[RP Fechada] --- Shadows and fire

and Fire

"O mundo não se divide em pessoas boas e más. Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado o qual decidimos agir; Isso é o que realmente somos!" Duas orbes cor de mel passeavam sobre a escuridão no mesmo momento em que a mente de Amun refletia sobre a existência de luz e trevas. Muitas das pessoas que encontrou no caminhar de sua vida diriam simplesmente que as trevas são a vulgar ausência de luz, mas por que a escuridão deveria ser temida e não a claridade? Os mais ardilosos contemplariam a face daquela pergunta com sarcasmo, enumerando os estupradores, prostitutas, ladrões e assassinos que despertavam para á criminalidade após o por do sol, ceifando vidas e afanando dragões de ouro. Porém como concordar com aquele dizer quando homens, mulheres e crianças diariamente eram castigados sobre a presença do quente astro rei celeste, tendo seus corpos mutilado para que outros gozassem de luxos supérfluos. Muitos culpam a escuridão pelo mal existente, mas não percebem que são ás ações feitas sobre a presença da luz que manipulam os acontecimentos noturnos. Um pequeno ladrão não pede para sentir fome, uma meretriz não escolher ter o corpo abusado por horas; aqueles que vagavam em trajes finos e se fartam com o excesso de nutrientes são os que passeiam pelo dia por temerem a noite criada por eles mesmos.

Amun orgulhava-se das escolhas feitas, não combateria as trevas e sim a claridade, para que todos pudessem aprender a enxergar com seus próprios olhos, não dependendo de uma chama para os guiar. Por isso e pelas mazelas de seu passado o tatuado estava ali, agachado atrás de uma pesada e excessivamente luxuosa estátua draconiana. O impaciente olhar procurava por dois pontos rubros em meio á negritude que abraçava ás belas ruas de Qarth. O moreno havia dedicado quase uma semana colhendo informações sobre aqueles sujeitos, descobrindo suas vulnerabilidades e manias, estava cansado de esperar o momento mais propício para mata-los.

Os lábios secos do umbromante formaram uma meia lua, deixando surgir um sorriso audacioso repleto de malícia, após ter perdido os homens de vista por duas vezes, mais uma vez os achara. O corpo ágil do rapaz moveu-se o mais silenciosamente possível, escondendo-se sobre ás sombras em um engatinhar vagaroso, até conseguir esconder-se atrás da escultura de um grifo. Do novo posicionamento conseguia uma visão mais detalhada dos homens que desejava matar, Artículos e Moltrus. O primeiro deles, gordo e baixo demais para um homem de meia idade, construiu uma fama sádica entre os corredores mercantis nos poucos anos ali vividos, conhecido por sua frieza e maus tratos aos escravos que lhe serviam. O segundo, magro e de porte atlético invejável, ao contrário de Artículos, exalava temperança e benevolência com aqueles que o serviam, mas tão fogoso quanto um vulcão, abusava cruelmente das prostitutas com que dormia ás escondidas, exigindo que as mulheres, homens e até crianças sentissem dor para lhe propiciar prazer. Ambos sacerdotes de R'hllor e futuros cadáveres.

Apesar do intenso treinamento das Terras Sombrias e do costume de suas pálpebras com a ausência de claridade, não poderia enxergar mais do que alguns metros e estava decidido a não perder mais uma vez aqueles homens de vista. A cada vez que os trajes vermelhos usados pelos sacerdotes ameaçava sumirem em meio ás sombras, Amun esgueirava o corpo por esquinas, escondia-se entre caixas e movia-se o mais rápido que conseguia. A túnica, capa negra e capuz que cobriam seu corpo o camuflava, mas ainda assim, se quisesse deter silenciosamente os homens antes que chegassem ao templo do deus da Luz, precisava evitar produzir qualquer ruído e não chamar atenção.

Conhecia bem aquele último beco em que estava caminhando, foi seu pobre lar pelo tempo  que permaneceu naquela cidade em sua primeira missão junto ao mestre umbromante que salvou sua vida, e para seu pesar, também foi a última aventura partilhada com o velho que não mais vivia. Estavam quase chegando, precisava agir.

O moreno sacou da bainha de seu traje, uma adaga simples, porém mortífera. A lâmina estava gélida e desconfortável para ser empunhada. Ele desejava esquenta-la com o sangue de suas presas naquela caçada em defesa da moral e dos oprimidos. A adrenalina corria em suas veias e podia jurar ser capaz de ouvir os batimentos fortes de seu coração, estava tão perto e ao mesmo tempo tão distante de cumprir sua missão pessoal, teria poucas chances se os homens adentrassem o santuário, mas não desistiria.

Habilidade treinada: