[RP - Fechada] This goodbye ?

O brilho flamejante da chama causava inúmeras sombras envoltas das paredes do quarto, eu estava sentada em uma poltrona de frente para lareira, tecendo através do Tear uma manta para meu bebê. O tecido qual trabalhava não era muito grande, entretanto tinha algumas colorações beirando do vermelho para o cinza. A lã utilizada por mim era da melhor qualidade, então era com máxima eficácia que a passava por entre os pregos e a puxava com a agulha. Fora em um momento de distração com as sombras ocasionadas pelo fogo na lareira, que eu acabei por espetar o dedo na agulha. – Droga! Sibilei com um gritinho, parando imediatamente o que estava fazendo e bufando exasperada. Me perguntando, por que eu estava mesmo tecendo um enxoval para o bebê? Quando possuo um completo dado por lady Valerie Swann e sua filha Ashlyn. Mas lembrando-me rapidamente do porque, pois era eu quem queria ter o orgulho de ter feito o enxoval do meu bebê desde sua manta até o último par de luvas, fora por isso que fui ensinada a tecer anos atrás. – Argh! Vamos continuar com isso... Passei a mão acariciando minha barriga e voltei a trabalhar com a agulha e a lã.

Continuando com aquela tarefa, logo sendo novamente distraída, mas agora por pensamentos conflitantes sobre o príncipe. Nós praticamente estávamos vivendo em discussões desde que tínhamos voltado a Winterfell e isso só tinha piorado quando ele escutou de Arthor que nosso primo Moriart – com quem quase tive um compromisso no passado – ainda nutria certos sentimentos por mim. E como eu e meu primo tínhamos uma relação bem próxima, uma relação de amizade, o príncipe pôs na cabeça que aquilo não seria bem visto para sua esposa. Claro que isso era apenas uma típica desculpa para seu ciúme descabido e também havia o fato de que ele retornaria a Porto Real, coisa que eu não tinha visto com tanta satisfação. Então era isso, nossos dias estavam sendo compostos por brigas e discussões desnecessárias. – Seu pai para um homem brilhante que é! Ás vezes se comporta como um perfeito asno. Disse enquanto mantinha minha atenção no Tear e na agulha.

Suspirando com frustração momentos depois e me levantando, caminhando na direção da cama onde havia um par de luvas tecido especialmente para o príncipe. – Espero que ele venha quando você for nascer ou arranjará a maior briga da vida dele... Esbocei um pequeno sorriso, sentindo um pequeno chute do bebê e acariciando minha barriga com carinho. Evitando ficar nervosa ou frustrada com Eragon, não demorando muito para a porta ser aberta por Aizen – que por sinal, estava mesmo de guarda em todos os pontos em que eu me mostrava presente – e o dito cujo entrar no local. Encarando-me com seus brilhantes olhos violeta.

Habilidade treinada:

Bufei de forma exasperada fazendo com que algumas mechas avermelhadas de meu cabelo esvoaçassem no ar, encarando Eragon que tinha acabado de entrar no cômodo. Estava furiosa, pois sabia que em pouco tempo ele partiria rumo a Porto Real e eu simplesmente não queria dizer adeus. Meu coração ficava sempre apertado quando eu dizia-lhe adeus, cruzando os braços caminhei para o outro lado do quarto. Não tinha intenção de iniciar uma discussão, mas estava com os nervos a flor da pele e não sabia como conter meus pequenos acessos de fúria. E julgando pela forma que estava sendo contrariada, com toda certeza daria a ele um vislumbre da jovem rebelde e irritada com quem ele casou a não mais que um ano e meio atrás.

- Um príncipe idiota com quem me casei... Conhece? Silvei de forma irônica a resposta para sua pergunta, empinando o nariz de forma desafiadora enquanto ele me encarava parado e silenciosamente por um breve tempo. - E não fique estudando meus passos como uma serpente próxima a dar seu bote... Você e um dragão e dragões atacam logo de uma vez sem precisar estudar muito os passos inimigos. Desviei o olhar para um ponto qualquer no quarto e suspirei tentando não encarar seus olhos violetas, que por sua vez sempre me deixavam de alguma forma desconcertada. Mas dessa vez não iria acontecer, não mesmo! Mordi o canto do lábio. - Eragon sabe o quanto estou desapontada com essa sua volta a Porto Real... Você sabe como aquela cidade está cheia de perigos atualmente e mesmo assim decide ir para lá. Além disso, você me prometeu que estaria comigo no nascimento do nosso bebê. Senti uma pequena pontada na barriga e puxei o ar de forma nervosa, não querendo me estressar ou ficar agitada afinal isso poderia ser prejudicial para os últimos dias de minha gravidez. - Para um homem brilhante, você se comporta como um burro às vezes. Observei-o dar alguns passos em minha direção e com uma breve aceno de mão fiz sinal para ele parar. - Pode ficar onde está... Eu estou brava aqui ainda. Sibilei entre um suspiro, notando que ele não iria parar.

- Estou falando sério príncipe, não se atreva a se aproximar de mim nesse momento ou eu te causarei uma boa lembrança para levar durante essa viagem. Caminhei até o ponto onde ficava uma pequena mesa com cálices e uma jarra com água, servindo-me um pouco da mesma. - Não vou me importar de fazer um corte nessa sua cabeça oca. Beberiquei do liquido, fitando-o por cima do cálice com um olhar provocante e desafiador enquanto ele abriu a boca para falar algo, mas fechou rapidamente sem expressar nenhuma palavra. Contudo eu o conhecia bem demais para saber que ele estava tentando se aproximar para buscar concertar as coisas e me acalmar um pouco, e por mais que eu me sentisse irritada, sabia que era melhor para ele viajar sem ter nenhum problema sobre mim em sua cabeça. Pois só os deuses sabiam o que ele encontraria em Porto Real na presença de seu irmão, certamente uma cidade prestes a entrar em revolta. Porém eu não facilitaria as coisas para ele nesse momento, talvez no seguinte, mas nesse não. - Falta apenas poucas luas para o nosso bebê nascer e você decide viajar... Não consigo lidar muito bem com isso, mesmo sabendo que deveria afinal e o que vocês homens idiotas fazem. Dessa vez ele caminhou em minha direção determinado a se aproximar, podia ver o brilho determinado em seus olhos, o mesmo que me domou a uma certa noite que marcou o inicio real de nosso casamento. - Eu disse para não se aproximar de mim. Atirei o cálice com água em sua direção, observando-o desviar e me encarar com um semblante divertido.

E como resistir a seu sorriso? Eu certamente não conhecia ainda uma forma, por isso com o meu próprio sorriso surgindo nos lábios, notei ele chegando até mim. - Desculpe, não queria atirar o cálice em você. Disse emburrada, sentindo seus braços envolverem gentilmente meu corpo e me puxar contra ele. - Só estou furiosa por essa sua partida tão rápida... Você prometeu ficar para o nascimento do bebê e agora tenho certeza que não estará aqui quando acontecer... Olhei para a bandeja com a jarra e os cálices. - Eu deveria enfiar essa bandeja na sua cabeça quem sabe assim colocaria sua esposa em primeiro lugar nessa situação. Seu olhar agora foi de repreensão e eu me senti irritada comigo mesma por ter falado aquilo, já que ele sempre colocava a mim e seus filhos acima de qualquer coisa e em primeiro lugar em suas prioridades, e quando pela primeira vez em um ano ele precisava me deixar para ir ajudar seu irmão com problemas, eu ajo dessa forma como uma criança mimada. Suspirei me sentindo estúpida.

Como sempre Eragon estava pronto para me confortar com seu amor, pronto para me ajudar a sanar todas as dúvidas e medos que estavam à deriva em minha mente. Seus braços eram  reconfortantes e acolhedores e seus beijos minha ruína, eu o abracei fortemente mesmo que um pouco desajeitada por causa da barriga. Meu mundo inteiro estava basicamente parado com os braços envolta de mim, sem ele eu ficaria perdida. E o conhecimento que não ficaria bem sem ele era tanto, que por esse motivo estava tão frustrada, porque essa sua partida repentina a Porto Real me deixaria de alguma forma louca. Mas também sabia que ele precisava ir para junto de sua família naquele momento mesmo que eu estivesse frustrada e insatisfeita com isso. - Burro sim! Disse petulante empinando o nariz para ele naquele típico gesto de desafio, olhando para seu fixo olhar violeta que queimava sobre o meu. - E porque não beija? Perguntei com ironia quando ele mencionou querer me beijar. - E considere-se com sorte por eu não ter uma pontaria boa... Levantei a mão na altura de sua face e passei a acaricia-la suavemente. - Ou você teria uma cicatriz bem aqui... Bati com a pontinha do dedo polegar sobre sua testa indicando o local qual falava. Posteriormente recebendo e retribuindo seu beijo, sentindo-me completamente tranquila por tê-lo em minha companhia nesse momento.

Escutando-o falar em seguida sobre o quanto era injusto o que eu tinha dito em relação a ele nunca me por em primeiro lugar, bom eu realmente estava errada quanto a isso, mas ainda estava brava por estar sendo deixada de lado a poucas luas do nascimento do nosso bebê. - Ele não sabe se cuidar? Ele e o rei! Bufei exasperada falando sobre seu irmão. - E sabe como eu também preciso de você... Fechei os olhos contraindo os lábios em uma linha rígida. Observando-o ficar sobre os joelhos a minha frente e acariciar e beijar minha barriga, enquanto eu escovava suas madeixas longas entre os dedos. Seu pai e uma idiota, chute-o! Pensava sorrindo. - Olha só! Ele está preocupado com o bebê! Ironizei para ninguém em especial, na verdade somente para cutuca-lo. Observando-o ficar novamente de pé e me encarar com novas repreensões - Estou bem, mas me sinto tão cansada. Fora a última coisa que falei antes dele me pegar no colo e me levar para cama. - Como vou repousar com minha mente focada em você... Suspirei com a lembrança de que em pouco tempo ele estaria partindo para a capital do reino. - Com você longe de mim. Disse um pouco triste sentindo uma angústia no coração, então o encarei com os olhos cheios de lágrimas. Droga! Estou ficando tão sentimental, mas também não havia outra reação para mim, se não essa, afinal desde que havíamos casado, não tínhamos passado tanto tempo longe um do outro, principalmente no momento que eu iria mais precisar de sua companhia a meu lado.

Deixei algumas lágrimas escorrer por minha face e fechei os olhos esboçando um lento suspiro. - Tem razão... Minha família e nossos amigos cumpriram o seu papel, e não fique preocupado com Aizen eu não vou enlouquecê-lo. Sibilei com certo escárnio, observando ele deitar-se a meu lado e me puxar para junto de seu corpo. - Pelo menos tome cuidado em Porto Real. Sussurrei pousando minha face contra seu peito e escutando as batidas suaves de seu coração.