[RP Fechada] +18 --- Coins pleasure

Ao contrário de inúmeros lordes, senhores ricos e comerciantes bem sucedidos, Brandon Baelish não gostava e nem costumava viajar tendo uma grande comitiva consigo. Na visão do homem de negócios, um número grande de guardas sempre foi mais um chamariz de foras da lei do que sinal de proteção, um anúncio gratuito e perigoso da aproximação de alguém poderoso ou de algo precioso que está sendo transportado por terras perigosas. As características peculiares de seu sobrenome e fama nunca fizeram o homem precisar de mais do que dois acompanhantes armados e sua preciosa adaga de aço valiriano, da qual raramente se separava.

O corpo do rapaz estava coberto por uma discreta capa marrom e por vestes cinzas de linho bem costurado, um visual simplório porém ainda assim marcado por alguns veados que foram gastos em sua compra. O andar suave e despreocupado fazia o homem misturar-se facilmente por entre as várias outras pessoas que ali passavam, tornando sua nobreza quase invisível aos olhos de ladrões e homens indesejados.

Porto Real brilhava como uma gigante escultura esculpida pelos Sete para abrigar não apenas a família real, comerciantes e homens importantes, como também prostitutas, mendingos e uma vasta escória social que muito era vista com desprezo. A lua começava a despontar sobre o céu crepuscular, reduzindo a movimentação das ruas á poucos transeuntes; mas de pé perante a porta de um bem recomendado cabaré, estava o moreno abrindo um sorriso travesso pensando no que encontraria naquele lugar. Ao contrário dos frequentantes da estalagem promíscua, o desejo que o levava até ali se chamava ouro e não prazer sexual.

O grande local constituído por dois amplos andares estava inundado com um doce perfume de sexo, flores silvestres e especiarias, tornando o clima calorosamente excitante aos "convidados". Panos coloridos e quase transparentes enfeitavam as cotinas, paredes e serviam como divisórias entre um cômodo e outro. No saguão principal os pés do homem tocaram um dos vários tapetes de Essos que ali adornavam o ambiente, Sobre almofadas espalhadas sobre o chão e sobre divãs, prostitutas com os fartos seios á mostra agradavam seus clientes; algumas com os prazeres orais que suas bem treinadas bocas propiciavam, outras cavalgando sobre seus colos como cavaleiras montam em cavalos de corrida.

Avistar dragões de ouro e veados indo e vindo de mãos em mãos, fazia Brandon sentir-se em casa, mesmo que aquele antro de prostituição nunca foi agradável o suficiente para que pudesse ousar deixar uma das belas mulheres divertirem um pouco seu corpo. Loiras, ruivas, negras e mulatas sorriam ao notar quem o moreno era. Todas dispostas a mostrarem o melhor de seus repertórios para agradar o jovem Senhor que lhes permitiam ali trabalhar.

- Boa tarde meu lorde, posso ajudar em algo?

Uma delas perguntava com o bico de seus seios enfeitado por uma espécie de pó colorido.

- Parece tenso meu Senhor, não gostaria de relaxar um pouco?

Uma morena de traços elegantes perguntava ao lorde, tendo em seu rosto um belo sorriso, apesar de seus lábios estarem um tanto quanto sujos por um líquido viscoso e esbranquiçado, certamente gozo de um dos muitos clientes que atendeu naquela tarde. Nenhuma delas interessava ao homem e portanto eram friamente ignoradas, pois em meio a mente e corpo do nobre, apenas conseguia ter desejos por uma única mulher que muito estava distante,provavelmente bordando no Desfiladeiro em meio ás Terras Ocidentais.

- Senhorita Rivers?

Perguntou com um maldoso sorriso, avistando sua fiel servidora que com muito empenho cuidava não apenas daquele cabaré, mas de toda a rede de casas como aquela que possuía por grande parte de Westeros e Essos.

As recepções feitas por Elyria sempre foram uma das melhores. Reuniões financeiras e comerciais ficavam certamente mais belas, excitantes e interessantes com a presença da bela e jovial ruiva. Para grande sorte do Baelish, a garota não apenas estava entre o seu plantel principal de prostitutas, mas também o braço direito de seu questionável império voltado ao entretenimento adulto. Nunca conseguiu ter olhos para a prostituta, se não profissionais, contudo ainda assim admirava a beleza, encanto e capacidade intelectual que ela possuía, poderia dizer que existia um amor intelectual entre ambos, algo dificilmente substituível.

- Minha tarde não poderia ser melhor, minha querida. Certamente, gosto de ver como esse lugar, assim como nosso demais "recantos" estão a crescer.

Brandon deixava sua capa ser retirada, abrindo os braços para facilitar o deslizar do pano sobre seu corpo. A doce mulher de pele alva e cabelos avermelhados, estava exuberante. Os membros inferiores do magro corpo estavam cobertos por leves e quase transparentes panos rosas e brancos, bordados a mão com desenhos floridos. O busto volumoso e rosado apenas evitava sua exposição graças a uma cascata dos ruivos cabelos que caiam sobre si, contrastando perfeitamente com a pele macia e leitosa.

Inquieto o lorde estava sedento e repleto de calor, desejando apenas não gastar mais tempo do que o necessário, pois ainda desejava comprar uma flor e um livro, os quais dariam para sua amada quando fosse chamado por ela até o Despenhadeiro.

- Mas primeiro, aceitaria um bom vinho e confortáveis acentos para nós dois.

A voz suave e melodiosa do homem vagava como uma ordem, regada por uma classe sem igual, por isso era adorado e respeitado por suas subordinadas, não temido ou afrontado. O homem virou-se para a senhorita Rivers, sorrindo como um travesso garoto.

- E claro, o livro de registros para que eu possa consultar ás atividades da casa e nossos rendimentos.

Piscou o olho esquerdo com naturalidade, esperando ter maiores felicidades ao ver o quanto mais havia ficado rico nas últimas semanas.

O lorde não demonstrava pressa em seu caminhar, vez ou outra demonstrando certo interesse profissional em observar uma de suas meninas - ao menos era a alcunha dada para as prostitutas que trabalhavam para si - atendendo os clientes sedentos por luxúria e prazer. As palavras proferidas por Elyria animavam suas expectativas, porém mantinha em seu semblante um ar de mistério, preferia observar pessoalmente os números, por mais que confiasse cegamente em sua mais fiel funcionária. — Excelente notícia. Espero que esteja correta em sua conclusão, querida. Sorriu demonstrando simpatia, não queria estar errado sobre o caráter daquela bela e inteligente ruiva.

A sonoridade dos gemidos diminuía naquela altura ao terem adentrado o "escritório", não esperou convite para sentar na poltrona mais confortável, esticando os braços sobre a mesa de madeira. Antes que pudesse observar o livro de registros e estudar os números de sua finança, bateu palma e riu ao serem interrompidos por uma das cafetinas, ao menos a interrupção fora por um bom motivo. A jovem de traços corporais e faciais agradáveis, serviu cuidadosamente duas taças com o melhor vinho á disposição, sorrindo para o homem. — Obrigado, caso precisemos de algo, volto a chama-la se não estiver ocupada. A garota de pouca idade parecia desejar responder seu senhor, mas conteve em apenas agradecê-lo pelas palavras gentis com um aceno positivo de cabeça.

Sedento, bebericou lentamente dois longos goles do líquido escarlate, apreciando o azedume "explodir" em sua boca junto ao doce sabor das uvas dornesas. Estalou os lábios, satisfeito e não mais sedento. O álcool animava seu ser o animando antes de iniciar á parte mais chata daquela visita. — Delicioso, deveria experimentar senhorita Rivers. Molhou a ponta do próprio dedo indicador direito e o levou até os rosados lábios da prostituta. — Prove, irá gostar. Deslizou o dedo para dentro da boca alheia, tocando a áspera língua. — A bebida dos deuses. Animado, puxou Elyria e quase a obrigou á sentar sobre o braço da poltrona. — Vejamos... Apesar da proximidade, não mais parecia tão interessado em bajular ou ser carinhoso, guardava aquele charme para futuras reclamações que pudesse precisar fazer.

Aproveitou a saliva em seu dedo para passar com maior facilidade ás páginas do grosso livro, folheando até encontrar os primeiros registros do mês passado. — Eu realmente fico satisfeito com seus dizeres, creio que é desejo mútuo fazermos essa vertente comercial crescer o máximo possível, nos fornecendo cada vez lucros maiores. Os olhos castanhos começaram a vasculhar cada número escrito sobre o papel, a destra segurando uma pena de corvo, cujo bico estava molhado e preto por ter a pouco sido mergulhado sobre o tinteiro. Sobre um pequeno pedaço de papel em branco, o lorde iniciou suas anotações pessoais, vez ou outra descrevendo formulas matemáticas de mediana complexidade, constatando a veracidade dos resultados. Comparou os balancetes de verificação dos últimos meses, notando um gasto maior com funcionário e despesas extras causadas pela vasta compra de tecidos e ingredientes para a fabricação do essencial chá da lua. Apesar do gasto maior, apreciou constatar que seus ganhos cresceram em proporção igual, de fato as novas trabalhadoras não pareciam ter sido gasto em vão.

As mãos ágeis folhearam algumas páginas a mais, um sorriso surgia vez ou outra sobre os lábios do cafetão. — Hum... Murmurou passando o dedo sobre algumas das linhas, suspirando ao ver valores consideráveis seguidos pelo nome de homens e mulheres. — Como de costume você não mente, nossos lucros estão cada vez maiores. Isso muito me alegra. Porém o número de nossos devedores aumentou juntamente com o capital emprestado, não podemos nos dar ao luxo de sermos caridosos com aqueles que não pagam suas dívidas. As mãos descansavam sobre o livro, o moreno fechava os olhos e parecia meditar por alguns instantes. Pouco mais de um minuto passou até seus cílios voltarem a abrir. — Quero que envie nossos cobradores aos principais devedores de nossa lista, reduza em quarenta e cinco dias o prazo de espera antes de cobrar pagamentos em atraso. Todos aqueles que não pagarem suas dívidas devem ser enviados até Harrenhal, lá saberei como convencê-los. No mesmo momento em que pronunciava suas ordens, as escrevia sobre um segundo papel em branco. — E demita Odélia, por mais que eu goste daquela mulher, não podemos nos dar ao luxo de sustentar uma prostituta grávida de seu quinto filho. Ela está velha e não mais atrai clientes, creio que você consiga, como um grato presente de aposentadoria pelos serviços prestados por ela durante os últimos anos, algum emprego em uma das tavernas locais. Caso a mulher precise de alguma ajuda, empreste um pouco de dinheiro contabilizado em taxas especiais. As palavras soavam frias e sem muita emoção, não parecia sentir pena verdadeiramente por ter de demitir uma mulher que certamente teria dificuldades em sustentar todos os filhos.

O lorde de Harrenhal e Senhor dos Dedos continuou sua leitura, vez ou outra intrigado por ver alguma rasura. Não retomava a leitura até decifrar as palavras e números rabiscados. — Faça uma promoção e propaganda chamativa para nossos serviços de boquete, masturbação e instrua as meninas á preferirem deixar os homens gozarem em suas bundas. Fique mais atenta com o desperdício de chá, prefiro que elas engulam porra a gastar tanto com métodos preventivos contra gravidez. Por último o nobre sorriu, suspirando. — Entendeu tudo minha querida? A pergunta soava carinhosa, nem mesmo pareciam serem ordens todas aquelas instruções passadas á ruiva.

Habilidade treinada: