[RP FECHADA] - Mix, mix, swirl, mix

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O sol já havia se pondo a algumas horas, dando lugar à lua e a várias estrelas no céu, a noite não estava muito escura já que uma grande e bela lua cheia imperava perante o céu. Eu arriscava dizer que era mais ou menos duas horas da manhã. Eu não estava conseguindo dormir, pensava em várias coisas ao mesmo tempo, como por exemplo minha estadia ali no Dente Dourado, o clima entre os membros de sua família não eram dos mais agradáveis e isso, de certo modo me influenciava, além de que não tinha decidido por quanto tempo ficaria no local, talvez nem retornasse para Dorne. Levantei-me depressa da cama, ficar deitado ali não ajudaria em muita coisa. Sob minha cama eu deixava escondido uma pequena maleta, tal era protegida com chave para que ninguém abrisse e visse o que a mesma guardava, tratava-se do meu pequeno estoque de veneno, que, embora a quantia de frascos ali dentro não fosse muito grande, não havia o porquê de um nobre possuir aquelas coisas, bom, eu possuía.

— Droga, parece que meu estoque está acabando. — Murmurei visivelmente decepcionado pelo fato de haver pouquíssimos frascos de veneno ali. Fazia sentido já que desde que chegara ali não produziu nenhum veneno, os que tinha anteriormente foram usados em si mesmo. Sono doce era um tipo de veneno que se usado com cautela, não oferecia riscos a quem o ingerisse. Pelo contrário, uma dose dele bastava para acalmar os nervos da pessoa mais irritada do mundo, o seu uso em excesso porém, concedia a quem ingerisse um sono eterno, vulgo morte. Guardava o veneno em um único frasco amarelo tampado por uma rolha, este estava completamente vazio indicando que eu havia consumido todas as doses nos dias anteriores, no entanto, não aparentava estar ingerindo aquilo dormir já que usava moderadamente. — Devo ter o necessário para produzir algumas dosagens. — Pensei enquanto abria uma outra maleta, esta que servia para guardar diversos tipos de ingredientes que ficavam perfeitamente organizados.

Com a maleta em mãos, tratei de localizar e pegar o único ingrediente necessário para a produção daquele veneno, tal ingrediente tratava-se de pequenos grãos de cor perolada, os mesmos podiam ser retirados de um fruto da árvore Dormínea, esta que era estavam presentes, predominantemente, nas Terras da Tempestade. O fato de possuir tais grãos sem nunca ter ido até elas era bem simples, os mestres do templo no qual frequentei foram quem presenteou-me com aquilo, não só eu, todos os "alunos" do templo. Para fazer o sono doce era bem simples, bastava esmagar os grãos até que estes virassem pó. Com isto, bastava acrescentá-lo na bebida ou na refeição de alguém, ou até mesmo consumir puro, para que em questão de minutos o sono doce fizesse efeito. Peguei uma quantia considerável de grãos, tais eram o suficiente para encher o pequeno frasco, umas cinco doses talvez. Para transformar o ingrediente em pó era bem simples, com um pedaço de pau pequeno precisava pressionar os grãos contra o chão, a força aplicada resultava no veneno. Conforme fui produzindo o veneno, pude sentir o odor desagradável que o pó adquiria, talvez o cheiro fosse por conta de algo presente dentro do grão, já que se eu cheirasse-o intacto não sentiria um cheiro tão forte. Não tardou muito para que o pó adquirido fosse o suficiente para preencher quase que por completo o frasco, o pequeno espaço que sobrara eu preenchia com algum outro pó, este no intuito de melhorar o cheiro do veneno. Cravo era o meu ingrediente favorito para aquilo, a sua fragrância era poderosa, doce e apimentada, algo bem agradável para mim, além de dar um gosto ao pó esmagado anteriormente, este que não possuía gosto algum apesar do cheiro. Uma quantia pequena de cravo era o suficiente para a finalização do processo, pressionava-o contra o chão, do mesmo modo e com a mesma ferramenta no qual esmaguei os grãos da Dormíneas, logo uma pequena quantia de cravo em pó era adquirida, este que posteriormente fora posto por mim dentro do frasco, cinco perfeitas doses de sono doce prontos para serem usados.

Pegava a rolha no qual usava para tampá-lo, antes de fechar o pequeno frasco resolvi experimentar, pus minha língua dentro do vidro retirando uma quantia mínima do pó, pude sentir um leve gosto de cravo em minha língua, a quantia pega no momento não era suficiente para fazer-me dormir. Ainda dava uma boa cheirada no pó, o odor continuava um pouco desagradável, embora estivesse menos do que antes de misturar o cravo. — Posso reservar mais algumas horas para fabricar outros venenos. Tenho tão poucos. — Pensei enquanto admirava minha maleta de venenos, enquanto colocava o pequeno frasco em seu devido lugar.

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A grande maioria das pessoas, tanto as de Westeros quanto as de Essos odeiam, desprezam e temem venenos. Considerada uma arma vil, usada na maioria das vezes pela escória. Não importava-me nem um pouco com isso enquanto os fabricava, afinal, nem todo o veneno é feito para fazer o mal. O chá-da-lua por exemplo, embora o aborto não seja algo muito bem visto, muitas vezes é melhor que haja, especialmente quando a mulher é estuprada pelo futuro pai. Este chá é extremamente útil para essas situações. Outros podem ser usados como anestésicos, no caso o leite de papoula. Uma pitada de Doce Sono era ótimo, acalmava os nervos de qualquer um. No entanto os que de fato mais me fascinavam eram os usados para fins de assassinatos, a forma que agiam no organismo das vítimas era no mínimo interessante, embora cruel.

— Há quanto tempo não faço isso? Meu arsenal está escasso. — Pensei enquanto olhava para meus venenos, dentre os que estavam ali, apenas venenos utilizados para fins não tão cruéis, embora em excesso pudessem causar danos graves. Não havia muitas razões para eu possuir substâncias mortais ali, jamais os utilizei para matar alguém, além de estar no local em que nasci e vivi a maior parte de minha vida.No entanto ter alguns para prevenção, estava decidido, produziria naquele momento algo mais ... Interessante. Haviam vários ingredientes para a produção, já tinha um em mente para fazer, para isto bastava apenas uma coisa. — Cade? Tenho certeza que trouxe alguns para cá ... Achei! — Murmurei enquanto fuçava em minhas coisas, posteriormente encontrando o que precisava.

O único item necessário para o processo era um pequeno cacto, a quantia que eu possuía ali era consideravelmente alta, afinal, tal planta poderia ser encontrada em abundância nos desertos de Dorne, local no qual eu estava anteriormente. O processo que viria a seguir era um tanto simples, fácil demais para a produção de um veneno letal. Bastava retirar a seiva do cacto, às toxinas nela eram necessárias para debilitar o intestino e a bexiga da vítima, algo que o levava à morte. O fato dele ser da cor vermelha, inodoro e não apresentar gosto, colocá-lo no vinho era a melhor opção já que era quase impossível de detectá-lo.

Preparei um pequeno frasco para armazenar o veneno, além de pegar uma pequena faca para retirar o sangue da planta, já que a seiva do cacto para mim era o equivalente ao sangue para os humanos. Agarrei firmemente o cacto, este que já estava a um bom tempo sem espinhos, com o objeto cortante em mãos perfurei o cacto, não fora uma profundidade muito elevada, o suficiente para o que eu queria fazer. Com pouco mais do que a metade da lâmina da faca dentro da planta, girei a faca enquanto a enfiava levemente. No momento em que retirei a faca algumas gotículas da seiva do cacto caíam, algumas sobre a minha pele. Não havia problemas já que o veneno só fazia efeito se fosse ingerido.

Soltei a faca no chão e com a mão livre agarrei o frasco vazio. Coloquei-o embaixo da planta permitindo que as gotas do veneno penetrassem o frasco, enchendo-o pouco a pouco. Alguns instantes bastaram para que a seiva esgotasse, pelo menos naquele local, a quantia retirada não fora o suficiente para enchê-lo por completo, embora servisse.

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