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Mensagem por Meena Qui Fev 02, 2017 3:07 pm

I know you like mind games
RP fechada, que começará com o post de Syndor. Participam Meena e Syndor. A RP passa-se no presente, na Cidade Livre de Myr. Um dia típico de outono, a cidade litoral de Essos é rodeada por um céu cinzento, com o mar que banha Myr levemente agitado. O clima que antecede uma tempestade.

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Mensagem por Syndor Qui Fev 02, 2017 8:24 pm

Eu não sou louco
Você deve saber de pessoas que fazem sua fama, sua fortuna e sua vida a partir da miséria de outras. Durante todos os tempos, por todas as terras e até nos mares essa ânsia pela ascensão tem aparecido. Essa não é, no entanto, a visão retratada nos contos de fadas. Neles, os afortunados são escolhidos pelos deuses, e a escória é condenada pelos mesmos deuses. Bom, nessa história - que não é um conto de fadas, acredite -, temos um desses homens afortunados. Um artesão muito cultuado em Myr e com sua fama ecoando já em outros cantos do mundo. Joias, tecidos, lentes, todos de altíssima qualidade. Foi abençoado com mãos de ouro, é o que dizem. Mercadores guerreiam por suas peças para revenda. Homens e mulheres pagam uma fortuna. Esse homem abençoado espalha essa luz divina com suas peças, quiçá artísticas, pelo mundo. Sempre com uma bela mulher de um lado e um serviçal do outro, Marvion, O Artesão, vivia alegremente das lágrimas, do suor e do sangue de milhares de pessoas.

Quando, após um pequeno cumprimento, ouviu o nome de seu próximo alvo, quase sorriu. Teria sido um problema se alguém tivesse visto aquilo, mas escondeu bem. Já tinha ouvido falar de Marvion, O Artesão, numa de suas inúmeras viagens. E claro, todo aquele donjuanismo parecia nada além do que uma boa máscara. Como era bom saber que o homem seria abençoado mais uma vez, só que agora pelo Deus das Muitas Faces.

A viagem não fora das mais longas, logo chegou. Dela, só muita onda e vômito.

Quando desembarcou em Myr, não se lembrava muito de como era aquela cidade. Há tanto tempo que estava lá. Não era momento, no entanto, de nostalgia. Tinha as informações necessárias para chegar, pelo menos, a colocar os olhos em Marvion pela primeira vez. Apesar de ser alguém famoso, Myr não se passava por uma cidade muito perigosa, principalmente a região da cidade em que o artesão vivia. Os passos não precisavam ser muito apressados, afinal, o trabalho não tinha prazo nenhum.

A vontade que Syndor tinha, porém, estava saltando de seu corpo. Há tempos não tinha feito alguma bênção. Seu instinto começava a voltar. Isso o preocupava um pouco, mas as orações tinham funcionado para acalmá-lo. Quando já estava perto do anoitecer, o Sem Rosto viu um homem sair de uma luxuosa casa - ou quase um castelo, era enorme. A pele morena, os olhos azuis - algo muito curioso para alguém de Myr - e as roupas um tanto quanto extravagantes anunciavam quem estava saindo para um passeio.

Com os passos soando um pouco mais rápidos agora, conseguiu fazer com que, no meio de uma praça, e olhando para baixo, esbarrasse no serviçal de Marvion e no próprio, chamando a atenção, momentaneamente, dos três que passeavam: Marvion, a mulher e o serviçal.

- Mil perdões, senhores - e andou para longe, envergonhado.

Estava confirmado, era ele O Artesão. O serviçal ao seu lado parecia tão assustado por aquilo ter acontecido que seu olhar transparecia o desespero de uma criança que ficaria de castigo mais tarde. A mulher era bela e Marvion parecia realmente prazeroso ao lado dela. Agora a pergunta... Como chegar próximo o suficiente? Matá-lo com uma flecha no meio dos olhos não era algo de que os Sem Rostos gostavam de fazer. Deixar rastros tão evidentes não era nem um pouco elegante. Bom, se as descrições estivessem corretas, o homem sempre anda com um serviçal ao seu lado.

- Será que não consegue limpar a própria bunda sozinho? - murmurou, enquanto pensava em algum plano.

Syndor já tinha se afastado do local em que tivera o "encontrão". Foi a uma pequena estalagem, a mais barata que conseguiu encontrar, e ficou na entrada, observando as pessoas que passavam, com o olhar perdido. O que fazer? O que fazer? Eis que a solução surgiu à sua frente, literalmente, porque ela entrou pela porta. Era o serviçal com que Syndor tinha esbarrado algumas horas antes. Quando os olhos dos dois se encontraram, parecia amor, só que no lugar do amor, ódio.

Ele foi andando pesadamente até a cadeira em que o Sem Rosto repousava com o chapéu ao lado. Antes que ouvisse a primeira palavra do homem, levantou-se e colocou novamente o seu chapéu.

- Você não olha por onde anda, seu merda? - cuspia enquanto falava.

- Você não fala sem cuspir? - limpou a saliva de seu rosto

- Seu merda, depois daquele "incidente", meu chefe vai cortar o meu salário pela metade nós próximos 10 meses!

Por mais que estivesse irritado e cuspindo, o homem não elevava a voz. Era, realmente, um serviçal muito bem educado, muito bem domado.  Syndor olhou para a roupa daquele sujeito, ainda vestido em seu uniforme de roupas brancas com detalhes pretos, com um pequeno bordado vermelho, provavelmente seu nome. Mas quando tentou lê-lo, não era um nome, era um número.

- Acho que é melhor nós conversarmos num lugar menos delicado, não acha? Vamos, pelo menos, lá pra fora.

Não sabia o quão desequilibrado era aquele homem, e se ele tentasse alguma coisa dentro da estalagem, perderia a barganha que pagaria e teria de ficar sem comer no dia seguinte por dormir num lugar mais caro. A noite já tinha invadido toda Myr quando os dois estavam com os pés num beco escuro.

- Seu merda... - corria com a mão cerrada

De repente, Syndor percebeu que aquele homem era alguém bondoso. Que curioso. Por mais que tivesse cuspido e xingado o Sem Rosto e estivesse a ponto de soca-lo, o olhar não transparecia maldade, só precisava extravasar. Fosse em outro tipo de história, Syndor teria sentado com ele e ouvido suas mágoas, mas não estamos nesse tipo. Aquela era, afinal, a oportunidade perfeita. Quando o primeiro movimento do homem partiu para próximo de si, levantou o braço direito e com ele desviou o soco, conseguindo segurar o punho do serviçal, forçando-o a ficar de costas para o assassino.

Um chute na lateral do joelho do homem o fez se abaixar em dor e uma pancada com o arco de Syndor o apagou. Quando voltou a abrir os olhos, tinha os braços e pernas amarrados à cama. A boca estava amordaçada, portanto, não conseguia gritar, coisa que tentou logo após acordar.

- Nem tente, você só sai daqui depois de eu explicar o que quero que faça. Fuja. Vá embora, pegue um barco qualquer, para qualquer outra Cidade Livre, para o inferno de Westeros, para o Mar Dothraki ser cavalgado por um selvagem... Quero que suma de Myr, entendeu?

O serviçal parecia não entender nada. Syndor se aproximou dele e colocou o dedo sobre a própria boca, como num sinal para que fizesse silêncio. E retirou a mordaça.

- AHHHHHH!

Até mesmo Syndor se assustou com aquele grito. Como aquele homem poderia ser tão burro? Claro, acabou levando um soco no rosto e ficou amordaçado de novo. O assassino foi até a sua sacola, sobre a mesa, e começou a remexer algumas coisas. Frascos, pergaminhos, mapas, flechas, facas.

- Poxa vida, eu peço pra você não gritar e você grita? Você come a merda do Marvion? Ou só cheira?

Ok, tinha de se acalmar, o instinto estava voltando. Quando percebeu isso, fechou os olhos, respirou fundo, e fez uma rápida oração. Não precisava ter pressa ali. E não podia ter raiva ali.

O serviçal parecia começar a entender que aquilo poderia ser uma ameaça para Marvion. Qual seria o lado que tomaria? Seria fiel? Ou se rebelaria?

- Eu vou te deixar falar de novo, e quero que fale assim: "Claro, senhor, eu nunca mais volto para Myr" - tinha a voz no tom mais didático possível e fez como fizera antes.

- Seu merda, você é louco!

Ah... Aquela palavra... Syndor não gostava nem um pouco daquela palavra. Seus olhos, por um momento, se abriram mais do que o natural. Suas narinas ficaram maiores e um sorrisinho surgiu em seu rosto. Amordaçou, novamente, o homem. Virou as costas e foi até sua sacola. Dela, pegou uma adaga. Uma adaga que encontrara em uma de suas aventuras. Retirou-a do pano que a encobria e começou a analisá-la, já de frente para o homem preso em sua cama.

- Você não deve estar passando bem... Está cheirando muita merda do Marvion, rapaz. Sabe que eu queria só o seu bem, certo? Aliás, eu só quero o seu bem, ainda. Mas, agora, já que me chamou de "louco", quero que me conte algo do seu chefe antes de eu te livrar. Como é o tratamento dele para com os serviçais? - dizia enquanto passava o dedo na lâmina e, com a outra mão, tirava o pano da boca do prisioneiro. Ele arfava.

- E-ele nos tem sem se preocupar com o que pensamos... Somos números para ele... Mas nunca atrasa os salários...

Syndor ficou surpreso. Aquela era uma informação muito importante. No final das contas, o homem parecia ser útil, por mais assustado que estivesse. Mas chamara Syndor de louco... O assassino foi até o pé da cama e desamarrou os pés do homem, mas falou para que não se mexesse. Começou a puxar a calça do homem para baixo, retirando-a e deixando-o apenas com as roupas de baixo. Amarrou os pés e fez o mesmo processo com as mãos para retirar a vestimenta superior que usava.

- P-por que está fazendo isso? - tinha medo ali

- Eu não quero sujar sua roupa, vou precisar dela depois.

- C-como assim? O que vai fazer comigo?

- Ah, com você? Eu falei que você está cheirando muita merda e isso faz mal! Vou te impedir de voltar a fazer isso.

- Por favor, não me mate, eu vou embora, eu sumo, você nunca mais vai saber quem eu sou e nunca mais vai ver meu rosto, por favor, não quero morrer

- Ãhn? Não... Eu nunca te mataria - e sorriu.

O que Syndor fez, na verdade, foi só arrancar os dois dedos médios do rapaz. Analisou a mão dele e percebeu que tinha dedos grossos, seria suficiente para o que tinha em mente. Pegou a sua adaga e começou a cerrar um dos dedos. Claro, depois de ter amordaçado novamente o homem. E ainda bem que fez isso, porque ele gritou demais, a adaga estava um pouquinho cega, afinal. Quando tinha os dois dedinhos na mão e o homem ainda não tinha desmaiado de dor e desespero, enfiou-os um em cada narina.

- Vamos ver se assim você fica mais atento, rapaz... Logo logo alguém vem aqui pra te tirar da cama. Depois disso você vai embora, ok? Se ficar em Myr, vou ficar muito desapontado... - virou as costas, guardou a adaga e trocou as suas roupas. - Viu só? Eu não te matei! - disse com entusiasmo e fez uma pequena pausa, ao guardar o seu chapéu como o último item de sua sacola - E nem sou louco.

O ex serviçal acabou por desmaiar. Syndor abriu a porta do quarto e olhou para a nova vestimenta. Era um pouco ridícula, tinha que admitir, e estava um pouco apertada. O número bordado, em vermelho, na altura de seu peitoral, para a direita, representava muito mais do que Syndor imaginava que iria acontecer dali em diante.

- Hm... Seiscentos e sessenta e seis. - sorriu e fechou a porta.

Habilidade Treinada:
   


Syndor
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Mensagem por Great Stallion Dom Fev 05, 2017 12:47 am

Avaliação de treino de habilidade

syndor

Um ótimo treino! Seu nível de escrita é excelente e descreve muito bem. Parabéns!


Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)

Total (100/100)


+ 30% de experiência pelo atributo de inteligência com 10 pontos
+ 10% de experiência por ter a habilidade no nível 0

Recompensas
+ 140 pontos de experiência em intimidação

Great Stallion
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Dragões de ouro : 00
Veados de prata : 00
Estrelas de cobre : 00
Idade : 00
Salário extra : 0%
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Deuses

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Mensagem por Meena Ter Fev 07, 2017 9:43 pm

I foresee it's true, that you would love me better If I couldn't screw All your moves that make me wanna run away But I got stuck with faulty legs I believe it's true that you would screw me If I let you in my bedroom And if I did then do I try to move away? Cause I know you like mind games
Seiscentas e sessenta e seis páginas tinham sido esfolheadas pela morena, enquanto lia uma enciclopédia de história. A sua palma direita repousava sobre a cadeira onde se encontrava sentada, uma perna cruzada sobre a outra, enquanto os dedos finos embatiam no apoio de madeira produzindo um som ritmado. Era uma música do continente do oeste, Westeros, a que fora dado o nome de As Chuvas de Castamere. A música agradara, particularmente, Meena. Não era difícil saber porquê, tendo em conta o tema lúgubre da mesma.  

Apesar disto, ela podia parecer uma mulher normal, distraída na leitura de um livro, não fosse pelo homem ensanguentado preso por uma corrente em cada membro, mesmo à sua frente. Os seus murmúrios suplicantes eram abafados por uma mordaça. Não era suposto estar na masmorra, mas era o seu melhor destino. Antes isso a passar mais momentos com Marvin, o Artesão. Estava aborrecida por aquela companhia que se tornara monótona. Mantinha a sua atuação quando estava na presença do Artesão, contudo, necessitava de uma vítima ocasionalmente, não fosse ela morrer de um tédio que Marvin era incapaz de aliviar.  

Por que estava ela, então, com aquele homem? Não era nada surpreendente para qualquer um que realmente conhecesse Meena  (mas essas pessoas existem mesmo?); ia usá-lo. Já o fazia, com as jóias e vestidos que recebera — Marvin fazia questão de ter as suas acompanhantes com nobre aparência — mas o seu verdadeiro objetivo era conseguir um encontro com o assassino de Marvin. Ela previra a morte do homem e não tardaria para ver com os seus próprios olhos o evento à sua frente.  

Tomou um gole do líquido de uma caneca de estanho e virou a página. O sabor era-lhe familiar. Chá abortivo. Apesar de todas as suas facetas macabras, Meena estava presa à condição de mortal e, como tal, o risco de engravidar era recorrente na sua vida. Tal como o recurso ao chá da lua.  

A continuação ininterrupta do ruído do homem fez a morena erguer finalmente a cabeça. Inspirou fundo antes de falar e, naquele curto momento em que os pulmões se encheram de ar, o semblante tornou-se mais amistoso. Como se, apesar daquilo tudo, ela estivesse a ser uma boa pessoa. — Perdão. Deve estar aborrecido, não é? Também eu estou. É por isso que aqui está, afinal. — Para a entreter. Ergueu o livro para mostrar a capa à sua vítima, porém, este nem sequer se esforçou para levantar a cabeça e o ver. Meena ignorou este ato, afinal, teria tempo para ensinar uma lição ao homem mais tarde. Agora estava focada.  

Conhece Qohor? — Questionou-o, mas não lhe deu tempo para responder — Que pergunta. Claro que não. Aposto que nem conhece a cidade em que estamos. Mas não vou falar de Myr, neste momento, estou a ler sobre Qohor. Já a visitei, no passado. É uma cidade encantadora, mas não para todos os olhos. — Os olhos angulares mantinham-se nas letras cursivas do livro, deixando a sua voz serena, mas inexpressiva. Refletia o seu interior — Vou-lhe contar uma história. Já ouviu falar do Século de Sangue? — Terminando de ler as últimas palavras da página, deixou o livro de parte e levantou-se, caminhando a passos compassados na direção do prisioneiro — Procedente à queda do Império Valiriano, que gerou conflitos para todas as Cidades Livres, Qohor foi alvo de uma série de ataques pelo Khal Temmo, dos nómadas Dothraki. — Fez uma pausa, estando diretamente em frente ao homem acorrentado.

Observou a sua obra com fascínio por breves momentos antes de pousar um dedo sob o queixo dele, fazendo-o olhar para ela. — Já conheceu um Dothraki? Os senhores dos cavalos. Abominam qualquer magia. Nunca estive na presença de um khalasar inteiro, nem planeio estar. Seria estrupada ou tomada como escrava. Se algum descobrisse a minha magia, ainda pior. Não compreendem o significado da palavra maegi e associam-no apenas a uma bruxa. Como se isso fosse insultuoso. — O dedo deslizou pela pele bronzeada dele, até encontrar uma das suas feridas, e fez pressão no local, ainda o encarando com uma expressão angelical — Mas poderosos guerreiros. Não admira, só se importam em lutar e cavalgar. Cavalos, mulheres, o que quer que seja. Para se vangloriarem das suas vitórias, deixam o seu cabelo crescer, entrançando-o, e não o cortam até perder uma batalha. Saqueiam as cidades que encontram e... o Khal Temmo atacou Qohor. — Esticou o seu longo dedo, de forma a cravar a unha sob o local ensanguentado — Cinquenta mil homens no seu exército. Os qohorik já esperavam um ataque, pelo que reforçaram todas as suas defesas. Mas no primeiro dia, os Dothraki foram vitoriosos e as companhias de mercenários que tinham sido contratadas fugiram. Mas três mil Imaculados que tinham vindo ao serviço dos qohorik chegaram nessa noite. Os três mil de Qohor.

Afastou, enfim, o indicador da ferida não tratada e levou-o aos lábios, mordendo o próprio dedo antes de retomar a sua narração, e permitiu que o gosto metálico se alastrasse pela boca. — Os Imaculados aguentaram dezoito investidas dos nómadas, além de três ataques de arqueiros. Khal Tammo, os seus filhos e os seus companheiros de sangue morreram. Mais de doze mil guerreiros Dothraki morreram. Então os ataques pararam e após uma batalha de quatro dias, estes cortaram as suas tranças e depositaram-nas em frente aos Imaculados. Seiscentos destes sobreviveram ao ataque. — Trágico, mas Meena via-se intrigada pela história dos três mil de Qohor. — E a partir daí, a guarda da cidade foi incumbida a Imaculados. Na lança de cada um destes soldados de Qohor encontra-se uma trança de cabelo humano. Mesmo após o fim das cidades que treinavam os Imaculados, os qohorik valorizam a sua lenda e tentam treinar os seus próprios Dothraki, com sucesso apenas parcial.

A morena afastou-se para um efémero alívio do homem. Numa mesa desequilibrada ao lado, jaziam diversas ferramentas, entre elas facas, machadinhas e agulhas. Escolhendo os instrumentos que iria usar agora — o prisioneiro não pareceu gostar de nenhuma das escolhas —, voltou para seu lado. — Esteve atento ao que lhe contei, certo? Porque detestaria saber que não ouviu bem a história. Então de cada vez que eu lhe fizer uma pergunta e responder errado, vai perder algo.

Habilidade treinada:
 

Puxou os cabelos para trás, afastando-os da face. Tinha-os alisado usando uma técnica lysena. Mas mesmo perdendo aquela característica que tanto a definia, olhava orgulhosamente para os espelhos. Ainda encontrava sangue em alguns dos dedos, mas não tardou para eliminar qualquer vestígio das suas atividades ilícitas.

O assassino que ela procurara aparecera ontem pela primeira vez, chocando contra um dos servos de Marvin. Era ele, a morena tinha a certeza. Agora, só tinha de se manter atenta para novas aparições por parte dele. Para isso, teria, infelizmente, de se manter próxima de Marvin. Voltou para a mansão de Marvin, passando pela maioria das salas e salões, procurando, não o artesão, mas por algo que a pudesse levar ao homem que procurava. As suas visões não tinham sido suficientemente claras para perceber como o ia encontrar pela segunda vez. Ao passar na cozinha, porém, reconheceu as feições. Ele estava ali. Meena, sendo Meena, sentou-se e olhou fixamente para ele, por uns segundos, como se o convidasse a ir ter com ela. O falso número seiscentos e sessenta e seis estava finalmente à sua frente.

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Mensagem por The Old Gods Qua Fev 08, 2017 4:31 pm

avaliação de treino de habilidade

Meena

Ótima narrativa. Detalhou de forma excepcional o acontecimento histórico, levando-me a aprender junto com a personagem. Escrita impecável, como sempre. Parabéns!

Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)

Total (100/100)


+ 38% de experiência pelo atributo de inteligência com 12 pontos
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Mensagem por Syndor Sex Fev 10, 2017 12:33 pm

mind games
A hora do jantar se aproximava, por isso quase todos os serviçais se dirigiam para a cozinha. E agora Syndor era um deles. Andava de um lado para o outro, sempre a observar como agiam, como andavam, o tom que falavam entre si e para com os "nobres". Não era muito difícil identificar um padrão, afinal, todos estavam, como foi bem dito, domados. Era só prestar atenção.

"Quando andam pelos salões e corredores, sempre as mãos ao lado do corpo. Na cozinha, é necessário um avental para não sujar o uniforme e falam baixo para não atrapalhar quem quer que seja, na maioria das vezes, para não atrapalhar Marvion em seus momentos artísticos. Tratam-no como rei, e dele não recebem sequer um mal olhado, ele os considera máquinas, insensíveis, inquebráveis.

Durante as poucas horas que Syndor tivera de análise, já pudera perceber a frieza com que eram tratados os servos. Num determinado momento, viu um ser encarregado de trazer, por todas as escadas da mansão, um barril cheio de vinho. E claro, sem derrubar uma gota. As pernas do homem tremiam e ninguém poderia imaginar a dor que sentia.

"Apesar de tudo, não alteram sua feição. Sempre sérios, sem passar uma insatisfação. Essa parte vai ser mais difícil... Bom, dá pra ver também que andam sempre com a postura bem colocada, e seus passos são pequenos e rápidos quando nos corredores da mansão, como se quisessem fugir de algo só que mantendo, ao menos, um pé no chão. Ah, Marvion, quero tanto te encontrar..."

Aos poucos, foi alterando a forma como tinha o seu corpo e como andava. A voz soava um pouco rouca, pois não estava acostumado a falar num volume tão baixo como o tinha de fazer. Em certos momentos não sabia ao certo o que fazer com as mãos, era como se não fizessem parte de seu copo. Olhou ao redor para relembrar-se de o que faziam com a mão e viu que podia também mantê-las para trás do corpo, assim o fez, enquanto aguardava ordens.

- Pegue as toalhas de mesa.

Mantendo todo o andar moldado que descobriu ser capaz de fazer após analisar os seus "colegas", Syndor foi desviando de panelas quentes e jarros de vinhos até chegar num armário em que poderiam estar guardadas as toalhas de mesa. Ao abri-lo, viu que só havia temperos ali dentro. Imediatamente parou de se mover. Não era comum serviçais de Marvion errarem. Isso era outra característica que notara e adotara para si. Aos poucos ia se tornando outra pessoa que não Syndor.

De qualquer forma, tinha errado. Fechou a porta e olhou todos os servos que o rodeavam. Não conseguia cruzar os olhos com nenhum deles, todos pareciam fissurados em suas tarefas, até que um fraquejou. Syndor começou a andar em sua direção e pediu, já no tom baixo que era requerido:

- Toalhas de mesa, onde?

Poucas palavras. Isso também era uma característica dos serviçais. "Eles falam baixo, falam pouco". O homem a quem o Sem Rosto pediu ajuda apontou com um movimento de cabeça para o armário ao lado do que Syndor tentou segundos antes. Era uma pena, quase tinha acertado. Pelo menos parecia que mais ninguém o havia notado, até que...

Quando já tinha a toalha de mesa na mão - e o tecido era digno de reis, devo dizer ao leitor, nunca tocara em algo tão macio e confortável - foi percebido. Não era o chefe dos serviçais, nem outro serviçal, mas uma mulher. Ela estava do outro lado da cozinha. Entre seu olhar e o de Syndor, passavam panelas, jarras de vinho, frutas, aromas, mas de nada adiantaram. Ela parecia querer dizer alguma coisa.

Syndor a reconheceu. Era a mulher que acompanhava Marvion no momento em que esbarrou com o verdadeiro seiscentos e sessenta e seis. Os cabelos que escorriam pelo corpo, os olhos tão escuros quanto o céu de noite, mas que possuíam um mesmo brilho das estrelas. Não tinha como confundir, era ela. E parecia chamar por Syndor. E o pior, ela não estava prometida a deus, só Marvion. Ela teria de continuar viva. Lembrou-se de não mudar a sua feição. Ufa, tinha sido por pouco.

Com passos rápidos, passou pelo chefe e entregou-lhe a toalha de mesa, e se dirigiu à mulher. Enquanto andava, ia desviando de alguns serviçais que apressavam-se em suas tarefas. Passou a mão por uma bancada com talheres, fingindo que os analisava. Depois, continuou a andar. Por sorte, o chefe não dera a Syndor nenhuma nova tarefa, mas logo teria de sair para servir à mesa. Eis que uma ideia surgiu. Estaria a mulher de Marvion lá apenas para que algum serviçal mantivesse a sua taça cheia durante a refeição? Tomara...

Quando se aproximou dela, abaixou a cabeça, como todos os serviçais o faziam quando na presença de um "nobre". Todos os outros "colegas" de Syndor, no entanto, não pareciam perceber a presença dela, ou então, ela fazia questão de não ser percebida. Magia? Não, não existia tal coisa.

- Senhora Meena? - em tom de respeito.

Todos conheciam a mulher atual de Marvion. Meena, uma jovem vinda de terras distantes. Prendera o Artesão com suas pernas, seus braços, seus olhos, seus cabelos, seus dentes. Tinha o olhar que nenhuma outra tinha. Havia, sim, sedução, mas havia mais. Tudo que fazia parecia ser uma ameaça, pelo menos era isso que os serviçais diziam.

Chamou-o, com o dedo indicador - e discretamente -, para ter com ela na porta pela qual ela tinha entrado. Esta dava num corredor pouco frequentado da mansão justamente por ter conexão com a cozinha e o cheiro de comida sempre estar presente. Quando há fome, isso é bom, mas quando não há, pode ser nauseante. De qualquer forma, quando a mulher saiu pela porta, Syndor logo atrás.

Esse era outro costume dos serviçais, manter-se atrás dos "nobres". Simbólico, claro. Com a cabeça baixa e em sua mente repassando todas as manias que tinha analisado até então, tinha no olhar o andar de Meena. A cada passo, os cabelos se mexiam em suas costas, enquanto uma perna de cada vez se descobria das vestimentas. Sua pele seria mais macia do que os tecidos de Myr? Imaginava...

Já no corredor, ela voltou o olhar para o servo, olhando para trás, e nele Syndor viu. Ela sabia. Imediatamente, a sua feição mudou. De serviçal domado, para a de costume. Queria ter seu chapéu consigo. Tornaria a cena mais intensa, mas, infelizmente, aquilo não era nenhuma estória heroica.

- Não me diga que me chamou para me matar... - até a sua voz, já num volume mais intenso, soava diferente - Ou mandar alguém para me matar... - uma última pausa - Eu sou só um serviçal, senhora Meena. - ironizava, e era um alívio.

Nas últimas palavras, voltara ao tom baixo que era esperado. Mexia em algo com a mão, quando, de repente, uma gota de sangue escorreu pelo seu dedo. Pelo jeito a faca que pegara da cozinha estava bem afiada, mas talvez precisasse de um reforço até a hora da refeição.

Hmm... O cheiro de comida estava tão bom...

Habilidade Treinada:
   


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Mensagem por Many-Faced God Sex Fev 10, 2017 1:22 pm

Avaliação de treino de habilidade

Syndor

Um ótimo post, só tenho de o parabenizar. Realmente gostei da forma como abordou o treino, observando os serviçais, anotando os detalhes e imitando (e desta forma fez um treino que correspondeu ao nível da habilidade). Praticamente não encontrei erros que levassem a descontos. Os meus parabéns, continue a evoluir!


Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
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Total (100/100)


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Mensagem por Meena Sex Fev 10, 2017 7:38 pm

I foresee it's true, that you would love me better If I couldn't screw All your moves that make me wanna run away But I got stuck with faulty legs I believe it's true that you would screw me If I let you in my bedroom And if I did then do I try to move away? Cause I know you like mind games
A senhora Meena não perdeu tempo. O seu lugar não era, decerto, na cozinha junto dos servos. Portanto, fez sinal com o indicador ao assassino de Marvin, não escondendo o sorriso por ver que finalmente ele ali estava. Não haviam dúvidas, ele não era mais uma das máquinas do artesão, atendera ao seu chamado. E ela via a curiosidade nos seus olhos. Oh, se via.

Não precisou de olhar para ver, nem de estar atenta ao som dos seus passos, para saber se o homem a seguia. A morena caminhava para um dos locais menos frequentados, para ficar sozinha com um assassino, mas nem por isso ficou com medo. Ele não estava ali por ela e ele não podia matá-la sem antes ouvir o que tinha para lhe dizer. Ainda assim, as palavras que tinha para ele seriam perigosas. O homem devia se sentir inclinado a matá-la a dada altura, mas não o iria fazer sem ouvir tudo, e ela tinha uma proposta interessante.

Liderando durante o percurso, foi apenas quando chegaram ao corredor que ela olhou para trás. Havia um brilho nos seus olhos, algo que refletia o interior de Meena, algo que nem mesmo com as suas atuações ela podia replicar. Era genuíno, intrínseco. O seu motivo? Pode-se dizer que é porque Meena gosta de perigo, da ação que este implica. Naquele longo segundo em que se olharam, entretanto, ela pôde notar algo no olhar dele, uma mudança. Só não sabia dizer ao certo o quê.

Não me diga que me chamou para me matar... Ou mandar alguém para me matar... — Começou ele por dizer. A sua voz parecia agora mais sarcástica. Ao contrário dos servos do castelo, já não parecia ter medo do simples ato de falar. De exprimir opinião. — Eu sou só um serviçal, senhora Meena. — O canto dos lábios ergueu-se em resposta e ficou em silêncio por uns segundos, observando-o bem antes de começar a falar.

Sim. O servo número seiscentos e sessenta e seis. Onde está o verdadeiro agora? — Ele não pareceu surpreendido, o que aprazeu a morena. Ele não era nenhum tolo. — Sei por que motivo tomou o seu lugar. Sei das suas intenções. Tal como você sabe quem eu sou e com quem eu estou. Como tal, deve saber que sou a pessoa mais próxima de Marvin. Pelo menos neste momento, enquanto ele estiver entretido. — Rolou levemente os olhos, de sobrancelhas franzidas e acrescentou — Claro que no meio disto eu é que acabo por ficar aborrecida… mas é por isso que você aqui está. — Abriu um sorriso, revelando duas covinhas, uma em cada lado da face. Era difícil acreditar que aquele sorriso podia ter más intenções. Ao olhar para baixo, tal sorriso apenas se alargou ao ver o sangue que escorria de um dedo dele. Não sabia como, mas ficava feliz por o ver. Podia aproveitar aquele momento.

A sua conversa foi, no entanto, interrompida. Alguém vinha aí e não foi apenas Meena a sentir o barulho. Foi ao pensar rápido que a morena teve uma ideia que apenas lhe traria benefícios.

O corredor era estreito. A morena empurrou o outro até à parede, conseguindo o fazer — não por ter força para tal, ou o homem se apercebeu e chegou-se para trás, ou apenas o tomou de surpresa — e depositou o indicador direito sobre os próprios lábios, indicando-o para se manter em silêncio, mas não só, também para que ele não a tentasse contrariar. — Ele vai reconhecer-me. Não se alarme. — Deu ênfase àquela última parte. Aquele homem em especial ia provavelmente denunciar a sua companhia para Marvin, ela reconhecia-o.

Um dedo. Era a única distância que separava os seus lábios dos dele. Até que esse dedo desceu e não havia nada que os separasse. Haveriam outras formas de se esconder do outro homem? Ora, claro que sim, mas Meena não seria Meena se não fizesse aquilo. Além de que tinha mais uma intenção. A bruxa aproximou os seus lábios dos dele, iniciando um beijo e logo abrindo passagem para a sua língua encontrar a dele. Como se fosse essa a sua intenção, um simples beijo.

Mas não. Antes que aquilo continuasse, trincou o lábio inferior dele, a língua descendo para saborear o sangue que logo apareceu. ”Quantos segredos devem haver neste sangue”, imaginava. Afastou-se, um sorriso macabro nos seus dentes emoldurados de vermelho, mas manteve a proximidade entre os dois, levando os lábios até ao seu ouvido e a cabeça encostada ao seu pescoço. Fechou os olhos, porque não era com eles que veria a partir de agora. Pelo menos, não com os seus. Sussurrou, impercetivelmente, para que ele se certificasse de que o outro homem tinha ido embora. Aquilo era, de facto, um abuso da senhora Meena.

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Mensagem por The Old Gods Seg Fev 13, 2017 12:43 am


Avaliação de treino de habilidade

Meena

Um treinamento bem detalhado. Embora pudesse ter explorado um pouquinho mais a habilidade em si, usufruiu das ações da personagem para executá-la de modo que coincidisse com o seu nível. Não encontrei erros que levassem a descontos. Parabéns!

Critérios de avaliação
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Mensagem por Syndor Seg Fev 13, 2017 4:21 am

mind games
"...mas é por isso que você aqui está."


A faca manchada de sangue quase tinha se soltado das mãos de Syndor. Fora pego de surpresa. Não pela conversa, afinal, só o chamar de Meena e o tom com que começara a falar já transpareciam a ciência de toda a situação que envolvia Marvion e o "novo" número seiscentos e sessenta e seis, mas sim pelo empurrão seguido do invasivo beijo. Sim, invasivo.

O leitor, ou a leitora, deve imaginar que o nosso herói já foi ferido por espadas, lanças, flechas, adagas, machados, arakhs e suas cicatrizes contam cada história, porém nunca se sentiu tão lacerado quanto por aquele beijo. Piegas? Poderia ser, não fosse a falta de desejo que nele havia. Ou se havia desejo, escondera-se atrás da ousadia da mulher. Onde já se viu, beijar um assassino desse jeito?

Isso, porém, não se prolongou. Logo sentiu o deslizar dos lábios de Meena envolver o seu lábio inferior e num aperto dos dentes, fê-lo sangrar. Do doce saber do beijo, veio o tenaz sabor do sangue. Qual seria o porquê daquilo? O Sem Rosto tentou imaginar o que se passava ali, na presença da mulher de Marvion tão rente. Já ouvira falar de magias de sangue, capazes de verem o passado da pessoa com um simples saborear. Seria aquilo? Se fosse, veria a nítida transformação de dor em indiferença e prazer, com o passar dos anos. Talvez essa fosse a melhor definição da história de Syndor, sua história com a morte.

Quando os lábios se separaram, viu um sorriso banhado em sangue. Mordeu o próprio lábio para fazê-lo parar de sangrar e de nada adiantou. Ao mesmo tempo olhou ao redor, na tentativa de ver se o homem já tinha passado. Com passos lentos e quase mudos, o homem atravessou o corredor, restabelecendo a privacidade, ou algo próximo disso.

Até então, Syndor mantinha os braços ao lado do próprio corpo, encostados na parede, quase como se estivesse tentando se manter o mais afastado possível da "invasora", e, no entanto, ia falhando. Com a cabeça dela  ainda encostada em seu pescoço, começou a mover os braços. Pousou as mãos na cintura de Meena - vale lembrar que uma das mãos segurou-a meio desajeitadamente, pois ainda segurava uma faca. Imediatamente, sentiu o tecido de suas vestimentas. Ainda mais macias do que as toalhas que antes tocara, era incrível. Começou a afastá-la de si e a expressão de seu rosto demonstrava um certo descontentamento. Quando já afastados o suficiente, Syndor fê-la girar em seu eixo. E ao ficar de costas para o assassino - ou após meia volta, se preferir - foi puxada novamente. O descontentamento desapareceu.

O puxão fez com que as essências usadas pela moça alcançassem o nariz do Sem Rosto. Mantendo-a próxima de si, com a mão da faca ajeitou os longos cabelos que lhe percorriam as costas para que descobrissem as orelhas dela. Cada movimento era feito com muita calma, até porque não seria o ideal que alguém ouvisse o que acontecia ali. Encostou lâmina de lado - para que só sentisse a "frieza" do metal sem corte algum - na nuca da mulher, enquanto sentia a maciez da roupa dela com a mão que ainda a segurava pela cintura. Aproximou a boca, que ameaçava parar de sangrar, do pescoço de Meena e sussurrou.

- Você sabe que eu não sou o número seiscentos e sessenta e seis... - disse na orelha direita e moveu o rosto para a esquerda, com palavras que pareciam escorrer pela sua boca de tão lentas que soavam -  Sabe porque tomei o lugar dele.... - e voltou para a direita -  E sabe que vim matar o seu amado Marvion. - e, mais uma vez, para a esquerda - Mas tenho uma pergunta para a senhora... - suspirou, soltando o ar pesado na pele dela - Sabe quem sou eu? - com alguma ênfase em "quem".

Era uma questão importante. Por mais que estivesse tentando mostrar-se temível, ainda tinha certa dúvida de que Meena soubesse alguma coisa de sua verdadeira identidade. Não que isso fosse um grande problema, era mais curiosidade com receio. Nunca quisera que seu nome fosse relacionado à Casa do Preto e Branco tão abertamente, no final das contas.

Olhou para os dois lados do corredor e viu que ninguém parecia se aproximar. Um pequeno riso saiu de sua boca, expressando o puro e simples escárnio, nada mais, nada menos. Era curioso como a situação se invertera. Segundos antes, ela tinha Syndor nas mãos, ou melhor, na boca, mas agora, era o Sem Rosto que a prendia, ou pelo menos era isso que ele pensava.

Admito, esse seria o momento de descrever a sensação de Syndor ao ter o corpo de Meena junto ao seu daquela forma. Acho um pouco desnecessário, no entanto. Melhor a ameaça, certo? Certo...

- Você me mordeu! - quase elevou a voz, mas se segurou - Devia saber o quão perigoso é fazer isso num assassino... - e trocou para a direita novamente - E já que estamos abrindo nossos corações, devo dizer que não ando muito estável ultimamente, portanto, sugiro cuidado...

Nesse momento, a mão com a faca - era a mão direita, nesse ponto já nem sei se tinha detalhado isso. E se não tinha, o leitor, ou leitora, que me perdoe, sou só um narrador - ajeitou-a, fazendo soar, no ar, o som do metal. No mesmo momento, percorreu o braço sobre o ombro direito de Meena, levando a lâmina a brilhar, exceto a parte que estava suja de sangue, parando no pescoço dela. Com a boca muito próxima da orelha esquerda da mulher, Syndor voltou a sussurrar.

- Será que deveria mantê-la aqui e, em sua troca, pedir a cabeça do Artesão? - fez uma pausa para lamber o sangue que voltara a escorrer de seu lábio - Pergunto-me se ele a ama o suficiente para isso... É esse tipo de relação que vocês têm? - o sangue voltava a escorrer - Ah, gostaria tanto de ver essa cena... Sabe o que eu acho que aconteceria? - de novo, sangue, lambe, volta a falar - Flechas de todos os lados na nossa direção, mas não me entenda mal, não é que ele não se sinta atraído o suficiente ou algo do tipo. - ok, já sabe o que aconteceu aqui - É que homens como Marvion não pestanejam em fazer sofrer quem quer que seja para se verem na vantagem. E, para muitos, nada mais desvantajoso do que a morte, não é mesmo? - dessa vez o sangue quase tinha pingado, estava sussurrando demais. - E sabe o que é pior? É ver gente ficar ao lado dele. Todos esses serviçais domados. Os nobres que se unem a ele por conta de alianças vazias. Mercadores que, por mais que saibam das maldades que esse homem foi capaz de fazer, ainda aceitam comprar os seus produtos, tudo pelo lucro. - e o sangue pingou no ombro descoberto de Meena - Mulheres que se deitam com ele e se esquecem de ver o filho da puta com quem estão dividindo a cama, as taças, os prazeres!

Quando tomou conta de si, percebeu que estava quase descontrolado. Por pouco que a faca não encostava no pescoço de Meena e já nem sabia quanto tempo tinha gastado em seu pequeno discurso. Respirou fundo, acalmou-se.

- Portanto, sim, eu sei bem que você é a pessoa mais próxima dele e quero acreditar que é mais do que uma simples amante. E se é que ele te aborrece tanto assim, podemos resolver isso. - abaixou a faca - Juntos. - tentou organizar o cabelo dela como estava antes, afinal, nosso herói não é um grotesco, né? - E esse vai ser o nosso risco, mas nossa melhor chance. Eu não posso ser descoberto, nem você. -  enfim ela deu um passo para trás e se afastou, virando-se para o assassino - Esse é o nosso jogo a partir de agora.

Por mais que estivesse com um sorriso sarcástico durante toda a "brincadeira", agora tinha a expressão séria. Tentava ler no rosto de Meena alguma resposta à proposta feita. Se não obtivesse o apoio dela, teria de imaginar alguma forma de eliminá-la do caminho, só que, obviamente, sem matá-la. Como já dito antes, ela não era uma escolhida para a bênção. Pigarreou um pouco e colocou-se em posição de serviçal, repassando todas as suas observações pela memória. Era o número seiscentos e sessenta e seis novamente.

- Senhora Meena, estarei sempre ao seu serviço, caso precise de mim, é só chamar pelo meu número. - apontou para o bordado em seu uniforme.

E começou a andar em direção à cozinha.

Não soube o que Meena fez depois de terem se separado. Ao entrar na cozinha, viu que já estava atrasado para montar a mesa. Correu, pegou todos os outros talheres, os pratos e as taças - em várias viagens de ida e volta entre o Salão de Jantares e a cozinha - e organizou a mesa da forma como uma outra era montada por um outro serviçal. Copiar a organização dos itens era mais simples do que copiar a postura dos serviçais. Era só colocar os pratos uns sobre os outros, menores sobre os maiores. Taças de diferentes tamanhos em frente aos pratos. E, por fim, enrolar os talheres num pano tão macio quanto a toalha de mesa.

Mais tarde, Meena se sentou, ao lado de seu querido amante, o Artesão - ou O Alvo, para Syndor -, à mesa principal. Ao desenrolar os talheres do pano que os cobria, viu que sua faca tinha uma pequena mancha de sangue. Game on.

Habilidade Treinada:
   


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[RP fechada] Mind Games Empty Re: [RP fechada] Mind Games

Mensagem por The Maiden Made of Light Seg Fev 13, 2017 7:11 am

Avaliação de treino de habilidade

syndor-comdor

Um texto excelente, com uma escrita perfeita e o treino sendo bem explanado. Parabéns.

Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
+ Estrutura e Coesão (30/30)
+ Enredo e Criatividade (20/20)
+ Ortografia e Organização (10/10)

Total (0100/100)


+ 38 % de experiência pelo atributo de inteligência com 12 pontos
0 % de experiência por ter a habilidade no nível 1

Recompensas
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Mensagem por Meena Qua Fev 22, 2017 4:31 pm

I foresee it's true, that you would love me better If I couldn't screw All your moves that make me wanna run away But I got stuck with faulty legs I believe it's true that you would screw me If I let you in my bedroom And if I did then do I try to move away? Cause I know you like mind games
O hálito quente da morena batia contra o pescoço do homem mas, talvez pela primeira vez em muito tempo, não era proposital (ou pelo menos, não totalmente). Isto porque estava noutro mundo, quase que literalmente. Embora fosse o mesmo mundo, não era naquele momento, mas há imensos anos atrás. Diria que fora há quase um século, mas… isso não era possível, era? Ele não parecia ter mais de cinquenta, se tanto. O momento em que as suas visões eram relativamente pacíficas logo passou, contudo.

Perguntava-se o que estava a ver. Não era uma vida, nem duas. Era um número incontável. Parecia não haver fim para o número de vidas que via numa só. E então lutou. Lutou para não se perder naquele mar de vidas. A luta era perto de invisível para quem a via, já que, com a mente distante, o seu corpo permanecia inerte, usando o assassino como apoio enquanto invadia a consciência dele sem que ele sequer suspeitasse. Apenas na sua mão se viam movimentos. Agarrava a própria coxa com força, tentando agarrar-se àquela realidade, antes que fosse levada como uma folha pelo vento. Forçava uma pálpebra contra a outra, ambas a tremer, parecia estar num pesadelo. Lutou para não abandonar a si mesma por completo, tentando se focar no que acontecia no presente dela.

Mas era difícil. As visões pareciam não querer atenuar. Não era a primeira vez que provava o sangue de um assassino, mas jamais encontrara alguém assim, assassino ou não. E então tudo acabou. Os grandes olhos abriram-se, esbugalhados, como se com aquilo tentasse ver melhor. Ver se estava no presente. Se era ela, e não um assassino que parecia roubar a vida das suas vítimas. E a resposta foi afirmativa. Todavia, algo tinha mudado. Já não estava encostada ao falso servo, invadindo o seu espaço.

A situação invertera-se. Era ele que a segurava agora. Virou a cabeça para tentar ver os olhos dele — acredite, no meio daquilo tudo, ela já nem sabia qual a cor deles —, mas antes que o fizesse sentiu algo frio na sua nuca. Apesar da confusão que tomava a sua mente, não precisou de pensar muito para se aperceber de que era alguma lâmina. Tentava pensar no que podia ter perdido desde que encostara a cabeça ao pescoço dele, entregando-se às visões. Contudo, um nó formara-se nos seus pensamentos, e demorou um pouco para se lembrar de — mesmo numa das suas visões — ter visto pelos olhos dele que ele apenas a fizera girar, colocando-a numa posição que dificultaria os seus movimentos.

E então sorriu. Mesmo que o outro não a visse. A confusão ainda lá estava, mas sabia reconhecer algo de interessante em tudo aquilo. E coisas interessantes interessam. Talvez fosse passar mais tempo com aquele assassino do que inicialmente calculara. Sentiu a respiração dele contra o seu pescoço, alternando de um lado para o outro, à medida que ele falava. A sua derradeira pergunta era uma complicada. Meena não tinha a certeza se sabia ao certo quem ele era, mas uma voz na sua mente insistia em repetir uma única palavra. Ninguém.

Nada disse, porém. Ele queria intimidá-la assim, mas quem sabe, se fosse realmente necessário, talvez fosse ela a intimidá-lo com uma ou outra coisa que acabara de aprender sobre ele. O momento lúgubre rapidamente se passou, com um sorriso vindo do assassino, porém, e ele logo se expressou quanto à mordida. Voltou a mover a sua lâmina, encostando-a ao pescoço da morena e a sua boca aproximou-se do ouvido dela. Meena ouviu as palavras com atenção. Enquanto falava, ela encostou a cabeça para trás, deixando-a repousar no ombro dele. Irónico, facilitava-lhe o trabalho caso ele quisesse usar a arma. Mas sorriu.

Uma gota de sangue caiu no seu ombro, brilhando enquanto refletia a luz de uma tocha. Os olhos moveram-se até encontrar a origem do mesmo, a ferida que fizera no seu lábio. Havia um brilho nos seus olhos ao pensar que aquela gota de sangue era o suficiente para a deixar mais forte. Claro, nada disse. Logo ficou mais interessada na forma como o assassino parecera se exaltar ao falar de Marvion. Ele tinha razão, e ela sabia.

E então, após uma sugestão, a faca sumiu. Todavia, ainda estava nos braços dele. Ele parecia ter uma última tarefa: reorganizar o cabelo da morena. Para sorte dele, tinha alisado o cabelo, facilitando o seu trabalho. Meena virou-se, voltando a encará-lo. Aproveitando o momento de proximidade entre os dois, levou o polegar até ao lábio dele, limpando as últimas gotas de sangue. — Isso não é nada — Murmurou numa voz impassível — estava admirada por ele ter reclamado por algo tão irrelevante. De seguida, afastou-se. Havia muito que podia dizer. Revelar as suas intenções por ali estar, revelar que não era apenas uma amante, revelar o que sabia acerca de Marvion. Agora, porém, sabia que teria tempo para o fazer mais tarde, num futuro encontro. Em vez de o persuadir ali a aceitar a sua ajuda, iria mostrar-lhe o valor da mesma.

Havia muito a dizer, sem dúvida. Mas apenas repetiu uma das palavras dele — Juntos. — E, sem mais, o assassino desaparecera. Apenas mais um serviçal se encontrava agora à sua frente. Mal lhe falara, mas confirmara a sua participação naquele jogo. — Não há necessidade de o chamar. Vê-lo-ei em breve. — Disso ela tinha a certeza. — Garanto. — E agora também ele.

Assim acabara o encontro entre a maegi e o assassino. Naquela noite, tomou um banho à luz da lua. Um dos seus banhos rejuvenescedores, o que a deixou com um ótimo humor. Olhou-se orgulhosamente ao espelho por longos momentos enquanto penteava o cabelo, novamente cacheado, e foi ao encontro de Marvion para jantar com ele, como de costume.

O Artesão já a esperava. Enquanto esperavam pela comida, bebericavam vinho e conversavam casualmente. Meena era extremamente boa a esconder o aborrecimento. Tão boa que se surpreendia a si mesma. Demorou para encontrar alguém que prometia deixar as coisas mais interessantes.

Os olhos cor de mel encontraram os do assassino, e um sorriso impercetível cruzou os seus lábios. Não prolongou o contacto por mais de um segundo, logo baixando a cabeça e passando a língua pelos dentes, recordando o momento em que, não há muito tempo atrás, estavam sujos de sangue — Meena não concordaria em chamar isso de sangue. Mantinha a boca levemente aberta, pelo que qualquer um podia facilmente ver o movimento, embora ninguém a não ser o próprio assassino fosse capaz de estabelecer alguma conexão com o movimento. Não sabia se ele ainda olhava para ela, mas não importava.

Ao desenrolar os talheres do pano que os cobria, foi surpreendida pela faca, onde estava uma mancha de sangue.

O segundo contacto entre os seus olhos foi mais prolongado, tal como ela queria, para chamar a sua atenção para o que faria a seguir. Apenas uma prova de que ela seria a forma de matar Marvion. Inclinou-se na direção do Artesão, colando os lábios rosados aos ouvidos dele antes de lhe falar, com uma voz de mel, impossivelmente doce. Aproveitava a posição em que estava, em que Marvion não conseguia ver os seus olhos, para olhar novamente para o assassino. — Por que não experimenta do vinho de Yi Ti, meu amor? — Perguntou, recebendo o copo de vinho que um servo anteriormente lhe trouxera, a sua ordem, e pousou-o em frente ao homem moreno, deslizando a unha pelo copo. — Garanto que não se vai arrepender, é o meu favorito. — Afastou-se um pouco, esperando que ele bebesse o vinho. Olhou, apenas de relance, para o serviçal número seiscentos e sessenta e seis, enquanto Marvion fazia o que pedira.

A mão direita foi ao encontro do rosto do homem, segurando-o pelo queixo enquanto o polegar acariciava o seu lábio inferior. — É bom, não é? E prepare-se porque, depois de passar o dia a trabalhar longe de mim, esta noite vai ser ainda melhor. — E bebeu do mesmo vinho.

Para o Syndor:

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Mensagem por Syndor Sex Fev 24, 2017 1:41 am

mind games
Poetas, romancistas, músicos. Aqueles olhos já foram descritos por todos. Não me sinto, portanto, digno de descrever tal cena presenciada por Syndor, mas são os ossos do ofício. Arrisco. Dissimulação, Meena era a encarnação em si. Parecia ter todos na mão, os servos obedeciam-na sem questionar, os nobres concordavam com qualquer coisa que fosse afirmado por ela e, o mais importante, controlava Marvion como ninguém antes conseguira.

