[ RP FECHADA ] Runaway.

    Gabriel estava de pé acima dele. Seus olhos negros estavam selvagens, margeados de vermelho; seus cabelos pretos estendiam-se sobre o seu rosto cobrindo parte do citado, sua camisa estava cortada na frente, as bordas do rasgo encharcadas de sangue. Ele deve ter sido cortado. A pele sob a camisa rasgada não parecia marcada agora, estava levemente mais branco que comumente. — Vagabundo. — ele rosnou para Alexander. — Vagabundo, mentiroso e traidor. Você trouxe a minha morte. — O loiro se arrastou para trás; suas costas bateram na parede. — Eu era seu amigo, seu único amigo, ao menos verdadeiro... e é assim que me paga? — ele estendeu as mãos para o jovem; elas estavam manchadas de cinzas pretas, ele pós sobre o pescoço de Alexander, o sufocando. Ele se debateu, tentando tirar as mãos do maior do pescoço. De seus olhos lagrimas começavam a se formar. — Você... — As palavras saíram da boca do loiro em meio a gemidos. — Você não está vivo. E mesmo que estivesse, sabe que eu nunca seria capaz de ti machucar. - Completou o Lannister. —  Não fuja das lembranças! Quero que saiba o que é perder tudo. Quero que saiba, enquanto seus parentes queimam e sua casa é transformado em cinzas e a sua própria vida miserável termina, que sou eu quem está fazendo isso com você. — Gritou o moreno. E a voz destemida do garoto de olhos azuis foi embora tão rapidamente quanto chegou. Gabriel estava irritado, seus olhos possuíam uma chama vingativa, forçou as mãos envolta do pescoço, impedindo que Alexander viesse a falar novamente. — Você não é real... Não pode ser. - Proferiu encarando-o.

Fechou seus olhos e ao abri-los novamente viu Gabriel se desfazer em fumaça. O corpo do loiro caiu sobre o chão e seguido a isso uma respiração ofegante vinda dele ecoava por todo o ambiente. O cômodo se modificara por completo, agora uma densa nevoa invadia o recinto, a localidade estava totalmente branca, desde o piso até o teto e a citada parecia nunca conter um fim independente do quanto o jovem andasse.  — Seu pai... Se eu fosse você me manteria de olhos abertos. — A voz de Gabriel soava por todo o lugar, a frase era repetida diversas vezes. Alexander pusera a palma de suas mãos sobre seus ouvidos visando assim não escutar qualquer ruido proferido pelo mais velho, entretanto sem sucesso. E de repente todos os barulhos cessaram. — Ele irá me pagar... Você irá me pagar. —

[...]

Acordou. Seus olhos se abriram exatamente às seis da manhã. Não houve bater de cílios, nenhuma piscadela suave em direção à consciência. O despertar foi mecânico. Um assustador abrir de pálpebras de boneco de ventríloquo. Naquele exato momento, 6:00 o sol emergia do mar deixando um grandioso reflexo de coloração dourada no mesmo. Um comprido dedo composto de luz apontado para o loiro através das leves cortinas do seu quarto. Acusando: Você foi visto. Você será visto.

Jogou as cobertas para o lado e levantou-se da cama em um pulo. Não trajava nada. Seguiu em direção ao banheiro visando tomar um rápido banho. Tendo executado tal ato estaria de volta a seu aposento. Com leves movimentos vestiria uma camisa de coloração branca sem quaisquer detalhes, era um tanto grande para seu corpo, todavia, era ideal para o ato de hoje o qual não envolvia qualquer contato com pessoas - ou assim achava - vestiu também uma calça composta de tecido essa de tonalidade preta, e por sim em seus pés calçou duas botas de uma cor marrom escuro. Organizou seus fios dourados e seguiu em direção a cozinha.

A sua casa não via um movimento recente a tempos, isto era certo. Desde a ida de seus irmãos em direção a residência dos parentes mais próximos da família o lugar tornou-se silencioso, sem vida, seus pais pouco falavam com o loiro, e talvez devido a isso o mesmo tenha tomado certa distancia, apenas os viam quando os citados lhe davam ordens, e Alexander sempre as obedeciam, independente do quão difícil seja para ele, o garoto busca incontrolavelmente se redimir com seus progenitores, mesmo que para isso tenha que fingir ser alguém diferente.

Pegou uma quase que perfeitamente simétrica e avermelhada maçã, deu-lhe duas mordidas. O som ecoou pelo cômodo. Não havia ninguém no lugar além dele. Suspirou alto enquanto encarava a janela que dava em direção a frente da casa. Devorou o restante da fruta em outras poucas mordidas. Agora levando-se a saída da casa, iria espairecer.

Tirou do estábulo um dos únicos cavalos, o mesmo possuía uma tonalidade branca, estava bem alimentado, era um pouco mais alto que o loiro. Pôs em cima das costas do animal uma sela, organizando-a e prendendo-a firmemente sobre o bicho. — iremos dar uma volta, companheiro. — Falou enquanto acariciava levemente a cabeça do anteriormente citado.

[...]

Encontrava-se agora em um amplo campo, o mesmo apresentava grandiosas árvores, todavia, poucas, arbustos e flores de diversas espécies adornavam por completo o lugar, as nuvens negras pairavam sobre a localidade o que indicava que posteriormente iria chover. Uma sequencia de brisas frias entravam em contato com o loiro o que por sua vez ocasionava a arrepios que percorriam desde sua espinha até o dedo de seu pé.

Os fios loiros do garoto agitavam-se ao vento, cavalgava incessavelmente, não era bom ao executar tal ato e sabia disso, também sequer tinha qualquer  talento com animais, entretanto, adorava a sensação de sentir-se livre - Ao menos uma vez. - seus olhos mostravam-se atentos ao ambiente visando assim não bater em qualquer obstaculo que houvesse de ter por entre o lugar.

Fez com que o animal parasse exatamente no centro do campo. Admirava a paisagem. O som encantador e clamoroso do silencio era quase como uma sinfonia para seus ouvidos. Abriu um sorriso de canto, ainda montado no cavalo.