[RP FECHADA] Secrets in the Tower

Havia de fato algum tempo que o Lorde de Torrealta não via o garoto Oakheart. Não podia ignorar nem sequer que ele já não era mais um garoto. Mathis agora tinha crescido, e nem de perto lembrava o jovem que corria pelas ruas de Vivavelha junto á Julian. Pelo que se lembrava, o jovem lorde passava mais tempo na Cidadela que em Old Oak, seu castelo por direito. Mathis era sempre muito próximos de livros e coisas relacionadas a história de Westeros, mas isso nunca impediu que ele e Julian se divertissem em pelejas de espada de madeira.
Osyl e Garth - pai de Mathis- tinham bastante próximidade. Aliás, todos os lordes da campina tinham bastante consideração por Osyl. Seu jeito sábio de agir e sua responsabilidade fziam com que muitos lordes conferrissem seus filhos ao guardião de Torrealta. Muitas vezes a experiência e confiança que os lordes da campina tinham no Hightower conseguiam superar a confiança conferida a Aspen Tyrell, o protetor daquelas terras, e infelizmente isso tinha aumentado nos últimos meses.

Assim como Mathis, outro lorde tinha crescido perto de Osyl, e esse mais próximo ainda... Lorde Merryweather tinha sido criado pela voz de Vilavelha. Um ótimo guerreiro que aprenderá com ele como controlar seus instintos e não deixar se levar pela raiva momentanea.
Tanta proximidade com os lordes da Campina conferiam a ele uma posição de prestigio por aquelas terras, e esperava que Julian como chefe da guarda real pudesse aumentar ainda mais a fama Hightower. Osyl não era do tipo bajulador de coroa ou algo do tipo, mas ter uma boa fama com a coroa era algo que todos queriam, e ele não fogia desse conceito.
Mais uma vez as coisas não eram tão boas para a campina. Mesmo depois de todos os acontecimentos, Aspen iria continuar a permitir um casamento que ligava os Baratheon e os Tyrell, assinando assim a entrada da campina na guerra.

Tudo isso cada vez mais rodeava a cabeça de Lorde, e para isso o mais novo senhor da casa Oakheart estava ali. Osyl tentava de todas as maneiras achar uma solução para o embate enquanto esperava uma reunião que selaria de vez o destino da Campina, reunião está vinda de Aspen.
Enquanto isso não acontecia, o Hightower se reunia com a casa da qual tinha mais próximidade e confiança, os Oakheart.

A caminhada do Porto até os salões lacrados de Torrealta foi tranquila. Ninguém ousava dizer uma só palavra, afinal, todos ali sabiam que por mais que estivessem na noite, alguém sempre sabia das conversas por todos os lados. A prevensão era uma forte arma usada por Lorde Osyl.
Quando finalmente adentraram o salão principal e mais alto de Torrealta, Lorde Osyl Hightower fechou os portões, deixando somente os dois ali dentro.
Mathis foi logo se acomodando, se sentando ao redor da mesa onde o mapa de Westeros estava, com peças de cada casa como se fosse uma espécie de xadrez.

Lorde Osyl começou a ajeitar as peças, juntando os lobos com as trutas e águias na região das terras fluviais, onde provavelmente as casas se reuniriam. Mais no centro do mapa, ele juntou as flores aos leões, anulando o sol de dorne e fechando a aliança com os veados das terras de tempestade.
Nas terras das coroas, Osyl deixou os dragões sozinhos... Aquela era a aposta dele de como o campo de batalha ficaria caso a guerra realmente acontecesse.
E com toda sua experiência, ele não via um campo favorável a aliança Oeste-Campina-Tempestade.
-Não sei se entende muito de batalhas, Mathis... Mas as coisas não estão boas para a Campina.

Em seguida, Osyl se sentou, puxando uma garrafa de vinha e bebendo um gole. A sala estava completamente vazia.
Aquele era o salão mais fechado de Torrealta. Acima deles, somente o fogo ardente do farol do porto de Vilavelha.
-E não espere que eu te chame de Lorde. Eu já troquei suas fraudas, rapaz!
O sorriso do Hightower tentava quebrar a seriedade que a sala estava.

Habilidade Treinada:

Osyl Hightower observava sentado na cadeira do trono a visão do Oakheart. Enquanto observava atento a mesa, o homem não podia ignorar o tanto que Mathis parecia com Garth quando mais novo. A amizade do Hightower com o falecido Lorde se deu em uma temporada na qual ambos juntaram suas frotas ao oeste de Jardim de Cima, em um suspeito ataque pirata... Ambos tinham por volta de 20 anos e eram dois Lordes sem quaisquer experiência, ouvindo os comandantes navais que sabiam bem mais o que faziam que eles... Mas mesmo assim conseguiram sair daquilo sem nenhuma perda.
Depois disso, os Hightower sempre tiveram uma boa relação com os Oakheart, sempre sendo duas casas próximas no conselho da Campina, e inclusive, não era a primeira vez que Osyl se reunia naquela sala com um Lorde Oakheart ou outros lordes da campina, como Ahsford's e principalmente os Merryweather.

Infelizmente, Hightower e Oakheart concordavam em númego, gênero e grau com a divisão da mesa, e com o possível resultado também. Lorde Osyl era bastante egocentrico e ter o título de Voz de Vilavelha o fazia agir como o dono da razão... Porém, dessa vez ele preferia ser contráriado. Queria que Mathis falasse; "Bem, a campina tem uma chance."
Mas isso não aconteceu. Uma das mentes mais bem preparadas para o combate na campina estava certo, se tudo acontecesse como a mesa. A campina estava condenada se o rumo permanecesse o mesmo.
Logo, o casamento de sua sobrinha com o Baratheon selaria a aliança, e a prisão da rainha seria o estopim que colocaria fogo em Westeros.

Osyl se colocou de pé novamente, e então juntou todas as peças nas terras fluviais. Naquele momento era somente um amontoado de peças sobre a mesa, porém, se aquilo realmente acontecesse seria mais um derramamento de sangue que ocorreria nas terra fluviais... Algo comum.
-Eu sempre costumava brincar com seu pai sobre as grandes guerras de Westeros. Quando Westeros se caga, são as terras fluviais quem limpa a bunda. Aposto em outra guerra sangrenta nas Terras fluviais.

Lorde Hightower permaneceu observando o mapa buscando uma solução. Ele não percebeu se Mathis fazia o mesmo, porém, ele focava sempre seu olhar em Vilavelha, a maior cidade de Westeros.
Osyl tinha um grande medo que era ter seu nome manchado como o Lorde que tinha perdido Vilavelha, afinal a cidade e as terras estão sobe a proteção dos Hightower que por mais de mil anos sempre souberam bem como protegê-las. Carregar a vergonha de encerrar mais de um milênio dos Hightower em Vilavelha era seu maior medo, e não deixaria aquilo acontecer de forma alguma.

Isso fazia com que ele ignorasse completamente Highgarden, onde seus lordes suseranos vivam... Até que, em silêncio, Lorde Osyl puxou duas flores para fora das terras fluviais, as voltando para a campina.
Ele não falou nada, somente olhou para Mathis Oakheart esperando que ele talvez entendesse aquilo.
Lorde Osyl sabia que não era seguro nem mesmo sussurrar dentro do mais protegido local de sua Torre.
Principalmente quando tramava planos de guerra... De uma guerra que nem sabia se aconteceria ainda, e que poderia ser evitada, se alguns lordes quisessem.

O que o preocupava era exatamente nenhum lorde querer.

Habilidade Treinada:

Osyl esperou por um instante até que seus olhos se iluminavam. Soltou as duas flores perto de Ashford e então se afastou da mesa. Esperava que Mathis talvez soubesse o que aquilo significava... Talvez Garth tivesse comentando com ele em algum momento, mas Osyl ainda tinha suas duvidas.
Se afastou, mantendo os olhos na beirada do rio, seguindo a estrada da rosa, que passava perto de duas casas com grande proximidade ao Hightower; Os Ahsford de Vaufreixo e os Merryweather de Mesalonga.
Enquanto dava mais uma golada no vinho, Osyl Hightower viu o jovem lorde terminar de fazer o que ele deveria ter feito. Mathis puxou as duas rosas, as posicionando em cima de Highgarden enquanto a grande maioria ficava no emaranhado de sangue que acontecia nas terras fluviais.

Ao ver Mathis fazer aquilo, Osyl tinha certeza... Ele sabia. Mas como Garth Oakheart tinha deixado essa ideia na cabeça de um jovem lorde?! Eles tinham pensando naquilo a anos atrás.
Osyl deixou que ele terminasse, e foi então que tudo clareou na mente do Lorde da guerra.
As palavras "mão verde" o atingiram em cheio... Não era uma coincidência. Mathis realmente sabia do que seu pai e Osyl tinham tramado uma vez, porém aquilo nunca daria certo... Nunca...

Ao se sentar de volta e largar o vinho, Osyl enfiou as mãos entre o rosto e deu uma leve bufada. Sua cabeça se encheu de coisas, mas sua mente inteligente sabia onde colocar cada coisa que ali estava.
Quando consegui finalmente perceber o que realmente acontecia, Osyl viu que não existia melhor momento. Todos os pensamentos que tivera quando o Oakheart, toda a situação da campina que ele conseguia enxergar, e principalmente a fama de Lorde Osyl, o levaram acreditar que naquele momento, a única coisa que poderia evitar que os campinenses passassem por outro campo de fogo era aquilo.
Porém, outro lado de sua mente achava arriscado demais. Afinal, Lorde Aspen era um homem bom e honrado. Poderia simplesmente nunca concordar com isso.

-Diz sério... Quer dizer. Sabe o que isso significa?
Talvez Mathis não estivesse pensando muito bem. Porém, aquela era uma pequena reunião de guerra entre duas das maiores casas da campina. Levantar uma ideia e firmar um tratado ali era de extrema seriedade, sem voltas e levando as consequências até o fim.
Mathis se revelava cada vez mais parecido com Garth.

Habilidade Treinada:

Osyl agora estava de pé no extremo da mesa. A mão direita do poderoso e influente Lorde segurava as rosas em cima de Jardim de Cima. Por um momento seus pensamentos se desvincularam daquele local, quase como se ignorasse a presença de Mathis ali. Ele logo observava o nada, porém, exatamente naquele instante sua mente pensava mais quente e vorazmente que qualquer outro nas terras da Campina.

Em sua mente havia um turbilhão de coisas, mas isso nunca forá problema. Osyl sempre foi lembrado por sua enorme inteligência, apesar que a euforia de ouvir as palavras de Mathis o deixasse meio despercebido.
Primeiramente, se lembrou de Julian... Seu filho liderava a guarda real e carregava seu sobrenome. Ele permanecia em Porto Real nos domínios do único rei que Osyl já tinha se curvado ou pensava se curvar.
Também se lembrou vagamente de sua filha. Por mais que a menina fosse dócil, Osyl nunca possuiu muita intimidade com ela, e talvez como uma falha ele cuidou melhor dos filhos de outros lordes como de sua própria filha, porém agora ele colheria os frutos.

O Hightower fez um sinal com a cabeça para Mathis, e então avançou por uma porta de metal dourado que estava atrás deles, no outro extremo da sala.
-Quero que veja algo.
Assim que avançaram Osyl abriu a porta. Naquele exato momento um vento calmo começou a atingir eles. Osyl avançou mais junto com o rapaz, e quando Mathis menos se deu conta ele estava na sacada de Torralta. Acima deles o barulho do fogo que servia de farol e queimava intensamente, sem nunca ter se apagado. No horizonte o céu claro pela lua cheia, e abaixo a maior cidade de Westeros, se estendendo por toda a costa daquele local, Vilavelha era completamente deslumbrante. Provavelmente o companheiro de Osyl nunca tinha tido aquela visão. A sacada de Torralta era completamente desconhecida para muitos, porém, um lugar belo no qual o Lorde Hightower sempre buscava soluções para os dilemas de seu cotidiano... Esse era um dilema bem maior, mas ele permaneceu ali, usando a mesma receita de antes.

Ali, naquela cidade que agora Mathis e Osyl viam de cima, o Hightower tinha crescido, se tornado um homem de influência e poder e sobretudo sábio em suas decisões... Por isso, ele sabia que era hora.
-Fique mais uma semana em Torrealta... Eu convocarei Garad Ashford, Vidar Merrywather e o Lorde Rowan... Saiba que acendeu uma chama que queima em mim a muito tempo, Lorde Oakheart. E assim como a chama de Torrealta, ela irá nos iluminar por esse caminho.

Osyl podia ter falhado como pai. Mas ele tinha criado os maiores lordes da campina, e era hora de provar se seus ensinamentos e seu poder de influência era tão grande quanto ele pensava.
De qualquer forma, ele estava pronto para iluminar o caminho.

Habilidade Treinada:

Osyl continuou fitando o mar negro que se estendia na abertura de Vilavelha e seguia sua imensidão até o infinito. Por mais que seus olhos estivessem sem rumo, sua mente permanecia estruturada no que faria agora.
A noite já tinha caído completamente ali nas terras Hightower, e mesmo que Lorde Oakheart não pudesse ficar por mais tempo, ele certamente dormiria em Torralta naquela noite.
A voz do jovem Lorde puxou Osyl de volta para a conversa, foi quando o Hightower puxou o Oakheart e o abraçou, repetindo em seu ouvido o que já tinha falado antes, mas dessa vez em tom de afirmação.
-Não existe mais volta...

Sendo assim, os dois saíram da sacada, retornando a sala quente e bem acomodada que era onde o Lorde comandava tudo... O topo da Torre.
Osyl logo abriu os salões, e ao ouvir os portões se abrirem, Travis Beesbury se aproximou de Osyl, como sempre fazia, procurando saber se seu lorde estava bom.
Travis era o comandante da GuardaTorre, comandando também o exercito poderoso de Osyl quando era necessário que ele fosse convocado.
-Travis, chame alguma camareira para que leve Lorde Mathis até um quarto bem acomodado. Ele partirá amanhã e precisa descansar.
Logo uma mulher de meia idade chegou, convidando Mathis Oakheart a se retirar, tendo o aceno de Osyl, ele saiu. A viagem era cansativa e a noite não era tão extensa.

Travis permaneceu na sala, e logo Mori, o meistre dos Hightower se acomodou na mesa, junto ao comandante. Osyl não tinha qualquer frescura com os dois, tendo o Beesbury quase como um filho. Novamente o salão foi fechado com os três lá dentro.
-Mori, envie a carta para o Greyjoy.
O homem de idade pareceu surpreso, mas então buscou em um livro com uma escrita desconhecida por Travis e logo encontrou uma carta.

O Hightower por sua vez se sentou na cabeça da mesa, e começou a escrever uma nova carta. As palavras eram poucas, e assim que ele selou a mesma com o símbolo da Torralta, ele puxou uma nova folha, voltando a escrever rapidamente.
-Travis, prepare 50 homens, partiremos para Vaufreixo ainda essa semana. Preciso ver Garad.
Osyl não podia se dar ao luxo de que alguém interceptasse o corvo, mas como o lorde de Bosquedouro ficava um pouco mais longe, ele nada podia fazer além de enviar a carta por um corvo.

Logo que o corvo saiu pela torre em direção ao Lorde Rowan, Mori voltou para dentro da sala. Agora somente ele e Osyl estavam ali.
-Garth Oakheart sabia que depois de feito, não existia outro jeito...
- Eu também tenho isso em mente, meistre... Mas Aspen precisa de mim. Os Hightower sempre ajudaram a campina. Não serei omisso nesse momento.

-Só estou falando que...
-Que não existe volta... Sim, eu sei!

Então, Mori deixou o salão do topo, enquanto Osyl encostou no trono e colocou os pés na mesa, brincando com uma moeda em suas mãos.
Uma antiga moeda com o símbolo da mão verde e os escritos "GARDENER" em seu extremo.

*Participação na RP encerrada.*

Habilidade Treinada: