[RP Fechada] Recovering legacy, Blackfyre. Part I - The Messenger

Recovering legacy - Blackfyre. Part I - The Messenger

A RP irá começar com o post de Visenya Blackfyre. Esta é uma RP FECHADA, conta apenas com a participação de Visenya Blackfyre. Naquela manhã, a Princesa de Pentos teve seus estudos interrompidos por um estranho homem, um misterioso mensageiro que dizia ter notícias de algo que havia se perdido através dos tempos. Para garantir que fosse recebido, um antigo documento fora entregue a jovem princesa, da uma época em que a Companhia Dourada ainda caminha junto aos Blackfyre. A manhã está quente e o céu límpido.

Visenya Blackfyre

Treino: Magia e Oculto; Words: 1960; Local: Pentos

Os olhos da morena cintilavam ao percorrer cada linha do velho papiro, o mesmo já se encontrava amarelado e cheio de fissuras, talvez tenha sido guardado de uma forma errônea, ou talvez por culpa do passar do tempo apenas. Não importava a ela a condição do papel naquele momento, mas sim tudo o que ele representava, por um ínfimo instante pensou estar sendo eufórica em demasia e precisou respirar fundo para conter-se. Logo o estranho homem estaria em sua sala e não queria denunciar o quanto aquela informação a agradava, queria mostrar-se neutra como sempre, mais do que nunca era isso que precisava passar para qualquer um que entrasse naquele gabinete. Visenya respirou fundo e conteve o sorriso, logo os orbes azuis se tornaram inexpressivos como sempre eram para qualquer um que os confrontasse. Não era uma garota tola e tão pouco inocente, conhecia e muito a história que aquele homem tinha para lhe contar, talvez muito melhor do que ele mesmo contaria a ela. As mãos pálidas deslizaram pelo vestido o ajeitando em seu corpo delgado e curvilíneo, como as aparências enganavam, ela não parecia ser mais do que uma nobre criada em uma redoma, mas por baixo daquela máscara se escondia uma das mais perspicazes mulheres de Pentos, quiçá de toda Essos.

Quando o serviçal e o misterioso homem apareceram a porta, ela apenas lançou um olhar para que o servo saísse e fechasse a porta, o assunto que ali seria discutido não deveria ser escutado por ninguém. Ela podia ver nos olhos dele, que de certa forma, estava maravilhado, a destoante mecha branca de cabelo estava visível, lembrando a qualquer um que nas veias daquela jovem, corria o mais puro sangue valiriano. Um sorriso de canto tomou os lábios de Visenya quando ele se prostrou de joelhos diante dela: — Minha princesa. É uma imensurável honra estar diante da verdadeira herdeira do Trono de Ferro. — Disse ele com devoção, porém a morena sabia que boa parte daquelas palavras eram pura bajulação e floreio, apenas para conquistar sua atenção. Ela caminhou como se flutuasse pelo piso, sentou-se na confortável cadeira e encarou os homens fazendo um singelo movimento com as mãos para que ele se levantasse. Timidamente ele se aproximou da maciça plataforma de madeira negra, era como se ele hesitasse em suas palavras e Visenya percebia isso facilmente ao ver o pomo de adão dele se movimentar mais do que de um homem normal.

— Se não tem nada a me dizer, pode ir embora. Antes que eu perca minha pouca paciência com você. — Com arrogância disse ao homem. Aquelas palavras com certeza foram para ele um choque, na verdade todos se assustavam com a verdadeira Visenya, uma mulher que parecia ser indefesa em doce, mas bastava ela dizer as primeiras palavras para todos perceberem que ela era o oposto de tudo isso e naquele momento era aquele pobre homem que percebia isso. Ele pigarreou e sentou-se na cadeira frente a ela, assim que a mesma permitiu, seus olhares se cruzaram e um breve silêncio se instaurou, mas logo foi quebrado: — Me chamo Haerys, não tenho mais um sobrenome, minha senhora. Esse perdeu com tempo nas gerações passadas de minha família. Para que compreenda e acredite na veracidade de minhas palavras é necessário que eu conte uma pequena parte de meu passado. — Ele fez uma pausa, aguardando que a morena lhe desse permissão para que continuasse e assim que ela o fez, o homem tomou folego e continuou:  — Meus antepassados foram integrantes da Companhia Dourada, em uma era em que eles serviam aos Blackfyre. Quando houve o rompimento, minha família não viu mais motivo para continuar na Companhia, pois o destino deles e de toda a sua linhagem era servir aos verdadeiros Reis. Por gerações esse documento foi passado de geração para geração, para que no dia que os Blackfyre ressurgissem, eles encontrassem seu maior legado. A espada dos Reis Targaryen. — As palavras dele saiam com confiança e autoridade, como se toda a sua vida tivesse esperando esse momento.

Não podia negar que o homem sabia falar, seu olhar manteve-se fixo ao homem de aparência humilde e muito desgastada pelo tempo. Os fios grisalhos já anunciavam a chegada da idade avançada, ele vestia trajes simples, mas não podia negar que havia um toque peculiar em suas vestes que dava a ele um ar de nobreza. Sua postura sem sombra de dúvidas era de um guerreiro, com certeza ele já fora um cavaleiro ou algo do tipo, a forma como ele a observava e a maneira como a mão sempre procurava a espada eram traços de guerreiros. Ela não era nenhuma leiga nas artes do combate, Jae era um professor muito exigente e lhe ensinava com o afinco que treinava Maegor. Visenya meneou a cabeça e deixou que as costas tocassem o encosto confortável da cadeira, sua mão direita pairou pelo papel durante alguns segundos e o movimento era acompanhado por seus olhos azuis: — Então... Você alega que pode me levar até a Espada dos Reis Targaryen. A espada que deu nome à casa a qual pertenço. — Um sorriso de canto levemente cínico surgiu nos lábios da jovem princesa, naquele momento começava um pequeno jogo para ela e descobriria se aquele homem tinha o intuito de engana-la ou se ele era um sonhador que acreditava que o Blackfyre poderia ser recuperada.

O entrelaçar de dedos dele não escapou aos olhos de Visenya, todavia ela continuou se portando como se não tivesse percebido, a mão que antes pairava sobre o antigo pergaminho, afastou os tomos e outros objetos de estudos da morena. Por alguns instantes ela comprimiu os lábios meditando sobre o que havia acabado de escutar: — Blackfyre é vinda da própria Valíria senhora, era a espada de Aegon, o Conquistador. — A fala dele pausou subitamente quando o olhar de Visenya caiu sobre ele, um olhar de indignação e ao mesmo tempo revolta. Ela se apoiou nos braços da cadeira ao mesmo tempo que com elegância se levantava. Logo o homem podia contemplar toda a sua esguia silhueta, uma última vez ela observou os papeis sobre a mesa e soltou um longo suspiro enfadonho, conversar com pessoas desprovidas de inteligência como a dela costumava deixa-la fatigada. O silêncio deixava o homem nervoso, era perceptível sem seu semblante, mais do que isso, os olhos muito bem treinados da Blackfyre percebiam com exatidão as pequenas gotículas de suor que se formavam na testa dele.

Em um primeiro momento, sua vontade foi chamar os guardas e mandar arrastar aquele homem para fora, depois ordenaria que o matasse por tomar seu tempo com tamanha bobagem, mas ela respirou fundo, não era o tipo de mulher que agia pelo calor das emoções. Ela então encarou a pintura que ficava atrás de sua mesa e uma das cenas retratadas era Daemon empunhando a bela Blackfyre, ela mordiscou os lábios e respirou fundo: — Blackfyre é uma famosa espada-bastarda de aço Valiriano, portada por Aegon, o Conquistador. Foi uma das espadas Valirianas trazidas pelos Targaryen de Pedra do Dragão após a Perdição, a outra sendo Irmã Negra, mas essa não vem ao caso no momento. Foi passada de Rei para Rei, até que Aegon IV escolheu passá-la ao seu filho bastardo Daemon, ao invés de seu herdeiro legítimo Daeron. Assim surgiu o legado de minha família, tudo aquilo que todos os Blackfyre sonharam em reaver. — Ela fez uma pausa, suas mãos se cruzaram em suas costas: — Aço Valiriano é algo raro, sua forja se perdeu com a queda de Valíria, o que de fato é uma lástima e também uma comprovação o quanto a magia enfraqueceu e até mesmo se perdeu nos últimos tempos. As armas produzidas com tal liga são de uma superioridade inigualável, são mais leves, mais fortes e muito mais afiadas do que qualquer liga que seja produzida em Westeros ou até mesmo em Essos. Mas o que torna tal liga especial? Magia, meu caro. Claro que há necessidade de conhecimento em forja, mas há necessidade de magia para que o Aço Valiriano surja. Alguns dizem que o metal está intimamente ligado as Quatorze Chamas, mas dizer o quanto disso é verdade... É praticamente impossível. Mas alguns contam que com magia e as Quatorze Chamas, habilmente mescladas com as técnicas de forja, criou o metal mais precioso que existe. Todo o segredo da criação se perdeu com Valíria e o pouco que resta se perde a cada dia que a magia se torna mais fraca, logo Aço Valiriano se torna mais e mais valiosos do que até o próprio ouro.  Há rumores que alguns ferreiros saibam ainda como manusear o metal, mas são rumores, assim como a história que você apresenta para mim. Rumores sobre a espada que a minha família perdeu a muito tempo atrás. — As últimas palavras saíram da boca da princesa demonstrando sua dúvida quanto ao que ele dizia.

O semblante pasmo do homem estava nítido, talvez ele não soubesse tão bem com quem estava lidando, mão podia negar que era incomum uma mulher com seus conhecimentos, o semblante dele não era nenhuma surpresa para a Blackfyre. Ele pestanejou com força algumas vezes e ela não podia deixar de sorrir diante de tal reação, eram em situações como essa que ela mostrava sua superioridade. Quando seu olhar ciano voltou a encarar o dele, parecia mais confiante do que outrora, ele se permitiu encarar Visenya como um igual: — Pois lhe afirmo Princesa Blackfyre, não são rumores, eu acredito que posso ajuda-la encontrar sua espada, preciso apenas de uma chance, uma única chance. Todos aqueles viveram por essa causa antes de mim, eu a sirvo com devoção. Os Blackfyre são os verdadeiros Reis! E esse direito fora roubado a muito tempo! A Espada é de vocês e eu darei minha vida para encontrá-la. — Determinado falou encarando Visenya todo o tempo. Ela arqueou a sobrancelha direita e tamborilou os dedos sobre a mesa enquanto ponderava as palavras para responde-lo, o que não tardou acontecer: — Pois bem, Haerys. Terá uma chance de me provar que está certo e uma única chance de me provar sua lealdade. Falhe e a morte será um alento perto do que posso proporcionar a você. Tenha êxito e lhe pagarei o dobro do peso da minha espada em ouro para você, além de claro, ser visto com bons olhos pelos Blackfyre. Se aceitar meus termos, teremos um acordo. — Disse tranquilamente ao homem com um singelo sorriso nos lábios.

Haerys já não se mostrava mais tão hesitante, muito pelo contrário, o homem se levantou e fitou o semblante de Visenya com um sorriso nos lábios: — Vamos virar Essos e Westeros de cabeça para baixo se necessário, mas lhe garanto Princesa, encontraremos Blackfyre. — Ele olhou em direção a porta e depois novamente para a morena, ela teve a nítida sensação que por alguns instantes ele observava a chamativa mecha platinada em seus cabelos, mas manteve-se em silêncio: — Não quero mais tomar seu tempo, vossa alteza. Se precisar me encontrar peça a um de seus homens que me procure, eles vão saber onde me encontrar. Se me permite senhorita, vou me retirar. Não quero mais tomar seu tempo. — Visenya apenas fez um sinal com a mão para que ele saísse, não havia mais nada que precisasse ser dito naquele momento. Esperou pacientemente até que a porta se fechasse mais uma vez, quando novamente estava sozinha com seus pensamentos, seu olhar vislumbrou a pintura, havia se virado apenas para fazê-lo e seu olhar focou-se na espada pintada na parede: — A Espada dos Reis Targaryen. — Murmurou para si mesma voltando novamente a sentar-se de forma ereta e meditando sobre tudo o que havia sido dito ali. Ela não tinha dúvidas, os tempos estavam mudando e talvez um novo capítulo da história fosse escrito através de suas mãos.

Habilidade Treinada: