mais atentos poderiam notar, o olhar ciano da morena vagava entre as torres de tijolos quadrados, os aromas das especiarias se misturavam no ar e tomavam seu olfato. A mulher gostava dessa visão de sua cidade, mostrava como o comércio era próspero, ainda que sua família tivesse um poder econômico muito forte na cidade. Havia nascido em Pentos e cresceu na cidade, por mais que seu verdadeiro destino estivesse além-mar, jamais deixaria de sentir afeição por sua cidade natal. Sentia-se um pouco parecida com Caraxes, não importava onde seu fosse, o coração sempre estaria naquela cidade.

Pentos havia sido fundada no auge do Império de Valíria, não passava de um entreposto comercial, mas que logo se expandiu e começou a absorver tudo o que estava ao seu redor. Desde as Colinas de Veludo e o Pequeno Roine, até o mar, incluindo a quase todo o antigo reino dos Ândalos. Logo já não era mais um simples entreposto comercial, a porção norte das estradas valirianas começa em Pentos e se estendia até Ghoyan Drohe e dali até Norvos. As estradas retas e de pedra lisa eram uma maneira mais fácil e rápida de ligar um centro comercial a outro. Os primeiros pentoshi eram mercadores, comerciantes, marinheiros e agricultores, com poucos nobres entre eles. E mesmo estes, eram menos protetoras de seu sangue valiriano, dispostos a cruzar com os habitantes originais das terras que governavam. Visenya deu um sorriso para si mesma, orgulhando-se de si mesma ao perceber o quanto sabia da história local, afinal, seus conhecimentos não poderiam se limitar aos Targaryen, os Blackfyres e suas histórias, conhecimento nunca era pouco e a jovem tentava absorver tudo o que podia e conseguia. Esforçou-se mentalmente para lembra-se de mais algum fato ou dado importante sobre Pentos, seu cenho se estreitou, esforçando para lembrar. Lembrou-se que décadas após a Perdição, Pentos veio em defesa de Tyrosh em uma guerra contra Volantis, juntamente com Aegon Targaryen, a Casa Durrandon, e os rebeldes de Lys e Myr: — Ora, não é possível que minha mente tenha guardado apenas isso. — Murmurou para si mesma insatisfeita.  Já havia escutado mil vezes histórias sobre sua terra, não era possível que logo ela, tivesse um conhecimento tão restrito. Lembraria, assim que chegassem em casa de resgatar as histórias de Pentos e estuda-las com mais afinco.

Não estavam muito longe de onde haviam combinado seu encontro, poderia ter sido levada em uma liteira, mas perderia a emoção da caminhada e a visão das belas peças de seda, rendas, as fragrâncias dos perfumes, os aromas das especiarias que somente eram encontradas ali. Tinha conhecimento também que sua atitude deixava seus guardiões preocupados, afinal qualquer um que desejasse ataca-la, aquela seria uma ocasião perfeita. Porém, a pobre criatura que fizesse isso teria que ser dona de uma grande ousadia, ainda que sua aparência fosse de uma aristocrata suas mãos sabiam muito bem como manejar uma arma, principalmente quando precisava se defender. Mas mesmo que os homens que faziam a sua guarda soubessem disso, não os fazia se sentir mais tranquilos. Ainda que acompanhada de todos aqueles homens, a morena fazia questão de sair com seu chicote, se qualquer problema ocorresse estava pronta para se proteger.

A mensagem que seu informante trazia era de suma importância para uma pequena empreitada que a Blackfyre estava prestes a se lançar. Poderia parecer apenas mais um capricho de Visenya, mas para ela representava muito mais do que isso. Desde que o desconhecido homem havia a surpreendido com notícias de uma relíquia a muito tempo perdida por sua família, a possibilidade de recupera-la havia deixado Visyenia inquieta. Era uma mulher cética e racional, características muito fortes em sua personalidade, a primeira vez aquela história lhe pareceu mais uma boa tentativa de arrancar algum dinheiro dela e de sua família, porém quando o homem disse que não desejava nada em troca, Visenya sentiu um lampejo de curiosidade sobre toda a história que ele contava. Mas claro, antes de dar qualquer posição a ele sobre sua decisão começou a investigar quem era o estranho, ele não poderia estar fazendo tudo aquilo de bom grado, por uma simples caridade. A muito tempo ela não acreditava na bondade das pessoas por si só, por trás de tudo sempre havia um propósito.

O encontro era em uma exótica casa de chá, Visenya dispensou seus homens alguns metros antes, não queria que ninguém visse algo que pudesse comprometer seu segredo. Dentro de algumas horas eles deveriam voltar para busca-la no mesmo lugar, até lá estavam livres para fazerem o que bem quisessem. Visenya então seguiu sozinha por entre a multidão, mas isso parecia não a incomodar muito, ou pelo menos, disfarçava muito bem o que sentia. Um pouco além uma balburdia chamou sua atenção, não sabia ao certo dizer se trava de uma briga ou algo assim, o fato que é que rapidamente a aglomeração de pessoas tornou-se intensa. Poderia ter ignorado tal acontecimento, se o mesmo não ocorresse diante do estabelecimento qual precisava ir.  Aproximou-se um pouco mais, porém com cautela, mas logo a balburdia parecia sair de controle e as pessoas que antes se aglomeravam para poder ver o que se passava, logo se afastavam, pelo som que foi capaz de ouvir, os envolvidos provavelmente haviam puxado suas armas. Achou prudente não continuar, mas se viu parada ao lado de uma moça de traças até bem comuns, mas suas vestes e forma de se portar mostravam que não era uma garota qualquer: — Creio que teremos o chão banhado em sangue a qualquer momento. — Sussurrou para mulher ao seu lado um pouco displicente, como se não se importasse com o que estava acontecendo e de fato não estava.

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Sua primeira pista estava no interior de uma casa de chá, onde o primo de seu pai residia, conforme as palavras do moço que a levou a Pentos. Apesar de não serem vistas nuvens no brilhante céu de Essos, o clima estava começando a demonstrar uma natureza úmida e salsa, seguramente dada pelo oceano. Azura andava com passos largos porém pacientes em direção a casa de chá; sabia que necessitaria de auxílio para conseguir caçar o assassino de seu pai. A angústia não estava mais junto a ela, tinha sido trocada por esperança e seriedade, características marcantes no rosto da mulher. Ela caminhava com uma postura calma e ereta, e apesar de seus olhos calculistas, ninguém a reparava. Havia nascido naquele continente, e possuía traços marcantes daquele local, portanto era vista como uma mulher comum, o que era considerado como bom sinal para Azura, afinal seu objetivo não era chamar atenção.

Ao chegar à vizinhança da casa de chá, avistou dois homens robustos, um deles com aparências duras e fortes, aparentemente bêbado; e o outro um pouco mais magro e baixo, porém com um olhar valente. Ambos pareciam confrontar-se com palavras promíscuas e desmoralizadas, até que o homem mais forte atacou primeiro, bem no estômago do mais magro. Por reflexo, Azura desembainhou uma pequena parte de sua espada, mas se conteve. “Esta não é minha batalha. Não desta vez.” E embainhou a espada de volta a seu lugar, balançando levemente a cabeça. Os dois começaram a espancar um ao outro, e uma multidão drasticamente aglomerou-se acerca da briga. O mais corpulento tentava dar fortes socos no outro, que no entanto desviava deles com rapidez. “O segredo da batalha é o jeito no qual você controla suas aptidões.” Foi o que o cavaleiro que a treinou por um longo período de tempo a ensinou, antes de intitula-la cavaleira.  De repente, em um súbito movimento, ambos os homens desembainharam suas respectivas espadas. Apesar disso, Azura estava perdida em seu mundo, relembrando seus dias como escudeira. Porém neste momento, uma voz a tirou de seus avoados pensamentos. — Creio que teremos o chão banhado em sangue a qualquer momento. – A voz disse. A cavaleira lentamente olhou para a direção da voz, e viu que ela pertencia a uma mulher. Ela parecia despreocupada e confiante, como uma águia na empreitada de sua vítima. Azura respondeu sem delongas. – É o que parece, embora não me agrade. – Ela respondeu, com simplicidade. Logo viu que o homem mais magro encontrava-se por cima do outro lutador, que esperneava tentando sair. Os braços e pernas do mesmo estavam imobilizados pelos respectivos membros superiores e inferiores do quase vencedor, que, com a ajuda da gravidade, imobilizava com sucesso o homem que principiou a luta. A multidão gritava por sangue, mas a mulher ao seu lado permanecia calma e concentradamente assistia a batalha. Com um gesto rápido, o homem que perdia conseguiu se soltar e novamente pegou sua espada, e iria encravá-la no peito do adversário em segundos. Sem pensar, Azura velozmente desembainhou sua espada e introduziu-se a frente do homem com a espada apontada, pondo a sua própria espada contra a dele. Com um golpe duro e manejado, sucedeu em tirar a espada das mãos do opressor, que paralisou, perplexo. A verdade era que ela não sabia o por quê de ter realizado tal ato. Havia sentido a ameaça contra a vida de alguém e lutou para que esta continuasse lá, e o homem permanecesse vivo. A multidão calou-se. Muitos pareciam surpresos e outros assustados, e os homens, que há pouco lutavam, correram para lados opostos. Um arrepio correu pela espinha de Azura, ela sabia o que era aquilo: medo. Sussurros surgiram pela multidão, que rapidamente se dispersava. Ela, com a testa franzida por não ter realizado seu objetivo de não chamar atenção, embainhou a espada. Com um longo suspiro inaudível, adentrou a casa de chá.