[RP FECHADA] AFTER A LONG JOURNEY

por **Alona Manderly** Qua maio 11, 2016 10:46 am

AFTER A LONG JOURNEY

Está e uma RP FECHADA entre Alona Manderly e Berthram Lannister. Situa-se na área externa da propriedade dos Lannister, durante uma visita da nortenha e de seu pai. Encontram-se com eles dois criados (NPC). É uma tarde quente e o sol dá um ar dourado a todo o lugar.

por **Alona Manderly** Qua maio 11, 2016 1:17 pm

Deixei meu olhar vagar pelo horizonte irregular a minha frente. Não fosse pelo suor que corria pela minha espinha e pela terra seca que cobria tudo, aquela parte do Rochedo poderia muito bem ser confundida com o Norte. A quem eu estava tentando enganar? Aquele lugar jamais poderia ser confundido com minha casa. Suspirei fundo e tentei manter um semblante agradável, enquanto caminhava ao lado de Söta, uma de nossas mais antigas e leais servas em Porto Branco. Söta havia ficado muito animada com a chance de acompanhar a mim e meu pai em uma viagem ao sul. Ela sentia, assim como nós, muito falta de meu irmão mais velho, Aleric, que havia sido chamado pela Guarda Real dois anos antes.

Tudo era diferente e intrigante para ela, que me fazia perguntas constantemente, seja sobre as pessoas importantes a quem éramos apresentados, seja sobre os caminhos tortuosos pelos quais passávamos. Seguimos pela Estrada do Rei até Porto Real, de onde saímos cinco semanas depois. Quando meu pai anunciou, propositalmente ao fim de nossas estadia, que não voltaríamos para o Norte, eu quis me afogar na Baía da Água Negra. Mas controlei meu gênio e guardei meus comentários, pelo menos até saber para onde nossa comitiva seguia: Rochedo Casterly.

Sempre achei os rótulos que algumas casas recebiam muito exagerados, mas esse não era o caso dos Lannister. Nas raras ocasiões em que pude estar no mesmo ambiente que algum deles, pude constatar que faziam jus à reputação que carregavam. Eram soberbos e ambiciosos, mas segundo o meu pai, indispensáveis. Sou passional demais para a política, então, não tentei compreender a fundo suas palavras. Depois de meses longe do mar, chegamos ao nosso destino final e fomos recebidos com festa e formalidade. Com o passar dos anos, os negócios entre Porto Branco e Lannisport haviam progredido bastante, o que fazia necessária certas visitas de cortesia.

- É lindo, não é, Söta? – Perguntei à criada. Indicando a paisagem diante de nossos olhos. – Difícil é se acostumar com as roupas. – Comento sorrindo desanimada, correndo os dedos pelo fino cetim do meu vestido, um lindo presente sulista. – Eles arrancam o Norte de nós aos poucos. – Comento baixinho, fazendo com que Söta me questionasse sobre o que eu havia dito. Apenas balancei a cabeça e garanti que não era nada. Remexi em meus longos cabelos castanhos para afastar um pouco do calor. Estávamos em uma espécie de sacada esculpida na pedra, e embora os ventos ali fossem constantes, não eram suficientes para mim.

Passos atrás de nós fizeram Söta se assustar e assumir logo sua postura subserviente. Nossos criados raramente andavam com a cabeça curvada, mas no sul, aquilo parecia ser um costume a ser encorajado. Com surpresa, me virei para encontrar um de nossos anfitriões, me olhando com certa curiosidade. – Milorde. – Cumprimentei, tomando o cuidado de me levantar e lhe oferecer uma referência curta.

SOPH

por **Berthram Lannister** Qui maio 12, 2016 10:43 pm

Os passos do nobre eram rítmicos e curtos, de modo que ele pudera estudar com grande clareza o caminho que trafegava. Sua mão direita pendia livre ao lado do corpo, enquanto a esquerda se mantinha fixa sobre a empunhadura de sua espada de lamina curta, esta se encontrava repousada na bainha de couro enegrecido presa ao cinto. Os trajes que vestia eram próprios para a estação calorosa que recaia por sobre as terras ocidentais: uma camisa de tecido fino com cor semelhante à de sua casa, calças negras e um par de botas de coura de mesma cor. Vestimentas leves que em muito auxiliavam em sua movimentação. Atrás de si, trajando vestes de cortes e costuras semelhantes, se encontrava Llaric, um servo de pouca idade que passava grande parte das horas de seu dia a servir os desejos de Berthram, por vezes o acobertando da severa vigília de seu pai. Era um garoto leal, o nobre tinha de admitir, mas suas feições e atitudes apenas comprovavam o quão patético fora.

Pausou o corpo para então fitar seu acompanhante por sobre o ombro com um olhar de pouco afeto. – Eu te dispenso de me servir no restante de vosso dia. – Proferiu deixando que as palavras se lançassem secas e sem emoção para contra o garoto, que apenas fitou o chão em próprio desalento. Não parecera confortável com a ideia de afastar-se, pensou Berthram após um leve estudo, talvez tivesse uma vida sem graça na ausência das confusões que o nobre o colocava. – Pois bem... – Indagou conformado com a resposta silenciosa dada pelo servo, seguindo seu olhar para contra o percurso enquanto iniciava novamente a caminhada. – Apenas me faça pensar que não esta aqui. – Completou, tendo a profunda certeza de que o criado não emitiria qualquer som propositalmente enquanto em sua presença.

Pouco antes de atravessar o arco de mármore branco que levava às escadarias, ele fitou a sacada esculpida na própria pedra que se encontrava posicionada aos pés da escada, no intuito de averiguar que alguém fazia uso desta localidade. De longe pudera perceber duas silhuetas femininas com as quais não se encontrava habituado, estas portavam cabelos de tonalidade quase tão escura quanto o ébano, tonalidade não vista comumente por entre as terras do ocidente onde acostumara-se a viver.

Desacelerou os passos e prosseguiu já com cautela o percurso, não deixando o olhar fugir seu real destino, enquanto tentava reconhecer quem ali se posicionava. Pouco antes de chegar ao fim do percurso percebera Llaric descuidar-se por entre os passos que dava, emitindo um ruído maior do que o desejado, atraindo assim para ambos o olhar daquelas que pareciam inertes em um profundo e frágil devaneio. Aquela que deveria ser a “criada” não hesitou por um instante, fitando o chão quase que rapidamente por entre uma básica e cordial reverencia que executara momentos depois de perceber Berthram, enquanto a outra executava o mesmo gesto com maior graça sem desviar o olhar. Uma nobre? Ele se perguntou pouco antes da dama indagar o comprimento respeitoso que o forçara a sorrir.

Elevou à mão direita a altura de seu umbigo enquanto deslizava o polegar contra o indicador, deixando a mão esquerda firme sobre a empunhadura de sua espada enquanto que com a cabeça desferia um comprimento básico, reclinando-a momentaneamente para frente. Ajustou a própria postura e direcionando um terno olhar usado unicamente quando estabelecia dialogo com belas damas, enquanto seus lábios se curvavam em um nítido e sociável sorriso. – Não me recordo de termos tão belas damas no Rochedo. – Proferiu sem esconder a própria admiração para com a outra. – Mas a julgar por sua estonteante beleza, não deve ser uma reles qualquer. Estou certo? – Prosseguiu enquanto permitiu-se direcionar o corpo para contra a donzela que usava de melhores vestes para recobrir o corpo, assim como possuía uma pele mais clara devido ao pouco contato que possivelmente possuía com a luz do sol.

por **Alona Manderly** Sex maio 13, 2016 12:53 pm

Tão curiosa quanto eu, Söta lançava olhadelas tímidas ao recém chegado. Ele tinha exatamente a postura que um nobre deve ter. Mais especificamente, a postura de um Lannister. Eu, que sempre repudiei conceitos formados sem qualquer contato , me recusei a montar qualquer perfil para o rapaz. Sua presença era ofuscante, sem a menor dúvida, tanto que quase não notei o servo que o acompanhava aos tropeços.

– Bom dia, rapaz. – Disse, cumprimentando o criado. Söta pigarreou ao meu lado, certamente para me lembrar quão estranho um cumprimento como aquele seria. Naquele instante porém, não me preocupava. O criado pareceu confuso e me deu apenas um aceno de cabeça. O sorriso do jovem a minha frente o deixava ainda mais belo. Mamãe sempre dizia que ”mentiras são perigosas, mas não tanto quanto um sorriso do sul.” Ela tinha razão, e agora eu podia comprovar.

- Gentileza sua, senhor. – Disse, observando-o se aproximar de nós com graça igual ou superior a que usava em suas palavras. – Somos simples vendedoras de frutas. – Menti, deixando um sorriso arteiro tomar conta do canto da minha boca. Söta me olhou espantada por um instante e sussurrou “Milady” alto o suficiente para que o homem pudesse ouvir. Cobri os lábios com a ponta dos dedos para conter um sorriso, antes de tornar a falar. – Certo. Perdoe meu humor. Venho de longe e acompanho meu pai em uma viagem por essas belas terras. – Digo, parando para cumprimenta-lo mais uma vez, como se deve. – Alona, da Casa Manderly. Encantada.

Não posso dizer ao certo, mas o rapaz pareceu satisfeito. Destaquei em minha mente a palavra “qualquer” e vi o quão ofensiva ela soava. Mas no fundo, aquilo era uma consequência do mundo em que vivíamos. Sempre haverá homens e mulheres se colocando acima de seus iguais. Apertei o tecido do vestido entre os dedos, dessa vez nervosa, quase inquieta. Detestava não saber para onde olhar, então analisei as vestes do nobre, que só reforçavam o que já era claro, ornadas com as cores dos soberanos do Rochedo. – O senhor deve ser um dos filhos de Lord Richard, eu suponho. – Disse, tentando sorrir amavelmente. Em uma das minhas muitas aulas em Porto Branco, tinha lido páginas e mais páginas sobre as Casas de Westeros e seus membros, conhecimento básico que é de grande ajuda.

- Söta, fique à vontade para explorar o lugar, se quiser – Ofereci, ganhando um olhar preocupado de minha tão leal criada e amiga, mas sentindo seu alívio por não ter mais que manter-se calada e invisível. “Não estarei longe, senhora.” Disse, andando alguns poucos metros, sem desaparecer de vista. Poucos instantes depois, ao voltar os olhos para o rapaz, percebi o quão insensata havia sido a decisão de dispensar minha única aliada ali.

SOPH

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