[RP FECHADA] And your enemies closer

por **Cyrenna Arryn** Ter Jul 19, 2016 2:02 pm

AND your enemies closer

Está RP e FECHADA e se passa na Fortaleza Vermelha, em Porto Real. Seus integrantes são Cyrenna Arryn, Cersei Baratheon, Yalena Flowers e alguns NPCs. Já se vão algumas horas da tarde e Cyrenna convida a jovem Baratheon e sua dama de companhia para um chá. A Lady está indisposta e as recebe na sacada dos aposentos da Mão do Rei, onde os criados serviram uma bela mesa.

por **Cyrenna Arryn** Ter Jul 19, 2016 2:57 pm

AND YOUR enemies closer

A brisa podre invadia o quarto sem que a Lady do Vale pudesse fazer alguma coisa senão praguejar. Cada dia ali era um tormento, mas tão necessário quanto uma espada era para um cavaleiro. Naquela tarde em especial, Cyrenna usava um vestido azul com bordados em prata, um dos mais magníficos presentes que o marido lhe dera. Este por sua vez ainda era uma dúvida. A mulher havia chegado com a filha e sua comitiva naquela manhã, e o rei ainda ocupava Damon Arryn com os assuntos que julgava urgente.

– O mensageiro voltou com a resposta, Milady. As senhoritas já tomaram o caminho pra cá. – Anunciou uma criada, de pé atrás da soberba cadeira que Cyrenna ocupava. A mulher olhava distraída pela janela, brincando com os anéis em sua mão direita, e não pôde conter um sorriso ao ouvir a notícia. Ouvira muito sobre a primogênita de Devan Baratheon. O homem lhe era insignificante até seu casamento com Arandora Lannister, uma prima distante. O casamento lhe rendera muitas crias, e com a traição da rainha, a perda de uma delas.

Cyrenna não poderia estar mais curiosa. Confiava em poucas almas viventes, não excluía do seu receio nem mesmo os bebês junto ao seio de suas amas, e precisava pôr os olhos na garota. Arandora havia sido sua dama de companhia na adolescência e era inteligente o suficiente para ter criado bem a filha, o que não queria dizer que Cersei Baratheon era confiável. Contudo, o rei havia aceitado sua permanência em Porto Real após a revolta de sua família. Para Cyrenna aquilo era um passo inteligente, se explorado de forma correta.

– Preparem tudo e saiam. Avise aos guardas na porta que elas virão. – Se limitou a ordenar, colocando-se de pé e saindo até a sacada. O lugar contava com uma vista belíssima, e uma mesa igualmente incomparável havia sido posta, com os mais variados pratos e bebidas. A garganta de Cyrenna ardia por uma taça de vinho, mas as notícias recentes sobre uma gravidez a impediam de sucumbir ao vício. Afagou esperançosa seu ventre, sem acreditar realmente no que te dissera o Meistre. Afinal, já fazia tantos anos desde o nascimento de Aliah, que aquilo era praticamente um milagre.

Os criados saíram, deixando a mulher sozinha com seus pensamentos. A filha havia sido mandada para outras dependências com duas damas de companhia, para que praticasse bordado sob os cuidados de uma Septã. O costume não agradava Cyrenna, que queria a filha mais forte do que ela mesma havia sido na infância, mas Damon discordava. A Lady se virou na direção da porta quando passos ecoaram pelo corredor de pedra, acompanhados de vozes indiscerníveis. Um dos guardas deu passagem às duas jovens, ocupando um espaço no interior após fechar a porta, como uma sentinela ornada em prata e azul. – Bem-vindas. Que felicidade poderem aceitar meu modesto convite. – Cumprimentou a Lady, com uma suavidade fingida.

hear me roar so high as honor

por **Cersei Baratheon** Ter Jul 19, 2016 4:01 pm

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We are puppets dancing on the strings of those who came before us

Cersei parecia ocupada. Nos seus aposentos se apresentava sentada numa cadeira na frente da mesa, rabiscando sem parar mas na verdade apenas palavras soltas eram marcadas no pergaminho. Yalena era sua única companhia naquele momento, a mulher sempre a acompanhava para todo o lado, sendo-lhe fiel até o contrário ser ordenado.
Cersei Baratheon vestia um elegante vestido negro, decorado com bordados dourados no decote de ombro a ombro e na saia. Parecia uma estátua vinda de uma terra distante de Essos, talvez Qarth, com seus longos cabelos caindo sobre seus ombros e cobrindo a pele do local exposto.
O silêncio reinava ali, sendo apenas perturbado pelo som da pena deslizando sobre a folha e pelas vozes indecifráveis vindas da rua.
Um bater na porta de madeira fez a Baratheon erguer a cabeça e fitar a mesma com o sobrolho franzido. Não esperava visitas. Se ergueu e abriu a porta sobre o olhar atento da outra mulher, se deparando com um homem que já havia visto por ali. Pelo que sabia fazia parte da comitiva dos Arryn e isso a deixou intrigada. Sabia que o Senhor do Vale se encontrava em reunião com o Rei e se Cersei fosse requisitada na reunião seria um servo dos Targaryen a chamá-la e não um servo do Ninho da Águia.
- Lady Cersei. - disse curvando-se humildemente diante da jovem. - Lady Cyrenna Arryn convida a senhora a juntar-se a ela durante o resto da tarde.
Cyrenna Arryn, outrora Lannister era uma prima distante da sua mãe, Cersei já teria ouvido falar dela em outras ocasiões mas nunca tivera a chance de a conhecer. Se perguntava o porquê daquele convite, logo agora? Após uma breve e discreta troca de olhares com Yalena, voltou a encarar o homem e falou num tom firme porém suave.
- Diga a Lady Arryn que terei todo gosto em partilhar da sua companhia durante a tarde.
Tão depressa como veio, o homem desapareceu, levando consigo a mensagem da Baratheon mais velha.
Estava realmente curiosa para saber qual o interesse da mulher nela, talvez quisesse saber se Cersei representava algum tipo de perigo, afinal era uma Baratheon em terra de Targaryen.
- Lady Arryn é uma prima distante de minha mãe. - explicou a Yalena. - É casada com Damon Arryn, atual Senhor do Vale e Mão do Rei.
Sem mais explicações, Cersei abriu a porta e saiu em direção aos aposentos de Cyrenna, acompanhada pela mulher. Sua chegada fora anunciada por um dos guardas do Vale, e as duas mulheres entraram sem grandes demoras.
Cyrenna era mais velha, aparentava ter pouco mais de 30 anos, e seu rosto não a recordava muito de sua mãe, talvez por serem familiares distantes. De imediato Cersei ficou alerta perante a frase da mulher, coberta de delicadeza falsa à qual ela estava já habituada desde que se mudara para Porto Real. Sem demonstrar qualquer sorriso, como já era costume, Cersei respondeu:
- Eu que agradeço o convite, Lady Arryn mas devo admitir que me deixou surpresa e curiosa.
A Baratheon era esperta e sabia que por baixo de toda aquela ostentação havia um verdadeiro motivo para ser chamada ali, faltava apenas descobrir qual. Num gesto delicado, apontou para Yalena.
- Essa é Yalena, minha dama de companhia. Ela sempre me acompanha portanto espero que não se sinta ofendida por sua presença aqui.
Cersei observava com atenção a mulher, procurando algum sinal que pudesse denunciar suas intenções, mas tal como ela, Cyrenna sabia colocar a máscara sobre o rosto.

por **Cyrenna Arryn** Qui Jul 28, 2016 9:37 am

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Cyrenna naquele instante era um cordeiro inofensivo. A Lady se orgulhava de suas variações de temperamento, gostava de poder flutuar entre aquilo que as pessoas desejavam no momento, fosse uma mãe amorosa ou uma louca. Um sorriso torto iluminou seu rosto ao perceber que a Baratheon não vinha só, mas o sorriso escondia um desgosto descomunal. Observou atentamente as duas.

Cersei parecia tão graciosa quanto a mãe, mas havia algo mais forte em suas palavras e olhar, deixando claro que não era uma donzela qualquer. As madeixas Lannister estavam ali, vivas e exuberantes, o que agradou muito Cyrenna. A dama de companhia por outro lado tinha cabelos escuros e um semblante duvidoso e quase feroz. Fosse quem fosse, a Lady do Vale não confiava nela, pois tinha a pele bronzeada da Campina e isso nunca era bom sinal.

Os anos sobre a Terra haviam agraciado Cyrenna com a capacidade de perceber quando estava sendo avaliada. E apesar da sutileza admirável da jovem Baratheon, a mais velha sentiu que aquela conversa seria mais que interessante. – Incomodo nenhum, querida. É sempre bom ter mais alguém com quem aproveitar a tarde. – Garante a Lady, pousando as mãos cuidadosamente frente ao seu corpo, entrelaçando os dedos. – Yalena da casa...? – Deixa a pergunta no ar, tentando não parecer curiosa.

– Não fique surpresa, querida. – Disse a mulher, acenando para as convidadas e seguindo na direção da varanda. – Não tenho notícias de Arandora há muito tempo. Queria saber dela e de sua prole. Não sei se sabe, mas ela foi minha dama de companhia na adolescência. Éramos próximas. – Diz a Lady, franzindo o cenho, querendo parecer pensativa.

Sua proximidade com Arandora nunca chegou a ser uma grande amizade, mas queria passar a impressão oposta. Com um aceno curto da mão direita ela indica os lugares vazios e ocupa o seu próprio assento. O soldado do Vale as acompanha mas é parado por Cyrenna. – Permaneça lá dentro, cavaleiro. – Pede ela e o homem obedece no mesmo instante, voltando a sua posição original.

– Bem, sua mãe e eu padecemos do mesmo destino. Ser tirada de nossa terra e enviada para um lugar completamente diferente. Isso infelizmente reduziu nosso contato. – Divaga a Lady do Vale. – Mas falemos de coisas alegres. Mestre dos Navios do Rei Targaryen, não é? – Questiona a Lady com um sorriso aparentemente sincero, enquanto duas criadas que permaneciam imóveis junto a uma parede, se aproximavam para servir o chá.

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por **Cersei Baratheon** Sáb Ago 20, 2016 10:53 am

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À primeira vista, Cyrenna parecia uma mulher calma e delicada mas as aparências sempre enganavam. Os olhos atentos da Baratheon caiam sobre a figura da mulher mais velha, enquanto ela fazia o mesmo com sua dama de companhia. Cersei poderia imaginar as perguntas que nesse momento corriam por sua mente em relação à bastarda e Lady Arryn não demorou muito até transformar esses pensamentos em palavras concretas.
- Yalena é uma bastarda, ela não pertence a qualquer casa mas é fiel a mim. - esclareceu, tomando a liberdade de se sentar numa das cadeiras de madeira dispostas nos aposentos da mulher. Cyrenna fazia demasiadas perguntas, apesar de tentar disfarçar sua curiosidade. Isso aborrecia Cersei, ela detestava quando as pessoas preferiam o caminho demorado dos rodeios invés do mais direto e assertivo.
- Minha mãe está de boa saúde, acredito. - explicou após um longo silêncio, se erguendo do assento e indo até a varanda onde Lady Arryn se encontrava. - Mas faz muito tempo que não converso com ela portanto é difícil saber ao certo.
O tom de voz de Cersei mostrava uma certa falta de preocupação para com a família, como se eles não passassem de conhecidos. Ao saber que Arandora servira Cyrenna, a jovem se mostrou surpresa, acenando com a cabeça em concordância. Poucas ou nenhumas eram as expressões que ela conseguia demonstrar através do seu rosto. Geralmente sempre parecia aborrecida ou enfadada, como se nada a surpreendesse, como se tudo a incomodasse. Suas intenções eram frequentemente mostradas através de seu olhar quando assim o desejava, seu rosto, esse apenas servia para desviar as atenções.
Arandora praticamente nunca falara de Cyrenna e desde o início daquela conversa Cersei percebera que Lady Arryn pretendia passar uma imagem que não era de todo verdadeira. Ela pintava um quadro de proximidade que não existira, a Baratheon era esperta e perspicaz o suficiente para saber ver isso.
Seu olhar pousou discretamente sobre o cavaleiro do vale que as seguia para todo o lado, ele parecia uma estátua que apenas se mexia quando sua senhora o fazia. A jovem se perguntou como eles seriam numa batalha, mas logo sua atenção fora roubada pela voz da Arryn.
- Isso sempre acontece com a grande parte das donzelas de Westeros, já faz parte da tradição. - comentou, observando as duas criadas preparando o chá que em breve seria servido. - Sim, sou a Mestre dos Navios, Lady Arryn, tal como meu bisavô durante o reinado de Robert Baratheon.
Cersei nunca gostara muito de Robert, sempre pensava nele como alguém que se achara melhor do que realmente fora. Alguém que se desleixou quando obteve o que queria, que contribuiu para a ruína de Westeros. Robert Baratheon poderia ter sido um bom rei em termos de paz, mas ele não fizera muito pelo seu continente. Na verdade, todos os reis tinham seus defeitos, nenhum deles fora perfeito e nem mesmo Stannis teria sido caso conseguisse atingir seu objetivo, pois faltaria o amor do povo para com seu soberano.
- Surpreendida? - inquiriu, vendo as criadas se aproximarem com as xícaras. Cersei ergueu a mão e recusou o chá, Porto Real requeria bebidas mais fortes infelizmente. - Acredito que não seja normal ver uma mulher, especialmente jovem como eu, fazendo parte do pequeno conselho, ainda por cima ocupando um cargo tão trabalhoso quanto esse.
Ela não estava se vangloriando nem fazendo se passar por escrava do trabalho, mas a verdade é que nem todos davam o devido valor ao seu cargo, parecia fácil mas não era.
- Mas então e você, Lady Arryn? Como tem passado esses dias em Porto Real? A cidade lhe agrada?

por **Cyrenna Arryn** Ter Ago 23, 2016 9:52 am

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Cyrenna lançou um olhar discreto à bastarda. Não tinha resistência alguma ao convívio com bastardos, mas sua intuição não a deixava sossegada. Percebeu a distração momentânea de Cersei quando o cavaleiro se afastou delas. Cyrenna havia se acostumado com aquela expressão desde que pisara no Vale, pois ela mesma havia ostentado-a naquele dia. Os cavaleiros do Vale de Arryn causavam admiração e conjecturas por onde quer que passassem. A figura imponente, as armas afiadas, os movimentos precisos e as histórias de guerra enchiam os olhos e mentes de qualquer um.

– Fico feliz por ter dado certo para mim. – Comentou Cyrenna, se referindo ao seu casamento arranjado. Se adiantou até a mesa e capturou uma xícara entre os dedos delicados, levando-a a boca enquanto ouvia a resposta de Cersei. – Surpresa? De forma alguma. – Se apressou em afirmar. – Surpresa estaria se alguém com seu sangue se contentasse com menos que isso. – Acrescentou, com um meio sorriso gentil.

– As grandes mentes estão onde devem estar. – Continuou. – Quanto maior a responsabilidade, mas necessária se faz uma mulher. – Garantiu, pousando sua xícara. – Por favor, se sirvam. – Pediu a mulher, acenando na direção das ricas bandejas ali dispostas. Aproveitou o momento para um análise a mais, desde os cabelos claros da jovem até o modo como mexia os ombros e se era destra ou não.

Sorriu então batendo as palmas suavemente, quase sem produzir som. – Ah, odeio esse lugar. – Disse com um sorriso, que certamente deixaria as moças confusas. Soltou uma risada ao final, e uma risada legítima, pois seu humor melhorava consideravelmente. – Não gosto do cheiro, das cores e do ar abafado. Depois de tantos anos no Vale é difícil me acostumar com menos que a pureza das montanhas. Mas faço qualquer coisa pelos que amo. – Disse, fazendo uma pausa cheia de significado e deixando que seu sorriso morresse aos poucos.

Queria extrair qualquer indício de que Cersei faria o mesmo. Queria saber se seu rompimento com seu pai era verdadeiro, e até onde ela iria por seu sangue. Infelizmente, analise tão profunda era impossível em apenas uma conversa, mas Cyrenna se contentaria por hora. – Por Damon, iria de bom grado até as Ilhas de Ferro e compartilharia o banquete de um Greyjoy. – Disse. – Não acha um sacrifício justo, querida? – Perguntou com doçura.

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por **Cersei Baratheon** Qua Out 05, 2016 3:21 pm

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I will not be a page in someone else's history book

Cersei pegou uma xícara de chá e bebeu enquanto refletia nas palavras da mulher mais velha. Apesar de não a conhecer ainda bem, a Baratheon não conseguia controlar a certa admiração que teimava em sentir por Cyrenna. Ela era uma figura imponente e de autoridade, sábia e respeitada. Cersei queria ser como ela mas hoje em dia era difícil ganhar o respeito daqueles que sempre nos subestimam e duvidam de nossas capacidades.
Esboçou um sorriso, pousando a xícara sobre o prato.
- Fico contente por você também, Lady Arryn.
Suas palavras eram verdadeiras apesar de poderem levantar algum tipo de suspeita. Bebericou mais um pouco da bebida quente depois de soprar para a arrefecer. Cyrenna a lembrava um pouco de sua mãe apesar de não existir proximidade entre elas e Cersei se sentia minimamente confortável na sua presença, ainda que nunca baixasse a guarda.
Lady Arryn falava grandes verdades, ela era talvez a única ali que conseguia enxergar as coisas como elas eram na realidade, para além da própria Cersei.
- Ainda assim todos têm suas dúvidas.
Os comentários da Baratheon eram geralmente muito vagos mas suas palavras eram suficientes para que o ouvinte entendesse o que ela realmente queria transmitir. Estava cansada que todos questionassem suas decisões, que não tivessem confiança nela apesar de ser recém-chegada. Talvez eles tivessem razão, talvez ela não fosse a indicada para o cargo, talvez um homem mais velho soubesse cuidar da situação. Mas agora era Cersei quem estava ali e eles precisariam se contentar com ela.
- Vou ser sincera com você. - comentou, pousando a xícara sobre a mesa. - Por trás desse cheiro pútrido e toda essa sujidade existe um poço de mistérios, Cyrenna. Todo mundo aqui tem seus segredos.
Cersei se inclinou e falou num tom mais baixo, como se partilhasse com a mulher seu maior segredo.
- Você só precisa ficar atenta e logo descobre o que se passa nas sombras de Porto Real. Apesar de toda essa nojeira, Porto Real é um lugar bastante interessante.
Dizer que sabia tudo era uma mentira, a loira não tinha conhecimento nem de metade das coisas que se passavam em Porto Real, mas alguns assuntos chegavam até seus ouvidos e a própria História mostrava que a capitall era realmente uma caixa de surpresas.
A mulher não se excluía do grupo de pessoas que escondiam seus segredos. Ao escutar as palavras de Cyrenna ela refletiu e entendeu que também para ela era um sacrifício estar ali. Mas se recusava a pensar em tal coisa com medo que seus pensamentos se refletissem no seu rosto. Sorriu sarcástica, se recostando novamente na cadeira e encarando a mulher na sua frente.
- Eu aprendi apenas a defender meus interesses. - afirmou num tom assertivo e calmo. - Cheguei num ponto em que apenas posso contar comigo mesma, não posso depender dos outros.
Aos olhos de Cersei era difícil achar uma resposta concreta para a pergunta dela. Talvez fosse justo para Cyrenna pois ela realmente parecia amar Damon. Mas para Cersei apenas era justo fazer tal sacrifício por uma causa importante, por algo que realmente valesse a pena e até agora apenas uma coisa a fizera mudar drasticamente.

por **Cyrenna Arryn** Sex Out 07, 2016 11:02 am

and your enemies closer

Um sorriso tocou o rosto de Cyrenna diante das palavras da jovem. Cersei mostrava o controle e a serenidade que a Lady do Vale prezava em uma companhia. Mas que podiam ser perigosas se atribuídas a um inimigo. Cersei era apenas uma moça, Cyrenna se fez lembrar, mas tinha potencial para se tornar uma grande general. Mesmo que não possuísse os dons da Mulher Vermelha, ela podia prever isso.

Mas a que lado Cersei serviria? Contra quem se colocaria? Era apenas questão de tempo até que todos tivesse essa resposta. Infelizmente para o mundo, Cyrenna queria essa certeza primeiro. Tomou sua xícara entre os dedos, perdendo-se em pensamentos por um instante. A dama de companhia de Cersei parecia aborrecida com a conversa, mas aproveitava o chá mesmo assim. – Admiro sua independência, querida. – Observou Cyrenna. – Queria ter sido capaz de demonstrá-la quando jovem. – Disse, mais para si que para a moça a sua frente.

– Não vou mentir pra você. O tempo é o pior possível. Se conhece a enxurrada de segredos de que fala, sabe que em breve seus interesses serão as únicas coisas entre você e os outros. – Continuou, bebericando seu chá, tomando cuidado com as palavras, como uma ama que borda um vestido para sua senhora. – Algo que aprendi com os momentos de crise é que eles sempre podem piorar. Estou certa ao assumir que teme por seu pai? – Questionou, sem mais rodeios.

Todos ali eram marionetes. Cersei certamente ainda não sabia, mas perceberia mais cedo ou mais tarde. Cyrenna havia se conformado com a posição por hora, sabia que ser um instrumento era melhor que ser uma peça vencida e morta. Poderia seguir a canção que o dragão cantava, poderia rugir em favor dele enquanto disso dependesse sua sobrevivência. Não era orgulhosa e nem se prenderia a honradez como um tolo Stark faria. Mas a Baratheon, essa sim era a dúvida.

– Não quero que me interprete mal. Mas não posso afastar a política de nossa reunião. – Se apressou Cyrenna em dizer. Subitamente, foi tomada por um grande desejo de ver Cersei viva ao fim de tudo. A moça trazia a grandeza em seus olhos, e a Lady do Vale não poderia estar mais satisfeita. Quando a hora chegasse, desejava que tanto ela quanto Cersei estivesse longe da ação, e que a jovem fosse sábia o suficiente para tomar as decisões corretas.

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