[Rp Fechada] Um Péssimo Capitão

Sangue, Sal e Suor. Assim está resumido o trabalho de um homem de ferro.

O Tutano de Dale Drumm de Velha Wyk tinha um nome apropriado, tendo vista que o símbolo da casa era uma mão esquelética. Apesar do balanço do alto mar Maron caminhou seguramente pelo convés procurando algum defeito ou marca de batalha e não encontrou, o navio era novo e em perfeito estado. O Greyjoy havia decidido trabalhar em alguns navios para descobrir segredos do ofício antes de embarcar em seu próprio navio.


Ergueu os olhos e encontrou Dale, o capitão olhando para ele.


-É um ótimo navio não é mesmo? A engenharia dos construtores de minha família é inigualável senhor Greyjoy, é certamente superior a qualquer navio produzido em Velha Wyk – Disse Dale. Maron não gostou da arrogância e respondeu de maneira ríspida:


-Realmente, essa nau já deve ter sido vitoriosa em grandes batalhas, não é mesmo? Pilhado imensas fortunas e espalhado o medo, eu suponho?


Embaraçado Drumm desviou o olhar para o horizonte. Pareceu animar-se. O Greyjoy tentou encontrar a fonte do entusiasmo e percebeu um pequeno navio mercante que navegava em direção ao Sul, provavelmente tentando alcançar Lanisporto.


-Ah há! Nascidos do Ferro! Aí está nossa primeira presa! Vamos, toda a vela a frente! Banharemos esse navio com o sangue dos fracos!


Maron contemplou a vitima escolhida, parecia uma escolha ruim. O navio era pequeno demais, poderia se confundido com um navio pesqueiro, mas tendo vista que ele não era o capitão resolveu obedecer.


O Tutano era muito mais veloz do que o pequeno navio e a distância entre os dois começou a encurtar cada vez mais. Os piratas do navio começavam a soar seus gritos de guerra e afiar suas lâminas. O jovem pirata retirou sua espada da minha e observou-a, estava velha, enferrujada e gasta. Porém era o que havia conseguido arranjar pelo preço do ferro.


-Homens! Preparar para o Impacto!- Gritou o capitão. Alguns homens afoitos já tomavam a dianteira na linha de frente. Maron decidiu deixar os tripulantes do navio terem a luta que mereciam, entraria logo após a linha de frente, ajudando quem fosse fraco e não cumprisse seu dever.


A proa do Dakar colidiu com o estibordo dos mercantes, os dois navios sacudiram. O Greyjoy agarrou-se na amurada para não se desequilibrar. Rapidamente cordas foram lançadas e os navios se prenderam um no outro, os homens começaram a pular para o combate, o som de gritos e o tinir das espadas começou a soar, mas antes que Maron pulasse a amurada os sons haviam sumido.


Com a espada em riste e o olhar sanguinário, Maron aterrissou na nau, mas a luta já havia acabado. No chão os corpos de dois rapazes, mais novos do que ele com espadas piores ainda. Os piratas pareciam desapontados, não houve combate, houve uma leve disputa. Uma briga em uma taverna teria sido mais emocionante. No chão ajoelhados estavam um senhor de 45 anos e uma velha enrugada de cabelos brancos.


Dale Drumm pisou no convés de sua vítima. Pareceu confuso, assim como seus homens. O som dos seus passos ecoou no silêncio sepulcral que fazia no navio. Caminhou até o velho e falou a principio calmamente, mas começou a gritar e ficar vermelho de raiva e frustração:


-Olá senhor mercador, você pode me explicar... Que porra é essa!? Você tem ouro? Luxo? Onde estão suas mercadorias? Você é a porra de um pobre!


-S-s-senhor, eu estava levando essas pessoas para Lanisporto senhor. E-e-elas me pagaram por isso.


-Pagaram? Quanto?


-10 veados por pessoa senhor


A tripulação não pode deixar de exibir seu descontentamento. Drumm parecia confuso, atordoado não sabia o que fazer, murmurava para si mesmo. Por fim gritou:


-Matem os dois em nosso convés, essa é a primeira vítima de muitas. É... É necessário que ele ganhe sua aura de terror e... Façam o que eu mandei.


Os piratas, relutantes, começaram a caminhar em direção aos dois ajoelhados quando ouviram o barulho de algo caindo na água. Maron rapidamente correu até a amurada e viu um homem jovem nadando em direção à terra. Sem hesitar pulou na água e começou a nadar na direção de seu alvo o mais rápido que conseguia.


O Greyjoy sempre fora um exímio nadador, porém o homem havia largado em sua frente, analisando o homem percebeu quão afobada estava sua vítima, decidiu manter um ritimo consante, logo logo o homem se cansaria.


Dito e feito, conforme Maron se aproximava de sua caça cansada, decidiu que seria um sacrificio ao Deus afogado, tendo vista que esse pareceu lhe dar grandes forças no mar.


Quando alcançou o homem utilizou de seus braços e lançou seu tórax para fora d'água, aterrissando com o cotovelo nas costas do alvo, que tirou a cabeça da água e gritou de dor. -"Ótimo", pensou Maron,- "Menos ar em seus pulmões."


Se deslocou até a lateral do homem e enquanto um braço segurava a cabeça do homem dentro da água o outro pôs se a acotovelar a nuca do adversário. Os golpes não eram necessários, porém o Greyjoy nunca conseguia controlar sua fúria. Continuou golpeando até o homem parar de se contorcer.


O vencedor do conflito estava prestes a soltar o homem quando percebeu uma corrente envolvendo seu pescoço, retirou a corrente e olhou para o medalhão que ela trazia. Era um medalhão de prata, bem forjado e no centro havia uma pedra escurecida de baixo valor, não era muito mas já havia garantido sua parte no saque.


Calmamente nadou de volta para o Tutano. Drunn era um fracasso, era necessário encontrar outro capitão.