[RP FECHADA - FLASHBACK] A lion's cub still has claws

The golden one

O  sol estava se pondo, com o céu limpo e não demonstrava sinais de que tal estado mudaria tão cedo, decerto que a brisa marinha seria uma adorável companhia noturna.

Tinha acabado de voltar do pátio, depois de passar a tarde com Laken, o mestre de armas do rochedo, debatendo sobre algumas curiosidades e dificuldades que detinha no manejo da espada. O próprio treino era um desastre, visto que um garoto de 14 – que detinha habilidade alguma com tal arma – era praticamente feito de saco de pancada, sendo somente amenizado pela amizade de ambos, assim como seu título.

Andei o mais rápido que pude assim que percebi o quão tarde era despedindo-me rapidamente do comandante segundos antes. A senhora minha mãe iria me matar, mas não degradar minha honra correndo por ai como um órfão após roubar um pedaço de pão, menos ainda em frente de Lucius e a escolta que me acompanhava. Tal ultraje era aquém de mim.

Andava por uma das ruas principais que ligavam o centro comercial ao rochedo em si, tentando transparecer calma, por mais que em meu interior já imaginava o sermão que iria levar por ter ficado até tarde de sua mãe - não que a mesma se importasse com ele, toda aquela cerimonia seria mais uma maneira de inflar seu ego, e afirmar sua posição na família – E só de pensar nisto já estremecia. Lady Cora sabia ser cruel quando queria.

Estava a poucos metros de meu destino quando um vulto entrou em meu campo de visão. Um vulto vermelho que atormentava dia e noite. Voltei a olhar ao local, com descrença em meu rosto. A chance era tentadora demais para não agarrá-la.

Prontamente alterei meu caminho, indo em direção a ele com passadas rápidas e furiosas, como um leão em marcha. Consegui manter-me incógnito por meros instantes, até que o mesmo percebeu minha presença.  Aquele servo de R’hllor era uma pedra no meu sapato sempre, no entanto sempre relevei visto ao objetivo maior de aprimorar minhas aptidões politicas com um rival a altura. Mas o “incidente” com Solária fora o fim, um ultraje diabólico. Um ultraje que ele pagaria hoje, e caro.

E então, usando de toda minha experiência infantil em ser furtivo, esquivei-me até estar a centímetros de distancia do velho e por fim segurei em seu braço súbita e graciosamente como se escoltasse uma anciã de volta a casa. - Ora szass... Pela sua feição parece que viu um fantasma... – Sorri de forma maliciosa, com direito a uma risada debochada levemente discreta entre frases.

- Jovem Lannister... O que faz aqui? Deseja algo?  – O idiota se limitou a isto.  Como conseguia manter o orgulho era além de meu interesse. O sacerdote era hábil em dissimular sentimentos, e isso tinha de admitir, mas ainda sim sua idade o traia. O vermelho nojento de sua túnica estava começando a dar sinais de umidade em torno dos braços e torso, assim como tremia como uma muda em meio a uma tempestade de vento e não precisaria de muito para descobrir o por que. “Ele sabe. Infeliz, ele sabe o que vai acontecer.” Pensei inconformado.

- Eu estou somente acompanhando um velho conhecido. Fui ensinado a deixar amigos próximos, e inimigos mais próximos ainda... – Disfarcei um sorriso, enquanto corria os olhos desinteressadamente pelo local.  Meus dedos cravavam em sua pele enrugada violentamente, como um felino ao abater sua caça, certificava-me de que ele não iria correr. Por fim voltei meu olhar até o seu para enfim continuar.

- Sua filha, Aylin é uma moça deveras adorável, mesmo que arrogante... - Se veneno pudesse ser destilado de feições e palavras, certamente as minhas no momento seriam uma fonte promissora, e tudo aquilo graças a R’hllor e seus piromaníacos de estimação. – É uma pena o que abateu sobre ela não? – Mais uma vez, fixado meu olhar sobre ele, o fitei descaradamente - daquela forma desagradavel que somente um lannister saberia fazer - enquanto aguardava por suas reações.

Szass chicoteou a cabeça em minha direção no mesmo instante a menção de sua filha, e toda aquela mascara de orgulho caiu. Meu palpite sobre a relação pai e filha estava incrivelmente certa, e adorava isto. – Aylin... O que... O que você... Quer... com ela... - Demorou para que algo saísse de sua boca, e quando finalmente saiu, era titubeante e fraca, como se cada mínima letra o machucasse e cansasse. Quem o visse agora poderia confundi-lo com alguém anos mais velho, as palavras que saiam levavam consigo parte de seu vigor.

- Meu caro... Eu não pretendo nada com ela, e isto posso te afirmar. – Voltei a olhar para o nada. - Mas, no entanto, certamente necessito de algo e você é a pessoa mais apta a concedê-la. – E então estalei os dedos.  E quase que de imediato Lucius apareceu, saindo de um canto escuro logo atrás do sacerdote com arma em punho.  O sacerdote assustou com a movimentação, mas antes que sequer gritasse ou fizesse algo, meu hábil cão o calou. Um simples golpe com o pomo de sua espada havia bastado.

-Levem-no ao local que disse, e tragam aquela imunda filha dele. – Disse calmamente a meus guardas, apontando para o desacordado com um menear de mãos. O ódio borbulhava entre as palavras, seno necessário um esforço ligeiramente maior de minha parte para disfarça-lo. E então virei minha atenção para Lucius, que já se encontrava com um sorriso maldoso idêntico ao meu – O dia certamente é promissor não? -

HABILIDADE TREINADA:

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