[RP FECHADA] - Searching For a Sweet Surrender

- Parem! - Ditou Nicolas para os dois guardas que lhe acompanhava. Os três da campina jaziam a frente de um estabelecimento, a placa acima da porta o denunciava, uma taverna. Nicolas estava em Lannisporto fazia alguns dias, desde a sua chegada não deixara seus estabelecimentos, ordens restritas de seu pai. Estavam em território hostil, ninguém ali era confiável, a não ser aqueles que carregavam em suas roupas o simbolo da rosa dourada. E dois destes homens acompanhava Nicolas em sua "aventura". "Você pode sair meu filho, mas terá dois guardas meu acompanhando-o para sua proteção, e isso não é um pedido." Dissera seu pai ao deixar a casa a qual estava hospedado.  Sem muito a questionar aceitou a proposta de seu pai e deixou a "prisão" a qual estava "aprisionado".  - Podem esperar aqui fora... - Começou ele até ser interrompido pelos guardas de seu pai. - Meu senhor, uma taverna não é um bom lugar para alguém de sua posição, la dentro encontrara apenas comerciantes, pedintes e ladrões. Sua seguração aqui não é certa. - Dissera um dos guardas com o assentimento do outro. - A única proteção que preciso é de meu Deus, deixei-os que me seguissem até aqui para que meu pai não os decepasse, agora siga as ordens de seu senhor e esperem do lado de fora. - Nicolas sabia quando e como utilizar sua posição, ele era filho do senhor da campina, e estes guardas eram apenas servos. Seus servos.

Esta atitude acarretaria em consequência logo mais, ele tinha o consentimento que aquele acontecimento seria passado para seu mais no final da tarde, e ter seu pai em seu encalço em Lannisporto não seria nada agradável. Mas não foi esse risco o fez recuar e mudar de decisão, os guardas ficaram, e ele entrou.

Aquela não fora nem a mais longe das tavernas perigosas que ele visitara, Nicolas viera de Essos e la, la qualquer um se tornava perigoso. Até mesmo a criança que jazia ajoelhada em dos pés da mesa a pedir comida. O jovem Tyrell caminhou na direção desta fitando-a com certo interesse, seus olhos procuraram alguma arma ou algo que o decifrasse perigoso. - Tome criança, sua comida de hoje está garantida. - Entregou á criança algumas moedas de prata. A recompensa de seu ato fora um sorriso sincero por parte da criança. - Sente-se comigo. - Pediu Nicolas estendendo a mão para a pequena criança que a pegou. Ambos se dirigiram até uma das messas mais distantes. O Tyrell já percebera que suas vestes chamavam a atenção de todos dentro da taverna. Usava uma capa preta com um fecho dourado num gibão preto, o conjunto todo suntuosamente feito sob a medida. Uma faixa dourada pendia de seu ombro direito, o metal incrustado em formato do símbolo de sua casa uma flor dourada. O traje caro, mas o tecido em si era claramente apenas uma desculpa para exibir o físico por baixo dele. O alfaiate conhecia sua rotina, cortando o tecido para deixa-lo justo sobre os músculos, especialmente quando Nicolas se movia.

Quando chegaram a mesa Nicolas levantou a mão chamando alguém que atendesse naquele local. - Traga-me o vinho mais antigo de sua casa e um prato de refeição para meu acompanhante, seja generoso e proporcione o melhor almoço para esta criança. - Esperava que esse pedido fosse acatado, pois o seguidor da luz odiava ser contrariado. Enquanto esperava uma comunicação entre os dois presentes na mesa estabeleceu, a criança que aceitava as gorjetas de Nicolas começou a contar sobre sua vida e suas aventuras. E Nicolas como um bom ouvinte, ouvira tudo com atenção, pois aquele criança no mais tardar conheceria a benção e a presença de R'hollor.

Nicolas permaneceu na mesa ouvindo tudo que seu acompanhante tinha a dizer. De certo modo ele se via naquele garoto, lembrou-se do passado quando fora enviado para Essos apenas com as roupas do corpo, lembrou-se das dificuldades e de tudo que teve que superar para estar diante de sua “cópia”. – Vivo na rua desde meu nascimento, não conheço minha mãe e muito menos meu pai. A última lembrança que tenho de alguém comigo é quando fui jogado para morrer. – Dizia o garoto com dor em sua voz. – Lembro-me de alguém me tirando das ruas em minhas últimas golfadas de ar, eu estava morrendo... Eu queria morrer. – Nicolas percebeu que seu acompanhante não estava mentindo, e nem precisou pensar muito para entendê-lo. No passado ele também quis morrer, afinal por que viveria uma vida de pedinte, que nem sempre um pão ou um corpo de água passaria por entre seus lábios? Ele sabia o quão difícil era a situação e foi por isso que deixou sua mão deslizar pela mesa e encontrar a mão magra e debilitada do pequeno.  

Seus lábios se separaram mas as palavras não saíram, pois antes disso o taberneiro viera com seu pedido. Nicolas não olhou para homem, ele afinal não importava. Naquele momento o vinho e a comida em suas mãos era o que anciavam. – Vinho Dôrnes... Tive o prazer de provar poucas vezes, mas de longe é o melhor vinho dos setes reinos. – Ele conhecia a fama do vinho que estava sendo servido, e iria aprecia-lo até a última gota. – Meu amigo, não queres experimentar? – Perguntou o Tyrell. Um pedido não interpretado pela criança, mas um pedido necessário. Nicolas sabia o perigo que estava percorrendo naquele lugar, e não seria tolo o bastante para apreciar um vinho do desconhecido. A criança pegou taça e deixou com que o vinho deslizasse garganta abaixo e dele um ganido fora pronunciado. – Não gostei... – Disse o garoto timidamente. – Um dia saberá o sabor que vens deste vinho. – Esperou alguns segundos e percebeu então que o vinho não tinha veneno algum. Feliz apreciou a bebida que adentrava seu corpo.

- Gosta de histórias? Pois bem, ouviras a história cujo seu nome és “O Enviado.” – Dissera Nicolas ajeitando-se na mesa para iniciar. – Temos como papel principal uma criança, filha de um Lorde assim como eu, seu nome é desconhecido, isso é normal, mas logo entenderá por que.  Em um tempo perigoso o Lorde viu que tinha que ganhar mais forças e conhecimento, e com um filho de dez anos livre, ele utilizou-o. O garoto logo recebeu a notícia que deixaria o conforto e o amparo de sua família. Deixaria não só o castelo que chamou de casa por dez anos, como a companhia de seus irmãos e para beneficiar um pai orgulhoso e cego por poder. Isso foi feito na noite, quando seus irmãos e irmãs jaziam dormindo, ele não queria acorda-los, ou para o garoto ele não queria permitir que houvesse uma despedida. Um guarda de honra foi encarregado de escolta-lo até o o barco mais próximo que o enviaria para uma outra cidade, um outro continente. Essos. – Nicolas contava a “historia” e sequer percebeu que o taberneiro jazia em suas companhias ouvindo tudo. – Essa criança assim como você enfrentou vários perigos, mas diferente de você que nasceu neste “mundo”, ele teve que se habituar. Suas palavras não significavam nada, não havia subordinados ou servos para dar ordens. Ele estava sozinho e sem palavra. O enviado aprendeu a pedir e a fazer, para pessoas como você isso pode ser normal e fácil, mas para ele? Foi desonra. Mas uma desonra necessária se quisesse sobreviver. Com o tempo ele deixou seu modos e seu jeito de falar, o pequeno lorde se tornara um pedinte. – Nicolas olhou para a criança a sua frente com afeição. Ele sabia o que era ser um pedinte e não desejaria essa vida para ninguém.

Aos seus lados o taberneiro ainda jazia em pé apoiando seus braços na mesa. Nicolas respirou e neste mesmo tempo vislumbrou o homem, que apesar de suas vestes pobres, possuía um rosto e um corpo bonito, porém não de seu interesse. Pelo menos naquele momento. – Não preciso contar como foi sua vida como pedinte não é mesmo? Você a conhece melhor que ninguém. – Apesar das palavras fortes Nicolas não usou um tom grosso, mas sim gentil. – Houve um dia que esse garoto, não comia há uma semana, seu corpo não possuía mais forças para andar ou pedir, ele estava em seus últimos momentos, e nesses últimos momentos encontrou o fogo. – Nicolas deslizou as mãos pela mesa e pequenas fagulhas de fogo brotaram de seu dedo queimando o ar. Havia uma vela ao lado que camuflara seus movimentos, fazendo aparentar um simples movimentar das chamas ao vento. – Esse fogo, é conhecido como R’hollor, o senhor da luz e das chamas. Ele apareceu para o enviado. Mas de que forma? Física? Mental? Por meio de um seguidor. Um homem encontrou o garoto na rua e o pegou em seus braços. Disseram-lhe mais tarde que sua vida só estava começando e que esse senhor o aguardava como seguidor. Neste momento em sua vida ele percebeu que havia um Deus, não os setes ou o deus afogado, um Deus verdadeiro, que o ajudaria. O garoto cresceu nas sombras dos ensinamentos e nos templos desse senhor das chamas. Sua vida tomara outros rumos, seus desejos se tornaram outros, aqueles desejos que um dia foram voltar para casa, se tornara o desejo de servir ao seu Deus e salvador. – Era difícil para Nicolas contar aquela história e não lembrar de si. Ele fora quem a viveu, mas seus ouvintes não precisava saber. Seu rosto contudo demonstrava as reações a cada palavra como se estivesse revivendo-as. – Ele cresceu e se tornou um sacerdote, e nas chamas, nas mesmas chamas que salvaram-no viu seu caminho. O caminho de volta para casa. – E de seus olhos o brilho da esperança reacendeu.

- O que quero com isso? Sua vida hoje não tem significado nenhum, mas eu posso dar-lhe. Assim como esse garoto você pode tocar as chamas, assim como esse garoto você pode ver um novo destino, mas para isso basta aceita-lo. Diga-me, queres continuar em uma vida pedinte ou se tornar alguém com um propósito maior? – Nicolas sabia que seu telespectador era jovem, mas assim como ele fora um dia frágil. Só era necessário dar-lhe palavras bonitas para conquista-lo. Mas o que o incomodava era o homem que ainda permaneceu escorado na mesa.

- Prazer senhor, Seaworth. – Disse Nicolas sem toca-lo. – Esse vinho não tem outro igual, é bom saber que apesar da estrutura, o conteúdo dentro desta é exemplar. Isso só acontece com o estabelecimento, ou os integrantes dentro deste também compartilham de um conteúdo ? – Nicolas o tratara como merecia, pois este era ousado e arrogante, por pensar e achar que era para com seu igual. Nicolas era filho de Aspen Tyrell senhor da campina, e não deixaria que fosse insultado pela ousadia de um taberneiro, fosse da casa que for. – Não entendo... Por que permaneceres á mesa, já fiz o meu pedido e o senhor o trouxe. Sua presença aqui não é mais necessária. - Nicolas não era desse jeito, mas estava em lugar perigoso e não podia abaixar a guarda. Não por enquanto.

Habilidade treinada:

A intromissão por parte do plebeu mexera com Nicolas além de sua paciência. A impertinência do outro de se sentar à mesa junto a ele fora vista como uma afronta sem igual. Lupo não finalizara seus atos, pois antes de o garoto mexer os lábios para pronunciar suas primeiras palavras o seguidor da fé dos sete se pronunciou. As palavras deste penetrou os ouvidos do sacerdote vermelho irritando-o. Quem era este?  Lupo Seaworth. Mas que direito este possuía para atrapalhar sua disseminação do poder de R’hollor? Nicolas como um bom nobre deixou o outro falar tudo que desejava, mas não toleraria que este dispensasse sua criança, a criança do fogo. Quando a criança levantou-se da mesa em direção a cozinha, deixou que sua voz penetrasse os ouvidos da mesma com as seguintes palavras. – Faça sua refeição minha criança, talvez lá dentro encontre mais do que uma refeição adormecida que acabara de comer. – Seu tom era autoritário e sério. Os ouvidos que capitaram a mensagem se contorceram. – Mas quando acabar sua refeição, deixe esse estabelecimento e encontre meus guardas que estão à frente deste lugar. Informe-os que está seguindo minhas ordens. – Deixou com que a taberna entrasse em silêncio profundo e então finalizou. – Sua vida agora pertence a mim, nomeio-o como meu escudeiro. A partir de hoje me seguirá por todos os cantos, sua tarefa será proteger-me e aprender tudo sobre minha fé e o único Deus verdadeiro. – Todos presentes não acreditaram na palavra do nobre que jazia sentado. Nicolas acabara de proclamar um pedinte seu escudeiro. Apesar da falta de idade o garoto entendera as palavras que deixaram os lábios do sacerdote, a vida que acabaram de lhe oferecer era a melhor que poderia de esperar de toda sua vida, e tendo isso em mente ele deixou o estabelecimento, sem ao menos passar pela cozinha em busca de seu pão velho. – Como seu primeiro serviço, peça que meus guardas à minha espera parem de fazer o que é que estejam fazendo e venha ao meu encontro. – Nicolas não toleraria mais nenhuma atitude para com ele ou seu discípulo.  

Ele voltou a encarar aquele que outrora o enfrentara. – Lupo Seaworth, lembro-me agora de seu sobrenome... Nossos antepassados também se encontraram, Davos Seaworth conduziu minha irmã pela Ponta Tempestade. E ele sabia que com os seguidores de R’hollor não era certo mexer. Depois de tantos anos, encontro um “senhor”. – A palavra senhor fora proferida em total deboche. – Um senhor que possuí um mesmo sobrenome... Como é interessante o destino não é? Mas para mim isso é visto de uma outra forma. Desejo. – Nicolas se levantou e colocou a mão sobre a mesa ficando em frente ao dono daquele lugar. – Davos cometera um erro em sua vida o que custou-lhe sua liberdade por um bom tempo. Não ameaço sua liberdade, mas sim sua vida. Se outrora me deparar com sua insignificante existência seu corpo conhecerá o poder de meu Deus, e veremos se Os Setes se preocupam mesmo com seus devotos. – Quando sua voz sessou o barulho das portas se abrindo adentrou o estabelecimento seguido por vários guardas com o símbolo dos Tyrell gravado em suas armaduras com as mãos no cabo de suas espadas acompanhado por seu recém escudeiro. Pelo visto seu pai mandara mais guardas para cuida-lo, e aquilo saíra benéfico.

- Como dono do estabelecimento penso que a vida de todos aqui estão por parte de sua responsabilidade, certo? Lupo Seaworth você não só afrontou uma casa conhecida pelos sete reinos como o meu Deus que representa essa casa. Se pelo menos não preze por sua vida, não despreze aqueles que o rodeia, era de esperar que tivesse pelo menos um pouco de respeito por parte de seus convidados. Agora colocou-os em maus lençóis. – Todos os guardas se moveram partindo em direção a cada homem que empunhava qualquer tipo de arma que pudesse trazer problemas. – Você Seaworth demonstrou que sua arrogância significa mais do que a segurança dos aqui presentes. – Com uma pausa dera seu veredito final.  - Eu Nicolas Tyrell, Filho de Aspen Tyrell guardião do sul e Lorde da Campina, e em seu nome nomeio os Seaworth como inimigos declarados da casa Tyrell. – Os ânimos se afloraram por todo o local, os guardas Tyrell sacaram as espadas desarmando aqueles que reagiram a declaração.  Nicolas abriu os braços e sentiu o poder de seu Deus invadir seu corpo. O poder para com seu Deus estava em um nível diferente, seus Deus estava retribuindo suas ações com um poder que ele um dia conseguiria controlar por vontade própria, mas agora Nicolas se tornou um peão, peão de seu próprio Deus. As chamas das velas no estabelecimento tremeluziram e deixaram-nas indo ao encontro de Nicolas rodeando-o. O corpo deste também liberou pequenas fagulhas de fogo.  – Você menosprezou o meu Deus e agora ele quer sua dor. – As chamas receberam um poder desconhecido aumentando-as de súbito espalhando-se pelo local e acertando móveis e seus inimigos presentes.  Lupo como alvo principal. Nicolas aproveitou a brecha criada e passou por seus guardas que o protegeram contra possíveis investidas matando aqueles que fossem contra eles. Nicolas e seu escudeiro deixou o estabelecimento com seus guardas no encalço. – A noite é escura e cheia de terrores. – Sussurrou observando de lado o estabelecimento que agora queimava e com todos dentro aparentemente mortos.

Participação encerrada.

Habilidade treinada: