[RP Fechada] Got poison on my mind

Os passos de Visenya eram vagarosos até o salão em que sua convidada lhe esperava. Lembrou-se de apenas alguns minutos atrás quando Pyat Pree havia lhe obrigado a receber a mulher. No dia anterior, seu mentor havia lhe dito que deveria aprender mais sobre venenos e que a partir de hoje suas aulas seriam sobre isso. Havia ido dormir animada para que o dia de amanhã chegasse logo pois a ideia de mexer com venenos animava-lhe muito. Havia se arrumado com um vestido sem mangas e partido para o escritório de Pyat Pree.

Quando chegou no local, porém, deu de cara com um Pyat Pree debruçado em contas e problemas de sua mãe. Ele indicou-lhe o salão e mandou encontrar-se com a mulher que a ensinaria sobre venenos. Quando Visenya o interrogou sobre o porque ele não a ensinaria sobre o assunto, Pyat Pree disse que ela tinha que conhecer alguém que conhecesse os venenos a muito tempo e os usasse regularmente. A princesa estava um pouco confusa mas ao entrar no salão deu de cara com uma mulher. O seu cabelo preto vinha quase até sua cintura e ela usava um vestido extremamente sensual com um corset por cima dele. Ao redor do seu pescoço havia um pequeno colar com o cordão preto e um pingente prata.

A mulher virou-se com um sorriso no rosto para a princesa, parecendo extremamente animada de estar ali. Visenya pode observar que na grande mesa do salão haviam vários ingredientes os quais não conhecia, ficando mais desconfiada ainda. Pyat Pree confiava naquela mulher? — Princesa! É um prazer ensiná-la a minha arte. — dizia animadamente, aproximando-se de Visenya e tomando a sua mão, puxando-a para perto da mesa. — Homens dizem que Venenos são as armas das mulheres e pela primeira vez na minha vida, eu concordo com eles. — disse, soltando uma risada e pegando alguns ingredientes para colocar na frente de Visenya.

— Você pode fingir amar uma pessoa e tratá-la bem até seus últimos minutos enquanto um veneno tira a sua vida silenciosamente. Esta é uma boa habilidade para se ter! — disse, sorrindo maliciosamente para a princesa. Visenya sentia-se meio confusa pois a mulher parecia excitada para falar e lhe mostrar as coisas, mas precisava se firmar naquela reunião. — Hmm, qual o seu nome? — perguntou, observando o seu rosto. Ela era extremamente linda. — Preciso saber que você tomará cuidado nesta aula... Não conheço muito sobre venenos e não quero acabar envenenada. — falou com uma careta em seu rosto.

— Tysane, princesa. E não se preocupe. Conheço os venenos melhor do que conheço a mim mesma, e se deixasse algo acontecer com você tenho certeza que seus guardas me cortariam a cabeça. — disse, dando uma risada. Tysane era diferente de qualquer pessoa que já havia conhecido em sua vida. Era, no mínimo, estranho. — Vamos começar com um dos meus favoritos... Você sabe que planta é essa, princesa? — perguntou, colocando a planta em frente a Visenya. Era um pequeno pedaço de arbusto, sua folhas verde fosca e com flores rosas puxadas para o roxo. Visenya não era nenhuma especialista em Herbologia, então não soube responder a mulher. Percebeu que junto as folhas e flores, haviam também pequenos frutinhos  negros brilhosos que pareciam bem apetitosos.

— Não conheço... Qual é? — perguntou, refreando-se de tocá-la pois se falavam sobre venenos alguma parte daquela planta deveria ser venenosa. — É o meimendro, princesa. Essas pequenas frutas são extremamente tóxicas. Extraimos o veneno da fruta e até comê-la diretamente é perigoso. — pegou a pequena fruta e um copo e expremou ela delicadamente, fazendo com que um pequeno suco saisse dela. — Bem fácil. Você mistura esse líquido com um vinho para a sua vitíma e pronto. — disse enquanto jogava um pouco de vinho no copo para lhe mostrar que o veneno se misturava com o líquido sem aparecer. — E então alguém morre? — perguntou, observando bem o copo.

— Não, princesa. Este veneno é tão interessante pois ele não mata sua vítima, ele as atormenta. Além de ter vários sintomas físicos como náusea, tontura, batimentos cardíacos acelerados, palidez e pupilas dilatadas, ele também causa alucinações extremamente vivídas. — falou enquanto sorria, afastando o copo de perto delas. — Primeiro, a vítima tem alucinações sobre os seus piores traumas, ignorando o que esta ao redor dela. E conforme o veneno vai agindo, ela começa a morrer de medo. O pavor lhe ataca aumentando os batimentos cardíacos e literalmente a deixando louca. — disse, ainda com um sorriso macabro em seu rosto. Ela parecia animada demais com o que aquele veneno podia proporcionar. Visenya apenas sabia que nunca queria encostar em uma fruta daquelas... Apenas se fosse necessário.

