[RP fechada] Here Comes Trouble

Here Comes Trouble

RP fechada, que começará com o post de Ayisha. Participam apenas Ayisha Vhasserah e Colin Arryn. Estamos na Cidade Livre de Myr, no início de 352DD, o sol está a pôr-se e a noite está prestes a começar. Ayisha tem apenas 17 anos, e Colin 25, mas já faz parte dos Homens Pesarosos. Ela é perseguida por um grupo de mercenários, mas conta com a ajuda de Colin para os matar.

Captain Tulac

Try again! Try harder!

Mais uma vez em Essos. O cheiro do mar impregnava as narinas de Sor Colin, a brisa marítima agitando deus cabelos. A viagem tinha sido agradável comparando com outras que já tinha feito. Desde a primeira vez que pisou no novo continente tinha se apaixonado pela cultura e pelo povo, tão diferente dos westerosis. Dessa vez o cavaleiro estava sozinho, disfarçado na verdade. Para não ser reconhecido e evitar qualquer inconveniente. Usava roupas discretas, nada que um nobre usaria, mas por baixo dos panos ainda carregava sua espada. É sempre bom carregar aço, pensou.
 
 
Seus negócios em Essos eram simples. Queria ir para Tyrosh, convencer seu amigo de longa data Tyto a se juntar a sua guarda. Precisava do guerreiro, tanto para proteção como para conselhos, mas ele era teimoso como uma mula e sempre se negou a ir para o Ninho. O navio atracou no porto logo quando a primeira luz do sol iluminava um novo dia. Mas em Myr, não em Tyrosh. O Capitão do Navio, Donzela Imaculada, se chamava Tulac, era um homem atarracado, com um nariz adunco, uma pele seca e cheia de marcas de expressão. A única coisa agradável em sua aparência eram os olhos azuis. Ou melhor, olho azul, o outro ele tinha perdido em uma luta qualquer. Além da falta de beleza era muito arrogante.
 
 
- Capitão, aqui está o resto do pagamento – Colin lhe entregou três veados – Muito obrigado pela viagem.
 
 
- Jovem, qual é mesmo o seu nome? – Tulac pegou as moedas, mas continuou olhando com seu olho solitário para o rosto do cavaleiro.
 
- Robert – mentiu – tenha um bom dia. – se virou para ir embora, mas foi impedido pelo capitão que agarrava sua mão.
 
- Tenta me enganar, mas Tulac sabe reconhecer uma mentira. É meu olho. Vê tudo – puxou a pálpebra com o indicador – Sei que você é mais do que aparenta. Se veste de um jeito, mas fala e se comporta de outro. Sabe o que eu acho? – levou o indicador até o peito de Colin – que você é um fugitivo, e se não me pagar mais uns... três ou quatro dragões de ouro eu te entrego. Te entrego! – o homem tinha um sorriso na cara.
 
Colin olhou ao redor. Toda a tripulação estava ocupada, descarregando material ou terminando de atracar o navio ao porto. Ninguém olhando, concluiu, ótimo.
 
- Escuta aqui – pegou o dedo do capitão e torceu contra sua vontade, o homem tentou se desvencilhar, mas Colin foi mais rápido e com a outra mão apertou o pescoço fino do capitão pressionando-o contra a parede de madeira do navio – Até que para um caolho, você está enxergando demais. Não sou nenhum fugitivo, e se fosse você não teria nada com isso entendeu? – o homem anuiu e abriu a boca para falar, mas foi impedido por Colin que apertou mais o homem que começava a ficar vermelho – Agora, eu vou embora daqui. Ninguém vai me seguir, e você vai me esquecer. Entendido? – o capitão concordou com movimentos rápidos de cabeça. – Ótimo.
 
Colin soltou o homem. Ele estava realmente abalado, levou a mão ao pescoço acariciando-o. Mas agora tinha uma expressão de ódio no rosto – Eu fico com isso – Colin pegou os três veados de prata – Pelo aborrecimento. Até mais Capitão. – Colin foi embora sem nunca olhar para trás. Não sabia até que ponto sua intimidação tinha funcionado. E aquela cara dele. Com certeza tinha ganhado um inimigo no mundo. Mas é um mundo grande demais, concluiu.
 
Rapidamente sumiu pelas ruas de Myr. Bom, o dia só começou, vou procurar algo para comer, um local para pernoitar e amanhã procuro um navio com um Capitão mais decente para me levar até Tyrosh.
 
Foi muito fácil se perder naquela cidade, só tinha ido uma vez até lá e era tudo igual, mas era diferente também. Tudo incrivelmente bonito. O cavaleiro sempre atraía olhares por sua aparência. A maioria da população tinha pele e olhos escuros. Muito diferente do westerosi, com olhos azuis e pele clara. Resolveu tampar o rosto até o nariz com o manto. Vai atrair menos olhares assim.
 
O sol estava alto no céu, indicando que a metade do dia já tinha passado. O cavaleiro já tinha almoçado também. Pato com mel. Uma delícia. E agora andava pelas ruas procurando uma estalagem onde pudesse passar a noite.
 
Em uma das vielas em que passava ouviu barulho de aço se chocando contra aço. Levou a mão ao cabo da espada escondida, por extinto. Era uma batalha com certeza. Colin andou em direção ao barulho. Maldita curiosidade, teve que rir consigo mesmo, vou acabar me matando qualquer dia. Em um beco mais a frente pode ver algo que o impressionou muito. Alguns homens estavam cercando uma pessoa. Nove homens, contou, atacando um só? Espera, UMA só? O que o impressionou era o fato de ser uma menina, aparentemente de dezoito anos. As coisas estavam agitadas. Apesar de parecer frágil a menina possuía duas adagas que manejava com muita eficácia, mantendo os homens longe da forma que podia. O cavaleiro não pensou duas vezes, tinha que tomar parte daquilo, sabe-se lá o que poderiam fazer com a menina. Matá-la, ou pior, estuprá-la. Tinha feito um juramento de defender os que precisassem quando se tornou Sor, e era isso que faria agora. Se bem que a menina parecia não precisar de muita ajuda. E aqueles olhos, pode observar, tão frios. Já tinha visto olhos assim antes. Olhos de assassino.
 
O beco era estreito, o que era bom para a situação. Lembrou-se do seu Mestre D’armas lhe falando uma vez que quando tivesse que enfrentar mais de um homem ao mesmo tempo para nunca se deixar cercar. E de preferência acabar com o mais fraco logo. O beco estreito proporcionava isso. Não deixaria que mais de dois homens o enfrentassem por vez. Já enfrentei coisa pior que isso. Sorrateiramente se aproximou e desembainhou a espada, a espada sibilou denunciando sua posição. Os dois homens mais perto dele o olharam com uma cara de surpresa, que logo se tornou de ira. Um terceiro, aparentemente o líder, ordenou alguma coisa aos seus homens em uma língua que ele não pôde entender. Algo que Colin compreendeu como “mate ele”. No momento seguinte quatro homens caiam sobre ele com aço Myrshi em mãos. Vai ser uma luta daquelas.
 
Não pôde deixar de notar que os homens estavam mais preocupados com a menina, que já tinha cortado uma cabeça para sua surpresa. Deitou um olhar demorado nela. O máximo que o momento permitia. Essa garota... Definitivamente não é normal!

Habilidade Treinada:

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There is the Trouble

Don't die!

Colin via quatro homens Myrshi vindo em sua direção com aço e ódio. Era uma enrascada. Um beco sem saída. Percebeu seu coração martelando dentro do peito e as mãos tremendo, teimando em afrouxar a pegada no cabo da espada. Segurava agora a espada com as duas mãos, apesar de só necessitar de uma, e adotou uma postura defensiva. Mais lateralizada em relação aos homens que vinham de encontro.
 
Sem algum esforço lembrou-se dos ensinamentos mais básicos que aprendera com seu Mestre d’Armas no Ninho. É minha vida passando em minha mente. É agora que vou morrer? Seu professor lhe ensinara lições importantes. A primeira era que um duelo começava muito antes do primeiro choque de espadas. Para sobreviver deve-se conhecer a si mesmo e ao inimigo. Seus pontos fracos e fortes. A segunda era mais simples, quem errasse menos sobrevivia.
 
E foi exatamente o que Colin fez. O ponto forte do inimigo era a superioridade numérica, quatro contra um. Já os pontos fracos, Colin pode perceber que, eram novos e mal alimentados. Pelo menos mais novos e mais mal alimentados que eu. Colin fez uma breve prece para não serem iguais à menina que apesar da idade parecia dominar as adagas com maestria. Além disso, o aço deles é pior que o meu. Com sorte até quebro uma dessas lâminas. Colin concluiu que seu ponto forte era a experiência e constituição física. Seu ponto fraco era pensar demais e ficar ali parado enquanto queriam matá-lo!
 
Devido a estarem em uma viela os Myrish não poderiam atacar Colin de uma vez só. Enquanto isso os dois de trás estavam sempre empurrando os da frente para cima de Colin pressionando-o. O homem da esquerda era mais baixo e magro, portando apenas uma espada curta. Vai ser o primeiro a morrer, se eu não for. O da direita era mais alto, portava um escudo de madeira pouco convincente e o rosto cheio de cicatrizes de batalhas anteriores. E esse vai dar trabalho. Colin não conseguiu notar muito dos outros dois, somente reparou que gritavam furiosamente e encorajavam os dois da vanguarda a matarem Colin. Pela aparência concluiu que eram mais velhos. Provavelmente mais antigos na hierarquia deles.
 
O primeiro ataque veio do mais verde, o da esquerda. O aço cortou o ar de cima para baixo, mas não alcançou Colin, que rodopiou para fora de seu alcance. Na sequencia o homem com escudo imitou o movimento do companheiro. Colin desviou o ataque para a direita fazendo um arco de movimento com a espada. Aproveitou o movimento e lançou um ataque para e esquerda, na direção no mais novo. O Myrish estava se preparando para começar outro ataque, mas esquivou-se com o tronco para trás ao perceber que o ataque do westerosi chegaria primeiro. A espada de Colin tirou uma lasca da parede soltando pó. A espada vibrou fortemente na mão de Colin, que quase a deixou cair. O myrish não perdeu tempo e levou o pé até a barriga do cavaleiro, que se dobrou e gemeu com o impacto. No entanto Colin segurou seu calcanhar, obrigando-o a se equilibrar em somente um pé. O myrish com escudo tinha se recuperado da defesa de Colin e lançou um corte no ombro direito do cavaleiro, rasgando parte do manto que cobria a armadura. Por sorte a cota de malha não deixou a espada passar pela pele de Colin, mas a pancada e a dor o fizeram recuar. O myrish de um pé só quicou sem equilíbrio ainda atrelado ao cavaleiro. Pela proximidade não conseguia manejar a espada de forma contundente, mas o tempo todo socava o rosto do cavaleiro. Colin aproveitou o momento e chutou o outro pé do myrish, fazendo-o cair de costas no chão. Já morreu, pensou. No momento seguinte fincou sua espada na barriga do inimigo até a metade. Desvencilhou-se rapidamente e recuou rápido o suficiente para evitar um corte no pescoço.
 
O myrish verde agonizava debilmente no chão. Os dois de trás pararam de gritar e pressionar Colin para acolher o rapaz. Deixando o trabalho para o myrish com cicatrizes no rosto. O westerosi desferiu um golpe no flanco esquerdo do myrish, que se protegeu com o escudo. Colin repetiu o ataque e o inimigo se escondeu embaixo do escudo.
 
Percebendo que o cavaleiro continuaria o pressionando, o homem investiu contra Colin, levando-o ao chão devido ao impacto do homem mais alto. O westerosi caiu com as nádegas no chão e bateu a nuca no chão de terra. A espada escapulira da mão, mas a mesma se encontrava a poucos centímetros de distância. O myrish cuspiu palavras de desprezo na língua local em Colin. Agora o Arryn estava desarmado e seu inimigo prestes ceifar sua vida.
 
Uma terceira lição de seu mestre veio à sua mente. Não morra. Faça de tudo para não morrer.
 
Rindo com a vitória certa e com sede de sangue nos olhos o myrish desceu o braço da espada na direção de Colin. O cavaleiro não perdeu tempo. Encheu a mão com terra do chão e jogou na cara do inimigo, rolando para a direita. Ao mesmo tempo se evadindo do golpe e recuperando a espada. Colin se colocou em pé. O myrish tentava desesperadamente limpar suor e terra dos olhos, mas nunca chegou a abri-los novamente. Um golpe e Colin arrancou a cabeça do mercenário. Seu corpo caiu com um baque seco no chão.
 
Não morra, vale tudo para não morrer. A metros de distância o primeiro inimigo abatido já estava imóvel, os outros dois olhavam incrédulos para o segundo companheiro sem cabeça e sem vida no chão. Colin respirava pesadamente. Suor escorria pela sua testa e ele limpou com a costa da mão esquerda. O ombro latejando, restringindo um pouco os movimentos do braço direito.
 
Colin apontou a espada na direção dos mercenários remanescentes – Agora é vez de vocês – Uma ofensa sem valor e sem efeito. Nos olhos deles Colin pode ver raiva e receio misturados. Poderia sair vivo dali. Mas parecia que somente por um milagre!

Habilidade Treinada:

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