A primeira troca de olhares foi rápida, com um tendencioso sorriso dela. O Sem Rosto queria poder sorrir, mostrar que estava tão confortável na situação quanto ela, que estava tão no controle quanto ela, mas nem isso nem aquilo era verdade. Afastados os olhares, o trabalho continuou.

O ápice do controle de Meena sobre Marvion foi quando o fez tomar um vinho especial. Syndor imaginou ter o trabalho concluído ali, naquele momento, bastava que a mulher colocasse veneno na taça. Após os longos goles do Artesão, a amante também tomou um pouco da bebida, infelizmente.

O jantar correu. O casal tomava o vinho especial e as emoções tornavam-se mais e mais exaltadas, fato que até os mais bitolados servos perceberiam. Não se passou muito tempo até que tudo fosse encerrado e as portas do quarto se fecharam. A partir desse momento, a pressão sob os serviçais diminuía. Tratavam de cuidar da cozinha e da Sala de Jantar.

Syndor, enquanto levava os pratos para a cozinha, tentava se recordar do seu encontro com a mulher do Artesão. Passou a língua no lábio inferior e sentiu onde ali ela tinha mordido. Teria aquilo sido só uma provocação? Algo como se dissesse: “Não tenho por que temer um assassino como você”? Não descobriu nada ao se lembrar da conversa. Teria de ter mais uma.

Era muito provável que a mensagem durante o jantar fosse a de que ela poderia, a qualquer momento, envenenar Marvion. Mas o que a faria fazer aquilo? Ela, quando ao lado do homem – por mais que estivesse entediada e não fosse uma simples amante –, vivia bem, comia bem. Alguém deveria dizer a ela que o mundo é mau e talvez não devesse acabar com as delícias que vivia.

A noite avançou e o nosso herói apenas acompanhou os pedidos incessantes de vinho que eram feitos em direção ao quarto. Ajudara a levar algumas das garrafas. Quando a porta foi aberta, viu o quarto em que o casal estava. Enorme, uma cama maior do que todas as camas juntas em que Syndor havia dormido na sua vida, as velas oscilavam o iluminar do ambiente e o aroma dos incensos dominavam o ar.

Pôde ver, também, Marvion com o rosto vermelho e obviamente alterado. Nunca imaginara que um homem tão influente pudesse ficar naquele estado por uma mulher e álcool. Era um pouco deprimente, tinha de admitir. Ao fundo, deitada na cama, estava Meena. Coberta num lençol semitransparente e de aspecto tão macio quanto qualquer pedaço de tecido daquela mansão. Syndor não soube dizer se a mulher o tinha reconhecido ali, foi muito rápido.

As portas se fecharam, e a hora do descanso dos serviçais, enfim, chegou. Todos se dirigiram para fora da mansão, restando apenas alguns poucos que eram os responsáveis por passar toda a madrugada ali. O Sem Rosto, por sorte, não era um destes. Pôde, finalmente, tirar aquele uniforme. Dirigiu-se até uma outra estalagem, dessa vez muito mais cara do que a que tinha se hospedado no começo dessa aventura. Lá, deitou-se.

Queria dormir um pouco, afinal, tinha de esperar ao menos mais umas quatro horas para sair. Ficou, no entanto, o tempo todo olhando para o teto. Havia a pequena possibilidade de realmente ter que dar um jeito na senhora Meena. Fosse esse o caso, talvez devesse se preparar melhor. Foi então que os pensamentos começaram a fluir em sua mente ao ponto de que já nem sabia quantas horas haviam se passado. Achou que era tempo.

Mexeu em sua sacola e pegou dois frascos dali, colocando-os no bolso. Passou a mão em seu chapéu – como sentira falta dele –, colocou-o na cabeça e saiu. Seu destino: a mansão de Marvion, obviamente. Conseguiu conversar com os serviçais o suficiente para que soubesse que, de madrugada, eles ficavam num cômodo específico, apenas prontos caso houvesse algum pedido do Artesão. O único obstáculo de Syndor, então, eram os guardas da porta de entrada.

Eis que o leitor percebe a falha de um sistema segregacionista. Marvion deixava uma porta dos fundos para o trânsito de serviçais. E justo nessa porta não havia segurança alguma. A porta dava para o corredor em que o Sem Rosto tivera a primeira conversa com Meena. Poucos minutos depois de se levantar, já estava na mansão.

Passou a mão no seu bolso para ter certeza de que trazia dois frascos consigo, um para cada alvo seu. Pois, tinha decidido. O andar pelo interior da mansão não era muito difícil, posto que o chão era coberto por tapetes, o que abafava qualquer som produzido pelos passos. A madrugada já invadia os corredores, tendo só a luz da lua e das estrelas iluminando as janelas. E nessa luz uma sombra andava.

Essa sombra alcançou a porta. Pegou um dos frascos, abriu-o e virou parte do líquido contido na própria boca. Não tinha sido tudo, a ideia não era exagerar. O maior problema seria agora, abrir a porta. Se fizesse algum barulho, todo o plano acabaria logo ali.

Muito bem feita, a porta não fez nenhum som. O andar do assassino, após anos de prática, tornava-se mudo também. Aproximou-se da cama e viu o casal deitado. Notou, por baixo dos lençóis, os dois corpos nus que agora descansavam. Marvion estava desmaiado, provavelmente todo o álcool tinha certos efeitos. Meena, por outro lado, parecia ter um sono mais sereno. E seria ela o alvo de Syndor.

Não era muito comum que Syndor visse corpos nus, desde quando seus treinamentos na Casa do Preto e Branco tinham acabado. Por ter apenas o próprio corpo como padrão, estranhou a ausência de cicatrizes em Marvion. O de Meena, no entanto, sequer conseguiu prestar atenção se havia, ou não, cicatrizes. Por favor, concentração.

Já sentia o sabor do veneno na boca começar a juntar-se à saliva, a descer-lhe a garganta e isso não era nada bom. Foi até o lado da cama em que a mulher dormia, colocou a mão em seu fino pescoço, abaixou seu rosto em direção ao dela, retornando ao beijo invasor que antes fora dado. Pouco tempo se deu entre o encontro dos lábios, frios de Syndor e quentes de Meena, quando os olhos dela se abriram e o líquido da boca do assassino invadiu a dela.

Os olhos se encontraram e Syndor quase de perdeu, enquanto os lábios ainda deslizavam uns sobre os outros. Foi quando, num movimento quase brusco, afastou-se.

Tinha de confiar nos instintos da moça e acreditar que não gritaria. Ela não gritou quando percebeu que as mãos do assassino cobriam a sua garganta. O Sem Rosto moveu a cabeça, como se mandasse ela engolir o veneno. Era uma questão de confiança.

Quando ela o fez, os olhos já voltavam a cerrar-se novamente. Com muito cuidado para que não acordasse o Artesão, moveu-a na cama, sem que tocasse a pele da morena – evitava. Enrolou-a num dos diversos lençóis, para que não saísse andando com uma mulher nua pela cidade, e a levantou. Por mais que fosse alta, era leve e carrega-la não seria um problema, principalmente tão tarde da noite, quando as ruas já não eram tão ocupadas.

Percorreu o caminho contrário.

Por onde andou, admito ao leitor que não importa. O que importa, é que a levou até a praia, que ficava perto da mansão de Marvion. Tinha-a nos braços e ainda cheirava aos incensos que tinham sido acendidos naquele quarto. Demorou cerca de quarenta minutos. Olhou para o céu, tentando identificar quantas horas ainda teriam de escuridão. Talvez duas.

Encostou Meena numa árvore e deixou-a sentada, ainda inconsciente. Syndor encostou-se numa outra árvore, logo à frente. Ambos estavam sentados na areia e ao som das ondas que quebravam na praia, fortes, violentas. Sentia o leve efeito do Sono Doce que colocara na boca, uma leve sonolência. A quantidade, porém, não deveria ser mais do que suficiente para que a mulher acordasse logo mais.

 – Finalmente, senhora Meena... Acordou...

Ergueu o chapéu que cobria o seu rosto e revelou quem era, o falso seiscentos e sessenta e seis. Esforçou-se para ficar de pé e marcou seus passos na areia até perto dela. Do alto, enquanto ela ainda retomava a consciência, a olhava. Agora, já estava com as roupas usuais e não mais com aquele uniforme ridículo.

Eis que você estava certa, nos encontramos novamente.

Agachou-se, ainda sem olhar diretamente em seu rosto, mexendo num dos bolsos para encontrar o outro frasco que tinha consigo. Até que, enfim, estava com ele em mãos. Sorriu, ainda olhando para a areia que separava os dois.

Não posso confiar em seus pés, por isso a trouxe desse jeito, não me leve a mal, poderia ter acordado o seu querido se estivesse acordada, não é mesmo? Bebeu muito, afinal – levou a mão até o lábio inferior de Meena e passou o polegar nele – Além do que, você me roubou algo e lhe devolvi...

Sorria, sim, enquanto encarava, agora, o dedo com sangue da mulher. Seria vingança? Talvez. Na realidade, o leitor pode escolher, veja só. Syndor pode ter se referido ao beijo ou à mordida. O que parece mais verossímil para você?

Agora... Quero saber por que você mataria Marvion por mim. Parece-me que você perderia muitas regalias se fizesse isso. O que você está escondendo? – suspirou – O que você quer?

Jogou o frasco na areia, e, finalmente, encarou-a nos olhos. Aqueles olhos tão difíceis de serem descritos. Aqueles olhos que quase o levavam para dentro dela, tal como o mar fazia à praia.
   


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Mensagem por Many-Faced God Sáb Fev 25, 2017 4:41 pm

Avaliação de treino de habilidade

Meena

Avaliado por Syndor

Utilizar-se da lábia da personagem para influenciar dois personagens foi bastante criativo mesmo, com camadas de intenções, por mais que a personagem não tenha chamado tanta atenção para si na cena em que se correu, sem ser para com o assassino e o artesão. Imagino que pela situação de discrição a expansividade da personagem foi menor, entendível. Um ótimo treino.


Critérios de avaliação
+ Conteúdo e Coerência (40/40)
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Mensagem por Meena Sáb Fev 25, 2017 8:13 pm

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Naquela noite, ao acabar de jantar, Meena arrastou ruidosamente a cadeira para trás e abandonou a sala, deixando apenas um murmúrio ao ouvido de Marvion. Nada mais disse.

Até que o artesão viesse à procura da sua dama, algum tempo se passou. Ela teve a liberdade de fazer o que lhe bem apetecia antes de ele voltar para se assegurar de que a promessa que a morena lhe fizera anteriormente era cumprida. E assim, Meena teve uma noite agitada, sem sequer abandonar o conforto de lençóis de seda, com muito álcool pelo meio.

Assim que Marvion adormeceu, ela saiu da cama e tomou o antídoto.

Depois, foi a vez de ela adormecer. Não teve problemas em fazê-lo. Talvez fosse um efeito secundário do que acabara de tomar, talvez fosse pela longa noite, quem sabe. Os olhos ficaram de imediato pesados, ao cheiro do incenso que Marvion tanto adorava.

Acordou com alguém em cima dela. Não, não era Marvion, sequer. Nem era algo minimamente normal. Foram lábios que a acordaram. Frios.

Um líquido passara para a boca de Meena e, claro, ela queria cuspi-lo, mas logo de seguida mãos, tão frias quanto os lábios, se apertaram em volta da sua garganta. Era ele. O assassino viera por ela. Os seus olhos, agora bem abertos, como se o sono sumisse num instante, fixaram os dele. O olhar de alguém que vê o seu assassino, sabe? Não… não era isso. Aqueles olhos eram um mistério, afinal.

O momento de encontro entre os dois lábios foi curto. Podia gritar, mas não o fez. Até porque ainda tinha o líquido na boca. Usando a cabeça, o homem misterioso gesticulara, sem dúvida, referindo-se ao que quer que fosse que tinha passado para a boca dela. Só podia ser algum tipo de veneno. E ela engoliu-o.

Ficou novamente sonolenta. Mesmo estando naquela situação de perigo. Decerto, seria um efeito do veneno que ele lhe dera. Havia muitos pensamentos que podiam ter passado na mente de Meena depois de toda aquela cena, mas só conseguia pensar no sono.

Ao acordar novamente, sentia-se numa das suas visões, em que momentos de vidas passavam pelos olhos que não eram seus — mas agiam como tal —, em que o mundo se iluminava para voltar a se escurecer no momento seguinte. Era estranho.

Agora estava longe. Pelo delicado lençol que a rodeava, podia pensar que estava ainda na cama de Marvion, mas o característico som das ondas do mar, tão suave como o tecido que a cobria, preencheu os seus ouvidos. A mansão do artesão não estava assim tão perto da costa. Os seus pés enterraram-se e desenterram-se na areia, apreciando a sensação da mesma. A cabeça estava pesada, mas logo começou a voltar ao normal… — Finalmente, senhora Meena... Acordou... — Lembrando-se de que não estava sozinha.

Podia ter expressado surpresa quanto a tudo aquilo, mas em vez disso, preferiu ocultar qualquer opinião que podia ter, ainda que dificilmente, ter formado daquilo tudo. Manteve-se em silêncio, os olhos, com certa dificuldade, elevando-se até encontrar o assassino à sua frente. Estava diferente, agora que não tinha sequer o uniforme de servo, e também não agia como um. “O poder da atuação.”

Todavia… não havia medo no olhar de Meena. Talvez uma tentativa próxima a isso, mas não exatamente medo. Baixou os olhos para o lençol, sabendo muito bem que estava nua por baixo daquilo. Quase adotou uma expressão triste.

Ao olhar para a frente, reparou que ele se tinha agachado e procurava algo nos bolsos. Retirou um frasco e manteve-o nas suas mãos, sem chegar a olhar para os olhos dela. Se ela não fosse ela, ficaria humilhada no meio de tudo aquilo.

Mantinha as mãos agarradas ao lençol enquanto o ouvia falar, prestando atenção. Encarava-o e então encarou o seu polegar, que passou pelo lábio dela. Quando se afastou, estava manchado de vermelho. A morena repetiu o gesto, olhando para baixo, para o próprio dedo, ao fazê-lo. Vermelho. Uma cor bonita. Depois, voltou a olhar para o assassino. Reparara que quando removera o braço debaixo do tecido que a cobria, expondo um pouco mais de pele e quase expondo demasiado — quase —, ele desviara o olhar. Perante essa reação, Meena franzira as sobrancelhas e quase formulara questões a si mesma, mas não por muito tempo, porque já sabia a resposta às mesmas. E afinal, não podia ser por acaso que ele decidira a envenenar da forma que o fizera. Meena não podia negar a si mesma que ele a deixara intrigada. Fora uma boa jogada.

O que você quer? — A derradeira pergunta. E que boa pergunta. O que é que Meena queria, de facto? Há alguém nesse mundo que saiba a resposta? Será que Meena sabe a resposta? Não respondeu. Deixou o assassino à espera das suas palavras, mas em vez disso, encarou-o seriamente. Quase havia frieza no seu olhar, mas frieza não era algo que se via facilmente nos olhos da morena, então era só quase.

Só depois de atirar o frasco para o lado é que ele, enfim, voltou a olhar para os seus olhos. “Finalmente.” A maegi nada mais fez a não ser prolongar aquele olhar. Não movia um único músculo. Apenas os seus olhos se moviam um pouco, examinando o rosto do homem. Decifrava aquele semblante… ou talvez apenas tentasse.

E talvez o homem se fartasse. Voltou a erguer-se e afastou-se dela. Talvez ele julgasse que fazer aquilo não era um perigo. Talvez?

Quando o assassino, o falso seiscentos e sessenta e seis, o homem misterioso que parecia ter presenciado várias vidas, o homem que — sinceramente — raptara Meena, esse mesmo homem, se virasse para ver a mulher, talvez com uma decisão quanto ao que devia fazer a seguir, depois do seu inesperado silêncio (quando na outra conversa parecia ter dito e feito tanto, não é?), não a encontraria lá. Não, apenas encontraria o lençol remexido ainda quente. Mais à frente, perto do mar, encontraria uma mulher nua. De costas, sim, mas não menos nua.

Meena encarava o mar, os seus pés sendo banhados pela água que avançava e recuava. Honestamente, esperaria menos de uma mulher como aquela, que dormia sempre nua? Uma mulher como aquela, que mesmo nos seus trinta anos ainda adorava brincar. Os seus brinquedos eram pessoas. E uma mulher como aquela, destemida. Não admira que tivesse acabado de deixar o seu lençol para molhar os pés. Não admira mesmo.

Agora que estava mais confortável, falou. Finalmente. — Você acha mesmo que eu ficaria satisfeita por essa vida de regalias? Por viver à mercê de um único homem assim? — Falava tão livremente quanto a situação lhe permitia. Talvez demasiado? Não tinha ninguém a ouvir as verdadeiras opiniões da mulher de Marvion, mas também não ia revelar tudo ao assassino. Não… Meena já saboreara a tal vida de regalias e ela preferia o sabor de sangue. Oh, se preferia…

Riu sarcasticamente. — O que eu quero não interessa agora. O que interessa é que você quer Marvion morto. E, como lhe disse, eu sou a pessoa em quem ele mais confia. Deve ter visto isso durante o jantar. — Quando a morena mostrara que podia envenenar o artesão — Eu sou a melhor opção para você. Sendo que você quer matar Marvion e sair daquela mansão antes que alguém suspeite. E eu posso ajudá-lo com isso. A forma como ele morre não importa, desde que morra, não é? — Durante todo aquele tempo, mantinha os olhos no mar. Estava um pouco longe dele, mas não havia qualquer som além do mar, pelo que ela não precisava de falar muito alto para que ele a ouvisse.

Sentou-se na areia, deixando apenas os pés ao alcance do mar. Mesmo estando ali, assim, o corpo estava quente. — Parece muito acanhado. Você é um assassino, vai me dizer que nunca viu uma mulher nua? — Foi só quando começou a falar, só aí, é que olhou para trás, para ele. Ao mesmo tempo, também abraçou as próprias pernas. Teria frio? Talvez.

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Mensagem por Syndor Dom Fev 26, 2017 8:13 pm

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"Fora uma boa jogada". Reciprocidade de narração.

Meena sabia muito bem o que fazer, e os momentos exatos, para manter-se no controle da conversa. Syndor começava a perceber que manter uma conversa simples com aquela mulher seria, no mínimo, uma tarefa difícil. Suas primeiras impressões, ela não respondia às suas perguntas. Desviava com perguntas retóricas, olhares, andares. Tudo, menos as respostas. Tudo, menos o que importava (será?). Não nos precipitemos, no entanto. Muita coisa aconteceu antes das "respostas" dela.

O descobrir do braço – e quase de algo a mais – parecia ser alguma espécie de provocação. E Syndor não estava lá para mais provocações – ou estava? Tinha de organizar logo a morte Marvion, sim, e já tivera quase um dia de servidão sem nunca acreditar que viveria assim. Se pudesse, estaria agora na mansão acabando com o trabalho de uma vez por todas, mas uma nova peça havia surgido no jogo, uma peça que, por mais que não quisesse admitir, tornava o jogo muito mais interessante.

Levantou-se e virou, pensando em como poderia encurralar Meena na discussão. Ouviu algum som em suas costas, mas pensou que poderia ter sido a moça tentando se aconchegar à árvore, ou coisa parecida. Deixou e ajeitou o chapéu. Era, infelizmente, um chapéu novo. Tinha-o há 3 anos, mais ou menos, desde quando tinha perdido o seu primeiro numa de suas aventuras. Até hoje procurava o homem que ousou rouba-lo. Nunca o encontrou. Era mais um de seus rancores. Um dia, amigo leitor, saberá por que tamanho apreço de Syndor para com o chapéu. Esse dia, no entanto, não é hoje. Hoje tenho que explicar a situação em que estávamos anteriormente, e acredite quando digo que não é uma tarefa fácil.

Quando imaginou ter as palavras armadas para atirar e olhou para trás, não entendeu. Viu o lençol largado na raiz da árvore, um pouco invadido pela areia. Não havia, portanto, Meena nenhuma. Olhou os arredores e aí é que está o momento em que as palavras se embaralharam em sua mente, todo o planejamento se afogara, assim como os pés da moça que estava ali, beirando o mar, de pé, nua. Parecia apreciar o oceano. Syndor também apreciava.

Não entendeu aquela atitude. Mais tarde, veio a entender. Nada, quando relacionado a Meena, era gratuito. Se fazia aquilo, era porque ganhava pontos nas negociações. Ela viria a pedir algum pagamento pelo trabalho e assim era o melhor jeito de o conseguir, manipulando. O assassino ficou parado por alguns segundos, oscilando o olhar entre o "mar" e o lençol. Notou, também, que o frasco de veneno tinha sido coberto pelo tecido. Andou até ele, pegou os dois e mais uma vez sentiu o quão macias eram as artes de Marvion.

Quando voltou a erguer a coluna, lá estava ela e foi justamente nesse momento em que começou a falar, ou melhor, discursar.

"Você acha mesmo que eu ficaria satisfeita por essa vida de regalias? Por viver à mercê de um único homem assim?"

O que eu disse sobre as perguntas retóricas? Pois, aí é que começaram. Syndor poderia já ter pressuposto que ela não vivia com Marvion pelas regalias pura e simplesmente. Mas o que incomodava o nosso herói era não saber o motivo para ela estar com ele! Tudo isso já foi verbalizado pelo Sem Rosto, todas as opiniões, todas acusações que tinha feito. Não teve, no entanto, nenhuma concordância ou discordância de Meena, ela se matinha invisível do modo mais visível que há.

" O que eu quero não interessa agora. O que interessa é que você quer Marvion morto. E, como lhe disse, eu sou a pessoa em quem ele mais confia. Deve ter visto isso durante o jantar. Eu sou a melhor opção para você. Sendo que você quer matar Marvion e sair daquela mansão antes que alguém suspeite. E eu posso ajudá-lo com isso. A forma como ele morre não importa, desde que morra, não é?"

Chegamos num ponto delicado. Meena dizer que não interessa o que ela quer foi um erro. Trouxe, querendo ou não, memórias na mente de Syndor, afinal, alguém que viveu tanto, a partir de certo momento, vive nas memórias, nas lembranças. Em certo episódio da sua história de assassino – o mesmo episódio que explica o apreço ao chapéu, veja só –, Syndor gostaria de ter tido mais informações, informações mais apuradas, antes de seguir com o trabalho. Não teve e se arrepende até hoje.

Começou a andar pela areia, que nem era tão fofa, com o lençol e o frasco na mão. Segurava com uma só mão, pois a outra tinha o polegar sujo de sangue e não queria sujar um tecido tão bem feito como aquele. Viu Meena decidir se sentar na areia. Todo o movimento dela foi acompanhado pelos olhos de Syndor, como se estivesse à sua frente um predador, sedento por sangue, por vida. E talvez fosse.

"Parece muito acanhado. Você é um assassino, vai me dizer que nunca viu uma mulher nua?"

Foi flagrado, claro. Não pense a leitora amiga que Syndor é um tarado ou coisa parecida, pois ele não é, só que entendia todas as insinuações que a moça parecia passar e por isso ficava com o olhar um pouco perdido. Isso faz sentido, certo? Bem, continuou andando, não tinha porque parar. Enquanto amassava o lençol com os dedos, junto do frasco, suspirou.

 – Senhora Meena, o que você quer é o que mais me interessa.

Uau. Essa frase poderia ter sido muito bem interpretada em outro contexto, não é mesmo? Mas não, ela não quer dizer, necessariamente, que, acima de tudo, quereria o bem estar de Meena. A explicação, logo a seguir.

Quando lidamos com a morte, todas as vontades devem ser esclarecidas, senão as coisas podem dar errado. Imagine só você, se eu descubro que Marvion é só uma marionete de sua bela amante? – a essa altura, já estava ao lado de Meena, se sentando ao lado dela, encarando-a – Claro, a morte encomendada foi a do Artesão, mas eu não poderia deixar alguém tão maligno ileso, não é mesmo? – mantinha-se sério, agora olhando para o mar – Essa situação pode ser ainda pior, acredite... Se pudesse ver com o que eu já tive de lidar nessa vida... – e voltava a olhar para ela – Temos que tomar cuidado, qualquer coisa e você pode morrer... – pressionou os próprios lábios, um contra o outro, em sinal de condolências.

Sua voz parecia embriagada em memórias e arrependimentos. O vento batia nas costas dos dois, bagunçando os cabelos de Meena e fazendo tremer o chapéu de Syndor. Quando tinha voltado o rosto para a moça, os olhos o traíram. Mesmo enquanto falava, voltava a imaginar se a pele dela seria ainda mais macia que todos os tecidos de Myr...

Limpou a garganta, para que a voz voltasse a soar como antes, e franziu os olhos, como se forçasse a mantê-los em qualquer lugar que não o corpo nu que repousava sobre a areia. O mar chegava aos dois e encontrava um par de botas e 10 dedos toda vez que, como um véu, lambia a areia. O ronco das águas parecia uma trilha sonora muito calma para a situação.

E não se preocupe, já vi mulheres nuas na minha vida. – suspirou – Não por ser assassino, até porque isso não ajuda em nada – ameaçou riso, mas não chegou a tal – Nem por ser belo, ou galanteador – admitia – Vi por erro, não meu, mas dessas mesmas mulheres – colocou o frasco na frente do rosto e começou a analisar o líquido que nele repousava – Pois veja, senhora Meena, há certas coisas que te consomem. No começo, pode não parecer muito importante, ainda mais se tudo começar de maneira sutil, não se sente nada – tombava um pouco o frasco e voltava à posição normal – Mas com o passar do tempo, começa a dominar seu corpo, você perde o controle de si, não sabe mais quem é, e nem onde está – o lençol cobria as pernas de Syndor enquanto este falava – Pouco a pouco sua mente também perde controle e o pior é que você não sabe se o que sente é dor ou não... – soltou um pequeno riso, como se lhe tivessem dito um gracejo – Até que sente no coração e a partir daí, não há volta, a consumação está completa.

Abaixou a cabeça, fazendo com que o chapéu impedisse que a luz da lua e das estrelas iluminassem os seus olhos. Sua respiração estava um pouco mais pesada do que antes, talvez por ter falado demais. Entregou o frasco para Meena, sem olha-la

Veneno de Mantícora. Esses são os seus efeitos.

Recolheu, de seu colo, o lençol que antes cobria a moça. Sentia o vento ainda insistir em bater em sua nuca, fazendo balançar o chapéu. Enfim, criou coragem para que pudesse olhar para Meena novamente. Dessa vez, acho que não fora tão difícil manter o foco, parecia ter se acostumado – ledo engano. Inclinou-se para o lado, para voltar a cobri-la, e sua mente começou a se confundir novamente, poderia ser o aroma, ou a simples proximidade. Passou o lençol pelos ombros dela, cobrindo junto o cabelo.

Não é bom ficar assim na minha frente

Meena, naquela posição, era uma mescla de infantilidade com algo nada infantil. Não era por nada a confusão na mente de Syndor. Precisava, no entanto, se concentrar, ela era o caminho para o trabalho feito, o caminho para a benção de um homem que era requisitado pelo Deus das Muitas Faces. E ela o tinha nas mãos, bastava joga-lo à morte.

Todas que eu vi assim, não são mais quem costumavam ser. É perigoso, um assassino nunca faz o bem, só fere, desaponta, destrói... – disse, com o rosto próximo do ouvido de Meena, ainda com os braços a envolvendo após cobri-la – Repito, o que é que você quer em troca da morte de Marvion? – sussurrou em seu ouvido com a voz enrouquecida, baixa, tão baixa que nem o mar percebeu.

No movimento de volta à posição em que estava, passou as mãos pelas costas de Meena, sobre o lençol, e sentiu-a quente, diferente do vento, diferente da areia, diferente de tudo. Levou a mão até a boca e lambeu o polegar que ainda estava sujo com o sangue – que já começava a secar. Era o sangue de Meena. Era Meena. Era bom. E talvez quisesse repetir aquele sabor. Reciprocidade de narração. "Talvez".

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Mensagem por Meena Ter Fev 28, 2017 8:30 pm

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Oh, mas eu sou louca
Senhora Meena, o que você quer é o que mais me interessa. — Forma interessante de organizar as palavras. A morena, em resposta, ergueu ambas as sobrancelhas com um ligeiro sorriso. Manteve os seus olhos nele, ouvindo as suas palavras com o seu olhar ainda indecifrável. Naquele momento, mesmo estando nua numa praia de madrugada, a sua expressão era pacífica; angélica, até. — Quando lidamos com a morte, todas as vontades devem ser esclarecidas, senão as coisas podem dar errado. Imagine só você, se eu descubro que Marvion é só uma marionete de sua bela amante? — Dizia o assassino. Então, com o ego inflado, e por um motivo insólito, sorriu e desviou o olhar para o oceano, que se estendia à sua frente, aparentemente sem um fim. O seu ego também não tinha um.

Claro, a morte encomendada foi a do Artesão, mas eu não poderia deixar alguém tão maligno ileso, não é mesmo? — Mesmo até então, parecia haver pureza no seu rosto, desviando apenas o olhar para tentar ler o dele. — Essa situação pode ser ainda pior, acredite... Se pudesse ver com o que eu já tive de lidar nessa vida... Temos que tomar cuidado, qualquer coisa e você pode morrer... — Deve ser dito que a seriedade dele parecia afetar a morena, que o olhava com os olhos reluzentes, com a luz da lua acima deles. Mas ela podia ter facilmente dito, sarcasticamente, que ele estava a ser fofo. Meena, por outro lado, era incapaz daquela mesma proeza. Pelo menos de forma genuína.

Estando sempre atenta e à espera das reações dele — que até agora, tinham sido bem calmas para a situação em que se encontravam —, evitou um riso ao ver que o assassino baixara o olhar, limitando-se a erguer o canto do lábio. Ainda mais divertido para ela foi ver quando ele limpou a garganta, estreitando de seguida os olhos. Esperou por uns segundos antes de o provocar ainda mais, inclinando o corpo um pouco na direção dele. Ainda abraçava os joelhos — também eles se inclinaram na direção dele. Ele continuou a falar, e ela continuou a ouvir.

A certa altura, fechou os olhos. Todo aquele momento era inverosímil. Ela não era aquilo. Não era uma mulher de sentimentos profundos. Não era uma mulher que vivia uma vida feliz enquanto amante de um homem rico. Não era uma mulher que se encostava ao ombro de outro, de olhos fechados, enquanto ouvia as suas palavras como se cada uma fosse preciosa. Não era.

Mas ela era uma mulher que fingia ser todos estes e, pela forma como tudo aquilo corria, as suas atuações eram impecáveis. Era triste. Ela nunca era ela mesma. Mas era o melhor para todos. A verdade pode ser fria. Às vezes, tão fria que queima. Claro, Meena fazia o que fazia por interesse próprio.

Olhar para a morena parecia uma dificuldade para ele. Quando o voltou a fazer novamente, cometeu o mesmo erro de antes, desviando o olhar para além do seu rosto. — Não é bom ficar assim na minha frente. — Disse quando a cobriu de novo com o lençol, mantendo o braço à volta dela por alguns instantes. Ele ainda não o devia saber, na altura, mas estava a brincar com fogo. Descobriria em breve.

Todas que eu vi assim, não são mais quem costumavam ser. É perigoso, um assassino nunca faz o bem, só fere, desaponta, destrói... Repito, o que é que você quer em troca da morte de Marvion? — Sentia a boca dele no seu ouvido. A voz rouca, baixa. Palavras dirigidas a ela e apenas a ela. Encostou o ombro ao dele, eliminando, enfim, a distância entre eles até então. — Preocupado comigo? — Perguntou numa voz doce. Tão doce e tão fácil de saborear. Imitou o que ele fizera há pouco, levando a boca rosada até ao seu ouvido, embora estivesse mais próxima do seu rosto. — Acreditaria se eu dissesse que o quero a você? — Outra pergunta. Outra vez a tentar desviar, ou pelo menos prepará-lo para as suas próximas palavras. Desta vez, havia malícia na sua voz, sim. Não podia continuar a mostrar uma pureza quando dizia algo assim.

Por assim dizer. — Murmurou, ligeiramente mais séria. Afastou-se um pouco dele, embora se mantivesse naquela posição. — Eu quero um favor seu. Calculo que a ideia de ter de me fazer um favor não o agrada, mas não tem escolha. Deve saber da influência que eu tenho sob Marvion... e assim sendo, posso piorar um pouco a sua vida. — Não era propriamente um tom de ameaça, podia facilmente fazer melhor. Mas sentia que não precisava. — Mas não se preocupe, não sou assim tão exigente nos meus favores. — Sim, ele descobriria que estava a brincar com fogo... muito em breve.

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Mensagem por Syndor Sáb Mar 04, 2017 5:12 pm

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Sentia-a leve em seu ombro. Por mais que tentasse intimidá-la, tê-la sob controle, não parecia conseguir. Suas palavras eram gracejos para Meena. Seria ela alguém tão frio ao ponto de que não sentiria ameaça alguma? Ou ingênua demais para perceber? Acho mais provável a primeira, até porque todo o reclinar do corpo dela não era nem um pouco ingênuo.

Um lençol. Syndor agradecia por aquele pedaço de pano existir, não fosse ele, talvez a moça já tivesse conseguido fazer com que o assassino se abrisse ainda mais, falasse ainda mais. E falar, para qualquer ser humano, é se expor, é se tornar fraco, vulnerável. Mas sim, houve um discurso. Meena, no entanto, não pareceu se importar muito com o veneno, com seus efeitos, e nem com ameaças.

Preocupado comigo?

Talvez. E posso ser sincero com o amigo leitor — bem, sempre sou, mas enfim —, Syndor não se importaria em dizer que sim. A preocupação que tinha para com Meena não passava da simples curiosidade. Queria saber quem ela era. Quem ela realmente era. Não uma amante, não uma mulher qualquer. Não, ela era mais. Mas o que? Eis a preocupação.

Recusou, no entanto, com a cabeça. Suspirou. Começava a cansar? Possivelmente. Já não sabia ao certo quanto tempo ainda tinham de escuridão até que o sol renascesse e o número seiscentos e sessenta e seis tivesse que voltar à mansão. Queria que tivessem mais tempo? Queria que o tempo acabasse mais depressa? Não sabia definir ao certo, e o que Meena viria a dizer a seguir confundiu sua mente mais ainda.

Acreditaria se eu dissesse que o quero a você?

Sério? Não parecia verdade. Não mesmo. Caso nos mantivéssemos aos fatos concretos, mundanos, visíveis, até poderia parecer verdade. Ela estava nua, Syndor... Bem, poderia parecer. Não vivemos, porém, do visível. Além do vento que corria do continente em direção ao mar, outros ares pairavam entre os dois. Desconfiança. Ah, sim, isso não se pode ver, mas se a amiga leitora estivesse lá, perceberia.

Mas que tipo de frase, então, era aquela? O doce na voz de Meena lambeu os ouvidos, por mais que não se tocassem. Conseguia sentir o respirar dela em sua pele. Sorriu, não conseguiu se conter. Ela era boa, sabia muito bem desestabilizar qualquer discurso, qualquer posição. Quem dera Syndor tivesse a mesma capacidade.

Por assim dizer. Eu quero um favor seu. Calculo que a ideia de ter de me fazer um favor não o agrada, mas não tem escolha. Deve saber da influência que eu tenho sob Marvion... e assim sendo, posso piorar um pouco a sua vida. Mas não se preocupe, não sou assim tão exigente nos meus favores.

Aí está. Ela não queria Syndor, queria um favor. Era costumeiroque o assassino fosse tratado pelos seus trabalhos, e não como uma pessoa em si. Isso o chateava no começo da vida como Sem Rosto, por mais que tivesse aprendido a não se apegar a nomes e perfis durante o treinamento na Casa do Preto e Branco. Mas, com o tempo, acostumou-se a ser só o seu trabalho. A ser ninguém.

Chegamos, aqui, num momento crucial. Meena sabia que tinha um assassino ao seu lado. Não sabia, no entanto, quais eram os ideais desse assassino, para qual guilda este trabalhava, nem outras informações — ao menos é isso que nosso herói pensa, não é mesmo?  —, portanto, sem mesmo que falasse qual era o favor, houve uma suposição. Era óbvia.

Se esse favor é a morte de alguém, desculpe-me, pois não posso fazer nada. A morte não é um favor. É um presente divino. E você, por mais que acredite ser, não é deusa nenhuma.

De repente, o ventou começou a ficar um pouco mais forte novamente. O lençol dançava no corpo de Meena, enquanto o chapéu fazia o mesmo na cabeça de Syndor.

Se, no entanto, não for uma morte que ped... — e, dessa vez, o vento soprou muito forte.

Mais forte do que o assassino esperava sentir. O chapéu voou pelos ares, cerca de três metros de altura, em direção, é claro, ao mar. Syndor levantou-se, empurrando um pouco Meena, que ainda estava perto de si, para o lado. Um pouco de areia voou no lençol, mas nada que a incomodasse. Olhou para baixo, vendo a moça, nua, ainda sentada, com o semblante inabalável.

Aproveita que está assim — apontou para a nudez que escapava, (in)voluntariamente, do lençol — e pegue o meu chapéu!

Havia certo desespero na voz dele. Por mais que o chapéu fosse novo, tinha sido o mais parecido com o antigo, que perdera numa outra aventura, que havia encontrado nas lojas. Meena, como era de se esperar, nada fez. Não apresentou nenhuma vontade de ajudar. Afinal, não ela era quem devia um favor. Ora, que situação.

Veja só você, Syndor começou a tirar a roupa. Não para assemelhar-se a Meena ou coisa do tipo. Não, não era isso. O desajeito com que o fazia demonstrava a falta de qualquer efeito visual/sensual que quisesse transmitir. Era pelo chapéu. Pelo chapéu!

Só para que a Senhora Meena não pense que eu sou um tarado — e enfim livrou-se da parte de cima — Vivi longos períodos em barcos, no oceano — começou, a seguir, a tirar as botas e depois as calças — e senti o cheiro de mar impregnado nas minhas roupas por muito tempo. Não suporto mais esse cheiro — até que então largou tudo e começou a correr.

Não tinha roupas por baixo do que já tinha tirado por dois motivos em principal. Primeiro, não havia razão para gastar dinheiro com roupas extras, sequer tinha armaduras especiais, quem dirá roupas que não serviam para nada. Segundo, não gostava de sentir-se apertado.

A água, pelo menos, não estava tão fria. Nadar foi a parte mais difícil. Conseguia ver o chapéu refletir a luz da lua, mas se se afastasse mais um pouco do continente, talvez não conseguisse ver mais nada. Entre braçadas e mais braçadas, tocou algo. Era o chapéu!

Virou-se em direção ao continente. No final das contas, não tinha se afastado muito, ainda conseguia ver Meena. Continuava sentada, imóvel. Ao menos era o que parecia. Nadar em direção ao mar foi mais fácil, as poucas ondas já ajudavam, impulsionando-o. Pôde colocar os pés na areia novamente até que a água ficou, enfim, rasa.

A adrenalina que invadiu seu corpo naquele momento não permitiu que sentisse o frio que em qualquer outra hora sentiria. Pingando, mas com o chapéu na cabeça, percebeu que o vento já tinha se acalmado um pouco. E agora que o chapéu estava encharcado, não voaria tão facilmente.

Vou ter de me banhar antes de voltar ao trabalho... — disse, andando em direção às suas roupas, ao lado de Meena — Ao menos minhas roupas estão secas — e parou ao lado dela, de pé, recuperando o fôlego do nado — Bem, eu dizia que se o favor não for uma morte, farei o possível para agradar... — olhava, agora, para baixo.

Aqui temos, como você pode perceber, um pouco da falta de tato de nosso Syndor. Por mais que fosse se vestir logo que a água secasse de seu corpo, dizer aquelas palavras nu soava um pouco estranho. Estranho para mim, para você. Mas e para os dois ali? Bem, descobriremos em breve.

... Mas saiba, esse não é o meu trabalho.

E não era mesmo.
   


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Mensagem por Meena Ter Mar 14, 2017 12:49 pm

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Oh, mas eu sou louca
A visão do chapéu a voar surgiu como um déjà vu para a maegi. Os olhos amendoados seguiram a cena sem preocupações — e apenas olharam para o objeto voador quando o assassino interrompeu o discurso por causa do mesmo. Não se admirava; sabia da sua importância. Ao levantar-se, o corpo dele parecia impulsionado para seguir o chapéu, mas detinha-se.

Olhou para ela.

Aproveita que está assim e pegue o meu chapéu! — Apontava para o seu corpo. Meena estava bem ciente do vento que a ia revelando a sua nudez, novamente, mas nada fazia quanto a isso. Era, simplesmente, indiferente. Quase como se fosse tão inocente ao ponto de não se aperceber do que acontecia. Quase.

Permanecia quieta, abstraída do que se passava à sua volta. Ou assim parecia, bastava observar o seu rosto para ver que não era uma calma normal. Nem mesmo quando o assassino passou a tirar as suas roupas este estado foi alterado. Era divertimento que brilhava nos seus olhos? Talvez.

Só para que a Senhora Meena não pense que eu sou um tarado“Oh”Vivi longos períodos em barcos, no oceano e senti o cheiro de mar impregnado nas minhas roupas por muito tempo. Não suporto mais esse cheiro.“mas eu sei.”

E com isto, ficara completamente nu. Correu em direção ao mar, sem perder tempo ao nadar até ao seu alvo.

Os olhos de Meena incidiam, no entanto, na Lua. E o luar incidia nos olhos de Meena. Agora que estava novamente sozinha, não parecia amistosa, não parecia divertida, não parecia jubilosa. Não parecia nada.

No meio de tudo aquilo, os músculos, enfim, relaxavam... talvez. Desabituara-se à forma relaxada dos músculos faciais. Era difícil dizer quando o estava ou não. Era difícil definir como era o seu rosto quando estava relaxado. Era uma atriz na vida.

Deixou que o corpo caísse para trás e fechou os olhos. A pele oliva bebia da luz da Lua, adquirindo um brilho suave. Os cabelos estendiam-se em volta da cabeça, formando um círculo de caracóis bem cuidados. Moveu os lábios. Os sons que saíram eram menos de sussurros. Uma língua estranha, na qual as palavras ululantes saíam ritmadamente. Saboreava cada uma delas.

Nem mesmo o regresso do assassino a fez parar. Ouviu, entretanto, o que disse. A melodia que fazia fluir pela praia era tão baixa que o mais provável é que ele não a ouvisse, pelo menos não à primeira. Os lábios mal se moviam. Palavras levadas pelo vento, talvez, mas o seu poder não era levado.

E então parou. Fez uma pausa, manteve os olhos fechados. — Não, não é esse o seu trabalho. Neste caso... será. — Abriu os olhos, encarando-o com um olhar penetrante. — Marvion é irrelevante. — Fez uma pausa — Morte não é algo que você me entregará. Apenas me entregará alguém... vivo. E é tudo. — Voltara a fechar os olhos por um momento, não escondendo o sorriso que brincava nos lábios, divertida por estar assim, nua, e ele mesmo à sua frente também o estava. — Não será nada difícil. — Levantou-se, com evidente graça nos seus movimentos.

Começou pela lateral. A destra, apenas um pouco acima da anca dele, encontrou a pele de ébano do assassino, sentindo-a molhada e passou a subir. A sua palma estava impossivelmente quente, para uma madrugada de nudez à beira-mar. Deslizou pelo corpo nu como se não estivesse nu, mas como se estivesse completamente nu. Um paradoxo, mas uma descrição adequada para os movimentos de Meena, tão naturais que eram, mas tão bem ponderados. Os seus dedos finos iam encontrando cicatrizes com facilidade; observou cada uma. Não mostrava surpresa, apenas fascinação. Viu um ferimento recente, no qual se demorou. O seu toque era de seda, não magoando mesmo ali onde era mais sensível. — Não será muito difícil para você, claro — Os lábios moviam-se lentamente. Parecia que a sua língua ia sair da própria boca naqueles vagarosos movimentos. As orbes, que até então permaneciam na própria mão, subiram para encontrar os olhos do assassino por um segundo, sorrindo ao fazê-lo. Parou quando a mão chegou à base do seu pescoço, assumindo a forma de uma concha e o puxou para si mesma. Os lábios perigosamente perto do ouvido dele. Sussurrou.

Oh, mas... Não se engane. Não pense que menti há pouco — Referia-se ao momento em que sugerira que o queria a ele. Apesar da sua proximidade, apenas a destra tocava nele, mantendo-o perto dela. Exatamente onde o queria; por agora.

Mas... Então — Largou-o, dando um passo para trás. Tomou o lençol nos sua braços, cobrindo-se um pouco, quase como se tivesse frio. Também ela se metamorfoseava agora, parecendo ser novamente a pessoa que viam como a mulher de Marvion — Senhor número seiscentos e sessenta e seis — Embora mantivesse uma postura séria no momento, parecia ao mesmo divertida, com um ligeiro sorriso de malícia. — Parece que temos um objetivo em comum. — Matar Marvion, o Artesão — E se temos o nosso acordo, então podemos voltar ao castelo, não acha? — Passou-lhe as suas roupas — A não ser que queira fazer algo antes — Acrescentou, o sorriso voltando a aparecer por um momento — E também...  A não ser que não queira, desta vez posso caminhar por mim mesma. — O vento teimava em os empurrar. Enquanto o observava, escapava, (in)voluntariamente, a nudez de Meena por baixo do lençol. Reciprocidade da narração.

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Mensagem por Syndor Qua Mar 22, 2017 10:35 pm

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Querido leitor, quanto tempo! O senhor ou a senhorita que me desculpe, há muito devia ter voltado a contar as histórias de Syndor, mas tive de me preparar. Preparei-me para o que está por vir. Não pense que é algo espetacular, pois não o é. Não posso, no entanto, resumir num único parágrafo o motivo. Para tanto, as palavras a seguir.

Não, não é esse o seu trabalho. Neste caso... será. Marvion é irrelevante. Morte não é algo que você me entregará. Apenas me entregará alguém... vivo. E é tudo. Não será nada difícil.

Ela queria um sequestro. Bom, ao menos não era uma morte. Nunca disseram nada sobre sequestros e quem sabe essa pessoa que Meena queria ter em mãos fosse alguém tão desprezável quanto Marvion? Talvez, assim, pudesse descontar um pouco da raiva que sentia. Pensou enquanto esquivava dos olhares da morena que jazia sobre a areia.

A cena tinha de tudo para ser cômica. Duas pessoas nuas – uma delas apenas com um chapéu –, como no dia em que vieram a esse mundo, frente a frente, trocando argumentos e propostas como se nada mais existisse ao redor. O lençol, agora jogado na areia, balançava para um lado. Os cabelos de Meena balançavam para o outro. Tudo por conta do vento que parecia querer também participar da conversa.

E participou, até o momento em que a moça começou a tocar Syndor. A partir dali, parecia não haver vento nenhum. Sentir a quente mão de Meena percorrer sua pele fez com que Syndor mexesse a cabeça, como se cada vez que passasse por uma das cicatrizes, um sentimento diferente surgisse em sua mente.

Não doía, não é isso. Mas também não gostava de se lembrar de como ganhara aquelas marcas. Conseguia alterar todo a sua forma, mas as cicatrizes sempre ficavam. Era a sua única falha. Sempre imaginou que poderia ter sido alguma punição do Deus das Muitas Faces por pecados ao longo de sua vida.

Não será muito difícil para você, claro.

É curioso imaginar o que Meena pensava de Syndor nesse momento. Será que acreditava ter um super assassino à sua frente? Pois bem poderia ser apenas um mercenário que recém decidiu seguir uma vida mais ousada, não? A mulher era ou muito corajosa ou sabia de algo a mais.

Por mais que fosse um pensamento que persistiria na mente do nosso herói por muito tempo, naquele exato momento não pensou em muita coisa. Não pensou, pois sem que percebesse sentiu a mão de Meena o puxar e num piscar de olhos os lábios dela sussurravam em seu ouvido. Vale lembrar que ele tinha acabado de mergulhar no mar e tinha toda a pele fresca, por isso cada respirar da morena não tinha como se manter imperceptível. Era quente.

Oh, mas... Não se engane. Não pense que menti há pouco.

E mais e mais quente. Quantas provocações caberiam naquelas poucas horas antes do sol amanhecer e do retorno da Senhora Meena e do número seiscentos e sessenta e seis? Não sei dizer, sei que Syndor sorriu para aquelas palavras e para todos os movimentos que via à sua frente. Caía nas provocações? Dificilmente, até porque não sabia até onde poderia confiar naquela mulher, mas o perigo o atraía de alguma forma, algo quase inédito em sua vida.

Ainda tinha o pescoço envolto pela mão dela, sendo este o único contato entre os dois, até que, enfim, ela o largou, dando um passo para trás e se cobrindo novamente. Ali Syndor admirou a forma como ela alterou a postura. De alguém totalmente inconsequente foi para a mulher de Marvion, assim, num piscar de olhos.

Senhor número seiscentos e sessenta e seis. Parece que temos um objetivo em comum. E se temos o nosso acordo, então podemos voltar ao castelo, não acha? A não ser que queira fazer algo antes. E também...  A não ser que não queira, desta vez posso caminhar por mim mesma.

Objetivo em comum, é verdade. Ou pelo menos parecia ser. Na realidade, a vida de Marvion para Meena era irrelevante, isso tornava a sua morte tão irrelevante quanto. E por mais quente que a palma de sua mão estivesse, a morena era fria. Syndor podia ver em seus olhos. Já tinha visto olhos parecidos com aqueles, dissimulados.

Viu-a se abaixar e pegar as suas roupas num ato de simpatia. Era até estranho ver isso.

Sim, temos um objetivo em comum, senhora Meena. Só preciso que me diga quem é essa pessoa que quer... Viva...

Não precisava saber o motivo daquele sequestro. Aliás, quanto menos soubesse, melhor. Tudo ali parecia ser um mistério e por mais que tentasse entender, menos conseguia. As palavras dela se embaralhavam em sua mente, até que em certo ponto já nem sabia quando ela falava a verdade e quando não. Tirou conclusões próprias, portanto.

Pegou as roupas com uma só mão e abaixou-a, sem demonstrar qualquer intenção de coloca-las tão cedo. Deu um passo para frente, tornando, novamente, o espaço entre os dois muito limitado. Dessa vez, Syndor sorria também. O vento fazia a nudez de Meena aparecer em flashes exatos.

A não ser que eu queria fazer algo antes? – riu – Senhora Meena...

Com a mão que estava livre, puxou o lençol – trazendo Meena junto. O pouco espaço que havia entre os dois agora era reduzido a nada. Syndor pouco tocava na pele da mulher graças ao lençol, mas ainda sim era possível sentir o calor de seu corpo. O vento começava a secar as últimas gotas de águas que teimavam em escorrer pelo corpo do assassino, quando passou a mão pela cintura da morena.

Se o que eu quero que aconteça acontecer, não voltaríamos ao castelo tão cedo... – sussurrou no ouvido dela – E você não voltaria andando por si só.

E apertou-a contra o seu corpo. De repente, o lençol já nem parecia estar lá. Sentia-a com todos os detalhes que os deuses se preocuparam em esculpir. Aquilo seria mais um pecado, o que Syndor sentia? Que o Deus das Muitas Faces o perdoasse, pois naquele momento o nosso herói só pensava em uma coisa: sangue. E não tinha nada a ver com morte.

Eis o motivo do meu preparo, leitor. Foi tempo o suficiente?
   


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