— É possível curar-se desse veneno? — perguntou, olhando o pequeno arbusto. Era mais perigoso do que parecia. — Sim, princesa. Anestesiada com sono doce e mergulhada em água gelada, o veneno vai se esvaindo do seu sistema. Isso é claro, caso alguém consiga salvar-lhe antes de fazer alguma besteira. — disse, dando uma risada e botando o arbusto para longe novamente. — Vamos para o próximo veneno, princesa? — perguntou, esperando que a comandasse. A verdade é que Visenya não gostava de venenos, era uma coisa muito macabra. Porém precisava aprender e a mulher era uma especialista. — Sim, e me chame de Visenya. — disse, finalmente retribuindo o seu sorriso e esperando para aprender mais.

Habilidade Treinada:

Tysane então afastou-se um pouco da princesa, pegando algo em uma bolsa de pano que também estava em cima da mesa. Tirou dois pares de luvas de dentro da bolsa, estendendo um para Visenya e colocando um em si mesma. — Coloque-as, Visenya. A flor do próximo veneno também funciona por contato e não quero que nada lhe aconteça. Procure ser o mais delicada possível. — disse, pegando então uma pequena flor juntamente com as outras plantas que haviam sido espalhadas pela mesa. Era algo perigoso ter tantos tipos de venenos juntos, mas se Pyat Pree confiava em Tysane, também confiava. — Acônito. — Visenya falou, dando um sorriso por saber qual era a planta que a mulher segurava.

— Sim, Visenya. Já conhecia a planta? — perguntou, observando o seu rosto. Visenya observou a pequena flor, pegando-a da mão de Tysane com cuidado. A planta tinha botão-de-ouro e era comprida e alta. Esta tinha flores azuis, mas poderiam ser amarelas, roxas, brancas ou rosadas. — Já... Vi em um livro uma vez. Não era um livro sobre venenos ou herbologia, mas falava um pouco desta planta. Não me lembro muito... — disse, tentando pensar se sabia algo sobre ela. — Com cuidado, esta planta pode servir de analgésico. Mas como eu disse antes, em contato com a pele ela queima severamente e dá coceiras terríveis. Uma das maneiras de envenenamento com Acônito é passar a planta nas vestes da vítima. — disse.

Visenya pensou em largar a planta mas antes disso lembrou que a luva estava lhe protegendo. Não podia ser uma medrosa, caso precisasse fabricar venenos algum dia, deveria ter confiança para manuseá-los. — E se alguém ingerir esta planta? — perguntou, curiosa para os sintomas que tal veneno poderia causar. — Começa com um formigamento e amortecimento da boca, além de uma queimação no estômago. Conforme o tempo passa, a vítima começa a vomitar violentamente, sentindo fraqueza, queimação, formigamento e entorpecimento no corpo todo. A sua respiração fica difícil e os seus batimentos lentos até que ela morre de asfixia. — disse e então pegou a flor da mão de Visenya. Amassou ela completamente até que tudo estivesse completamente despedaçado.

— Misture isso a uma comida ou torta e a sua vítima não saberá o que lhe atingiu. — falou com um sorriso em seu rosto enquanto cuidadosamente pegava a planta despedaçada e jogava em um recipiente. Tinha que ter cuidado para não entrar em contato com a planta além da onde a luva protegia. — E é possível ser salvo deste veneno? — perguntou, curiosa para saber se havia uma cura para o Acônito. — Caso haja contato com o veneno, a vítima se vê livre dele após a limpeza do local onde houve o contato por um tratador. E se houve a ingestão, precisa que seja aplicado um estimulante para evitar a parada cardíaca. — disse, livrando-se de suas luvas após retirar toda a planta da mesa e colocando-as do avesso, instruindo Visenya a fazer o mesmo.

As luvas seriam lavas cuidadosamente para que pudesse se eliminar todo o veneno delas. — Como você resolveu a aprender sobre venenos, Tysane? — perguntou com curiosidade ao ver a mulher descartando as luvas e procurando por outra planta para lhe mostrar. — Visenya, eu precisava de algo para garantir a minha vida... Eu não queria ser uma prostituta, uma mendiga. Então eu aprendi sobre os venenos e é com eles que ganho minha vida. — falou, sorrindo docemente para Visenya. A mulher não parecia ser nem um pouco má, mas se ela utilizava dos venenos para ganhar a vida, não poderia ser totalmente boa também.  

Habilidade Treinada: