[RP Fechada | 18+] Ice & Poison

Estava sentado em minha cama. Olhava para o frasco de sonodoce presente em cima da minha cômoda. Era o que tinha conseguido de mais valioso sem ser detectado pelos assassinos que me perseguiam. Uma das pouquíssimas coisas úteis também, afinal de contas minha habilidade com adagas com certeza seria inferior a deles. Precisava ganhar deles na inteligência, era nisso que eu me dava bem.

Mas estava cada vez mais cansado de todo esse jogo onde eu era a caça. Eu quem tinha que tomar cuidado em cada passo que realizava para não acabar morto. Minha vida estava em perigo contínuo. Isso desgastava muito, a ponto de eu estar beirando o desespero.

O principal ato desesperado foi enviar vinte cartas para cidades aleatórias em Essos. O conteúdo da mensagem era apenas duas palavras: Ayisha Vhasserah. O motivo era simples: apenas eu sabia seu nome verdadeiro. Eu achava que ela estava morta, com certeza ela pensava o mesmo de mim. Se chegasse em suas mãos um bilhete com minha caligrafia escrito seu nome, teria certeza de que eu estava vivo. Ainda por cima deixara rastro o suficiente para ser possível descobrir que a mensagem teria sido enviada de Lys. Se o remetente fosse outra pessoa, jamais entenderia o significado. Era impossível que de fato isso fosse dar certo. A chance de atingir uma pessoa específica em um continente tão grande quanto Essos era nula, mas era uma esperança na qual gostava de me segurar. Rezava todas as noites para que o plano desse certo.

Peguei o frasco em minhas mãos e observei-o. Outra possibilidade que cada vez mais se repetia em meus pensamentos era a de suicídio. Eu mesmo ingerir três doses de sonodoce e acabar com tudo aquilo. Não aguentaria mais viver desse jeito por muito tempo. Dessa vez neguei-me novamente, devolvendo o veneno para a cômoda. Minha negação estava menos veemente a cada dia que se passava.

Ouvi um som baixo de rangido. Por um momento pensei se seria o estalajadeiro subindo as escadas, mas ele sempre fazia muito mais barulho. Era outra pessoa. Meu coração saltou, pensando se seriam os assassinos. Segurei minha adaga com a mão direita, enquanto me levantava.

O som parou. Por lentos segundos, não houve sinal de movimento algum. A porta, então, começa a se abrir. No momento que se torna visível o pé da pessoa que estava em outro lado, a lâmina cai de minha mão de volta a cômoda. Para mim aquilo acontecia em câmera lenta. A cada milímetro que a porta revelava, mais nuances da mulher se revelavam para mim, enquanto dava um passo para a frente.

O impulso é mais forte do que eu. Salto em direção a porta e a fecho, acabando-a por empurrá-la contra a parede. Meus braços imediatamente a envolvem. Imediatamente lágrimas começam a escapar de meus olhos e, antes que eu pudesse controlar, chorava sem qualquer limitação, copiosamente. Naquele momento deixava extravasar todo o medo acumulado que guardara em meu coração. Ao mesmo tempo, vinha também a tona toda a saudade que sentia. Apertava-a contra mim, impedindo que se afastasse. Não queria que fosse uma alucinação. Tinha que ser real.

Senti os braços dela subirem e me abraçarem também. Olhei em seus olhos, o máximo que minhas lágrimas permitiam. Seus olhos estavam esbugalhados, surpreendida pelo meu movimento. Estava também chorando, mas ao seu estilo. Algumas gotas escorriam por seu rosto, o que eu sabia que queria dizer que estava profundamente emocionada. Logo foram limpas pelas mãos dela. A expressão inexpressiva dela me trazia a tona todo o amor que sentia. Mantinha-se agarrada a mim, assim como eu fazia com ela.

Fechei os olhos ao ouví-la sussurrar meu nome. Respirei fundo, controlando um pouco meu choro. Minha voz tremia, assim como minhas mãos, enquanto eu sussurrava em resposta:

- Ayisha... Ayisha Vhasserah... - Solucei uma vez, antes de retomar a fala. Meu tom trazia consigo toda o medo que eu carregava. - Nunca... senti tanto... medo... me ajuda... por favor...

Praticamente implorava, mesmo sabendo que jamais negaria algo para mim. Acostumada a me ver como o homem com controle completo sobre suas emoções, me ver assim mostrava a ela o quão grave estava meu estado mental. Meu psicológico estava destruído. Antes que respondesse, entretanto, sussurrei um complemento:

- Senti tanto sua falta... Ayisha...

A apertei contra mim novamente. As lágrimas voltaram a jorrar de meus olhos, deixando-me mostrar frágil a minha amada. De fato era assim que eu estava. Sabia que podia contar com a assassina para me amparar.

Ao mesmo tempo que chorava, eu sustentava um sorriso de felicidade de vê-la novamente, sentí-la contra mim naquele abraço. O amor de minha vida estava novamente ao meu lado. Ayisha Vhasserah estava comigo.

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Sinto-a me pressionar mais com seus braços quando relato meu medo a ela. Naquele momento lembrava-me do que Jehanne, anos antes em Pentos¹, havia me dito enquanto estava tomada por sua outra personalidade:

"Você receberá uma missão que não conseguirá negar, um assassinato que colorá sua vida em risco. E quando encontrar aquela que tanto buscou, lembrará deste dia, você derramará lágrimas ao sentir o calor de seu abraço, você sentirá na pele um medo que jamais sentiu. Lembre-se meu caro amigo, do que eu digo agora, para esta mulher você pedirá ajuda assim como minha criança pede a sua, assim como ela lhe implorou por uma mentira que a fizesse feliz. Este é o seu presente e também a sua sentença, neste dia você sentirá até mesmo em suas entranhas o pavor que minha pequena criança sente neste momento. Será lembrado do que aconteceu hoje, e verá que uma única mentira o teria poupado de tudo o que descobriu hoje."

Lembrava-me também de que, em sua personalidade infantil, me dissera que ficaria bem mesmo assim, que seria feliz. Ao contrário do que a primeira havia me dito, provavelmente manipulando as palavras, o que eu sentia em seus braços era uma paz crescente. Um acalmar em meu coração que não sentia há muito tempo. Pedia sua ajuda, mas sabia que depois resolveríamos o assunto. Agora apenas aproveitaríamos que estávamos juntos novamente.

Enquanto externava a falta que sentia dela, senti-a tremer um pouco enquanto chorava. Sabia muito bem o quanto era difícil colocá-la em prantos. Mas reencontrar alguém que julgava estar morto há tantos anos era algo capaz de fazê-lo, assim como fazia comigo. Ouço seu murmúrio, em resposta:

- Eu também... eu também.

Sinto-a apoiar a cabeça em meu ombro. A respiração vinha diretamente ao meu pescoço, provocando um leve arrepio. Tinha-a junto a mim. Isso me fazia imensuravelmente feliz. Libero-a do abraço após algum tempo, deixando-a andar e observar meu quarto. Sabia que estava aproveitando aquele momento para controlar suas emoções, pois odiava chorar. Aproveitei para fazer o mesmo, suspirando e limpando com a manga da camisa as lágrimas restantes em meu rosto. Estava analisando o quão vulnerável era meu quarto. A janela era uma entrada óbvia, além de eu poder ser facilmente isolado, afinal estava no segundo andar da estalagem. Mas ela não sabia que era o lugar mais seguro da cidade, pois já o haviam visitado e não encontrado nada. Ouço-a falar, ainda de costas:

- Quem foram os imbecis que te deixaram assim?

Suspirei com seu tom gélido, com um leve tom de raiva. Era essa a Ayisha que eu conhecia, e notar a fúria incubada por eu ter sido colocado em risco por alguém me fazia feliz. Se preocupava comigo. A respondi:

- Os Imortais de Qarth. Aceitei um serviço irrecusável que ia contra os interesses deles. O realizei com a qualidade de sempre. Mas quando cheguei no meu esconderijo... estava completamente queimado, e apenas uma carta me aguardando. Nela estava escrito "Vai pagar pelo que fez, Joseph Brinden.". Não sabem meu nome real, mas fui seguido até Lys por três assassinos. Não sei de que companhia são, mas consegui os driblar quando visitaram essa estalagem, então não acham que estou aqui.

Balancei a cabeça após terminar de falar. A sucessão de eventos fora toda inevitável, exatamente como Jehanne dissera. Uma precisão incrível.

Vejo-a virar-se de frente para mim. Naquele momento não evito analisar como havia mudado. Havia deixado para trás uma adolescente em Qarth, agora na minha frente estava uma adulta. Ainda mais fria, com certeza muito mais letal. Seu corpo havia terminado de se formar, mas seus olhos claros continuavam os mesmos pelos quais me apaixonei, assim como seu estilo.

Quando caminha até mim, continuo a olhar em seus olhos. Sinto sua mão direita envolver meu pescoço e me puxar para mais perto dela, me surpreendendo com a tomada de iniciativa. Seus lábios macios dos quais sentia tanta falta logo tocavam os meus, nossas línguas dançando brevemente naquele beijo curto antes dela afastar nossos rostos um pouco e falar:

- Eu daria alguma explicação para ter feito isso, mas… - Parou, como se pensasse. - Foi simplesmente porque quis.

Minha mão esquerda instintivamente foi em direção a sua cintura. Quando a toque ali, pude sentir o quanto estava tensa. Tensão essa que conhecia muito bem de nossos treinos de lábia e sedução de nossa época de treinamento. Ela ficava assim quando queria fazer algo mas estava se controlando. Abri um sorriso, olhando em seus olhos. Minha mão direita sobe ao seu rosto, acariciando sua pele alva com o polegar. Murmurei em voz baixa para ela, em um tom sedutor que carregava um leve teor malicioso:

- Não precisa explicar, Ayisha... apenas faça o que te der vontade.

Queria-a me beijando com volúpia. Queria-a novamente colada a mim, mas dessa vez não somente para me confortar. Queria aquela dama de gelo sentir seu coração sendo aquecido pelo nosso amor mais uma vez, sentir-se feliz por poder ser livre comigo. O sorriso estendeu-se um pouco, fiquei esperando o que faria. Dava-lhe carta branca para fazer o que quisesse, sabia o quão perigoso podia ser isso.

Amo o perigo que Ayisha Vhasserah representa.

¹ - RP Nightwalk
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Assim que lhe disse para que fizesse o que quisesse, percebi imediatamente uma leve mudança na sua expressão de gelo. Antes que eu pudesse decifrar o que era, seus atos me mostraram. A senti agarrando minha camisa e se aproximando, o sorriso abandonara seus lábios que, antes que eu pudesse me mover, estavam roçando em minha orelha. Ayisha estava ainda mais ágil do que quando a tinha conhecido.

- Não te vais lembrar daqueles imbecis por algum tempo.

Aquilo era uma promessa, sabia quando estava me prometendo algo. Soltei um suspiro ao sentí-la dando uma leve mordida. Era isso o que faria então. O que não fizéramos anos atrás por causa de nossas idades, que agora não era mais de um problema. Sentia o desejo por ela aflorar novamente em meu coração em meu corpo, vendo-a daquela forma. Uma adulta, não mais controlando seus impulsos em relação a mim. Descobriria como era essa nova Vhasserah, me minha paixão por ela fortaleceria ainda mais. Assenti de leve ao que disse, novamente confirmando para que continuasse.

Sinto-a atacar meus lábios e fecho os olhos, abraçando-a pela cintura enquanto retribuía-o. Seu fogo inicialmente me surpreendeu, o que permitiu que sua língua buscasse a minha em minha boca, começando a dança. Sentia a forma como estávamos sincronizados naquilo, nossos corpos no abraço estavam juntos, seus seios tocavam levemente meu peito junto com suas mãos. Não eram tão fartos quanto os das muitas mulheres com as quais havia me relacionado para conseguir vantagens, mas me incitavam mesmo assim.

Segurava cada vez menos minha camisa enquanto o beijo intensificava-se ainda mais. Ela estava tão livre quanto quando treinávamos adagas. Descontrolada de uma forma ágil. Manipulava as adagas com a mesma naturalidade que agora estava levando-a a me dominar naquele dançar de línguas e lábios. Me perdia na maciez deles ao ponto de esquecer tudo ao nosso redor.

Até sentir a mão dela apalpando meu membro por cima de minha calça, me arrancando um gemido de prazer enquanto abria os olhos, vendo-a me encarando. Esperava minha reação, havia sido proposital. Um sorriso malicioso emoldurava seu olhar que transparecia o puro desejo de ter-me. Um similar apareceu em meu rosto. Aquilo havia me dado a certeza de que não queria ficar apenas em simples beijos, o que fazia minha mente começar a fantasiar sobre o que faríamos a seguir.

Sinto suas mãos em meu abdômen, empurrando-me na direção da cama. Deixo-me cair com as costas no colchão, chamando-a maliciosamente com o olhar. Ela corresponde, vindo sentar-se em cima de meu colo. Solto um novo gemido ao sentí-la se mover enquanto se ajeitava em meu colo, o membro enrijecendo ainda mais com o ato. Era experiente, estava me seduzindo completamente. A Ayisha que eu treinava jamais imaginava que conseguiria me vencer nisso. E estava vencendo.

Vejo-a se inclinar e fecho os olhos ao sentir minha boca encontrar a dela novamente. Após um curto período, sinto-a descer seus lábios para o meu pescoço, dando vários beijos quentes naquela região. Sentia sua respiração pesada, provocando-me leves arrepios, sorrindo com isso, ainda de olhos fechados, aproveitando as sensações. Ela sugar minha pele me pega de surpresa novamente, me fazendo gemer enquanto tinha a certeza de que minha pele ficaria marcada com aquilo. Não me importava com isso. Ela era minha amada.

Abro os olhos ao perceber ela se afastando e encarando minha camisa. Sabia o que pensava. Comecei a levantar os braços para que pudesse tirar, mas ao melhor estilo Vhasserah, rasgou-a ao meio. Ouço seu riso e não evito abrir um sorriso divertido também. Não poderia fazer o mesmo com ela, infelizmente, afinal não tinha blusas reservas nesse quarto, e com certeza não iria querer andar nua por Lys. Vejo-a inclinar-se sobre mim novamente, ouvindo seu sussurro:

- Lamento tanto.

Minha vez de soltar um breve risada antes de voltar a beijá-la. Estava muito diferente da Ayisha que havia deixado em Qarth. Ainda mais imponente, com uma malícia que me surpreendia bastante.

Percebi então que estava deixando fácil demais. Me lembrei de nossos treinos de adagas. Mesmo que ela fosse mais ágil, nunca desistia de desafiar sua vantagem. Não seria diferente agora. Estava sentada sobre mim, seu corpo sobre o meu, então primeiro teria que distraí-la, dar-lhe prazer até que se esquecesse de tudo para então surpreendê-la como havia me surpreendido com a mão em meu membro. Não sabia se daria certo, afinal sua agilidade era deveras superior a minha, mas tentaria da mesma forma.

Sem aviso prévio, tomei a iniciativa no beijo, intensificando-o e fazendo com que nossas línguas dançassem em sua boca ao invés da minha. Ao mesmo tempo, minhas mãos entraram em sua blusa e subiram até encontrar seus seios. Ao sentí-los em minhas mãos, não evitei um gemido, o que revelava o quanto ficara atraído ao tocá-los, mas continuei com o que queria fazer. Comecei a apalpá-los, continuando o beijo intenso sem dar espaço para que respirasse.

Continuei assim por alguns segundos. Estava amando sentí-los se modelando as minhas mãos. Não eram grandes, mas satisfaziam muito bem meu desejo. Queria ouví-la gemer para mim, apenas eu havia gemido até então. Com o indicador e o polegar da mão direita, pressionei o mamilo de seu seio esquerdo e comecei a movê-los em uma leve fricção, com a intenção de arrancar-lhe o fôlego quando gemesse. A luta ardente das línguas não permitiria que recuperasse o ar e o prazer que percorreria seu corpo a faria ficar mais suscetível a querer ainda mais e ficaria um pouco mais vulnerável com isso.  

Nesse momento forcei minha cintura contra a dela, interrompendo o beijo por gemer quando o membro roçou nela apenas limitado pela roupa, tentando girar-nos e deitá-la na cama para ficar em cima dela e tomar o controle. Conhecia a personalidade da minha companheira. Se fosse bem sucedido, retribuiria com ainda mais intensidade com a intenção de retomar o domínio. Se eu não fosse bem sucedido, entretanto, seria exatamente como quando tentei desafiá-la já caído em nosso primeiro treino: dominaria-me ainda mais, até desistir de lutar. Não importava o que acontecesse, deixaria Ayisha ainda mais desejosa e, com isso, continuaríamos a nos engalfinhar nessa batalha cada vez mais prazerosa.

- Realmente vai lamentar... - Sussurrei, provocando-a ainda mais.

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