[ Rp Fechada] The Board of Dorne

valeu @ carol!

GAEL VOUN MARTELL

O sol já invadia sua janela já cedo lhe acariciando a pele em lentos e voluptuosos afagos que o levaram a abrir lentamente suas pálpebras permitindo assim que o azul topázio de seus olhos surgisse confundindo a qualquer um que pudesse vê-lo naquele momento sobre qual era o mais azul; o céu ou suas orbes. Içou seu corpo para fora da cama macia e permitiu seus braços movimentar-se livremente por sobre sua cabeça estendendo os o mais alto que podia para aliviar toda aquela indisposição matinal que lhe envolvia. Estava tão longe de seus sonhos, estava tão estagnado na vida que não via mais formas de alcançar o que tanto queria; a imortalidade. Manter seu nome nos livros como os grandes reis, como Oberyn, como todos os patriotas e guerreiros durante todos os séculos que se passarem não era uma tarefa fácil e ainda mais para um jovem de dezesseis anos que nem se quer estava na linha de sucessão, se ele quisesse mesmo estar nos livros e na história precisaria arrancar algumas páginas ou até mesmo escrever em cima de alguma história já escrita. Suspirou duas vezes ou mais, a preguiça não permitiu acompanhar corretamente a contagem, e seguiu para o canto esquerdo de seu quarto seguindo para a grande banheira que havia ali. Despiu-se e aos poucos permitiu que seu corpo submergisse em meio aquela água fria que lhe relaxava a tensão contida em seus músculos permitindo que ele sentisse os mesmos, ora contraídos, agora mais leves. O que um nobre teria pra fazer? Nada. Absolutamente nada. O tédio imergia em seus dias e isso o corroia por dentro saber que sua existência não exercia importância nenhuma no fluxo da história de Dorne ou do mundo e enquanto se lamentava por isso concluiu o banho e rapidamente se vestiu, como um verdadeiro filho de príncipe, e seguiu para o pátio de treinamento onde iria dedicar o dia para treinar seu manuseio com lanças. O jovem era talentoso, mas sempre soube que precisaria melhorar para poder impressionar o pai e ao grande Senhoria de Lançassolar.

━ Lança! ━ exclamou ele ao erguer a mão já adentrando no grande pátio de sua casa com passos largos e apressados. O moreno usava um casaco amarelo mostarda com um grande sol vermelho estampado no lado esquerdo cobrindo-lhe o ombro, boa parte de seu peito quase indo para o ombro direito, e alcançando-lhe o pulso de seu casaco. Uma calça justa ao corpo com um tecido fino e uma bota em um nude, quase no mesmo tom (um pouco mais escuro em um marrom mais claro) da parte do tronco. Um dos servos retirou a haste de madeira com a ponta de metal do lanceiro e lançou para ele que apanhou o objeto ainda no ar e imediatamente girou a mesma três vezes ainda no ar antes de girá-la em torno do corpo. Seus pés eram ligeiros e conduziam o rapaz por sobre aquele piso sedimentado com muita leveza enquanto mantinha a haste na vertical presa em suas costas com a dobra de seu braço enquanto girava o corpo como se quisesse atingir um aglomerado de inimigos que estivesse a sua volta. Puxou a mesmo para a direita e expeliu um golpe horizontal de cima para baixo utilizando a velocidade da queda da mesma para ganhar mais força deixando que a ponta se chocasse ao chão produzindo um tinido alto o bastante para fazer o servo ao seu lado piscar num reflexo instintivo. Enquanto manuseava a arma em seu treino o rapaz não percebeu que a areia da ampulheta posta na parte de trás do grande salão corriam incessantemente e enfim ele correu os olhos por toda a extensão o local e notou outro serviçal se aproximar e parar a uns metros como se esperasse para lhe pronunciar algo. A forma com que o mesmo agitava as pernas indicava que estava ansioso ou aflito e isso logo fez com que o rapaz parasse o treino chocando a extremidade amadeirada no chão com força. ━ Fale o que deseja e seja rápido. ━ não esboçou nenhuma expressão ao lançar as palavras de formas ríspidas e diretas ao jovem que logo fez uma pequena reverência para poder enfim se aproximar. ━ Meu senhor, sua presença é requisitada no conselho, Arys seu irmão pediu para alertá-lo para que se apresse. ━ o jovem revirou os olhos a se ver diante de uma reunião chata onde teria que ficar em silêncio observando tudo sem poder falar nada, mas suspirou em busca de paz e logo deixou a lança sob as mãos do rapaz que acabara de interromper seu treino. Não explicou nada, aliás, não devia isso a eles apenas saiu caminhando em direção ao palácio para poder presenciar a “grande e importante” reunião.

As diversas palmeiras situadas no pátio que o levava ao seu destino se agitavam com as fortes lufadas dos ventos matinais que também insistiam em despentear-lhe os cabelos forçando o rapaz a usar a mão como uma espécie de pente rústico embrenhando os dedos rentes ao couro cabeludo levando os de volta ao lugar enquanto subia os degraus que dava acesso ao grande local da reunião. O barulho da porta se abrindo forçando a ficar ereto por não saber quem encontraria ali. Seguiu pelo centro identificando cada rosto que ali estava e enfim, encontrou seu irmão e assumiu seu lugar ao lado dele. ━ O que está acontecendo? ━ sussurrou ele enquanto o olhava de soslaio ━ Alguma coisa muito importante que eu não saiba? ━ localizou mais dois membros da família ali e com uma reverência e um sorriso nos lábios os saudou. ━ Meu senhor e minha senhora, belo dia, não? ━ ergueu o corpo mais uma vez deixando o ereto.

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More And More Red

Because Red Is The Best

Era quente naquela ocasião e o sol estava ficando cada vez mais agressivo a pele nua do Dornense, embora não incomodou-se, afinal era um legítimo Dornense. O Príncipe golpeava sua lança de treinamento contra um dos servos que o acompanhava naquela caminhada, estavam no campo de treinamento, um local arenoso, alguns quilômetros de distância de Lançassolar. A lança gritava a cada troca de golpes, e nas pausas girava a lança de madeira com as mãos, demonstrando toda sua habilidade com a mesma. Armors fixou a pupila ao movimentos das pernas do soldado, girando o corpo em uma volta completa, para quando a lança do inimigo chegar até perto de seu corpo, iria defender-se ao jogar o impacto da força de sua lança contra a o oponente, guiando seus pés a altura em direção ao corpo do inimigo, com o intuito de chutar ele para trás, fazendo pegar distância. assim, de joelhos, o rapaz avançou novamente contra o Príncipe, desferindo o próximo golpe em direção ao rosto, evitando qualquer reação de Armors ao ataque, fazendo-o ir ao chão. Ora, não deixaria abatar-se por erros de cálculos, sua determinação não morreria ali, era da linhagem de Nymeria e iria impor respeito. Ficou propositalmente ao chão até que chegasse o momento certo, esperou o guarda aproximar-se para usar as pernas e derrubá-lo ao chão, para assim levantar-se, pegando sua lança no processo, onde levaria até a garganta do inimigo e apontaria com um sorrisinho ao rosto. - Morto. Um silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos... silêncio que fora quebrado com uma gargalhado por ambos os lados. Ambos riram um do outro e começaram a trocar algumas palavras de insultos, parecendo crianças infantis, até o homem caído levantar-se, retirando a poeira de seu fardamento, falando. Hyros: Meu Príncipe, temos de parar com isso, não somos mais crianças e ambos temos obrigações a fazer, não posso sair de minha guarda só porque você é o irmão do Príncipe Governante. Assim, o guarda despertou a fúria nos olhos de Lewyn, o que parecia um sorriso e um olhar agradável, fora trocado por um olhar serio, respondendo a altura. - Pro inferno com o que você pensa de mim, Hyros! meu irmão pode ser o Príncipe Governante, mas eu ainda sou filho de Arianne Martell. Dizia com uma determinação aos olhos, dando as costas ao guarda e indo até onde o garanhão estava amarrado, subindo a cela no processo. Armors esperou o colega subir ao cavalo e todos os dois foram para casa.



Lá estava Armors, no pátio principal de Lançassolar, sendo recebido por uma guarda de honra, que o ajudara a sair do seu cavalo, informando sobre uma runião que estava para acontecer. Passou as mãos pelo cabelo, bagunçando-os no processo e despediu-se de Hyros, entrando ao salão principal, seguindo para a reunião. Estava sem camisa, tinha acabo de voltar de um de seus treinos, não tinha nenhuma vontade em vestir-se apropriadamente e tão pouco iria dar tempo. Empurrou a porta principal e entrou naquele salão, notando seu irmão, cunhada e filhos, entre outros servos de menos importância. Arqueou um sorriso ao rosto, aproximando-se do irmão a cada passo que dava, fazendo um gesto agradável. - Cá estou, irmão, o que deseja de todos nós? Perguntara curioso com tudo que parecia ocorrer por ali. Espero as ordens de seu irmão para poder ficar mais a vontade.

habilidade treinada:

Legenda X Legenda X Legenda X Legenda

stava no banho quando Cassandra entrou em meus aposentos de uma forma atrapalhada e tipicamente agitada. — O que houve Cass? Perguntei sorrindo enquanto banhava minhas madeixas negras na água, escutando-a falar sobre o chamado do príncipe governante a todos os Martell para o conselho no saguão real. — Tudo bem, avise que já estou indo. Disse para ela, saindo do banho em seguida e com ajuda das servas me secando. Posteriormente caminhando para o armário em busca de um vestido adequado para usar na presença do conselho, escolhendo um vestido característico das mulheres Dornesas — um modelo de tecido leve e escuro com uma considerável fenda nas costas e um corte pequeno na barra que revelava um pouco das pernas. Estava escovando o cabelo quando Cassandra retornou. — Então o que já andou fazendo essa manhã? Olhei para ela ainda com um sorriso prostrado nos lábios e terminei de escovar minhas madeixas, deixando-as cair em cachos sobre os ombros. Escutando Cass contar como tinha passeado pela feira no início da manhã e comprado novos vestidos dos mercadores de Essos. — Que ótimo Cass... Isso quer dizer que decidiu abandonar essas vestes antiquadas que vocês usam no oeste e vai adotar o estilo Dornês... Pisquei para ela. — Vai arranjar muitos admiradores. Olhei meu reflexo sobre o espelho e peguei meus braceletes de ouro cujo adorno era o sol atravessado pela lança, o brasão de minha casa. Pondo-os sobre os pulsos e encarando minha melhor amiga e dama de companhia. — Não demorarei muito... Te encontro mais tarde para passearmos nos jardins de água... Sorri plantando um beijinho em sua bochecha e segui para fora dos aposentos, seguindo para o saguão.  

Entrando neste pude observar a presença de meus pais, tio e primos. Entretanto nenhum dos meus irmãos estava presentes, sabia que Nymeria e Lewyn não estavam em Dorne, pois ambos se encontravam em Porto Real. Mas esperava encontrar Gerold no local, enfim. Com um sorriso caminhei até meu pai e mãe, plantando um beijo nas respectivas bochechas de ambos. — Bom dia meu pai, mamãe. Fiz uma reverência para ambos, seguindo para o meu assento que ficava não muito distante de onde minha mãe estava acomodada. — Olá tio Armors. Acenei para o irmão de meu pai e logo para seus filhos, meus primos Arys e Gael. — Arys fico feliz que retornou para casa, e bom dia, Gael. Pousei minhas mãos sobre a grande mesa ornamentada e fitei minha mãe. — Onde está Gerold e Odelia? Perguntei baixinho, tentando não falar muito. Pois meu pai não parecia com um semblante muito animado para iniciar conversas casuais...

 

GAEL VOUN MARTELL

Impotente. Era como o pequeno Martell se sentia diante os tão grandes nomes de sua casa todos reunidos em um só lugar para tratar de assuntos concernentes ao desenvolvimento e futuro de Dorne. O menino era ambicioso, mas não ambicioso o bastante para fazer o necessário para assumir o trono e para ser sincero era feliz daquele jeito. Tinha uma vida boa, cercado por servos e sem muitas responsabilidades, então, reclamar do quê? A voz do seu tio cortou o ar e foi em sua direção o fazendo sorrir com a piada feita, mas desviou os olhos rapidamente para a bela Ariadne, sua tia, que deu continuidade ao dialogo de forma mais delicada. ━ Está tudo bem, milady. Eu reconheço que o senhor meu tio tem muito que se preocupar... ━ enquanto se pronunciava foi interrompido com a entrada de seu pai e isso foi o bastante para se manter em silêncio enquanto se retirava para o seu lugar ao lado de seu irmão mais velho.

Observava com cautela cada movimento de seu pai - que parecia não se importar muito com os bons modos e boa aparência – diante do príncipe governante para que pudesse absorver o máximo possível. Em uma de suas tardes de estudos seu professor uma vez lhe abordou citando um dos adjetivos mais presentes no rapaz e um deles era “Pessoa Esponja”. Não é novidade para muitos estudiosos a existência de indivíduos que possuem grande sensibilidade, e por isso acabam captando as vibrações que emanam do ambiente e das pessoas. Pessoas assim são chamadas de “esponjas”, pois têm um comportamento parecido com a esponja, ou seja, têm a capacidade de sugar o líquido que entra em contato com ela. Alguns chamam isso de “efeito esponja”, o processo de absorver do ambiente e de alguém seus fluidos, suas energias e vibrações, em especial as negativas e desarmônicas. Com uma memória fotográfica e toda aquela facilidade para absorver o que lhe era passado Gael se tornaria um exímio guerreiro e até mesmo patriota se lhe dessem o espaço necessário para isso, mas eram poucos os que tinham olhos para ele.

A reunião tomou-se início e o moreno apenas manteve-se em silêncio analisando o quão crítica as coisas estavam e tudo envolvia os Baratheon, Targaryens e uma possível excursão para Porto Real liderada por seu pai. Seria essa sua chance de sair de dentro dos muros de Lançassolar e conhecer novos ares? Um sorriso se formou em seus lábios e seu corpo foi se tornando ereto quando por fim ouviu seu tio chamar seu nome. O mesmo se colocou de pé com os lábios pressionados com certa força com medo do que estava por vir. Procurou forças para manter-se ereto e confiante, mas nada o fazia manter a calma. Suas mãos cerraram-se em punho e ele arfou com mais força do que queria ecoando a mesma em todo o salão. As palavras lhe caíram como sacos de trigos sobre os ombros o fazendo arquear até o chão com o peso da responsabilidade que lhe fora lançada, mas manteve sua feição branda e no final com uma reverência e um sorriso nos lábios aceitou de bom grado subir no primeiro degrau da construção da sua história. ━ Não vou desapontá-lo tio, digo, mi lorde. ━ voltou a seu lugar com os olhos agora focados em seu pai esperando um olhar de aprovação ou qualquer outra coisa que pudesse demonstrar orgulho.

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