Rodopiou pela sala, sentindo-se tão jovem e feliz. Estava ansiosa, por isso pensou em ocupar suas mãos ansiosas, costurando algo, um presente. Para seu futuro esposo. Ela sabia que a família Martell e a Ashford trocariam presentes e tudo mais, mas Alannys queria o entregar um presente feito por ela mesma. Algo que sempre que ele usasse, pudesse lembrar-se dela.
Andou em círculos pela sala, totalmente sozinha. Precisava pensar em algo especial. Olhou para a parede e viu um belo quadro, com imagens bonitas de um campo com o símbolo de Dorne, mas... Seu futuro marido, que era um exímio cavaleiro, não ia ficar tão contente assim com um simples quadro. Virou-se novamente e pôs-se a pensar. Um cavaleiro usa... Armadura, certo? Isso! Pulou no mesmo lugar, contente consigo mesma e correu até um baú onde septã guardava tecidos e rendas.
Abriu a tampa pesada e ajoelhou-se, afundando os braços e puxando para cima os tecidos, rendas e couros. Viu-se em um mar de tecidos, e estava tão feliz que mal se importou com a bagunça que estava fazendo. Pensou em fazer um peitoral simples para ele, mas com todo o carinho. Puxou um grande metro de couro, outro tecido tão grosso quanto. Os dois bem escuros e firmes, grossos. Para proteger bem o peitoral do senhor de Vaufreixo.
Carregou os dois tecidos até a mesa de costura, puxando o mais fino, de linho, e jogando por cima do busto de um manequim que sempre ficava ali. Estendendo o braço, puxou de dentro de um cestinho alguns alfinetes, colocando-os entre os lábios enquanto com as mãos livres ajeitava o tecido sobre as formas do manequim. Prendia com os alfinetes nos lugares certos, cortando com uma adaga improvisada, cortou os tecidos sobressalentes.
Jogou os retalhos para os lados com o pé, respirando fundo e olhando em volta. Como faria agora? Cuspiu os alfinetes que sobraram e puxou a caixinha de agulhas e linhas. Escolheu uma agulha relativamente fina, pois o linho não precisava de tanta força. Inclinou-se com a agulha e começou a furar o tecido, furando com cuidado para que saísse do outro lado, e assim costurando devagar.
Como havia começado pela lateral, chegou à gola e costurou a barra também, sempre tudo pra fora. Uma vez que aquele lado seria o de dentro, então o acabamento bonito ficaria pra fora. Não que fizesse tanta diferença, uma vez que costuraria o couro por cima do linho. Alannys voltou a costurar, dessa vez na outra lateral até chegar novamente à gola. Cortou o fio e respirou fundo, olhando para metade do seu trabalho enquanto descansava.
Agora vinha a parte mais difícil, costurar aquele pedaço de couro sobre o linho. Não era um couro tão grosso. Pegou uma agulha mais grossa, um fio mais grosso e começou fazendo todo o mesmo trabalho, só que agora costurando por cima do linho, e do lado certo, não do avesso, pro couro ficar por cima, brilhante e bonito. Teve um pouco de dificuldade graças à espessura do novo tecido, apanhou um pouco, sentiu os nós dos dedos doerem ao esforço, mas terminou.
Ofegante, afastou-se do trabalho, com um sorriso enorme e bobo no rosto. Era um peitoral simples, mas que com certeza o ajudaria de alguma forma.
- Habilidade treinada:
- Tecelagem