[RP Fechada] Between snakes and lions

Dear Cora

Cora Lannister estava sentada à mesa com os filhos que ainda lhe restava em Rochedo Casterly. Os diversos fios capilares dourados – de todos presentes – brilhavam à luz dos candelabros, juntando-se a bela coloração das chamas facilmente expugnáveis, denotando a verossímil herança Lannister.  Todos tinham os rostos pomposos e falavam com um ar superior – Deuses não os culpem! Dificilmente um ser perfeito conseguiria agir humildemente, portanto, não fora atoa que os Lannister foram agraciados com a arrogância.    
De qualquer forma, com ou isentos de defeitos, Cora amava seus filhos incondicionalmente.  Amava Cyrenna, apesar da distância que as separava; amava Jensen, apesar de sua personalidade lasciva; amava Berthram, apesar de seus comentários inoportunos; amava James, apesar de sua contínua ausência; e, amava Erin, apesar dela ser deveras ingênua.  No entanto, um sentimento tão puro e imáculo como o amor a fazia agir em excessiva malevolência, principalmente quando era algo referente à proteção.
A balbúrdia fazia-se presente no banquete.  As vozes mescladas tornavam incoerente a um telespectador imparcial compreender qualquer conversa.  Erin inclinava-se por sobre a mesa, movimentando os braços ilustradamente, compartilhando uma de suas aventuras a Berthram, que realmente prestava a devida atenção na garota; James e Jensen riam de alguma piada, ambos rostos enrubescidos; o restante das cadeiras era preenchido por amigos.
Uma serva aproximou-se de Cora e enchera seu cálice de vinho, encontrava-se tão contígua que a lady reclamaria por tamanha aproximação, mas logo a serva lhe segredou disfarçadamente  “ Ele está aqui” e Cora sorriu, estranhamente satisfeita.
A lady deu um último gole de seu deleitoso vinho e ergueu-se delicadamente, as mãos sobre a mesa e a postura impecavelmente ereta:
– Sou grata pela vossa presença aqui, mas encontro-me exausta e, infelizmente, terei de me ausentar pelo restante da noite. –A sua frase seguiu-se de suspiros decepcionados por parte dos convidados. – Divirtam-se!
E caminhara pelos infindáveis corredores do castelo até finalmente adentrar ao recinto que queria.  Um rapaz encontrava-se ali, com amarras nos tornozelos e nos pulsos – de forma que puxavam seus braços a pender para cima –, assim como também continha um pano a lhe ocultar a face.  Dois outros homens estavam seu lado, em pé, esperando solenemente pelas ordens de Cora, que exalava júbilo.  
– Tirem o pano. – Ordenou a lady e eles facilmente obedeceram, fazendo cair os espessos fios negros do rapaz em seu rosto.  Ele estava visivelmente apavorado.  Cora sorriu, sempre cordial, como se estivesse numa conversa fútil sobre o clima. – Você tem informações que me serão muito úteis. Imagino que possa compartilhá-las.
– Sua cobra! – Bravejou o rapaz, cuspindo no chão em sinal de repudio, com o pouco da coragem que lhe restara.
– Leoa, na verdade.– Corrigiu Cora, arqueando uma das sobrancelhas sagazmente. – Poderíamos ter feito pela forma fácil, mas já que prefere a difícil... – Ela olhou para um de seus homens e ordenou friamente: – Cortem um membro dele.
A lâmina da adaga resplandeceu quando erguida, numa posição meticulosa que visava arrancar-lhe o pulso, mas a leoa, não satisfeita com o semblante de horror da sua futura vítima, tornara a interromper:
– Não é este membro. – Seus olhos acompanharam languidamente a extensão de seu corpo até as calças. – É este membro.
O rapaz moveu-se inquieto, iniciando a debater-se, suplicando por clemência e misericórdia. Sua pele fez-se pálida e sua face pareceu derreter pela grande quantidade de fluídos corporais.  Ele gemeu ininterruptamente, desprovido de bravura.  Seus olhos arregalados demonstravam indescritível desespero.
– Esperem! – Falou Cora e o rapaz arquejou em alívio, provavelmente pensando que a lady cessaria a barbaria. – Ora, onde estão os seus modos? – Ela repreendeu os seus próprios homens e logo dirigiu a atenção ao rapaz. – Peço perdão, não sei o que há com as pessoas da atualidade. – Então colocou um pano dentro de sua cavidade bucal, sorrindo como quem havia feito uma enorme gentileza. – Bem, eis o seu pano mordedor! Servirá para quando estiver imerso em dor, para aliviar o desconforto, compreende? Creio que irá lhe ajudar. – Seus olhos cintilaram e o rapaz regressou a se debater em pavor. – Mas caso não lhe ajude, pelo menos não terei que ouvir seus gritos.  Estou com a audição um pouco sensível.  Deve ser porque estou envelhecendo.
Cora meneou a cabeça, bastante pensativa sobre o seu envelhecimento, e como se fosse tragada para a realidade, iniciou a proferir:
– Bem, comecem! – Seu semblante demonstrou seriedade. – Não tenho a noite toda.

RP Encerrada

OBS: falta de criatividade + necessidade de postar para sair da inatividade = esse post