[RP Fechada] Some News

por **Aliah Arryn** Sáb Out 08, 2016 3:29 pm

É uma RP fechada entre Cyrenna Arryn e Aliah Arryn. Está no período matutino e a localidade é o aposento da família Arryn em sua breve estadia.

por **Aliah Arryn** Sáb Out 08, 2016 3:30 pm

(un)breakable

Aliah não apreciava as atividades que deveria. Detestava a arte de bordar, animais, interações com pessoas que não detivessem algum laço sanguíneo e, principalmente, detestava pessoas de classe social inferior – Leia-se: Aliah Arryn desgostava de muitas coisas. No entanto, aceitou a sugestão do menino Frey de trajar-se como uma serva – e sentiu repulsa no momento de fazê-lo – e sair furtivamente da Fortaleza Vermelha, sem almejar chamar atenção da mãe e do seu pai, que jamais permitiriam tamanha aventura. Até mesmo se divertiu, lançando pedras nos gatos que circundam as vielas inóspitas de King’s Landing, ouvindo seus grunhidos e os pelos eriçados. Pena que o entretenimento não perpetuou, todavia, que seu companheiro errou a mira e, ao invés de acertar o gato, a mão de Aliah fora atingida.
E agora a pequena Arryn estava a caminhar vorazmente por entre os imensos corredores que serpenteavam a Fortaleza Vermelha, com um lenço sobre a palma da mão, pressionado contra o pequeno ferimento. Talvez conseguisse escondê-lo da senhora sua mãe. Ao menos, assim precisaria, pois, no momento, não se sentia muito à vontade em ser repreendida pela breve fuga e tampouco explicar o seu júbilo em atividades incomuns.
Abrira a porta do aposento em imensa velocidade e, deveras distraída, batera numa figura feminina de cabelos dourados.
– Oh... Mãe!- A pequena fitara a sua figura materna, colocando ambas mãos para trás, a fim de esconder o ferimento. – O dia está formidável, não acha?
O olhar de sua mãe recaíra para suas vestes, sujas de algo que Aliah torcia para que fosse fuligem, tinha algumas partículas levemente rasgadas e uma cor tão depreciativa quanto a pelugem do outrora gato da Arryn.
As sobrancelhas de Cyrenna arquearam-se de forma enigmática ao fitar a filha, numa quase audível indagação sobre o porquê de Aliah estar vestida de tal forma, apesar de não ter falado palavra alguma. A senhora sua mãe tinha essa capacidade expressiva, que, por vezes, era contemplável, exceto no momento em questão.
– Queria saber como é ser humilde. – Explicou a pequena calmamente. Lhe era tão fácil mentir que as vezes se surpreendia.
As suas bochechas, comumente alvas, adquiriram um tom róseo e gotículas de suor grudavam suas madeixas douradas na pele. Talvez fosse seu corpo reagindo ao ferimento, ela não sabia ao certo. Mas fingiu que estava impecável e dirigiu o olhar para os servos do aposento, que caminhavam de um lado ao outro, arrumando os objetos dos Arryn em sua breve estadia.
– Mãe – Proferiu Aliah, os seus grandes orbes azuis seguindo os passos dos servos. – o que está havendo? Estamos de partida?

if i am lion, i will roar. If i am bird, i will fly. And if i'm both?

por **Cyrenna Arryn** Sáb Out 15, 2016 3:50 pm

some news

Entrou no aposento certa de que encontraria Aliah, mas foi frustrada. Apenas os servos apressados iam de um canto ao outro, por ordens suas, certificando-se de que tudo fosse embalado o mais rápido possível. Seu gesto poderia ser mal interpretado pela corte, mas não ligava pra isso. Precisava garantir a sua segurança e dos filhos a qualquer custo. Decidiu esperar pela menina, que talvez estivesse entretida com uma das amas, e quase no instante em que tomou a decisão, a porta atrás de si foi aberta abruptamente.

- Aliah! Pelos céus! - Exclamou ao ver a filha. A menina parecia ter caído por uma chaminé, com os cabelos e roupas em desordem e sujeira. - O que houve com você?! Parece ter sido atropelada ou algo do tipo. - Comentou, avaliando a menina cuidadosamente. Aliah já possuía o dom precioso da mentira, Cyrenna achava até divertido, mas não no momento atual. Cerrou os olhos diante das palavras da filha, ponderando se devia ou não castigar a pequena. Achou melhor que não fizesse. Suspirou por duas vezes e abriu caminho para a curiosidade de Aliah. - Houve um contratempo, meu amor. Seu pai prefere que voltemos ao Ninho. - Disse, sabendo que aquilo descontentaria Aliah.

A menina havia esperado muito pela viagem, mas não havia nada a ser feito. - Tenho uma grande novidade, e graças a ela não podemos permanecer aqui, passarinho. - Começou, rodeando a filha, atrás de algo suspeito. Foi então que notou sua mão fechada em punho, em uma tentativa de esconder algo dos olhos da leoa. - Vai me contar do que se trata ou terei que descobrir sozinha? - Perguntou séria, tentando mostra a menina que a primeira opção era o caminho mais fácil. - Tem que parar de se colocar em risco. - Disse, aproximando-se da criança alguns passos. - Logo você e seu irmão serão tudo de mais precioso em minha vida. - Garantiu com um tom doce, tomando o rosto de Aliah entre suas mãos, para um afago amoroso e demorado, esperando pela reação da menina.

por **Aliah Arryn** Qui Out 20, 2016 12:27 am

(un)breakable

Cyrenna Arryn era demasiadamente sublime. Portanto, Aliah supunha que sua beleza fora herdada pela mãe – Na verdade, possuía veemente certeza disto, porque a boa aparência não era algo comum dos Arryn, apenas a capacidade em adoecer fácil. E Aliah que o diga o quão bem ela herdara tal característica da nobreza do Vale! Quase que não saíra incólume de uma infecção, quando ainda mais jovem. Bem, quase. Enfermidade alguma a deteria do futuro grandioso que imaginava ter.
Os seus persuasivos olhos azuis seguiram a face da mãe. A tez franziu em pura e quase inocente curiosidade.
– Retirar-nos-emos de Porto Real? – Deu de ombros levemente. – Está tudo bem. Porto Real tem sido decepcionante. O odor é tão desagradável e as pessoas são tão... – Pobres, fora o que pensou, mas resolveu não dar sonoridade.
Ao invés disso, tentou mais uma vez esconder o machucado da mãe. Cyrenna era demasiadamente insistente! Por que as boas mães tinham de ser demasiadamente insistentes? Talvez as mulheres angariassem essas características assim que procriavam, afinal, a condição maternal exigia excessiva proteção assim que um projeto de ser humano tornava-se completamente dependente de suas ações.
De qualquer forma, Aliah tentou fazer uso de suas feições angelicais e de sua baixa estatura de uma criança de seis anos – outra herança Arryn, imaginava – para se livrar das consequências.
– Não estou a esconder nada. – Insistira em sua voz infantil, e permaneceria nisto, ocultando a mão, até um comentário esquisito ser feito. – Mamãe bobinha, não tenho irmãos!
Então piscou uma, duas, três vezes. Observou a saliência na barriga de Cyrenna; uma leve circunferência que já estava na região há algum tempo. Não tardou muito a perceber que um bebê ali residia.
– Imaginei que apenas estivesse gorda, não grávida. – Admitiu, as bochechas levemente róseas com a descoberta.
Aliah dera um passo para trás, afastando-se do afago que a mãe lhe daria. Em sua face, estava explícito o quão ultrajada sentia-se, assim como a palpável tristeza que lhe envolvia.
– Você quer me substituir. – Por fim, concluiu, mal conseguindo respirar. – Me substituir!
Mal notara que as mãos estavam expostas e que seus punhos cerravam-se, apertando o ferimento e fazendo uma cacofonia constante das gotículas de sangue deslizando para o chão. Clak clak. Era o que o sangue entoava ao dançar no piso, enquanto os olhos de Aliah iniciavam a marejar e uma lágrima prestes a escapar.

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