[RP Fechada] Baby, I'm Lethal

Após apanhar para Ayisha, dei-me conta de que precisava treinar muito. Adaga não poderia ser minha principal arma, afinal demandava uma agilidade que eu ainda não tinha, enquanto minha colega de treino tinha muita. Sendo assim, precisava encontrar outras formas de me tornar letal. Levantei-me de minha cama, trocando-me e indo até o pátio central. Lá estava ele, sentado de costas para mim em um banco. Me aproximei dele, vendo-o ir um pouco para o lado para poder sentar ao lado dele. Fiz isso e ouvi-o falar, sem olhar para mim:

- Fiquei sabendo que seu primeiro treino foi um desastre, Dennis. Apanhou como um cachorro para uma menina vários anos mais nova que você.

Senti minhas bochechas enrubescerem e a raiva crescer em mim. Ainda não estava aceitando que havia perdido para ela. Estava acostumado a treinar em Westeros com treinadores muito maiores e mais velhos do que eu, mas tinha sido vencido por uma pirralha. Era isso o que Ayisha era, uma pirralha rápida que sabia como usar bem uma adaga.

- Vou vencê-la da próxima vez que enfrentá-la, mestre. Foi apenas sorte.

Ouvi-o suspirar e falar:

- Não existe sorte, Dennis. Existe habilidade e inteligência, para melhorar apenas treinando repetidamente. Ela treina há mais tempo que você. Ainda está longe de ser boa, mas como Homem Pesaroso você não pode depender de sorte.

Balancei a cabeça. Realmente não poderia depender de sorte. Um deslize poderia significar ser pego e morto, afinal estaria a margem da lei atuando como um assassino. Soltei um suspiro, ainda um pouco irritado com a derrota, e perguntei-lhe:

- Não sou ágil como ela. Meu tipo físico não me permite. Gostaria de uma forma diferente de matar. Uma mais discreta, que não envolva confronto direto... - A ideia veio na minha cabeça enquanto eu falava.  - - Que tal venenos?

Percebi um sorriso aparecer no rosto de meu mestre. Um sorriso sombrio, o mesmo que já havia visto outras vezes. Tinha gostado do que eu tinha dito, esperava eu. Ouvi-o me responder:

- Certo... posso te ajudar com isso. Venha comigo.

Levantou-se e começou a andar para fora do pátio. Levantei-me e fui atrás dele, de cabeça baixa. Envenenamento era uma forma cruel de se matar. Muitos achavam-na covarde, mas dependia da forma como era feito. Se simplesmente fosse colocado o veneno na água e deixasse que morressem, de fato seria. Investigar a vítima, aprender seus hábitos para envenená-la de forma a não deixar nenhum tipo de rastro nem desconfiança do que havia acontecido. Era isso que queria para mim.

Entrei com ele em uma sala, fechando a porta após entrar. O ambiente era iluminado por uma vela. Haviam vários livros, mas além disso muitos outros utensílios. Um caldeirão, pilões, recipientes, entre muitos outros. Além disso, percebi que havia vários frascos ali, com vários pós diferentes, ervas, soluções com água. Deixei um sorriso brotar em meus lábios, o lugar era fantástico.

Tinha me distraído observando, voltei a mim quando o mestre largou em minha frente um livro pesado, em cima da mesa. Um bocado de poeira subiu no ar, me fazendo espirrar, meu nariz coçando. "Sonodoce" era o que estava escrito na primeira página. Já tinha ouvido falar daquele veneno. Era utilizado para ajudar a dormir, mas se fossem administradas três colocaria a pessoa que ingeriu em sono eterno.

- Esse vai ser o primeiro veneno que vai produzir. Pode parecer simples e fraco, mas é bastante eficiente se bem utilizado, além de ser fácil de preparar. Boa sorte. - E antes que eu pudesse falar qualquer coisa, já havia saído da sala. Tinha me dado os instrumentos, agora era minha vez de fazer minha parte.

Li como deveria ser feito. Comecei a procurar os ingredientes nos frascos, recolhendo-os ao pouco. Um pouco de camomila seca, quatro botões de rosa, um pouco de casca de salgueiro, erva-cidreira, valeriana e pó de canela. Comecei a macerar os ingredientes um a um, com exceção da canela e do mel, conforme era dito no livro. O cheiro de cada um deles começava a dominar o ambiente, um cheiro agradável.

O processo estava demorando alguns minutos. A casca de salgueiro foi a que mais deu trabalho, por ser mais dura, entretanto logo estava se tornando pó junto com os outros. Juntei-os todos juntos, macerando mais um pouco, até que enfim estava pronto. Estava otimista com o resultado, entretanto percebi um problema: não teria como testar o pó que tinha feito. Esperava que estivesse bom. Procurei um frasco de vidro amarelo vazio nos armários e, com cuidado, coloquei o que produzi para dentro do recipiente, procurando desperdiçar o mínimo possível. Satisfeito, assoprei a vela que iluminava o ambiente para apagá-la e saí da sala, deslocando-me de volta para meu dormitório para guardar meu primeiro veneno.

Habilidade Treinada:

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Produção de Sonodoce baseada nesse link.

Misturado as sombras da noite, caminhava por Qarth utilizando meu traje de assassino. Buscava naquele momento uma menina que pudesse servir para o que eu pretendia fazer nessa noite. Ayisha podia me vencer com muita facilidade com as adagas. Mas se havia algo que não conseguia sequer se equiparar era quando a persuadia. Conseguir fazer isso com ela me mostrara um dom. A própria me incentivara a investir nessa capacidade, assim como meu mestre.

Como não era adulto, não adiantaria escolher uma mulher para o treino dessa noite. Precisava de uma menina um ou dois anos mais jovem que eu para que pudesse usar sua inocência e provável virgindade a meu favor. Conhecia o quanto algumas se deixavam admirar por um desconhecido com idade próxima a sua. Algumas vezes as utilizava para testar alguns dos venenos que estava aprendendo a criar. Outras para testes um pouco mais obscuros. Mas ainda não sentia prazer em matar. Era algo que eu precisava desenvolver melhor em mim, de acordo com os outros Homens Pesarosos com os quais eu conversava mais. Ainda assim essas vítimas noturnas não seriam utilizadas para isso. Eram ingênuas e puras. Matá-las por simples capricho não fazia meu estilo.

Parando em um beco próximo ao Grande Bazar, observei uma que estava parada ao lado de sua mãe, que conversava com um comerciante. Sua pele era negra, seus olhos levemente esverdeados brilhavam com a luz do luar e das tochas que iluminavam o local. Fiz um movimento de forma que me notasse e olhasse para mim. Meu capuz permitiu que meu sorriso ficasse visível. A chamei com o dedo. Após olhar para a adulta e perceber que esta não a impediria de saciar sua curiosidade, caminhou em minha direção. Voltei a entrar na ruela, de modo que me seguisse até estarmos a sós, mais afastados da maior concentração de pessoas. Nesse momento parei de andar, me encostando na parede, deixando que se aproximasse. Estava um pouco ofegante.

- Quem é você...?

O sorriso em meu rosto alargou. Estava realmente curiosa quanto a mim. Levei uma mão ao seu rosto, arrumando seu cabelo crespo para trás de sua orelha.

- Sou apenas uma pessoa que quer seu bem. Diga-me... - Acariciei de leve sua pele, ouvindo-a suspirar quando fiz isso. - Já esteve a sós com um homem assim?

Ela negou, abaixando o olhar, tímida. Era perfeita para o que eu queria. Era apenas um ano mais nova do que eu e seu interesse superava sua hesitação. Encostei-a com delicadeza na parede, sussurrando em seu ouvido:

- Gostaria de ter a mim?

Seu olhar encontrou o meu. Percebi como tinha medo de fazer algo errado, medo de não me agradar. Sabia como era essa sensação, compreendia-a. Precisaria acender a chama do desejo nela, ir com calma, ou acabaria por perdê-la. Sua resposta foi positiva, mas bastante hesitante:

- Quero... sim...

Voltei a acariciar seu rosto, ainda sem me encostar nela, para que não se sentisse pressionada. Olhei em seus olhos novamente e sorri. Disse, sincero:

- Você é muito bonita, sabia Uma das mais belas que já conheci. - O rubor apenas não era visível por causa de seu tom de pele e da baixa luminosidade de onde estávamos. - Sério... tem uma beleza tão natural... invejo-te, sabia?

Percebi um sorriso brincar entre seus lábios. Gostava de meus elogios. Percebi-a murmurar algo, mas parar, por causa da timidez. Estimulei-a com um gesto a falar. Disse, quase inaudível:

- Não sou tanto assim...

A caricia em seu rosto continuou. Com o polegar, entretanto, acariciei seus lábios, sentindo-os carnudos. Tinha uma boca macia, provavelmente nunca antes tocada.

- Ah, é sim... confie em mim... Confia?

Ela assentiu, com menos hesitação do que antes. Era um bom sinal. Aproximei-me dela até que nossas bocas se tocassem, começando um beijo lento. A senti tentando retribuir. Mantive os movimentos sem pressa, deixando que aprendesse. Conforme havia sentido com o dedo, o toque era muito bom. Sorriu assim que terminou, mantendo seu olhar no dela novamente.

- Gostou? - Perguntou baixo. Quando assentiu, perguntou mais baixo, em seu ouvido - Quer mais?

O sinal positivo dela o incitou ainda mais. Teria uma ótima noite com ela. Segurou sua mão e conduziu-a para um local mais reservado, onde poderia mostrar a ela mais do que sabia.

Habilidade Treinada:

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